OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 31 de julho de 2017

AMOR, CORAGEM E CONFIANÇA (PARTE FINAL)

"(...) Se vemos um animal ser maltratado e sentimos raiva, essa raiva é uma expressão de separatividade tão ruim quanto a crueldade do malfeitor. Isso não quer dizer que não devemos interferir, mas que devemos interferir sem violência. Uma vez perguntaram a Krishnamurti o que ele faria se um amigo fosse atacado na sua frente. Ele disse que sempre viveu sem violência e que agiria como sempre vivera.

Como sair do centro? Será possível abrir mão dessa posição? Isso é possível numa crise súbita, quando a separatividade, o medo e as comparações simplesmente se afastam. Em vez de estar no centro, passamos a estar simplesmente em nenhum lugar ou em toda parte, onipresentes no todo. Em vez de separatividade, existe unidade com todos; em vez de medo há coragem e confiança; em vez de crítica, amor e compreensão; em vez de comparação, apreciação. Isso também pode ocorrer sem aviso, sem causa aparente; podemos simplesmente nos sentir unos com tudo. Ou pode haver uma causa como amor, devoção, criatividade, altruísmo ou estudo profundo. 

Vistas de uma perspectiva favorável, nossas pequeninas preocupações parecem sem importância. Alguém pode até nos insultar, mas se estivermos absortos em criação, amor, devoção, ou ajuda a outra pessoa, nos ocupamos com algo maior e o insulto desaparece. Podemos até mesmo ver a sua causa no nosso próprio interior, e compreender a pessoa que se comportou de maneira desagradável.

Nesse caso nós morremos para o nosso eu interior, a pessoa autocentrada. Quando temos diferenças de opinião e nos irritamos, podemos simplesmente pôr fim à irritação. Podemos olhar a pessoa como se fosse pela primeira vez, sem preconceitos. Podemos sair do nosso centro e ver o seu centro, o seu ponto de vista. Esse é um passo rumo à unidade.

Com a percepção da unidade a personalidade pode ser um instrumento para o superior, não simplesmente para si própria. Devemos viver e agir como somos - mas isso não quer dizer que não precisamos tentar melhorar. A questão é se aprofundar na concepção da unidade sem se imaginar melhor do que se é - sem pensar no eu. Talvez então tenhamos um insight sobre o que significa a iluminação. Ficará claro que o fim está no início e o início no fim; que, a partir desse ponto de vista, o tempo não existe; e que o centro que pensávamos ser nunca existiu."

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 40/41


domingo, 30 de julho de 2017

AMOR, CORAGEM E CONFIANÇA (1ª PARTE)

"Soube de um grupo de bombeiros que, ao combater um grande incêndio, experimentou um sentimento de grande unidade que eliminou todo o medo de perigo pessoal. Situações assim são frequentes. Numa crise súbita a pessoa pode esquecer de si mesma, deixar de defender sua posição autocentrada e mostrar uma extraordinária coragem. Mas nem sempre é assim. Quando ameaçadas de escassez, elas tendem a comprar provisões em quantidades ridiculamente grandes, porque a mente teve tempo para reagir e ocupar seu central.

Retirar-se do centro deve ser como uma surpresa, de algum modo iludindo o tempo. Isso não pode ser planejado de antemão. Mas há condições para essa retirada. Frequentemente menciona-se as virtudes. Podemos escolher algumas e nos examinar para ver se as desenvolvemos. Mas assim podemos fortalecer a posição autocentrada e nos afastar ainda mais da unidade, rumo a mais separatividade.

Ao examinar nossas virtudes, devemos atentar para todas elas, porque nenhuma pode florescer à custa das demais. Se isso ocorrer será um exagero que pode se tornar um vício. A virtude está na moderação.

Não pode haver regras rígidas e inalteráveis; cada um deve, como um bom mestre-cuca, juntar a quantidade certa de cada ingrediente. Isso significa que certas virtudes num determinado caso, devem ceder lugar a outras. Ao educar os filhos, tem-se que decidir quando o amor deve ceder à justiça e vice-versa. Todas as virtudes levadas à perfeição tornam-se uma só virtude. O amor perfeito expressa-se também como sabedoria perfeita.

A chave para manifestar as virtudes está na auto-observação e no autoconhecimento. Paradoxalmente, a preparação para deixar o centro pode ocorrer melhor de maneira inconsciente, ou pelo menos natural e espontânea. Todas as virtudes são expressões de uma atitude - e essa atitude nada tem a ver com estar no centro. Para ser virtuosa a pessoa precisa deixar o centro. (...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 40
www.revistasophia.com.br


sábado, 29 de julho de 2017

COMO SUPERAR O EGOCENTRISMO (PARTE FINAL)

"(...) Não vivemos somente como corpos, mas também como sentimentos e pensamentos. Nosso nível psíquico não é uma estrutura tão sólida quanto o corpo físico; é mais fluido. Nesse nível estamos muito mais intimamente relacionados com os outros.

