OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 15 de maio de 2025

A BENEFICÊNCIA

"11. A beneficência, meus amigos, vos dará nesse mundo os mais puros e suaves prazeres, as alegrias do coração, que não são perturbados pelo remorso nem pela indiferença. Oh! se pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das almas belas, esse sentimento que faz a criatura olhar as outras como olha a sí mesma. despindo-se, jubilosa, para cobrir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar a essas festas alegres quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias que, da vida, apenas conheceram as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados irradiarem subitamente de esperança, porque, não tendo pão, esses infelizes ouviam seus filhinhos, ignorando que viver é sofrer, gritando, repetidamente, a chorar, estas palavras, a se enterrarem nos corações maternos como agudo punhal: Estou com fome!... Oh! compreendei como são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e recordai-vos destas palavras do Salvador: 'Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!'

Caridade! Sublime palavra que resume todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Ao te praticarem, eles criarão para si infinitos gozos no futuro e, quando se acharem exilados na Terra, tu serás a sua consolação, o gozo antecipado das alegrias que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divinal, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade de que desfrutei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na palavra do amigo que lhes fala: É na caridade que deveis buscar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio contra as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família, quantos velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai em profusão a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, definham na dor e no isolamento. Colhereis na Terra bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... - Adolfo, bispo de Argel. (Bordeaux, 1861.)"

Texto extraído do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, FEB, 2018, p. 179/180.
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terça-feira, 13 de maio de 2025

A BUSCA ESPIRITUAL


"A luta para saber quem eu sou, em verdade e espírito, é a busca espiritual. O movimento em mim mesmo da máscara para a face, da personalidade para a pessoa, do ator que representa para o Rei da câmara interna, é a jornada espiritual. Viver, trabalhar e sofrer nesta margem com fidelidade aos sussurros da outra margem é a vida espiritual. Manter a chama do anseio espiritual viva é estar radicalmente aberto ao presente e recusar acomodar-se em confortáveis dogmas religiosos, certezas filosóficas e sanções sociais.

Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que eu pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da máscara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.

Apego-me ao rebanho por conforto. Juntos nós tecemos variadas vestimentas para cobrir nossa nudez. Guardamos o segredo de nosso nada com uma agilidade ansiosa para que não sejamos descobertos. 

Ocasionalmente, ouço uma voz pronunciada em algum recesso escuro de mim mesmo. Algumas vezes é o suave soluçar de uma criança solitária. Em outros momentos, é o grito angustiado de uma consciência que testemunha. Ainda em outras ocasiões é a ordem retumbante de um rei. Quem é você? Pergunto. EU SOU.

O que estou perguntando quando pergunto 'Quem sou eu'? Que tipo de resposta seria aceitável? Será que quero um relatório de minhas relações genealógicas e sociais? Uma lista de minhas características raciais e biológicas? Um catálogo de meus traços psicológicos meus gostos e aversões, desejos e medos? Estas são todas as coisas que moldam a minha personalidade. Mas de quem é esta personalidade? Quem usa esta máscara? Em resposta a uma pequena batida à porta de minha consciência, pergunto 'Quem é?' Nenhuma designação - filho de Deus, Eu, Ãtman, Krishna - é suficiente. O que eu busco é ver a face daquele que chama.

'Quem sou eu?' não pede por uma enumeração de fatos científicos: expressa uma certa inquietude, um tatear e uma exploração. É o começo de um movimento em direção à luz, em direção a ver as coisas claramente, como um todo. É a recusa de permanecer no escuro - fragmentado e na superfície de mim mesmo. É um estado de busca de significado, amplidão e profundidade. É o desejo de despertar.

Logo traio este impulso e sou levado a dormir novamente por afagos confortantes e contos de fada. Eu durmo, sonhando com grandes aventuras e procurando os tesouros ocultos. Muitas jornadas, muitos picos e os leões guardando as passagens da montanha. Por um momento acordo, para descobrir-me prisioneiro do que sei e do que sou. Mesmo encontrando a porta de minha pequena prisão aberta, eu permaneço nela, com medo de partir, contando e recontando minhas posses e demonstrações de apreço.

