...um caminho de fio de navalha, difícil de trilhar e difícil de atravessar.
"O Caminho do Meio, sem dúvida é o caminho do fio da
navalha. Manter-nos no estreito fio da navalha é uma tarefa difícil. Não é
preciso dizer que qualquer hesitação faria o homem cair no outro lado. Até
mesmo o mais leve, até mesmo um pequeno movimento da mente levaria o aspirante
a um dos extremos, o da esquerda ou da direita. A mente não consegue percorrer
o Caminho do Meio por seus próprios esforços. Um caminho assim seria apenas um
meio-termo entre os dois opostos. Mas o Caminho do Meio não é um meio-termo
entre dois extremos – não é com um pouco de indulgência e um pouco de negação
que se produz o Caminho do Meio. O Caminho do Meio é aquele no qual não há indulgência
nem negação. É na completa negação tanto da indulgência como da resistência a
ela que o Caminho do Meio é percorrido. Mas a mente só conhece a indulgência e
a negação, ou um meio-termo entre as duas, que ela chama de sínteses entre os
dois extremos. A mente não consegue percorrer o caminho do meio por seus
esforços conscientes – e só quando os esforços da mente cessam e o controle é
assumido pela Inteligência, por Buddhi,
que o Caminho do Meio é percorrido. Ele é como um fio de navalha porque é muito
estreito – é como uma linha matemática que tem extensão, mas não possui
largura. Não pode ser concebido pela mente. Atman
deve ser encontrado no Caminho do Meio – o caminho que não é conhecido pela
mente, mas ao longo do qual a mente se move quando é iluminada e guiada pela
Inteligência ou Buddhi."
(Rohit Mehta - O
Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 74)
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