sábado, 1 de dezembro de 2012

A REVOLUÇÃO


“Viva a Revolução!

Tem de haver uma Revolução!

Uma Revolução que mude as coisas, que feche feridas; apague ressentimentos;

Dê comida e teto; dê alegria e segurança; liberte o homem do medo que o desgraça; defenda todos nós do tédio; ilumine nossas vidas e vença a angústia.

Viva a Revolução que há de unir todos no bem!

É preciso mudar a sociedade.

É preciso antes mudar o homem e fazê-lo dizer:

- Se alguém muito além chora, lágrimas me vêm ao rosto.

- Se muito longe alguém se põe a rir, a mesma alegria move meus lábios.

- Sinto-me nascer quando, muito longe ou perto, alguém nasce. E morro com a morte dos outros.

- Se a dor fere alguém – não sei em que distante ou próximo povoado – eu, aqui, nas minhas carnes, sinto a mesma dor.

- Se um pecador cai em tentação, sou eu a pecar.

- Se algum santo – não sei onde – abençoa alguém, sou eu o santo, sou o outro, sou a benção.

- Eu sou tu mesmo em teus sofrimentos, em teus erros, em tuas nobrezas, vitórias e perdas. Somos um.

Quando cada homem tenha realizado empatia, identidade, simpatia... haverá lugar para espoliações, terrorismos, injustiças, passeatas, polícia, agitações, greves, choques, ogivas, colônias, psicodélicos, neuróticos, massacres, fomes, destruições, desnutrição, corrupção?

Vitoriosa a Grande Revolução Interior, para que a pretensa revolução exterior?”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – p. 32/33)


Nenhum comentário:

Postar um comentário