quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A ORIGEM DO SECTARISMO


“As práticas religiosas são estabelecidas pelos profetas na forma de doutrinas. Homens de intelecto limitado, não conseguindo interpretar o verdadeiro significado dessas doutrinas, aceitam sua expressão exotérica ou externa e, gradualmente, caem nas formalidades, convenções e práticas rígidas. Essa é a origem do sectarismo.

O descanso no dia de sábado foi erroneamente interpretado como a obrigação de evitar todo tipo de trabalho – inclusive o trabalho religioso. Esse é o perigo em que incorrem os homens de entendimento limitado. Devemos recordar que não fomos feitos para o sábado, mas o sábado foi feito para nós; não fomos feitos para as regras, mas as regras foram feitas para nós; elas mudam conforme mudamos. Devemos aderir à essência de uma regra, e não nos aferrar dogmaticamente à sua forma.

Para muitos, mudar as formas e os costumes implica mudar de uma religião para outra. Não obstante, o significado mais profundo das doutrinas de todos os diferentes profetas é essencialmente o mesmo. A maioria das pessoas não compreende isso.

Há um perigo semelhante no caso daqueles que são dotados de grande capacidade  intelectual; eles tentam conhecer a Verdade Suprema apenas pelo exercício do intelecto; mas a Verdade Suprema só pode ser conhecida por experiência direta. A experiência direta é diferente da mera compreensão. Não nos é possível compreender intelectualmente a doçura do açúcar se não o tivermos provado. Do mesmo modo, o conhecimento religioso decorre da experiência mais profunda de nossa própria alma. Frequentemente nos esquecemos disso quando procuramos aprender a respeito de Deus, dos dogmas religiosos e da moralidade. Raramente buscamos conhecer essas coisas através da experiência religiosa interior.

É lamentável que homens de grande capacidade intelectual – bem-sucedidos no uso da razão para descobrirem as verdades profundas das ciências naturais e de outros campos do saber – pensem que também serão capazes de compreender intelectualmente as verdades religiosas e morais superiores. É também lamentável que o intelecto ou a razão desse s homens, em vez de lhes servir de ajuda, frequentemente constituem barreiras à sua compreensão da Verdade Suprema pelo único meio possível: experimentá-la na própria vida .”

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 59/60)


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