OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

COMO VER COM CLAREZA (1ª PARTE)

"Os Yogasutras de Patañjali mencionam a doença. Como sabemos, quando o corpo de alguém se torna doente, a mente não funciona de maneira adequada. Tomemos como exemplo uma pessoa que sempre foi gentil, hospitaleira, que amava servir aos outros, e que viveu até uma idade provecta. Ao se aproximar o fim de seus dias, ela parecia ter perdido todas essas qualidades. Essas e várias outras coisas podem acontecer por causa da condição corporal. No Bhagavad-Gita está dito que certos tipos de alimento produzem inquietação, distração e agressividade, e outros criam inércia, preguiça, relutância em se empenhar e assim por diante. Para ter uma capacidade mental calma e lógica, a pessoa precisa comer o tipo certo de alimento. 

Krishnamurti tinha algumas maneiras interessantes de responder. Parece que não comia nada que contivesse leite de búfala; às vezes, na sua comida, só permitia leite de vaca. Quando lhe perguntaram o que havia de errado com o leite de búfala, ele simplesmente respondeu: 'Olhe para o animal! O animal é pesado, gosta de se espojar nas poças de lama e é geralmente lento. Se comer esse tipo de alimento, você irá absorver algo dessas qualidades.' O hábito de comer carne jamais foi recomendado para pessoas que desejem estar despertas e alertas, porque as influências que estão no corpo animal - violência, ferocidade e assim por diante - até certo ponto atrapalham quando absorvidas.

Aquilo que bebemos também é importante. Uma pessoa viciada em álcool mais cedo ou mais tarde tem sua capacidade prejudicada. Existem também emoções que afetam a clareza da mente. Na tradição indiana, dizem que os inimigos de cada pessoa estão dentro dela, e não fora - sendo os inimigos a raiva, a ganância, a vaidade etc. É importante perceber isso. Aquilo que Buda chamou de 'as chamas' arde internamente.

A mente também não fica em condição melhor quando vê tudo isso. Nas escolas religiosas ensina-se a necessidade de permanecer calmo, de aceitar as coisas como são e de não inventar maneiras para aumentar a própria insatisfação. A ganância faz com que as pessoas destruam o ambiente. Atualmente o poder do dinheiro subjugou a sociedade moderna; a irracionalidade existe muito embora a mente se tenha tornado proficiente de algumas maneiras. 

O corpo, os sentimentos, a capacidade mental, os modos como a pessoa age e se relaciona estão interligados. Quando o pensamento se torna mais claro, mais lógico e mais sensível às necessidades dos outros, a outro pessoa é auxiliada, e isso também clareia a mente. Mas se nos sentimos emotivos e ansiosos isso então não é possível, porque as atitudes autocentradas obscurecem a mente. (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 29)


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MATURIDADE ESPIRITUAL: ENFRENTANDO OS PROBLEMAS COM FORÇA E CALMA

"Para ter receptividade, precisamos estar mentalmente relaxados. Paramahansa Yogananda costumava dizer que às vezes as pessoas se esforçam tanto para tentar entender que a mente corre em todas as direções e em consequência elas acabam não entendendo nada. Ocasionalmente ele nos dizia: 'Você está exagerando no esforço!'

Costumávamos pensar em todas as coisas que precisávamos perguntar a Paramahansaji; mas, quando estávamos em sua companhia e ele conduzia nossa mente em direção a Deus, as perguntas perdiam a importância.

É comum que os chamados 'problemas' resultem de pensamentos imaturos. Na presença de nosso Guru a mente se acalmava, e a tensão interior e a inquietude criadas por problemas e perguntas eram completamente apagadas. Mesmo quando não diziamos nada, os pensamentos se formavam de modo mais claro ao retornarmos aos nossos deveres, e sentíamos a segurança do senso interior de direção.

Mas Guruji não pensava por nós; ensinava-nos a 'crescer', pois a maturidade e o crescimento espiritual andam de mãos dadas. Não podemos fazer nenhum progresso real se continuamos dependentes dos outros. Maturidade significa a capacidade de enfretar os problemas da vida com força e calma objetiva e concentrar-se, com inteligência e discernimento, em encontrar a melhor solução. A maturidade espiritual vem quando nos aproximamos de Deus; é assim que se aprofunda a percepção intuitiva e o entendimento."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p 48/49)

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (PARTE FINAL)

"(...) Geralmente afirma-se que o sofrimento é um mal e é comumente associado à ideia de castigo, pois predomina a concepção cristã de que o sofrimento é uma punição. Será preferível equiparar o sofrimento à experiência; boa se contribuir para a melhoria espiritual e má se não forem tiradas do mesmo lições proveitosas, ou se for acolhido com revolta.

O conhecimento da natureza humana, segundo a Teosofia, leva o homem a considerar tudo sob o ponto de vista da Mônada ou do Ego, em vez de olhar pelo prisma da personalidade, ou seja, do homem terreno. Com efeito, para o homem físico existe o dualismo: Bem - Mal. Já para o Ego, só existe experiência, propriamente dita, porque para o Ego não há bem nem mal. As experiências serão agradáveis ou desagradáveis, para a personalidade, facilitadoras ou não da evolução.

