OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador culpa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador culpa. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 6 de março de 2014

O "EU" AUTOCENTRADO (PARTE FINAL)

"(...) Ao se relacionar com as pessoas, você é capaz de perceber em si mesmo sentimentos sutis de superioridade ou inferioridade em relação a elas? Quando isso acontece, é o ego que está se manifestando, porque ele precisa da comparação para se afirmar.

A inveja é um subproduto do ego que se sente diminuído quando algo de bom aconece com alguém, quando alguém possui mais, sabe mais ou tem mais poder do que ele. A identidade do ego depende da comparação e se alimenta do mais. Ele se agarra a qualquer coisa. Quando nada funciona, as pessoas procuram fortalecer seu ego considerando-se mais injustamente tratadas pela vida, mais doentes ou mais infelizes do que os outros. (...)

O 'eu' autocentrado tem também necessidade de se opor, resistir e excluir para manter a ideia de separação da qual depende sua sobrevivência. Assim, ele coloca 'eu' contra 'os outros' e 'nós' contra 'eles'. O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer paz, alegria e amor, não consegue suportar a paz, a alegria e o amor por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz. A sua infelicidade não vem dos fatos da sua vida, mas do condicionamento da sua mente.

Você se sente culpado por algo que fez - ou deixou de fazer - no passado? Uma coisa é certa: você agiu de acordo com o nível de consciência ou de inconsciência que tinha na época. Se estivesse mais alerta, mais consciente, teria agido de outra maneira.

A culpa é outra forma que o ego tem para criar uma identidade. Para o ego não importa que essa identidade seja negativa ou positiva. O que você fez ou deixou de fazer foi uma manfiestação de inconsciência, que é natural da condição humana. Mas o ego personifica a situação e diz 'Eu fiz tal coisa' e assim cria uma imagem de si mesmo como 'ruim, falho e insuficiente'. A História mostra que os seres humanos cometeram inúmeros atos violentos, cruéis ou prejudiciais contra os outros e continuam a cometê-los. Será que todos os seres humanos devem ser condenados? Será que são todos culpados? Ou será que esses atos são apenas expressões de inconsciência, um estágio no processo de evolução do qual estamos nos libertando? (...)

Se você estabelece objetivos autocentrados na sua busca de libertação e de autovalorização, mesmo que os atinja, eles não irão satisfazê-lo. Estabeleça objetivos, sabendo porém que o mais importante não é atingi-los. Quando alguma coisa inesperada acontece, fica demonstrado que o momento presente - o Agora - não é apenas um meio para atingir um fim: cada momento do processo é importante em si. Busque seu objetivo valorizando cada passo da caminhada. Só assim você não se deixará dominar pela consciência autocentrada."

(Eckhart Toole - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 27/30)
www.sextante.com.br


terça-feira, 4 de março de 2014

CULPA

"Frequentemente, ouço as pessoas dizerem que 'um pouco de culpa faz bem à alma', mas não concordo. Não estou falando sobre o remorso genuíno em relação a um erro que podemos remediar; refiro-me ao tipo de culpa autopunitiva que é acompanhada por sentimentos de baixa autoestima e inadequação.

Muitas vezes nos sentimos culpados devido a algum tipo de expectativa autoimposta sobre como deveríamos ser. Então mentimos, porque temos medo de ser punidos se dissermos a verdade. Mais tarde, nos arrependemos e sentimos culpa por termos mentido ou cometido tais erros. No íntimo, achamos que pecamos e que devemos ser punidos.

Qualquer forma de autocondenação é prejudicial à alma. A culpa não só cria desarmonia nos corpos espiritual e emocional como também está relacionada a muitos dos problemas de saúde de que sofremos."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 55)

sábado, 18 de janeiro de 2014

TRABALHO INTERIOR

"Muitas pessoas ficam assombradas e desestimuladas quando percebem pela primeira vez suas qualidades e padrões negativos. Na realidade, é bastante humano termos falhas! Todos temos falhas! É importante encará-las suavemente e não se sentir culpado nem derrotado quando as percebemos. Encarar as próprias falhas pode ser doloroso, mas não devemos nos deixar vencer. Ver nossas próprias falhas é um primeiro passo absolutamente necessário para mudar. Se não estivermos percebendo o erro, não poderemos corrigi-lo. Não devemos ficar desestimulados quando falhamos no nosso aprimoramento pessoal, como realmente ocorrerá repetidas vezes. Mas é a prática a longo prazo, a intenção a longo prazo no sentido de transformarmos nossas vidas para adotar um rumo mais espiritual que constitui o fator importante e não os fracassos nem decepções momentâneos. (...)

O propósito da auto-observação é descobrir e erradicar padrões indesejados, substituindo-os por padrões mais sadios e mais realistas. Se nos encararmos com demasiada seriedade, concentrando excessiva energia em nós mesmos, estaremos derrotando o propósito global."

(Shirley Nicholson - A Vivência da Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 1996, p. 66/67)


quarta-feira, 12 de junho de 2013

ATITUDE FUNDAMENTAL DO BHAGAVAD GITA

"Segundo a concepção cósmica da filosofia oriental, toda a atividade do homem profano é fundamentalmente trágica, eivada de culpa, ou karma, porque quem age é o ego, e esse ego é uma ilusão funesta, e tudo o que o elo ilusório faz é necessariamente negativo, contaminado de culpa e maldade. 

Se tal é toda e qualquer atividade do homem profano, então estamos diante de um dilema inevitável: ou agir e onerar-se de culpa - ou não agir e assim preservar-se da culpa.

