"Que disseste, Paulo? Foste raptado ao terceiro céu? E eu, que nem conheço o primeiro e o segundo céu...
Ah! já sei, já sei...
Foste raptado para além do primeiro céu dos sentidos e para além do segundo céu da mente.
Foste raptado ao terceiro céu do espírito.
Eu conheço bem o primeiro céu, conheço também o segundo céu - nada sei do terceiro céu.
Creio no céu do espírito, que espero para depois da morte.
Mas tu entraste no terceiro céu, em plena vida.
E lá no terceiro céu tu ouviste 'ditos indizíveis' - que transformaram a tua vida terrestre.
'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus preparou àqueles que o amam.'
Para além dos sentidos e da mente do meu ego humano - eu me deixarei raptar para o terceiro céu do meu Eu divino.
Enquanto eu me identificar com o ego, que não sou, não sou raptável.
Enquanto eu viver satisfeito no primeiro céu dos sentidos e no segundo céu da mente, ninguém me pode raptar para o terceiro céu do espírito, que sou.
'Transmentalizai-vos, porque o Reino dos Céus está ao vosso alcance'.
Se eu não me transmentalizar, não ultrapassar o meu ego do aquém, não serei raptado para as regiões do Além.
Deus respeita o meu livre-arbítrio.
Enquanto eu não abrir a porta para que alguém possa entrar no recinto do meu ser...
Raptar-me não está em meu poder - em meu poder está somente abrir as portas para ser raptado.
E os 'ditos indizíveis' do meu terceiro céu ecoarão através do meu primeiro e segundo céu."
(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 157/158)
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