OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 30 de setembro de 2021

OS QUATRO ERROS

"Por que as pessoas acham tão difícil até mesmo conceber a profundidade e a glória da natureza da mente? Por que ela parece para tantos uma ideia tão exótica e improvável"?

Os ensinamentos falam e quatro erros que nos impedem de realizar imediatamente a natureza da mente:
  1. A natureza da mente está próxima demais para ser reconhecida. Tal como não conseguimos ver nosso próprio rosto, a mente também tem dificuldade de ver sua própria natureza.
  2. É profunda demais para ser sondada. Não fazemos ideia de quão profunda pode ser; se fizéssemos, já a teríamos realizado até certo ponto.
  3. É fácil demais para acreditarmos nela. Na verdade, tudo o que precisamos é simplesmente repousar na consciência pura desnuda da natureza da mente, que está sempre presente.
  4. É maravilhosa demais para que nos adaptemos a ela. Sua absoluta imensidão é vasta demais para caber em nosso estreito modo de pensar. Simplesmente nós não podemos acreditar nela. Nem talvez imaginar que a iluminação é a natureza real da nossa mente. 
Se essa análise dos quatro erros era verdadeira numa civilização como a do Tibete, devotada quase por completo à busca da iluminação, quão mais formidável e pungentemente verdadeira seria ela em face da civilização moderna, que é dedicada em alto grau ao culto da ilusão. Não há informações gerais sobre a natureza da mente. Quase nunca é mencionada por escritores e intelectuais; os filósofos modernos não falam dela de modo direto; a maioria dos cientistas nega até que ela possa existir. O assunto não faz parte da cultura popular: não é cantado em canções, não é tratado nas peças de teatro; e não está na TV. De fato, somos educados na crença de que nada além daquilo que possamos perceber com os nossos sentidos comuns é real. 

Apesar dessa negação maciça e quase generalizada de sua existência, temos às vezes breves vislumbres da natureza da mente. Eles podem ser inspirados pela elevação de uma obra musical, pela serena felicidade que experimentamos por momentos no contato com a natureza, ou pela mais comum das situações do cotidiano. Podem surgir quando vemos a neve caindo lentamente, quando vemos o sol nascer por trás de uma montanha, ou quando observamos um raio de luz entrar na penumbra do quarto de modo misteriosamente tocante. Esses instantes de iluminação, de paz e sublime felicidade acontecem para nós todos e permanecem conosco de maneira estranha. 

Acho que às vezes temos uma meia compreensão desses vislumbres, mas a cultura moderna não nos fornece nenhum contexto ou estrutura que nos ajude a entendê-los. Pior ainda, em vez de nos encorajar a investigá-los mais profundamente para descobrirmos de onde nascem, somos aconselhados, de maneira óbvia ou sutil, a abafá-los. Sabemos que ninguém nos levará a sério se tentarmos partilhar esses momentos. Assim, ignoramos aquelas que poderiam ser as experiências mais reveladoras de nossas vidas, se ao menos pudéssemos entendê-las. Esse é talvez o mais sombrio e perturbador aspecto da civilização moderna - sua ignorância e repressão a respeito de quem realmente somos."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 77/79


terça-feira, 28 de setembro de 2021

UMA ESPIRITUALIDADE VERDADEIRA

"O Nobre caminho Óctuplo de Buda traz sugestões práticas não apenas para elevação espiritual, mas também para se viver de maneira correta, criando uma sociedade coesa e não violenta e promovendo, assim, a espiritualidade. O primeiro passo é ter uma clara percepção da sociedade materialista e egoísta de hoje, com todos os seus deméritos e saber como se dissociar dela.

O segundo passo é a correta determinação. A pessoa deve ter um modo de vida não violento, não consumista e autocontrolado, aceitando dificuldades e inconveniências, inclusive a dor física que pode ocorrer no caminho.

O terceiro passo é falar a respeito disso sem medo. Os dois primeiros passos pertencem ao indivíduo. Compartilhá-los com o próximo é comunicar a sua visão e determinação por meio da correta linguagem. Se a pessoa não fala dos males da nossa sociedade, pode ser considerada cúmplice dela.

O quarto passo é consolidar e estabilizar o esforço. Não se deve permitir que a preguiça e a negligência detenham o esforço de viver corretamente.

O quinto passo, e o mais importante, é o correto viver. Essa é a ação básica de 'pular fora' e implica uma verdadeira compreensão individual da responsabilidade universal.

Atualmente é muito difícil buscar o viver correto e sem mácula. Os ensinamentos práticos de Gandhi sobre a autossuficiência e os princípios do autogoverno de uma aldeia são as únicas respostas ao atual modo de vida consumista.

