domingo, 1 de fevereiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (3ª PARTE)

"(...) A autopreservação é o instinto de vida mais poderoso. Não pode estar, e não está, fundada numa ilusão, do contrário como poderia a própria ilusão brotar de uma ausência total de consciência? Essa ideia desafia inteiramente a lógica.

E quanto ao Islã? Como poderá um muçulmano piedoso acreditar que sua alma ganhará o paraíso pelo simples fato de ele matar um 'infiel'? E que 'paraíso' é esse? Terá alguma vez sido descrito em termos que lembrem a libertação absoluta na onipresença, ou moksha?

Se só o hinduísmo ensina essa verdade espiritual, seguramente tal se dá porque só o hinduísmo não ficou confinado à 'camisa-de-força' da organização religiosa! Cresceu naturalmente, bem ao contrário, e não foi sufocado pela atmosfera densa dos decretos oficiais que prescreviam qual é e qual não é a verdade suprema.

Yogananda mostrava-se cáustico em relação aos rituais religiosos encenados para proveito dos sacerdotes. O Gita, sustentava ele, adverte contra o anseio até mesmo de um paraíso astral como recompensa de uma vida santa na Terra. Quem deseja um 'paraíso' qualquer que não a unidade com Deus - a única e excelsa Fonte de Bem-Aventurança Absoluta - mergulha na ilusão. O Bhagavad Gita ensina as verdades superiores; mas quantos hindus - até eles - captam a mensagem? Muitos querem também alcançar algum plano limitado como Swarga ou Vaikuntha - imagens de um 'paraíso' agradável ao ego. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 103/104)


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