"Existem
muitas motivações para participar do serviço e do trabalho humanitário. A
motivação mais desprendida é o desejo de ajudar os outros a ajudar a melhorar
algumas das situações dolorosas, difíceis e injustas no mundo. Outra motivação
é o desejo de cumprir uma necessidade interna para fundamentar nossos impulsos
espirituais, solidificando nosso crescimento interior e dando expressão aos
nossos talentos e à nossa compaixão. Existem também benefícios secundários,
como a autoestima que surge a partir de uma contribuição real, a recompensa de
ver que os nossos esforços tiveram algum efeito em outra pessoa que, por
exemplo, adquiriu habilidades úteis como datilografar ou usar o computador
através da ajuda de um trabalhador voluntário, ou até mesmo o elogio e
satisfação de sermos apreciados porque estamos realizando um bom trabalho. A
motivação mais elevada é a de dedicar as nossas ações a Deus ou à Vida Una,
cumprindo o karma yoga, segundo o Bhagavad Gita, e nos aproximarmos cada
vez mais da unificação de nossa vida exterior com os nossos impulsos e insights espirituais mais profundos.
Contudo, poucos de nós realizam o serviço sem algum reflexo de ganho pessoal.
Será inútil esperar que nossa motivação seja completamente pura antes de decidirmos
prestar serviço. O melhor a fazer é simplesmente se lançar em algum trabalho
que você considere importante e que lhe agrade, não se preocupando
excessivamente com a sua motivação. Basta envolver-nos com uma boa causa para
deixarmos de lado nosso mundo pessoal estreito."
(Shirley
Nicholson - A Vivência da Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 93/94)
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