Foge dos outros.
Foge do tédio, do
perigo, da ansiedade, do vazio, da fome, da guerra, da privação, da morte...
Mas a fuga principal
é aquela por meio da qual procura escapar do encontro consigo mesmo.
Cada um se sente,
para si mesmo, a maior ameaça, a decepção maior.
O homem tem medo de
saber o que ele é. Todas as portas de escape são buscadas, contanto que se
aliene do que supõe ser.
LSD, aquisições,
aplausos, divertimentos, prazeres, euforizantes, vícios, pervertidos ócios,
negócios sufocantes... As portas são muitas...
Que pavor da
solidão!
Todas as portas
parecem válidas, mas são frustradoras.
Que pavor de escutar
o silêncio!
Silêncio e solidão
lhe parecem ameaças. Por isto são temidos e evitados.
Lastimável e trágico
erro!
Poucos podem aceitar que a salvação está na
direção oposta à da fuga.
A libertação, o
remédio e a paz estão no fim da estrada do silêncio e da solidão.
Foi-nos
insistentemente ensinado “conhece-te a ti mesmo”. Têm-nos insistentemente
repetido que a verdade nos salvará.
Mas até agora não
aceitamos.
E o escapismo
universal segue devastando o homem e tudo.
A procura de si
mesmo – em silêncio e só – é a esperança.
E a minha esperança
é que se voltem para ela todos os homens.”
(Hermógenes –
Mergulho na paz - p. 27/28)
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