OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 5 de novembro de 2016

ASPIRANTE AO MUNDO DO ESPÍRITO

"17 - Somente é considerado digno de inquirir sobre o Espírito [Brahman] aquele que tem discernimento, não tem apegos ou desejos, tem shama e as outras qualificações, e que possui a vontade de emancipar-se.

COMENTÁRIO - Uma série de qualificações foram alinhadas. São condições indispensáveis para o aspirante ao mundo do Espírito. Sem elas nada será possível, a não ser o contínuo borboletear nas malhas de samsãra (vir-a-ser). Mas, acima de tudo, é indispensável uma firme determinação (desejo) para alcançar a meta suprema. É ela que nos dá a força interior para vencer o desânimo e os obstáculos materiais que atingem o cansado viajante. Essa determinação é como um pavio que mergulha no combustível da lamparina. Sem ele não haveria a luz."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 21)


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

SATSANG

"Dize-me com quem andas...

Você anda em companhia de pessoas bondosas, puras, amorosas, sinceras, caridosas, corretas, abnegadas?...

Não precisa dizer mais nada...

Já sei muito sobre você.

O semelhante atrai o semelhante.

Se notar em você alguma tendência para buscar as rodas de 'fumo', as rodas de maledicência, de vício, de mentira, corrupção... Já sei também bastante sobre você.

Se você aspira a felicidade e a paz, a alegria e o equilíbrio, procure então viver com pessoas sábias e puras.

Senhor. Obrigado por Tua perene presença em mim!"

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 171/172)


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O FUTURO É AGORA

" (...) Somos autores de nossos próprios sofrimentos, por isso só nós podemos desfazê-los. Surgiram de nossos pensamentos, de nossas suposições e, se descobrimos suas consequências, essas ilusões cessam e há a possibilidade de uma verdadeira mudança. Essa mudança não vai acontecer no tempo, não acontecerá gradualmente. Ou percebemos a verdade ou não a percebemos. Não podemos descobrir vinte por cento da verdade, depois cinquenta por cento e pouco a pouco chegarmos a cem por cento, como ir subindo numa montanha. Ora, a verdade entra na mente como uma revelação instantânea, uma profunda percepção que produz a mutação da consciência e quando acontece, estamos livres. O problema termina e não precisamos controlá-lo. Precisamos controlar o problema somente quando ele está surgindo, porque a causa ainda não foi eliminada.

Por isso existem guerras no mundo, porque suas causas não foram eliminadas. Vejam a situação do Oriente Médio, entre árabes e judeus. Os árabes dizem a seus filhos que os judeus são seus inimigos, e os judeus dizem aos seus filho que os inimigos são os árabes. Quando morrem os mais velhos, as crianças ficam com a inimizade ensinada desde o berço. E como poderá findar a divisão de ódio entre essas duas comunidades? Não findou nos últimos sessenta e cinco anos, e a situação continua exatamente a mesma. Cada vez que surge um conflito, as Nações Unidas vão lá para estabelecer algum diálogo, para algum acerto, mas todas as vezes, a pacificação não tem êxito. Certamente há uma causa mais profunda por trás disso, e enquanto não eliminarem a causa, o efeito continará a aparecer. O fato é que não há grande diferença entre árabes e judeus. Pensam que existe por terem diferentes religiões, crenças, apegos, hábitos, alimentos etc, mas são coisas muito superficiais; bem no fundo têm muito em comum: os mesmos instintos, os mesmos problemas de desejo, ciúme, ambição, medo e tristeza porque são seres humanos. Sentem-se diferentes apenas porque dão tremenda importância às diferenças superficiais, que são uma ilusão.

Budha ensinou a verdade de que o outro sou eu. Se não parece ser assim é porque a mente está cheia de ilusões que nos separam, enquanto persistirem não haverá mudança no estado psicológico, não haverá evolução psicológica; por isso o futuro é agora. Haverá mudança real só quando percebermos o que é verdade e o que é falso. Por isso a busca da verdade é a mais elevada religião, e a mente ávida é a real mente religiosa.

A sabedoria é terminar o momento, descobrir o fim da jornada a cada passo do caminho e viver grandes momentos de boas horas. Ralph Waldo Emerson"

(P. Krishna - O futuro é agora - Revista TheoSophia Julho/Agosto/Setembro de 2013 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 18/19)
www.sociedadeteosofica.org.br