O sexto passo é a correta atenção. No mundo de hoje, a violência e a desonestidade são a norma. Sem a correta atenção, a pessoa pode cair no fosso materialista sem se dar conta.

Os passos sete e oito, a correta concentração e a correta ação, são também essenciais para um modo de vida não violento. Se o Nobre Caminho Óctuplo for posto em prática, a pessoa pode se livrar de um sistema pernicioso e levar uma vida exemplar.

Para ter uma disposição espiritual ou religiosa e chegar a uma verdadeira transformação da mente, devemos pôr em prática as seguintes sugestões: 
  • Perceber os deméritos da civilização moderna e sua violência direta, indireta, estrutural e exploradora. Isso é correta visão.
  • Estarmos determinados a permanecer dissociados desse modo de vida ganancioso e egoísta, apesar das inconveniências e dificuldades. Isso é correta determinação.
  • Reduzir as necessidades ao nível mínimo e evitar qualquer desperdício de recursos. Gandhi disse que a Mãe Terra é capaz de satisfazer as necessidades de todos, mas não consegue satisfazer a ganância de um único indivíduo. Para salvar o planeta, devemos compreender as necessidades e negar a ganância.
  • Renunciar ao moderno paradigma de abundância. Isso inclui o uso dos meios de comunicação, viagens, computadores e outros males menores sem os quais a pessoa pode não se sentir capaz de atuar no mundo moderno.
  • Inovar a tecnologia, nos meios e nos métodos apropriados de consumo sustentável, senão a Terra pode não sobreviver.
  • Promover uma mente genuinamente espiritual, que seja capaz de transformar o indivíduo e, assim, o universo. Esta é a meta última da vida humana, e não envolve seguir qualquer tradição religiosa.  
Atualmente, mesmo as pessoas que alegam ser autoridades em tradições religiosas tornaram-se mundanas e vis, maculadas por emoções negativas. A prática de uma religião se tornou ritualizada e institucionalizada, razão por que Krishnamurti consistentemente rejeitava todas as tradições. Ele não rejeitava a essência da tradição, apenas a tradição prevalecente. É necessário compreender o que é uma mente verdadeiramente religiosa e o que é a verdadeira religião, livre de dogmas e rituais, tradições e linhagens. 

Krishnamurti resumiu a totalidade do ensinamento religioso da seguinte forma: 'A religião é algo que inclui tudo. Ela não é exclusiva. A mente religiosa não tem nacionalidade, não é provinciana, não pertence a um grupo particular. Não é o resultado de dois mil anos de propaganda, não tem dogma nem crença. É uma mente que se move do fato para o fato. É uma mente que compreende a qualidade total do pensamento, não apenas o pensamento óbvio, superficial, o pensamento educado, mas também o pensamento não educado, o profundo pensamento inconsciente e seus motivos. É uma mente que investiga a totalidade de algo, quando compreende o que é falso e o nega porque é falso. Então a totalidade da negação produz uma nova qualidade na mente que é religiosa, que é revolucionária.'"

(Samdhong Rinpoche - Uma cura para o planeta - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 36)


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

COLONIZAÇÃO ECONÔMICA

"Se alguém acumula riqueza para consumir o que é desnecessário, ele retira essa riqueza daquilo que pertence a outros; portanto, nada mais é do que um ladrão. Mas, se uma pessoa é incapaz de acumular  riqueza segundo o modo moderno, ele não pode levar uma 'vida digna'. Uma pessoa assim é classificada entre aqueles que estão abaixo da linha de pobreza, que precisam de mais assistência, mais fundo de desenvolvimento e mais oportunidades de emprego. Portanto, mais empréstimos e mais know-how são necessários, segundo os termos determinados pelo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial de Comércio e os governos das chamadas ' nações desenvolvidas'. Assim, as nações do Terceiro Mundo estarão sempre curvadas. O sistema econômico não apenas nos priva de nossa sabedoria e discriminação; rouba-nos também nossa dignidade e autorrespeito. 

Hoje, todos os sistemas geopolíticos e socioculturais são governados por um fator único, que é a economia de mercado. Outros ideais políticos e sociais, como democracia, direitos humanos, diversidade cultural e liberdade de consciência são meras palavras, destituídas de significado, usadas de maneira ornamental e metafórica e, se necessário, como simulacro de apoio. 

O colonialismo político chegou ao fim devido ao despertar dos povos sujeitos a essa dominação durante os últimos séculos. Atualmente essa prática foi substituída pela colonização econômica, que é muito mais perigosa. A ocupação política pode ser derrubada em pouco tempo, mas serão necessárias várias décadas ou séculos para se recuperar da dominação econômica - presumindo-se que haja uma chance de reconquistar essa liberdade. 