Grande parte da filosofia oriental optou pela segunda alternativa do dilema: não agir, entregar-se a uma total inatividade, abismar-se numa eterna meditação passiva, a fim de não aumentar o débito negativo do karma

O Bhagavad Gita, porém, não recomenda nenhuma dessas duas alternativas: nem o não agir e preservar-se de culpa, nem o agir e cobrir-se de culpa. O Gita descobriu um terceiro caminho: o do agir sem culpa ou karma. O Bhagavad Gita recomenda o caminho do reto agir, equidistante do falso agir e do não agir.

Como pode o homem agir sem se onerar de culpa?

O falso agir é um agir por amor ao ego; mas o reto agir age por amor ao Eu, embora através do ego, e assim a sua atividade não é culpada. 

O reto agir, por amor ao Eu verdadeiro, não só não cria uma nova culpabilidade no presente e no futuro, mas neutraliza também o karma do falso agir do passado, libertando assim o homem de todos os seus débitos. É nisso que consiste a suprema sabedoria do Bhagavad Gita.

Mas para que o homem possa agir assim por amor ao Eu verdadeiro, deve conhecer esse Eu, deve conhecer a verdade sobre si mesmo.

É o que Krishna explica a seu discípulo Arjuna através dos 18 capítulos que perfazem o diálogo deste poema metafísico; autoconhecimento para tornar possível a autorrealização pelo reto agir.

A quintessência do Gita é, pois, um convite para o reto agir, porque o homem não se realiza nem pelo não agir, nem pelo falso agir.

A alma do Bhagavad Gita é um poema de autorredenção pela autorrealização baseada no autoconhecimento.

Homem, conhece-te a ti mesmo!

Homem, realiza-te!"

(Huberto Rohden - Bhagavad Gita - Krishna - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 1/12)


A LIBERDADE DA CULPA E A NECESSIDADE DA PENA (1ª PARTE)

"Com o despertar da inteligência, que é o nascimento do homem ego, nasce no homem a liberdade, ou o livre-arbítrio, mas de uma forma ainda imperfeita e inconstante. O homem que, no estado pré-intelectual, não podia fazer nem o bem nem o mal, agora pode fazer o bem e o mal; mas oscila ainda entre esses dois extremos.
Este livre-arbítrio parcial torna o homem parcialmente responsável por seus atos. O homem é responsável por seus atos na proporção em que age livremente.
Harmonizar com o Todo é bom - não harmonizar é mau.
A harmonia com o Todo se revela como Verdade, Justiça, Amor, Benevolência, Solidariedade, Reverência em face da Vida, Felicidade, etc. A desarmonia se revela no contrário.
Quando o homem desarmoniza livremente com o Todo, crea um débito ou uma culpa.
Essa culpa, porém, exige imperiosamente uma pena, ou seja, um sofrimento. Por quê?
Para manter o equilíbrio do Universo. Se houvesse culpa sem pena, poderia o homem aumentar indefinidamente os seus débitos, as suas revoltas contra a Constituição Cósmica do Universo, até desequilibrar tudo e converter o cosmos em um caos.
A pena ou o sofrimento é uma espécie de válvula de segurança contra esse desequilibramento anticósmico; pois, assim como o gozo é vital, o sofrimento é antivital e, como tal, um freio para que o infrator pare no caminho das suas infrações anticósmicas. Se persistir em aumentar as suas infrações, destrói-se a si mesmo pelo excesso de antivitalidade, até acabar na auto-extinção ou "morte eterna".
A necessidade da pena, que segue à culpa livre, é a garantia da estabilidade do Universo. Se o infrator da harmonia cósmica quiser viver, e não morrer por suicídio metafísico, tem de parar nas suas infrações, revogar a desarmonia e voltar à harmonia com o Todo. 
O homem ego, pela semiluz da inteligência (lúcifer) comete a culpa e provoca a necessária reação a ela em forma de pena ou sofrimento (lei de causa e efeito, karma). Mas esse mesmo sofrimento provocado pela culpa atua também como prelúdio da redenção.
A inteligência do ego produz o sofrimento pela culpa - e a razão do Eu supera culpa e sofrimento e prepara o gozo pela redenção de ambos. 
Pensam os ignorantes que a humanidade do presente seja pior do que a de séculos passados. Com a mesma lógica, ou falta de lógica, poderíamos afirmar que um rapaz de 25 anos é pior que um menino de 5 anos, porque este é inocente e puro, e aquele está cheio de pecados e impurezas. 
Verdade é que, objetivamente, a humanidade de hoje é bem mais pecadora do que a da Idade Média. Por quê? Porque a inteligência do seu ego é mais desenvolvida e tem mais possibilidades de crear desarmonias com o Todo. Mas, por outro lado, essas culpas também crearam penalidades muito maiores do que em séculos pretéritos, e, como pena é prelúdio de redenção, podemos afirmar que o homem presente está mais perto da redenção do que o de épocas anteriores. Quando o filho pródigo estava guardando os porcos do seu tirano, no nadir da degradação, estava ele mais próximo da redenção pelo regresso, porque mais perto do ingresso em si, do que antes do egresso. 
Através da felix culpa do necessarium peccatum (palavras do hino pascal Exulter) engendra o homem a tragicidade do seu destino, o seu roteiro evolutivo. O animal infra-ego não pode chegar ao Eu se não passar pelo ego. Ninguém pode chegar do antepenúltimo ao último a não ser que passe pelo penúltimo."

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 31/32)