Constantemente trocamos sentimentos e pensamentos com outras pessoas. Queremos 'congelar' nossos sentimentos e pensamentos, 'patentear' nossas ideias e protegê-las com direitos autorais. Como não podemos fazer isso, acabamos tendo problemas psicológicos. Examinamos as razões por que nos sentimos 'no centro'. Quais são os resultados desse sentimento? Eles não são diferentes das causas: uma crescente impressão de separatividade e medo de perder nossa posição.

Como estamos no centro, não podemos ver a nós mesmos como realmente somos. Vemos, nas outras pessoas, nossas próprias falhas e as criticamos. Esse tipo de crítica, mesmo não expressa, perturba o relacionamento com o nosso meio, e essa perturbação fortalece o sentimento de separatividade.

Por não conseguirmos nos ver, construímos uma imagem de nós mesmos que resulta em comparações: 'Eu sou melhor que fulano e sicrano.' Isso pode levar à arrogância ou ao desespero; de qualquer modo, leva a mais separação. Nas escolas a comparação é usada como incentivo, mas seu efeito sobre o caráter não é nada desejável. Krishnamurti dizia, em suas escolas: 'Não se compare a ninguém.' A crítica e a comparação com os outros surgem da noção de estarmos no centro e fortalecem essa noção.

Como as causas e os efeitos dessa posição central são as mesmas, podemos falar de um círculo vicioso infinito. Podemos esquecer causas e efeitos e ver somente a situação total, onde diferentes aspectos existem simultaneamente. Estar no centro, sentir-se separado, ter medo, criticar, comparar - tudo isso são expressões da situação em que estamos. Podemos simplesmente sair disso?"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 38/39)


sexta-feira, 28 de julho de 2017

COMO SUPERAR O EGOCENTRISMO (1ª PARTE)

"Durante uma palestra, Krishnamurti observou que a plateia estava desatenta e perguntou: 'Em que vocês estão interessados?' A conclusão foi que cada pessoa estava interessada em si mesma. Com poucas excessões, todos tendem, consciente ou inconscientemente, a ser egocêntricos, ou seja, a imaginar-se no centro. Mesmo ao imaginar uma bela paisagem, nós a vemos a partir do nosso ponto de vista e nos colocamos no centro.

Podemos dizer que essa tendência é simplesmente humana. Mas uma criancinha ainda não tem um sentimento definido do 'eu'. Ela às vezes fala de si mesma na terceira pessoa: 'Ana está com sede.' Com o tempo ela desenvolve o sentimento do 'eu'. Será que aprende com os pais ou com o ambiente? Ou esse sentimento será inato?

De qualquer forma, podemos ver facilmente as razões psicológicas dessa tendência. Nós nos colocamos no centro para nos proteger e nos autoafirmar. Temos medo de ser magoados ou desaparecer no anonimato. Esse medo significa que percebemos as pessoas e coisas de acordo com a nossa imaginação; imaginamos que elas podem nos magoar ou nos ignorar. O medo surge da noção de que há pessoas que não são 'nós', que estão separadas de nós.

Certamente é o caso no nível físico. Temos um corpo físico definido e aparentemente sólido. Sabemos que ele continuamente troca partículas atômicas com o ambiente, mas como não vemos isso acontecer, não conseguimos realmente acreditar. Estamos sujeitos à ilusão que nos leva a cuidar do corpo, a providenciar alimento, teto etc, se tivermos que permanecer no plano físico. Fisicamente percebemos que somos entes separados do ambiente; somos obrigados a colocar nosso corpo no centro para cuidar dele.(...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 38)


quinta-feira, 27 de julho de 2017

VERDADE

"Viver em verdade, com a verdade e pela verdade, inicialmente é difícil, e gera problemas, pois o homem veraz é perseguido pela maioria que mente. 

Mas, viver a Verdade é viver em Deus, em Deus que é Verdade.

Foi se baseando nisto que um homem chamado Gandhi pagou o alto preço da verdade, e sofreu por ela, mas alcançou a Graça Divina, e amorosamente serviu e ajudou milhões de sere humanos, e isto é que é ser realmente feliz.

Os medrosos fogem da verdade.

Os bravos vivem e morrem por ela.

Morrer na verdade é infinitamente preferível a viver enganosamente na mentira.

O caminho largo é feito de mentiras. Prefiro o Teu."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 52)