“- Pronto, São Pedro. Já larguei
tudo. Deixei moedas. Rasguei títulos. Esqueci fama e lauréis. Já não tenho
amizades, inimizades, partidos, crenças, credores, devedores, preocupações,
ocupações, empresas, empregados, apegos, amantes, saudades, lucros, luxos,
diplomas, ansiedades... Estou só. Sem nada. Por favor, deixa-me entrar!
- Volta, filho – respondeu o santo.
– Ainda vestes a última túnica, que te era útil enquanto na terra, mas agora
dela não precisas... Enquanto a vestires... Vai. Atira-a longe de ti. Quando
estiveres nu, volta: Livra-te primeiro da última veste... teu eu.
Tempos depois, novo diálogo.
- Bem filho, agora que
renunciaste ao eu, a porta do Céu
está aberta. O Céu é teu.
- Agora?! Para quê... meu bom
santo?!”
(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 151)
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