"(...) Para inúmeras pessoas, o Bhagavad Gita ensina apenas o Karma Yoga - como ser bom, fazer o bem, servir ao próximo. Nenhuma ação edificante é má, por certo; mas convém entender com precisão que o ensino de Krishna nessas passagens do Gita aponta para uma verdade além da dualidade - verdade que não reconhece contraposição nem possibilidade de queda futura, nenhuma limitação da consciência do ego, apenas liberdade absoluta no Eu Infinito. Até o samadhi deve ser buscado num espírito de completo repúdio à identificação mesquinha com o corpo, o ego, a família, os gozos astrais ou terrenos. Com efeito, para o verdadeiro yogue, os próprios paraísos astrais são um ideal menor, algo a ser antes desdenhado que perseguido.
Finalmente, como escreveu meu Guru, 'O viajante contumaz do caminho da teologia raramente prova um gole ao menos da água pura e divina da verdade. Apetece unicamente beberagens coloridas e artificiais! Esse desejo por novidades só o conduz para a região desértica da dúvida intelectual'. Mas aquele que tem sede de Deus, conclui Yogananda, anseia apenas pelo néctar da bem-aventurança absoluta, infinita."
(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 104)
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