terça-feira, 10 de setembro de 2013

BUDISMO (1ª PARTE)

"A religião conhecida como Budismo é aquela que possui o maior número de seguidores no mundo. Apesar das dificuldades de se obter estatísticas exatas, podemos admitir que cerca de um terço da raça humana segue os ensinamentos de Budha. No Ocidente muita atenção tem sido atraída para esses ensinamentos pelo trabalho devotado de diversos orientalistas, que se fascinaram pelo encanto do próprio Budha tanto quanto por sua pureza, pela elevação dos seus preceitos.

Por muitas razões o Budismo exerce maior atração sobre a mente ocidental do que o Hinduísmo ou o Zoroastrismo, especialmente sob a forma na qual é ensinada na Igreja do sul. A Igreja do norte – o Budismo do Tibete e da China – está tão intimamente aliada ao Hinduísmo no seu ensinamento com relação aos deuses, à continuidade do ego, à vida após a morte, a ritos e cerimônias, e ao uso de mantras sânscritos que exerce menos atração sobre o ocidental. Pois a mente ocidental é essencialmente prática, em vez de metafísica. E está inclinada a sentir repulsa pelo excesso de retórica a respeito do mundo invisível e pelo ensinamento que se refere ao lado mais místico da religião. 

Na Igreja do sul, esse lado místico aparentemente desapareceu em grande extensão, pelo menos até onde diz respeito às traduções possuídas pelos europeus. Livros que tratam do lado mais místico não estão ainda traduzidos e, portanto, não aparecem perante o público do Ocidente[1]. O que eles reconhecem como Budismo é um maravilhoso sistema de ética, expresso na mais poética e bela linguagem. Nesse sistema, eles encontram ensinamentos morais unidos à rara liberalidade de pensamento, ao constante apelo à razão, à permanente tentativa de justificar e tornar compreensível os fundamentos sobre os quais a moral está erigida. Isso toca de modo muito forte as mentes de muitos ocidentais que se desviaram das apresentações mais grosseiras das religiões que estão em curso na Europa, e que buscam no Budismo um refúgio do ceticismo ao qual, de outra maneira, sentir-se-iam condenados. (...)"

[1] Desde quando estas palestras forma proferidas, muitos foram traduzidos. (N.E.)

(Annie Besant - Sete Grandes Religiões - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 73/79)


Nenhum comentário:

Postar um comentário