OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 30 de abril de 2017

PASSOS NO CAMINHO (PARTE FINAL)

"(...) • Desejo de União ou Amor: essas são as qualificações cujo desenvolvimento é a preparação para o primeiro Portal da Iniciação. Para obtê-las, o homem reveste-se de resolução, firma a mente na ideia de caminhar para a frente com rapidez, de forma a poder tornar-se um Auxiliar da Humanidade.

Logo que tiver adquirido o suficiente dessas qualificações para bater à Porta e vê-la aberta, ele está pronto a atravessar o limiar e a palmilhar o Caminho. Então ele é iniciado ou recebe o 'segundo nascimento'. Entre os hindus, ele é chamado de o Viandante (Parivrajaka ou Sotapanna) e, antes de chegar à segunda Iniciação, deve descartar por inteiro os obstáculos da: Separatividade – deve compreender que todas as personalidades são uma; da Dúvida – deve saber e não apenas acreditar nas grandes virtudes do Karma, da Reencarnação e da Perfeição a serem alcançadas palmilhando o Caminho; da Superstição – a dependência de ritos e cerimônias. Descartados por inteiro esses três grilhões, o Iniciado está pronto para o segundo Portal e torna-se o Construtor (Kutichaka), ou 'o que retorna apenas uma vez' (Sakadagamim). Ele deve agora desenvolver os poderes dos corpos sutis, para ser útil nos três mundos, para estar preparado para o serviço. A passagem pelo terceiro Portal faz dele o Unido (Hamsa, 'Eu sou Ele') ou 'aquele que não retorna', a não ser com seu próprio consentimento (Anagamim). Para o quarto Portal ele deveria passar nessa mesma vida, e, para aquele que passou, o nascimento compulsório está terminado. Agora ele deve descartar os grilhões do Desejo – os desejos rarefeitos que talvez tenham ficado nele – e da Repulsa – nada deve ser repulsivo para ele, porque em tudo ele deve ver a Unidade. Isso feito, ele passa através do quarto Portal, e torna-se o superindivíduo (Paramahamsa) ('além do eu') ou 'o Venerável' (Arhat). Cinco são os tênues grilhões que ainda o prendem; contudo, é tão árduo partir sua complexa sutileza que sete vidas ainda são usadas, com frequência, no caminhar pelo espaço que separa o Arhat do Mestre, do Livre, do Imortal. 'Aquele que nada mais tem a aprender' neste sistema, mas pode saber o que desejar voltando sua atenção para o que quer saber. Os grilhões são: o desejo da vida na forma, desejo pela vida em mundos sem formas, orgulho – pela grandeza da tarefa realizada, a possibilidade de ser perturbado pelo que quer que seja que aconteça, a ilusão – a última película que pode distorcer a Realidade. Quando tudo isso tiver sido descartado para sempre, então o triunfante Filho do Homem terá terminado o Seu curso humano, tornando-se 'uma Coluna no Templo do meu Deus e dali não mais sairá'. Ele é o homem que se fez perfeito, um dos Nascidos Primeiro, um Irmão mais Velho da nossa raça."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento)


sábado, 29 de abril de 2017

PASSOS NO CAMINHO (1ª PARTE)

"O curso normal da evolução humana leva o homem para o alto, estágio por estágio. Entretanto, uma distância imensa separa até os gênios e os santos do homem que 'está no limiar da divindade' – e ainda mais daquele que cumpriu a ordem de Cristo: 'Sede perfeitos, como Vosso Pai do Céu é perfeito.' Há alguns passos que levam à subida para a Passagem, da qual está escrito: 'Estreita é a porta e árduo o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram.' Quem são 'os perfeitos', dos quais fala Paulo, o Apóstolo?

Na verdade, há passos que levam a esse Portal, e poucos são os que palmilham o seu caminho árduo. A Porta é a da Iniciação, o segundo nascimento, o batismo do Espírito Santo e do Fogo, o Caminho que leva ao conhecimento de Deus, que é a Vida do Eterno.

