sexta-feira, 10 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (2ª PARTE)

"(...) A vida, de certa forma, parece com a crise de asma. Quando sobrevém, a vítima, sentindo-se meio afogada, desencadeia os maiores esforços no sentido de respirar mais fundo e, quanto mais se esforça, mais cresce a tensão e consequentemente a dificuldade de respirar, pois o esforço redobra desastrosamente a produção de secreção, além de acentuar a necessidade respiratória. Muita gente tem melhorado com um simples truque que tenho ensinado. Consiste em recostar-se frouxamente, imóvel e, sem medo, com a mais perfeita confiança, e mentalmente dizer: 'Deus tomará conta de mim.' Com isso, a crise vai-se reduzindo até cessar de todo.

Quem sabe fazer ishvarapranidhana não se perturba diante de nada. Como filho que confia no pai, acata a resposta que este lhe dá. Aceita o que lhe é concedido. Seja o que for.

O yogue procura afinar sua vontade com a de Deus, e nessa sintonia desconhece drama, angústia e desespero, vencendo todas as crises.

Aqui como em outras partes, uma apreciação viciosa poderá ver neste preceito um conselho à indolência, à indiferença, à irresponsabilidade. Seria realmente estúpida uma atitude de tal comodismo, um viver passivo e inútil, à espera (somente) de Deus. Tal forma de parasitismo não é ishvarapranidhana. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 239/240)
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