"(...) Outro aspecto do
problema torna-se aparente quando observamos a nós mesmos, sem querer ser ou
fazer isso ou aquilo, abrindo mão de trivialidades e superficialidades. Com
relação à profissão ou à ocupação, é necessário ter atenção e cuidadoso
discernimento. Mas existem inúmeras atividades superficiais da mente que não
têm propósito; seguem em frente mecanicamente. A mente está enredada em desejo,
e a mente-desejo sente-se viva quando está em estado de preocupação, medo ou
agitação. Ela não consegue se manter ocupada com coisas profundas; portanto,
mantém-se numa atmosfera de trivialidades.
A mente aquieta-se
quando o foco de sua atenção passa do pessoal para o impessoal, do trivial e
superficial para o real e significativo. O estado de quietude torna-se natural
quando pensamos em termos da natureza universal da experiência – dor, alegria,
luta e assim por diante -, porque o foco muda. Helena Blavatsky aconselhou aos
estudantes de espiritualidade a se demorarem nas verdades universais. À medida
que o foco muda, o interesse também muda.
Então, embora leve
tempo para a mente morrer, nós não desistimos. O desafio é interessante. O
estudante universitário acha seu trabalho cansativo quando só tenta conseguir
boas notas e um bom emprego, mas se seu interesse estiver desperto, ele
trabalha com alegria; assim, a estrada espiritual é o tempo todo ascendente,
mas quando há interesse, escalar é uma alegria."
(Radha Burnier – Revista Sophia, nº 33 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília – p. 41)
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