OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 5 de abril de 2017

PORQUE NOSSAS VIDAS PASSADAS SÃO ESQUECIDAS (2ª PARTE)

"(...) Quando uma filosofia ou uma ciência são rapidamente apreendidas e aplicadas, quando uma arte é dominada sem estudo, aí está a força da memória, embora os fatos passados do aprendizado tenham sido esquecidos. Conforme disse Platão, trata-se de uma reminiscência. Quando, ao primeiro encontro, nos sentimos íntimos de uma pessoa estranha, aí está a memória, o reconhecimento, pelo espírito, de um amigo de tempos passados; quando recuamos, com forte repulsa, diante de outro estranho, a memória também está aí, no reconhecimento, pelo espírito, de um antigo inimigo.

Essas afinidades, esses avisos, vêm da imperecível inteligência espiritual, que é o nosso ser; nós nos lembramos, embora, trabalhando com o cérebro, não possamos fixar nele a nossa lembrança. O corpo mental e o cérebro são novos; o espírito fornece à mente os resultados, sem a lembrança dos acontecimentos a ele referentes. Tal como um negociante que, ao fechar o 'razão' do ano e ao abrir um novo livro, não anota todos os itens do antigo e, sim, somente os seus balanços, o espírito entrega ao novo cérebro seus julgamentos e experiências de uma vida que foi encerrada, as conclusões que obteve, as decisões a que chegou. Trata-se de um suprimento novo entregue à nova vida, o fornecimento mental para a nova morada — uma verdadeira memória.

Rica e variada é essa memória no homem altamente desenvolvido. A comparar-se com a daquele que possui uma alma jovem, o valor dessa memória de um longo passado faz-se patente. Não há cérebro capaz de armazenar a memória dos acontecimentos de numerosas vidas; quando elas se concretizam em julgamentos mentais e morais, estão prontas para serem usadas. Centenas de assassinos foram levados à decisão que diz: 'Não devo matar!' A lembrança de cada assassinato seria uma carga inútil, mas o julgamento baseado em seus resultados, o instinto de santidade da vida humana, é a verdadeira memória deles, no homem civilizado. 

Às vezes, contudo, verifica-se a lembrança de acontecimentos passados. Crianças têm, ocasionalmente, relances de sua vida pretérita, evocados por algum evento do presente. Um menino inglês, que havia sido escultor, recordou isso quando viu algumas estátuas pela primeira vez. Uma criança hindu reconheceu o arroio no qual se afogara, quando pequenina, na vida precedente, e reconheceu, igualmente, a mãe daquele pequenino que se fora. Muitos casos têm sido registrados de tais lembranças de acontecimentos passados.(...)"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento

terça-feira, 4 de abril de 2017

PORQUE NOSSAS VIDAS PASSADAS SÃO ESQUECIDAS (1ª PARTE)

"Não há pergunta que se ouça com mais frequência, quando se fala em Reencarnação, do que esta: 'Se estivemos aqui antes, por que não nos lembramos disso?' Uma pequena consideração dos fatos responderá a essa pergunta.

Antes de mais nada, notemos o fato de que esquecemos mais sobre a nossa vida presente do que lembramos. Muitas pessoas não são capazes de lembrar como aprenderam a ler: contudo, o fato de lerem, prova esse aprendizado. Incidentes da infância apagaram-se da memória, mas deixaram traços em nossa personalidade. Uma queda, na primeira infância, é esquecida, mas nem por isso a vítima deixa de ser um aleijado, embora usando o mesmo corpo no qual os acontecimentos esquecidos se passaram.

Esses acontecimentos, entretanto, não são totalmente perdidos para nós. Se uma pessoa cair em transe mesmérico, eles podem ser tirados do fundo da memória. Submergiram, mas não foram destruídos. Doentes tomados pela febre, é sabido, usam no delírio uma língua conhecida na infância e esquecida na maturidade. Muito da nossa subconsciência consiste nessas experiências submersas, memórias atiradas a um segundo plano, mas recuperáveis. 

Se isso acontece com experiências ocorridas no corpo atual, não deve o fato ser muito mais verdadeiro com experiências ocorridas em corpos passados, corpos que morreram e se desintegraram há muitos séculos? Nosso corpo e nosso cérebro atual não compartilharam esses eventos pretéritos. Como poderia a memória afirmar-se através deles? Nosso corpo permanente, o que fica conosco através do ciclo de reencarnações, é o corpo espiritual. Os nossos revestimentos inferiores tombam e retornam aos seus elementos, antes que sejamos reencarnados. 

A nova matéria mental, astral e física, da qual somos revestidos para uma nova vida na Terra, recebe da inteligência espiritual, expressa apenas no corpo espiritual, não as experiências do passado, mas as qualidades, tendências e possibilidades que se formaram a partir dessas experiências. Nossa consciência, nossa resposta instintiva aos apelos emocionais e intelectuais, ou o reconhecimento da força de um argumento lógico, nossa aprovação dos princípios fundamentais do certo e do errado são traços de nossas experiências anteriores. Um homem de tipo intelectual inferior não pode 'ver' uma prova lógica ou matemática; um homem de tipo inferior, quanto à moral, não pode 'sentir' a força impulsionadora de um ideal moral elevado. (...)

