"Quando o Sol
desponta acima da linha do horizonte, Ravi desce do caminho estreito que leva
ao riacho para se banhar e dar início às meditações do dia. Enquanto se lava
ele canta os mantras que aprendeu com seu guru. O som da água da folhagem e dos
pássaros se fundem com seu canto e ele está em paz.
Ao sair do
riacho sua paz é subitamente quebrada. No primeiro passo fora d’água ele pisa
sobre um corpo frio e roliço. Seu coração dispara e ele espera da cobra uma
picada fatal. Ele retira rapidamente o pé, olha para o chão e percebe que
pisara em um pedaço de corda velha e molhada. A tranquilidade volta aos poucos
e ele se sente envergonhado, pois fora enganado por maya, a ilusão.
Assim como Ravi, estamos todos submetidos à ilusão. Ela está presente em toda a parte, nos
envolve em níveis diversos e nos induz a variados erros. A ilusão pode ser
simples, tal quando nos queimamos numa panela quente por não perceber seu
estado de calor, ou sutil, como ocorre nos devaneios psicológicos mais
profundos (...)."
(Guilherme
Santos Silva - Relatividade e Ilusão - Revista Sophia, Ano 2, nº 5 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)
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