No mundo ocidental, os estágios, ou passos, foram chamados de Purgação, Iluminação, União; por esses estágios, o Místico – o que é levado à visão Beatífica pela devoção – designa o Caminho. No mundo oriental, o Ocultista – o Conhecedor ou Gnóstico – vê os passos de uma forma um tanto diferente, e divide o caminho em dois grandes estágios: o Probatório e o Caminho propriamente dito; o Probatório representa a Purgação do Místico, enquanto o Caminho propriamente dito é a Iluminação do Místico. Ele procura, ainda, desenvolver em si próprio, quando no Caminho Probatório, certas 'qualificações' definidas, preparando-se para passar através do Portal que marca o fim do Caminho, enquanto no Caminho propriamente dito ele deve descartar por inteiro dez 'grilhões' que o impedem de atingir a Libertação ou Salvação Final. E terá de passar através de quatro Portais ou Iniciações.

Cada uma das qualificações deve ser desenvolvida até certo ponto, embora não completamente, antes que o primeiro Portal possa ser cruzado. São os seguintes, esses Portais:

• Discernimento: o poder de distinguir entre o real e o irreal, entre o eterno e o transitório – a visão aguda que vê o que é Verdadeiro e reconhece o que é Falso sob todos os disfarces.

• Imparcialidade ou Ausência de Desejo: estar acima do desejo de possuir objetos que dão prazer ou afastar objetos que causam dor, pelo domínio absoluto da natureza inferior e pela transcendência da personalidade.

• Os Seis Dons ou Boa Conduta: controle da mente, controle do corpo – em palavras e em ações –, tolerância, resignação ou boa disposição, equilíbrio ou determinação, confiança. (...)"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento)


sexta-feira, 28 de abril de 2017

DESASTRES MENTAIS

"Dirigindo uma bicicleta, você terá que ter muito menos cuidado do que se estiver em cima de uma moto supermáquina. Um erro praticado por um ciclista terá resultados muito menos dramáticos que o praticado por um motociclista. Não é? O ferimento que um agressor fizer em sua vítima depende do grau de destrutibilidade de sua arma. Assim, quem dá um soco, praticará uma violência menos desastrosa do que se atirasse nele com uma pistola automática.

Estou querendo, com isto, lembrar que um pensamento agressivo, emitido por uma pessoa comum, é muito menos trágico do que um produzido por um desses indivíduos que, através de técnicas, enquanto negligentes na ética, andou 'desenvolvendo os poderes mentais'.

Lembro ainda que pensamento destrutivo não se dirige somente contra os outros. Quando, no auge de uma crise existencial, mergulhado em depressão ou irritação, invigilantemente, qualquer um chega a dizer, com sinceridade e ênfase: 'É o fim! Tomara morrer. A vida é uma droga. Vivo no inferno. Por que não morro logo?!'

Isto é cientificamente, uma genuína autodestruição que se cumpre muito mais rápida, fiel e necessariamente na medida em que o imprudente 'desenvolveu' seus 'poderes mentais'

Cuidado!

Minha mente seja Teu trono, Senhor."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 187/188)


quinta-feira, 27 de abril de 2017

A EVOLUÇÃO DA ALMA (PARTE FINAL)

"(...) Conta-se que, na antiguidade, uma batalha foi perdida porque os soldados ficaram desencorajados quando um cavalo escorregou e matou o general do exército. Mas por que o cavalo escorregou? Porque a ferradura soltou-se, e isso, por sua vez, aconteceu porque o ferreiro não a havida pregado de maneira apropriada. Assim diz o ditado: 'a batalha foi perdida por falta de um cravo na ferradura. Daí a importância dos menores deveres de cada pessoa.