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


segunda-feira, 3 de abril de 2017

A GRAÇA VERSUS O ESFORÇO PESSOAL

"'Todo grupo de religião que encontrei neste país [Estados Unidos] diz aos seus membros que eles não têm que trabalhar com vistas à salvação - 'para que nenhum homem se encha de orgulho', explicam eles, citando São Paulo.¹ A doutrina da salvação deles baseia-se inteiramente na crença; acredite assim como eles acreditam, e você será salvo pela graça de Deus. Muitos fazem da qualidade de membro de uma igreja uma condição a mais para a salvação, e a implicação disso é a de que, se algo mais precisa ser feito, a igreja fará isso por você.

'Entretanto, não disse Jesus aos seus discípulos: 'Por que me chamais a mim, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?'²

'Suponha que você quer riquezas. Será que você se sentará num quarto e esperará que Deus lhe dê essas riquezas só pelo fato de você acreditar nEle? Dificilmente! O que você fará é trabalhar duro para as conseguir. Por que, pois, esperar que a salvação venha até você naturalmente, só porque você acredita?

'E quanto àquela condição a mais para a salvação: ou seja, entrar para a igreja certa? A salvação é um problema pessoal que envolve a alma de cada pessoa e Deus. Individualmente, você precisa amar a Deus. A qualidade de membro de uma igreja talvez seja útil, se ela promove um relacionamento interior com Ele, mas só essa qualidade não é garantia de um relacionamento interior, e, decerto, não é o que a substitui.

'Se alguém lhe diz que o fato de ser membro de uma igreja fará com que você encontre Deus, pergunte a essa pessoa se a igreja dela pode comer em seu lugar: se ela não pode alimentar o seu corpo sem o seu próprio esforço no sentido de comar a comida, por que deveria você aceitar que ela alimentará a sua alma sem o seu esforço pessoal.

'É verdade que outros podem ajudar você no seu empenho. Também é verdade que lhe basta a graça de Deus para que você seja salvo; São Paulo estava totalmente certo no que disse. Não obstante, isso, o seu esforço sincero também deve estar presente. Sem um grande empenho de sua parte, você jamais conseguirá se salvar.'"

¹ 'Porque pela graça fostes salvos por meio da fé. Isso não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que nenhum homem se encha de orgulho.' (Efésios 2: 8,9)
² Lucas 6:46


(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 107/108)


domingo, 2 de abril de 2017

FALAR MENOS E FALAR COM DOÇURA

"Seja cuidadoso para que o sucesso que obteve na promoção da virtude, na vitória sobre hábitos banais, na tomada regular da disciplina não seja desperdiçado pela companhia de pessoas medíocres, por palavras perdidas em críticas cínicas e em esforços sem objetivo.

Quando o pé resvala, a ferida resultante pode ser curada, mas se é a língua que escorrega, a ferida provocada no coração dos outros pode durar vidas. A língua é passível de praticar quatro graves erros - pronunciar falsidade, escandalizar, comentar os erros alheios e falar em demasia. Tudo isso deve ser evitado, se pretendemos paz individual e bem-estar para a sociedade.

O vínculo da fraternidade será estreitado se as pessoas falarem menos e falarem com doçura. Daí por que o silêncio (maunam) é recomendado, pelas escrituras, aos discípulos em estágios vários da estrada. Esta disciplina é valiosa para todos vocês."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 171/172)


sábado, 1 de abril de 2017

COMPREENDER, COMPARTILHAR E AMAR (PARTE FINAL)

"(...) Uma mente sossegada e calma pode nos tornar mais sensíveis, já que não somos perturbados pelos pensamentos. Então pode haver compreensão, compartilhamento e amor. Profundamente dentro de nós estão as raízes do amor e da compreensão. Não é tão fácil despertá-las. Precisamos experienciar profundamente, estar abertos e ser sensíveis, para dar preferência à outra pessoa. Isso não é fácil, já que esperamos tanto dos outros.

Amor é sabedoria, e sabedoria é amor. Mas a sabedoria e a compaixão verdadeiras não são possíveis a não ser que compreendamos toda a situação, os problemas, o sofrimento da pessoa e assim por diante. Só podemos amar quando esquecemos de nós mesmos e nos situamos além do eu.

'A caridade não busca a si própria', disse o apóstolo Paulo. Amor e compaixão são sentimentos ativos, não passivos. Amor e compaixão significam assumir e suportar o sofrimento dos outros, ajudando a suportar suas dores. Frequentemente buscamos o que é vantajoso para nós, o que pensamos poder nos trazer felicidade. Enquanto estivermos procurando vantagem pessoal, não encontraremos o amor. Agarrar-nos ao eu não nos permite experienciar o amor.

O eu deve morrer para o passado e viver no presente para que nossos corações se encham de amor. Existe amor quando não existe necessidade, quando não buscamos satisfação. Só a mente que está livre do passado, dos preconceitos e dos desejos consegue amar - compreender e compartilhar a vida com os outros. Sem amor e compaixão não conseguimos realizar plenamente nossos deveres mais importantes - não conseguimos ser uma pessoa completa."

(Pertti Spets - Compreender, compartilhar e amar - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - p. 19)
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