Eu compartilho muitos muros com outros. Com vigor e imaginação colaboro com outros na construção dos castelos da ciência, arte, filosofia e religião, nos quais podemos descansar em segurança, esquecidos de nossa ignorância acerca de quem somos, por que estamos aqui e por que fazemos o que fazemos. A testemunha silenciosa dentro de mim pergunta: O que você busca? "

Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1991, p. 25/27.
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quinta-feira, 8 de maio de 2025

DESPERTAR PARA O ESPÍRITO

"(...). O homem liberto, para quem o véu mágico de maya é erguido, não está mais dentro dos confins do espaço e do tempo Aquele que conhece o Espírito, que se tornou o Espírito, não é mais alguém em particular, pois está identificado com a própria essência do universal. O Espírito pode, contudo, manifestar-se através de um dado corpo e mente, através de um individuo no espaço tempo, mas isto não o limita. O oceano pode dar surgimento a ondas e estar ativo através delas, mas não é limitado por elas. A nossa consciência comum é apenas uma pequena janela através da qual olhamos para a realidade; do ponto de vista da consciência superior, nós restringimos nossa visão de forma desnecessária. Se ampliamos as nossas portas da percepção, podemos ver mais claramente, não como vemos agora. Aquele que está desperto para o Espirito habita tanto no tempo quanto na eternidade; embora esteja no tempo, não é restringido por ele. A eternidade não é algo oposto ao tempo, nem significa uma duração temporal infinita, que continua para sempre. Nenhuma descrição exclusivamente em termos de tempo pode ser adequada para se compreender a eternidade, assim como nenhuma combinação de linhas em duas dimensões pode produzir um cubo; neste sentido, a esfera eterna é atemporal. Necessita-se de uma outra dimensão de consciência. Enquanto permanecemos confinados à nossa consciência comum, temos experiências e nos movemos apenas no tempo, obtendo apenas vagos e ocasionais vislumbres da eternidade."

Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 1991, p. 41.
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terça-feira, 6 de maio de 2025

UM HOMEM FASCINANTE

"Muitos amam os feitos sobrenaturais de Jesus, exaltam seu poder divino, mas não conseguem enxergar a exuberância de sua humanidade. O homem Jesus era um especialista em captar os sentimentos mais ocultos escondidos nos gestos das pessoas, mesmo das que não o seguiam. Às vezes não conseguimos captar os sentimentos das pessoas mais íntimas, que dirá das distantes.

Os paradoxos que cercavam o mestre da vida nos deixam boquiabertos: por um lado dizia ser imortal, por outro apreciava ter amigos temporais; por um lado falava sobre a pureza dos oráculos de Deus, por outro estendia as mãos às pessoas eticamente falidas; por um lado era capaz de ressuscitar uma criança, por outro lado escondia seu poder pedindo aos pais dessa criança que lhe dessem de comer.

Muitos têm dinheiro e fama, mas são pessoas comuns por dentro. Jesus, embora famosíssimo, era comum por fora e especial por dentro. Vivemos a paranoia da fama nas sociedades modernas. Os jovens sonham em ser atores, atrizes, esportistas, cantores, famosos. Contudo, as pessoas não conhecem as sequelas emocionais que a fama mal trabalhada pode causar.

A fama conspira muito mais contra o prazer de viver do que o anonimato. A grande maioria das pessoas famosas é mais infeliz e ansiosa do que quando era desconhecida. Elas frequentemente perdem a singeleza da vida e se aprisionam numa bolha de solidão, ainda que rodeadas por uma multidão. A paranoia da fama é doentia. Procure ser especial por dentro, deixe que os aplausos venham naturalmente, mas não viva em função deles."

Augusto Cury, O Mestre do Amor, Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, SP, 2002, p. 59/60. 
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quinta-feira, 1 de maio de 2025

EXPLICAÇÕES DO MESTRE

"Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas:

- A ideia do reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão... Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.

A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.

- Para isso comentou Pedro, é indispensável a boa vontade.

- Com a fé em nosso Pai celestial - aventurou a esposa de Simão, atravessaremos os tropeços mais duros.

Em todos os presentes, transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:

- Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?

- É a criação de cabras - redarguiu a interpelada, curiosa.

- Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?

- Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado. Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.

Jesus sorriu e explanou:

- Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, confunde-se com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. Em verdade, Moisés e os profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do povo escolhido não purificaram suficientemente o receptáculo vivo do Espírito para recebê-las. É por isso que os nossos contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do reino de Deus.

A pequena assembleia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal. 

O Mestre, porém, levantando-se com discrição e humildade, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso:

- O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças dessa verdade simples e clara da natureza."

Extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 15/17.
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