quarta-feira, 26 de março de 2014

O MANTRA

"Todas as Escrituras Sagradas da Índia consideram o mantra um meio eficaz de atingir o Supremo. É o que os Vedas e Upanishads ensinam desde os tempos mais remotos. Dizem que quando se pratica essa disciplina, o próprio Senhor vem em socorro de seu devoto. Nesse caso, a purificação interior é inteiramente realizada pelo japa. Essa prática pode chegar, até mesmo, a eliminar completamente o gosto pelas experiências mundanas. Pouco a pouco, manifesta-se uma transformação total da natureza do devoto. Sri Ramakrishna disse um dia: - Quando um rei quer visitar a casa de um súdito, envia primeiro os móveis e a louça. O súdito pode, então, recebê-lo dignamente. O mesmo ocorre em relação ao devoto. As qualidades divinas manifestam-se nele.

Ao meditar num mantra, não pensamos no significado das palavras, pois, naquele momento, o próprio mantra está identificado com o ideal espiritual. Ao repeti-lo, estabelecemos um contato direto com nosso ideal espiritual. Trata-se de uma prática de concentração intensa que também aviva todos os sentimentos afetivos, pois é preciso amar profundamente seu Ishta, o ideal escolhido.

Por representar Deus a nossos olhos, o Ishta nos é particularmente agradável. Dizemos a nossos olhos porque Deus é infinito, mas também pode ser considerado com atributos. Não podemos obter a visão verdadeira do Infinito. Somos obrigados a escolher um aspecto ou os aspectos que tocam mais particularmente a natureza de cada um de nós. Por exemplo, alguns são atraídos pelo poder, outros pelo amor, outros ainda pela doçura ou sabedoria. “ (...)

(Swami Ritajananda - A Prática da Meditação - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro - p.4/5)


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