"(...) Ora, você sabe com que frequência foi respondida
negativamente, no passado, a questão sobre uma pessoa poder conduzir uma vida
espiritual no mundo.
Em todos os países, em todas as religiões, em todas as
épocas da história mundial, ao formular-se essa pergunta, a resposta tem sido negativa
– o homem ou a mulher do mundo não podem conduzir uma vida espiritual. Esta
resposta vem desde os desertos do Egito, das selvas da Índia, dos mosteiros e
dos conventos dos países católicos, em todos os países e locais onde as pessoas
tentaram encontrar Deus afastando-se da companhia dos outros. Se, para conhecer
Deus e para conduzir a vida espiritual, é necessário fugir do convívio humano,
então esta vida é impossível para a maioria de nós, pois as circunstâncias nos
impedem de viver a vida mundana e de nos adaptar às suas condições, sem
separarmos o sagrado do profano.
Gostaria de dizer-lhes que esta ideia baseia-se em um
erro fundamental, amplamente nutrido em nossa vida moderna, não por indicar a
vida reclusa na selva ou no deserto, em cavernas ou mosteiros, mas por indicar
que o religioso e o secular precisam ser mantidos à parte. Esta tendência
surgiu em virtude de a forma moderna separar o assim chamado sagrado daquilo
que é denominado profano.
Gostaria de abordar, de forma ampla e vigorosa, o fundamento do que creio ser o pensamento correto e sadio neste assunto. O mundo é o pensamento de Deus, a expressão da Mente Divina. Todas as atividades úteis representam formas de Atividade Divina. As rodas do mundo são giradas por Deus, e nós somos apenas Suas mãos que tocam a roda. Todo o trabalho feito no mundo é o trabalho de Deus apenas. Tudo o que serve à humanidade e auxilia nas atividades do mundo é visto corretamente como Atividade Divina, e, de modo errado, quando chamado de secular e profano. O funcionário atrás do balcão e o médico do hospital participam, da mesma maneira, de uma atividade divina como qualquer pregador em sua igreja. Até que isto seja compreendido, o mundo será vulgarizado, e até que possamos ver uma vida em toda parte e tudo nela enraizado, seremos nós a demonstrar uma atitude desesperançosamente profana, cegos à visão beatífica, que é a vida uma em toda a parte, e do todo como expressão daquela vida.”
Gostaria de abordar, de forma ampla e vigorosa, o fundamento do que creio ser o pensamento correto e sadio neste assunto. O mundo é o pensamento de Deus, a expressão da Mente Divina. Todas as atividades úteis representam formas de Atividade Divina. As rodas do mundo são giradas por Deus, e nós somos apenas Suas mãos que tocam a roda. Todo o trabalho feito no mundo é o trabalho de Deus apenas. Tudo o que serve à humanidade e auxilia nas atividades do mundo é visto corretamente como Atividade Divina, e, de modo errado, quando chamado de secular e profano. O funcionário atrás do balcão e o médico do hospital participam, da mesma maneira, de uma atividade divina como qualquer pregador em sua igreja. Até que isto seja compreendido, o mundo será vulgarizado, e até que possamos ver uma vida em toda parte e tudo nela enraizado, seremos nós a demonstrar uma atitude desesperançosamente profana, cegos à visão beatífica, que é a vida uma em toda a parte, e do todo como expressão daquela vida.”
(Annie Besant - A
Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 14/15)
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