"Por um hábito antigo, durante muitas vidas a mente de vocês se identificou tanto com o corpo, o mundo objetivo e as opiniões alheias que esqueceu sua aptidão de se manter afastada, livre do corpo denso, e de raciocinar sozinha, sem a necessidade ou a pressão das opiniões alheias.
Em geral, a mente atua sob a influência de desejos, a maioria deles à procura de satisfações de natureza sensória, limitadas pelo tempo e pelo espaço.
A mente comum não pode idealizar nada que não tenha nome e forma, é incapaz de conceber o que é eterno. Ela desperta com o corpo e continua identificada com ele durante o dia inteiro. Por isso, repetir apenas 'Deus existe e é muito misericordioso' não muda em nada o apego que se tem pelo corpo.
É com grande dificuldade que rapazes como vocês conseguem imaginar, intelectualmente, o que seja a Realidade Suprema, ou Deus. Por isso, é absolutamente necessário que vocês mudem de mentalidade e submetam-se a uma austera disciplina diária, sempre à mesma hora. Dentro de pouco tempo, um ano ou talvez seis meses, constatarão que a mente lentamente aprenderá a nova lição e se dirigirá naturalmente a Deus. Recordar o Ideal Escolhido em todas as ações diárias será de grande ajuda para que, paulatinamente, a mente aceite a nova mudança. No momento, ela vê e acredita que nada existe além do mundo transitório dos sentidos, mas, pela força da prática constante, ela sentirá que seu único dever é dirigir-se a Deus. (...)
(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p. 47/48)
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