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Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ACEITAÇÃO

"Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Não podemos deixar ninguém decidir a maneira como vamos agir. Se alguém opta pela ingratidão, não devemos nos magoar nem nos deixar arrastar por atitudes vingativas. Se outro tem um comportamento medíocre, é preciso aceitar que cada um está num determinado estágio evolutivo e, portanto, dando somente aquilo que possui. Somos nós quem decidimos como 'agir'; não devemos 'reagir', mas aceitar o outro tal qual ele é e prosseguir, igualmente aceitando o que somos e fazendo tudo aquilo que acreditamos ser bom e adequado para nós.

A aceitação é uma das características dos grandes homens da humanidade, que aprenderam a respeitar as leis evolutivas em si mesmos e nos outros.

'Existe em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, uma piscina que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam esperando o borbulhar da água. Porque o Anjo do Senhor descia, de vez em quando, à piscina e agitava a água; o primeiro, então, que aí entrasse, depois que a água fora agitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença.

Encontrava-se aí um homem, doente havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que já estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda! Imediatamente o homem ficou curado. Tomou o seu leito e se pôs a andar.

Essa pergunta: 'Queres ficar curado?' deve ser entendida no seu significado mais profundo. Nela podemos sintetizar tudo que Jesus ensinava e fazia. Trata-se de indagação que exige da criatura uma renovação das estruturas internas e, igualmente, das externas - uma verdadeira transformação psíquica.

Quando alguém é abordado assim com uma questão tão incisiva e responde: 'Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada; ao chegar, outro já desceu antes de mim', presume-se seja uma criatura que se sente 'vítima de um destino cruel' e completamente impotente diante da existência. Quem se posiciona dessa forma não admite ser responsável por suas desditas e sempre acusa os outros ou as circunstâncias por não se sentir feliz ou sadio.

São indivíduos que nunca conseguem falar de si mesmos para expor e refletir sobre seus atos, pensamentos e emoções. Durante um diálogo, apenas culpam ou acusam as pessoas com quem convivem e incriminam a tudo e a todos pelas próprias desventuras.

Somos pessoalmente responsáveis pela infelicidade que vivenciamos; a felicidade somente fica fora de nosso alcance quando não aceitamos perceber a nós mesmos.

Entretanto, se o enfermo respondesse: 'Sim, é claro que quero me curar', poderíamos dizer que nasceu nele um comprometimento com a mudança de atitude e com a autorresponsabilidade. Pressupõe-se que ele se compromete inteiramente com a proposta recebida do Mestre Amoroso e se submete à terapia de renovação íntima. De outra forma, ele está longe de ser um homem curado em definitivo, transformado, dotado de lucidez mental e de novas concepções a respeito da Vida.

Jesus Cristo - o Médico das Almas - não olha só sintomas externos, mas quer a transformação interior, a mudança integral do ser humano. No fundo, as criaturas imaturas desejam uma cura imediatista para os seus males, não aspirando senão a mudanças superficiais. Exigem, sem nenhum esforço, que as bênçãos desçam sobre seus caprichos infantilizados ou desejos precipitados; querem 'pagar um preço' irrisório pelo desenvolvimento e crescimento espiritual. Esse preço não se paga com autoilusão, com atitudes de vitimização ou de autopiedade, e sim com mudança de comportamento interior.

Todavia, já curado, o ex-enfermo denuncia Jesus a seus inimigos, que procuravam um pretexto para prendê-lo e executá-lo. Assim prossegue o apóstolo João na sua narrativa: 'Depois disso, Jesus o encontrou no Templo e lhe disse: Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior! O homem saiu e informou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado. Por isso os judeus perseguiam Jesus: porque fazia tais coisas no sábado'.

O Mestre Nazareno aceitou a atitude de ingratidão do ex-paralítico, visto que sabia que tudo obedece a um ritmo natural e que a transformação espiritual não acontece de forma abrupta. Por isso alertou-o, dizendo: 'Não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!' Cristo possuía amplo conhecimento de que a evolução é uma espiral infinita e que cada qual atinge uma 'paisagem existencial' de acordo com a posição em que se encontra. A cura física pode ser um meio, mas somente a plena conscientização é o fim.

'(...) Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. (...) As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente, estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações (...)'

Apenas aquele que aceitou a mudança de atitudes é que se pode considerar realmente curado, pois só a transformação íntima é que nos pode tirar, gradativamente, dos ciclos perversos dos desequilíbrios interiores que geram as enfermidades do corpo e as aflições humanas.

Texto extraído do livro "Os prazeres da alma', de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova, ed. e dist. de livros espíritas, Catanduva, SP, 2003, p. 201/204.
Imagem: Pinterest 

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