"A natureza
do Absoluto é o mais enigmático e também o mais fascinante problema da
filosofia e da religião; embora destinado a permanecer para sempre sem solução
na filosofia, ele continuará a atrair a atenção dos filósofos de todos os
tempos. Por ser a Realidade suprema, denominada ‘Absoluto” ou Parabrahman, o próprio núcleo do nosso
ser, bem como a causa e a base do universo do qual fazemos parte, não podemos
escapar-lhe, do mesmo modo que nosso sistema solar não pode escapar do sol, em
torno do qual gira e de quem tudo recebe, que o conserva vivo e em movimento.
Ainda que o
Absoluto seja às vezes mencionado como Vazio, Trevas perpétuas, etc., e esteja
além da nossa compreensão intelectual, ainda assim é o conceito mais profundo em
todo o reino da filosofia, do ponto de vista do intelecto. O fato de ser
chamado de ‘Incognoscível’ não significa que esteja além do alcance do
pensamento filosófico ou religioso e seja algo sobre o qual não se deva ou seja
indesejável pensar. O próprio fato de o Absoluto ser o coração e a base do
universo deve torná-lo um dos mais empolgantes assuntos de investigação no
domínio do intelecto.
Embora os Vedas e os Upanishads enfatizem repetidamente que este Princípio, o mais
elevado e sutil em existência, está além da linguagem e do pensamento, ainda
assim sua principal finalidade parece ser a de dar aos que leem os livros
revelados a certeza de que tal Realidade Suprema existe no coração do universo
manifestado e que torná-la progressivamente realidade é o mais elevado objetivo
do esforço humano."
(I.K. Taimni - O Homem Deus e o
Universo - Ed. Pensamento, São Paulo, 1989 - p. 23)
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