A vida é também uma escola. Existem algumas experiências arquetípicas como a maternidade e a paternidade, as dificuldades financeiras etc, que cada ego deve experienciar, numa encarnação ou outra. Talvez o máximo que possamos aprender na 'escola da vida' seja o espírito da doação, a arte de cuidar. Somos repetidamente colocados em situações dolorosas ou desfavoráveis até aprender a lição necessária.

O aprendizado é um processo sem fim para todos os estudantes. Alguns fracassam e desistem. Outros fracassam, mas continuam tentando. Infelizmente existem os que não aproveitam essa oportunidade de ouro. Para a maioria de nós, o aprendizado é muito lento. vivemos sob a falsa impressão de que uma vida não é suficiente para completar esse curso e continuar prolongando nosso processo de autolibertação.

Se não for agora, então quando será? Se o período médio de vida de uma pessoa é 70 anos, ela passa quase 68 anos fazendo coisas como brincar, estudar, dormir, comer, tomar banho, fazer compras, trabalhar, divertir-se etc. Mal tem dois anos para o seu progresso moral e espiritual. Mas passa até mesmo esses dois anos fazendo coisas triviais. O homem nasceu não apenas para comer, beber, crescer e morrer, mas também para se elevar espiritualmente e iluminar seu futuro. 'Agora ou nunca' deve ser o nosso lema na vida. 

Se a vida pode ser comparada a uma estrada, o homem é um eterno peregrino, acumulando experiência em cada encarnação. Logo que percebemos o propósito da vida - a evolução e a emancipação da alma - começamos a tomar essa evolução em nossas próprias mãos. Não estamos sós - temos que chegar ao destino na companhia das outras almas peregrinas, e não isolados."

(D. B. Sabnis - A evolução da alma - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 13)


quarta-feira, 26 de abril de 2017

A EVOLUÇÃO DA ALMA (1ª PARTE)

"Muitos concluem apressadamente que não existe um significado para a vida. A morte seria o fim, e isso é tudo. Mas isso só acontece porque essas pessoas não se preocuparam em conhecer o verdadeiro propósito da vida.

Estabelecemos para nós mesmos metas de curto prazo. Enquanto tivermos alguma meta, sentimos que nossa vida tem significado. Mas as nossas metas são transitórias. Realizamos uma e já estamos atrás de outra. Precisamos compreender que a busca do significado da vida é um busca espiritual que cada um tem que empreender.

A vida de todos nós é significativa, contanto que mudemos nossa atitude com relação àquilo que ela nos traz. A vida de um professor ou de um estudante, de um médico, de um engenheiro, de um homem de negócios ou de um varredor, enfim, a vida de todos poderia ser significativa se cada um vivesse com o objetivo de autorrealização e autotranscendência.

Por isso é importante compreender a vida como uma escola e uma estrada - e o homem como aluno e peregrino. Mas que homem? É a individualidade, o ego que é o ator, o experienciador e também o eterno peregrino. É esse ego ou ator que escolhe o mundo como palco para atuar. Ele escolhe as circunstâncias, seu papel, sua família, seus pais, sua personalidade etc.

A palavra personalidade deriva da palavra latina persona, que significa máscara. Por trás da máscara o ator permanece anônimo. Esses diferentes papéis desempenhados pelo ator são as nossas personalidades. Estamos tão absortos em representar nosso papel nesse mundo que raramente estamos perceptivos do nosso verdadeiro eu.

Numa determinada vida, podemos estar desempenhando o papel de mãe, irmão, funcionário, magnata ou varredor. Devemos tentar desempenhar nosso papel da melhor maneira, não importanto quão insignificante seja.

Às vezes, num filme vemos que o desempenho de um coadjuvante é elogiado mais que o do herói - um papel insignificante ganha destaque. Mas, na verdade, não existem papéis insignificantes. É a nossa atitude que importa. O sucesso do filme depende de cada um fazer bem o seu papel, na vida real, também dependemos de outros atores. (...)"

(D. B. Sabnis - A evolução da alma - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 13)