A Mônada, ou espírito divino em germe, não tem experiências a colher. Ela tem ambiente para expansão, para suas manifestações de Vida, de Ação, de Atividade ou de Trabalho cósmico nos planos inferiores. Em resumo:

Para a Personalidade : Bem e Mal.
Para o Ego                 : Experiência.
Para a Mônada           : Manifestação.

Um problema complexo, que se liga muito de perto ao do Bem e do Mal, é o do deterministo e do livre-arbítrio. Como espírito (Mônada), somos livres porque estamos identificados com Deus, mas como homem terreno, como personalidade, não o estamos (Segundo Fichte, o ego individual faz parto do Ego absoluto e, como este, é livre).

Sabemos, entretanto, que quanto mais evoluirmos, mais livres seremos, porque dominaremos maior porção do universo e que, quando melhor conhecermos e respeitarmos as leis cósmicas, menos sofreremos, porque evitaremos as consequências cármicas desagradáveis ou dolorosas." 

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 225/226)
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

A VERDADEIRA EXPERIÊNCIA DO ÊXTASE ESPIRITUAL

"Deus nos deu o poder da inspiração espiritual - a percepção da pura bem-aventurança de Sua presença em nós. Mas a força do mal na criação inventou imitações espúrias. Os efeitos temporários e euforizantes do álcool e das drogas são falsificações das verdadeiras experiências espirituais. O uso dessas substâncias frequentemente leva ao abuso do sexo, o que impede o poder da inspiração espiritual, prendendo a mente à intensa consciência corporal. 

Muitas pessoas bebem vinho para banir lembranças e preocupações tristes ou desagradáveis, mas essa espécie de esquecimento priva o homem da sabedoria inata da alma - exatamente o poder que o faria superar problemas e encontrar felicidade duradoura. Deus, sendo a própria Alegria, quer que busquemos e encontremos, dentro de nossas almas, Sua bem-aventurança sempre nova.

As imitações são nocivas, pois são as iscas de maya, a força cósmica ilusória que está sempre tentando arruinar todas as belas expressões de Deus neste universo. Em toda a criação, vemos as forças duais do bem e do mal em oposição: Deus criou o amor, a força satânica criou o ódio; Deus criou a generosidade, a força satânica criou o egoísmo; Deus criou a paz, a força satânica criou a desarmonia.

Sabendo disso, você deve compreender que o álcool e as drogas são prejudiciais à sua felicidade; eles destroem a verdadeira alegria e inteligência da alma. Até mesmo um gole de uma bebida alcoólica, ou uma única experiência com drogas, pode ser o começo de um hábito permanente, porque pode haver uma tendência de vidas passadas já gravada em seu subconsciente. O que é nocivo deve sempre ser evitado como tal."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 159/160)


O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (3ª PARTE)

"(...) A mesma emoção grosseira, num homem evoluído, de corpo astral mais refinado, será sempre um mal, porque não tornará o corpo astral mais vibrátil e sim, exercerá efeito oposto - estará contrariando a linha da evolução. Diz-nos muito sugestivamente a Sra. Besant, que a evolução é uma escada em cujos degraus estão os homens, conforme o seu grau de adiantamento. (...)

O problema do bem ou do mal é, pois, essencialmente individual e não se julgará, também, uma ação boa ou má, pela felicidade ou pelo prazer que ela irá produzir e sim pela consequência que irá ter na evolução do indivíduo.

A maioria das ações humanas tem uma boa mistura de 'bem' e de 'mal' e só podem ser avaliadas corretamente pela precedência do 'bem' sobre o 'mal'. Às vezes podem ser aparentemente más e no entanto encerrarem apenas o 'bem'.

Assim Çakya Muni abandonou esposa e filho para se dedicar à salvação da Humanidade. Ora, neste caso particular havia apenas 'bem' porque a humanidade é mais importante do que família. Para um grande Ser, como o era Çakya Muni, seria um mal imensurável se Ele continuasse com os seus e não se oferecesse para aliviar o pesado Carma do mundo. A Sua vida foi exemplo edificante para todos os membros de sua família e esta ficou amparada em todos os sentidos, material e espiritualmente.

Um indivíduo pouco evoluído, que abandonasse os seus, para se dedicar a uma causa mesmo elevada, estaria cometendo um mal, porque, para o mais atrasado, o dever primordial é o DHARMA familiar, e o do amparo à família. Se um Iniciado abandonar a família para se sacrificar por uma causa, poderá estar cometendo um ato bom e mau, ou seja, um ato imperfeito. Só as condições cármicas individuais e do momento poderão determinar se haverá maior soma de bem ou de mal em seu ato. O Dharma é também, estritamente individual e o do Iniciado é muito diferente do do indivíduo comum. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 224)
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