Como as prioridades econômicas suplantaram tudo o mais, o indivíduo se tornou egoísta, violento e destituído de fundação moral e ética. O moderno estilo de vida também destruiu as inclinações espirituais da maioria das pessoas. A essência da religião tem sido ignorada; as religiões e suas instituições têm sido usadas para fortalecer a intolerância e o conflito. A maioria das pessoas pensa que espiritualidade, moralidade e ética são empecilhos ao desenvolvimento material. Muitos dizem abertamente que 'religião é veneno' em termos de progresso. Uma pequena minoria pode não concordar totalmente com isso, mas diz mansamente que não há solução senão se submeter.

Na ausência de sabedoria e coragem para se opor ao mal, a pergunta natural é: 'O que podemos fazer?' Esta é uma pergunta muito importante. Seguindo o princípio de satyagraha de Gandhi, recomendo aos indivíduos que 'pulem fora' do moderno estilo de vida materialista, com seu consumismo excessivo e imoral, e compreendam qual é a sua responsabilidade com relação ao bem-estar universal. O macrouniverso é construído de microuniversos de indivíduos; o que quer que o indivíduo faça tem relevância e produz efeitos sobre o universo. Portanto, quando um indivíduo se dissocia do mal, um microuniverso desarmonizado pode se sintonizar. Assim, o planeta em mais chances de recobrar sua harmonia com o universo."

(Samdhong Rinpoche - Uma cura para o planeta - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 34/35)


terça-feira, 21 de setembro de 2021

UMA CURA PARA O PLANETA

"Segundo a tradição budista, o universo se manifesta por meio da força kármica coletiva e individual de todos os seres sencientes. A força kármica favorável gera formas que estão em sintonia com o processo vital, e o universo vivo cria um universo não vivo em sintonia com ele. Essa força positiva tem o poder de converter formas que não estejam em sintonia com o universo em formas que estejam sintonizadas. 

Durante o surgimento, o crescimento e a vida madura de um planeta existe coesão entre suas formas vivas e sua própria natureza. Isso é chamado de Era de Ouro, ou Satya Yuga. Mas, após um período de tempo específico, essa força kármica positiva gradualmente retrocede e uma forma kármica negativa ganha força. Isso cria conflitos e contradições entre os seres vivos e não vivos, e faz com que esses seres e o próprio planeta fiquem fora de sintonia com o universo, levando a uma total deterioração e aniquilação. Isso é chamado de Kali Yuga, ou Era de Decadência. 

Hoje em dia, nosso pequeno planeta está sofrendo de falta de coesão, o que resulta em conflitos. Os seres sencientes estão sujeitos a medo e a incontáveis misérias. Isso se deve basicamente à forma kármica coletiva dos seres vivos, que não é fácil de ser corrigida. Porém, não podemos esperar pela transformação dessa força coletiva para resolver nossos problemas. Precisamos de uma abordagem individual para regenerar a nós mesmos e ao mundo. 

'Sair da corrente' é a única solução possível para o mundo atual. Um nadador pode não ser capaz de reverter o fluxo de uma corrente marítima, mas pode ter a liberdade e a habilidade de sair da corrente e nadar em direção à praia. Logo que tiver feito isso, poderá ajudar a socorrer muitos outros. Cada um de nós, individualmente deve cair fora da corrente da civilização moderna e compreender sua responsabilidade universal. Dessa maneira, cada indivíduo pode se sintonizar o o universo.

Gandhi disse que nossos problemas são resultado direto da ganância e do materialismo da civilização moderna. Uma ideia semelhante foi expressa pelo cacique norte-americano Seattle, há mais de 150 anos. Hoje, o mundo se depara com cinco grandes desafios:
  • Aumento incontrolável da população, particularmente nos chamados países do Terceiro mundo.
  • Disparidade econômica crescente entre ricos e pobres.
  • Violência, guerras, terrorismo e o medo de armas de destruição em massa.
  • Degradação ambiental, como aquecimento global, os danos à comada de ozônio, a destruição das florestas e a escassez de água.
  • Intolerância cultural e religiosa; a religião, que deveria ser uma fonte de felicidade, passou a causar conflitos e divisão.
Sabemos desses problemas porque os experienciamos todos os dias. Cada um deles é uma ameaça para a paz, a felicidade e o bem-estar dos seres vivos, e pode terminar com a total aniquilação da Terra. Cada desafio tem facetas diversas e inter-relacionadas. A causa última desses problemas podem ser as forças kármicas negativas, coletivas e individuais, mas a condição imediata que facilita seus efeitos negativos é a civilização moderna, ou, mais acuradamente, a descivilização baseada na ciência e na tecnologia. 

A ciência e a tecnologia modernas beneficiaram uma pequena parcela da humanidade com produção de mercadorias supérfluas, ou seja, sem relação com as reais necessidades das pessoas; e monopólio dessa produção sob a forma de capital, ou do chamado know-how tecnológico.

