sexta-feira, 30 de maio de 2014

ILUSÃO OU VERDADE?

"Se a humanidade, ou qualquer parte, dela tiver de progredir em qualquer medida real, isto apenas poderá ser feito por uma mudança verdadeira, através de forças que geram melhorias nas mentes das pessoas, nos seus gostos, nas suas visões, valores e comportamentos, e não através da criação de ilusões prazerosas e atribuições de virtudes imaginárias a homens ou objetos, seja para lucro, para fins tirânicos ou de glória. Criar impressões que não correspondem à verdade deixam as coisas como estão e dão origem a ações da parte da própria pessoa e da de outros que positivamente impossibilitam qualquer real mudança para melhor. Qualquer glorificação, que não se origine de um sentimento real pela pessoa e apreço pelas suas qualidades, é apenas um truque de feitiçaria e produz hipnotismo de massa, como foi o caso na Rússia, na Alemanha e outros lugares. A bolha, por mais colorida que ela possa afigurar-se em determinada ocasião, eventualmente terá que romper-se e depois haverá desilusão e uma forte reação àquilo que se realizou anteriormente.

Falando de amor ou afeição, o mundo seria melhor pela realidade do amor no coração das pessoas, ou pela simulação do amor que pode revestir-se de muitas formas enganosas? Pode-se criar uma impressão de amizade, como é feito pela estrutura política portentosa, mas isto é apenas parte do jogo diplomático. O que conta é o sentimento ou o espírito de amor dentro da pessoa e isto é o que ajuda os demais. Eu não sei a extensão do bem de ‘fingir uma virtude, se você não a tem’. Podemos satisfazer-nos facilmente com o fingimento e não atentar para a realidade. Se o substituto opera bem, por que preocupar-nos em encontrar a peça genuína?"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 26/27)


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