"Durante a vida de Buda viveu também um assassino
chamado Angulimala, ou ‘colar de polegares’. Ele era conhecido por esse nome
porque de cada uma de suas vítimas arrancava um polegar, que usava num cordão
em volta do pescoço.
Buda ouviu falar de Angulimala e decidiu trazê-lo para
o caminho da paz. Nessa época dizia-se que Angulimala roubara e matara quase
mil pessoas, e que seu colar continha 999 polegares humanos.
Para encontrar Angulimala face a face, Buda seguiu
sozinho e a pé através da floresta onde se acreditava que o perigoso criminoso
se escondia. Angulimala o viu aproximar-se. Ele saltou por detrás de Buda com
um porrete na mão e tentou atingi-lo. O sábio, no entanto, tinha antecipado o
movimento e destramente evitou o golpe. O ataque continuou durante longo tempo,
mas Buda permaneceu destemido, com os olhos fixos no atacante, mantendo-se o
tempo todo fora do seu alcance.
Finalmente Angulimala ficou tão exausto que caiu ao
chão. Buda sentou-se ao seu lado, colocou a mão amorosamente no seu ombro e lhe
falou de maneira consoladora. O aturdido criminoso começou a chorar
violentamente, pois jamais alguém mostrara amor por ele antes. Eles
permaneceram sentados durante horas, o corpo de Angulimala tremendo com soluços
incontroláveis.
Essa experiência de compaixão transformou o criminoso
completamente. Ele pediu a Buda que lhe ordenasse monge e que lhe permitisse
viver com a comunidade Sangha. O Buda
aceitou. Angulimala adotou as práticas de meditação e autopurificação."
(Glenn H. Mullin
- A paz na visão budista - Revista Sophia, nº 26 – Pub. da Ed. Teosófica,
Brasília - p. 39)
Nenhum comentário:
Postar um comentário