Esses dois fatores permitem que poucos acumulem riqueza e explorem a natureza e os seres vivos de maneira indiscriminada e constante. Gradualmente os povos se tornaram dependentes. A produção industrializada exige consumidores, e a promoção de mercado é sua consequência lógica. Os fabricantes exploram as emoções negativas da humanidade a seu favor, emoções como o desejo de conforto e a miragem do lazer.

A base para infinita multiplicação de apegos e desejos como esses são a educação e a estrutura social de competição, que desde a infância gera ódio de várias formas. Competir significa, na melhor das hipóteses, ser um adversário de outros competidores, e, na pior, ser inimigo de todos. Nas escolas, os estudantes são estimulados a serem os melhores e a derrotar os restantes. E isso é chamado de 'competição saudável'... Na verdade, competição significa 'vitória do eu sobre os outros'; isso é nada mais que egoísmo e falta de consideração. Na perspectiva budista, a competição é uma coisa imoral, um dos piores comportamentos humanos possíveis.

A exploração do desejo, do apego e do ódio é muito fácil porque estamos sob a influência da ignorância. Aqueles que produzem bens de consumo não apenas exploram nossas emoções negativas, como o desejo e o ódio, mas também nos privam completamente da sabedoria e de discernimento. As pessoas perderam o poder de discernir quais são suas reais necessidades, o que é bom e o que é ruim. Aquilo que supostamente é bom para nós é determinado pelo mercado. Assim, um homem pode facilmente ser levado a acreditar que precisa de doze pares de sapatos e de dezesseis ternos para transitar na sociedade moderna e manter o status social."

(Samdhong Rinpoche - Uma cura para o planeta - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 33/34)


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

PLENITUDE E ABUNDÂNCIA

"Aquela paz sagrada que nada pode perturbar, e que é mencionada em Luz no Caminho, aquela 'paz que ultrapassa o entendimento', é rara. Todavia pode-se ter um vislumbre dela em alguém que possua a medida do silêncio interior, e cuja energia esteja acumulada. 

Pode haver maior abundância e plenitude com a adoção de uma abordagem à vida geralmente meditativa, em vez de uma abordagem de excessiva pressa. O instrutor budista Tarthang Tulku assegura que a meditação é o estado natural da mente, e, além disso, que toda a natureza da mente pode ser a nossa meditação. Esta é uma ideia tremendamente inspiradora. As nossas mentes estão continuamente presas ao processo de gerar ideias e explicações que criam mais ideias e explicações. Nossos diálogos e projeções internas, afirma Tulku, corrompem a proximidade da experiência. Na visão que surge de um estado meditativo, ele observa que podemos experienciar toda a existência como total e bela.

O que produz alegria pura e simples, em oposição a momentos de felicidade fugaz? A alegria jorra do interior, a felicidade pode ser transitória. Talvez a alegria seja uma resposta interior aos aspectos simples e genuínos da vida: uma manhã perfeitamente calma, o som das ondas do oceano quebrando na praia, o ritmo gentil do dia, em vez do passo frenético; um pensamento original, a grandiosidade da beleza em suas diversas formas, particularmente na natureza, na arte e na música, a simples gentileza de doar, algumas linhas de profunda sabedoria em um livro, em vez de uma multidão de ideias complexas demais para se assimilar; ou descobrir as partes mais quietas de nós mesmos e expandi-las em consciência desperta. Se coisas tão simples podem produzir profunda alegria, então as complexidades do viver moderno não são necessárias para estarmos bem. Em geral, elas tendem a trabalhar contra isso.

Toda situação tem seu próprio valor e significado inerente. É possível prestar atenção a essas coisas aparentemente pequenas e simples, que podem realmente ser mais significativas de que pensamos? Tudo pode ter beleza - a maneira como trabalhamos, pensamos e conversamos. Uma tal percepção natural não está centrada na memória nem na antecipação. Portanto, ela é simples e direta, solta e flexível. Como observa Tarthung Tulku, essa flexibilidade está lá porque não há expectativas, compulsões, interpretações ou planos predeterminados. A experiência torna-se nova, viçosa e bela.

Alguns dos maiores seres humanos levam, ou levaram, vidas admiravelmente simples. Em uma mente iluminada, talvez a qualidade tenha precedência sobre uma vida guiada pela quantidade, em suas muitas expressões - incluindo o consumismo. Portanto, vale a pena considerar os benefícios potenciais da simplicidade, para tentar descobrir uma vida plena, simples e abundante."

(Linda Oliveira - Sobre a simplicidade - Revista Sophia, Ano 19, nº 90 - p. 36/37)