domingo, 26 de outubro de 2014

CONVIDA A DEUS PARA TEU SÓCIO!

"Meu amigo! Se eu te dissesse que, para solveres certos problemas dolorosos da vida, devias 'orar' ou 'rezar', talves terias um gesto de desilusão ou pouco caso. E eu te compreendo, porquanto, para milhares e milhões de cristãos 'orar' quer dizer pedir, mendigar ou recitar determinada fórmula - e depois aguardar a decisão de Deus, de um Deus que, como eles entendem, reside em algum misterioso recanto do universo, para além das estrelas e vias-lácteas, e , por exceção, visita a nossa terra.

Por isto, não vamos falar em 'oração'. Em vez disto sugiro o seguinte: quando te achares em dificuldade de qualquer natureza, ou quando tua mente estiver repleta de amargura ou revolta, suspende por alguns minutos todo e qualquer pensamento nessa direção; não penses em nada; faze de tua mente uma espécie de vácuo, carta branca, um silencioso deserto. E, quando estiveres inteiramente calmo e sereno, dize pausadamente: 'Convido-te, Senhor, para seres meu sócio e meu conselheiro neste impasse em que me encontro! Ilumina os caminhos da minha vida, para que eu veja claramente o que, neste momento, devo fazer ou deixar de fazer! Dá-me a força necessária para que eu possa fazer o que está certo! Ajuda-me, Senhor! Sê meu sócio e companheiro, tu que sabes mais do que eu!'...

Repete, muita vezes, o mesmo pedido, ou melhor dize positivamente: 'Tu, Senhor és meu sócio, e eu estou certo de que me ajudarás eficazmente, com teu poder e tua sabedoria. Eis-me aqui às tuas ordens! Não fales a esse 'senhor' como se fosse alguém ausente; esse 'senhor' é teu próprio centro, teu Eu central; desperta-o do seu sono. Depois de te manteres uns cinco minutos nesse clima, verificarás que os horizontes se vão desanuviando lentamente; as nuvens da amargura e revolta dissipam-se ao avanço da luz da serenidade; o teu despeito cederá lugar a uma atitude de compreensão e benevolência.

Em vez de esbarrares, qual besouro estonteando, contra as vidraças de uma janela fechada e caires, finalmente, exausto, sobre o peitoril da janela para morrer; em vez dessa manobra ridícula e estúpida, olha calmamente em derredor - e acabarás por descobrir, com grata surpresa, que, a dois passos da janela fechada, há uma porta aberta de par em par, pela qual poderás ganhar sem esforço a liberdade e sair da tua prisão voluntária."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda, São Paulo, 1982 - p. 95/96)

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