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

VIVA NO MAIS ELEVADO

"Muito frequentemente as pessoas pensam que uma mudança de circunstâncias irá ajudá-las a atingir o seu ideal. Ou julgam que a prática sincera de sua fé religiosa ou o trabalho que fazem para transformar o mundo em uma utopia devem ser a sua preocupação principal. Todavia, a única mudança que vale a pena deve ocorrer na consciência do próprio indivíduo. Cada um de nós deve parar de projetar seus próprios problemas para o mundo e depois culpar o mundo pelos problemas que são nossos. A maioria de nós faz isso o tempo todo. Construímos grandes edifícios e instituições intelectuais para justificar e reforçar as barreiras contra o autoexame. Por exemplo, minha própria profissão, a psicologia, como disciplina intelectual, é um produto do esforço e da consciência humana e, portanto, tende a sofrer de síndrome de superdeterminismo. O debate 'hereditariedade versus ambiente' começou cedo na história da psicologia. Primeiramente, o desajuste foi atribuído a causas paternais e sociais. Hoje em dia não é popular e se considera ingenuidade atribuir mais do que poderes determinantes menores às características herdadas. Um caso em questão é a malevolência com que muitos psicólogos atacam as teorias do professor Eysenck sobre as diferenças herdadas de raça e de classe na inteligência. Tais reações são compreensíveis, já que as pessoas se sentem mais confortáveis se puderem provar que as causas têm origem fora delas mesmas e que estão sofrendo como resultado dos pecados de seus pais.

Não se pode superestimar o valor da profecia que se autorrealiza. Atualmente, é comum acreditar que as pessoas são ruins, que o mundo está em um estado lastimável, e que de algum modo devemos combater o sistema para conseguir nossa fatia do bolo, ou que devemos desistir e afundar. O futuro parece sombrio. As pessoas estão inundadas em pensamentos desagradáveis e depressivos. Definimos a nós mesmos por meio da negação - pelo que somos e pelo que as outras pessoas não são. E, pelo que se lê nos jornais, a nossa consolação geralmente vem do pensamento de que pelo menos as coisas não estão tão ruins para nós como parecem estar para os outros. É de admirar que as pessoas tenham a tendência a serem desagradáveis? Contudo, pense naquelas pessoas que você conhece e que tendem a considerar o que é possível e melhor à sua volta. Elas não apenas são proeminentes, assim como sua atitude em relação à vida faz curvar toda situação que enfrentam em direção ao preenchimento de suas expectativas. Em outras palavras, sendo aquilo que há de mais elevado nelas mesmas, respondendo ao que há de melhor em si mesmas e nos outros, continuamente corrigindo seus hábitos negativos e tentando viver de maneira positiva, essas pessoas estão começando a realizar um mundo de beleza e de bondade. Parece ser verdadeiro o antigo ensinamento chinês de que a melhor maneira de se combater o mal é fazer progresso vigoroso em direção ao bem. Uma tal atitude de necessidade envolve abandonar a ansiedade referente aos resultados das próprias ações."

(Nicky Hamid - Rumo a um estado de consciência mais elevado - Revista TheoSophia Abril/Maio/Junho de 2010 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 42/43)


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O DRAMA DA ALMA

"Podemos considerar as repetidas encarnações da Alma divina nos mundos de manifestação externa como uma atividade especial do Ego, com o determinado propósito de adquirir o conhecimento que só desse modo lhe é possível. A tragédia se dá com a descida da consciência divina aos três corpos - físico, emocional e mental -, a verdadeira queda do homem na matéria, que é a causa de todo o subsequente sofrimento na peregrinação da Alma. Assim é que o Ego, ao infundir uma porção de si mesmo em cada um dos três corpos, identifica-se com o corpo em que se infunde; e, por essa identificação, percebe a si próprio como sendo o corpo destinado a servir-lhe de instrumento. 

Ao identificar-se com os seus veículos, a consciência encarnada já não compartilha da oniabarcante consciência do divino Ser a que pertence, mas participa da separatividade dos corpos e se converte numa entidade dissociada dos demais seres e oposta a eles, isto é, numa personalidade. É a velha lenda de Narciso, que ao contemplar sua imagem refletida na água do lago anseia por abraçá-la; e ao fazer tal tentativa, morre submerso na água. Assim a consciência encarnada está submersa no mar da matéria; e, ao identificar-se com os distintos corpos, separa-se do Ser a que pertence e já não se reconhece como o que verdadeiramente é: filho de Deus.

Então começa a longa tragédia da Alma exilada, que se esquece de sua divina herança e se degrada na inconsciente submissão aos corpos que deveriam ser instrumentos de sua Vontade. É o antigo mito gnóstico de Sophia: a Alma divina exilada vive entre ladrões e salteadores que a humilham e maltratam, até que Cristo a redime e a restitui à sua divina morada.

Pode haver maior tragédia e mais profunda degradação que aquela onde a Alma divina, membro da suprema Nobreza, a própria Divindade, esteja sujeita às humilhações e indignidades de uma existência na qual, esquecida de sua alta categoria, consente em escravizar-se à matéria? 

Às vezes, quando vemos a humanidade em seu pior aspecto, horrenda em sua odiosidade, discordante em seu desvio da Natureza, grosseira e brutal ou estúpida e frívola, nos apercebemos dessa intensa tragédia da Alma exilada e temos pungente consciência da degradação sofrida pelo imortal ser interno."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 18/19)