OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUXÚRIA

"(...). O tipo de Amor mais frequentemente responsável pelo sentimento de Ciúme é aquele mais bem denominado de Luxúria. Para naturezas refinadas provavelmente seria, à primeira vista, inadmissível e impróprio chamar Luxúria de um tipo de Amor. Ainda assim há algo em comum entre eles. Associações posteriores e ruins, e consequências naturais e inevitáveis, deram atualmente à Luxúria uma conotação realmente má. Que nem sempre foi assim é aparente no uso da expressão 'Lusty Youth'¹, que significa apenas vigor físico e capacidade para Amor físico, sem qualquer sentido depreciativo.

Como Amor geralmente é o desejo de união por troca e igualdade, assim Luxúria é o desejo por união por troca e igualdade apenas no eu ou corpo físico, preeminentemente.

Como casamentos baseados somente na Luxúria apenas levam invariavelmente à exaustão e saciedade da natureza física em um tempo mais ou menos curto, e, não tendo sido cultivados os eus mentais e espirituais mais elevados, as formas mais elevadas do Amor que duram por longas eras de tempo permanecem impossíveis, infelicidade é a consequência lógica de tais casamentos, e muito mais de uniões que não foram santificadas pelas formalidades do casamento formalidades que têm no mínimo uma sombra de religião e espiritualidade sobre eles.

Parece então que as consequências más da Luxúria, as resultantes saciedade, exaustão, cansaço, tristeza e infelicidade, a tornam má; de outra maneira ela não seria má; de outra maneira a sua consanguinidade com o Amor adequado seria indiscutível. É o mesmo com outros estados mentais aos quais a palavra Amor é ainda menos hesitantemente aplicada pela humanidade. Nós lemos que Romanos e outros epicuristas 'amavam' línguas e cérebros cozidos de rouxinóis e outros pássaros delicados. A presente constituição da maioria da raça humana é tal que ela alegremente sanciona o uso da palavra Amor nesta conexão, e falha inteiramente em ver o horror do assassinato indiscriminado envolvido. No senso estrito e abstrato da palavra, no entanto, até esse uso é perfeitamente correto²; são apenas as 'consequências' envolvidas que lançam essa obscuridade sobre a palavra nesta referência. Como Bhishma disse:

'Carne não cresce em gramados, nem em árvores nem em pedras: é obtida apenas pelo matar de uma criatura viva; daí o pecado de comê-la."

Pode ser percebido aqui que quanto mais o Amor é confinado ao eu físico, mais ele é Luxúria; quanto mais ele se aproxima de um 'apetite', desejo de sentir, menos ele tem da característica de Emoção adequada."

¹ A expressão foi mantida em inglês por não haver uma palavra adequada em português que mantivesse a relação com a raiz da palavra luxúria (Nota da trad.)
² Veja acima, cap. 6 desta obra.

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 102/104.
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terça-feira, 8 de julho de 2025

CIÚME

"Ciúme é uma Emoção peculiar e poderosa. Ela parece ser Repulsão mais a consciência de um possível ou até provável tipo especial de superioridade de seu objeto, superioridade essa que possibilitará a essa pessoa ganho e apropriação exclusiva para si de algo que é amado, cobiçado, desejado, por ambos. Ela implica Amor a um certo objeto, e Ódio de outra pessoa que impede a aquisição exclusiva desse objeto. A intensidade da emoção é diretamente proporcional ao tanto de exclusividade de posse que se deseja ter ou se teme que outro tenha. Quando não se deseja a posse inteira e exclusiva, mas se teme que seja desejada e assegurada por outro, o ciúme toma a forma de dúvidas em reação à retribuição de seu amor pelo objeto deste, uma sensação de insegurança no que tange à retenção do estimado afeto da pessoa amada. Na medida em que está seguro em seu próprio lugar de permanência, o Amor não é suscetível ao Ciúme, mas acolhe a afeição concedida por outros ao seu objeto, como um campo comum de enriquecimento do amor; e mesmo que outros tentem expulsá-lo, sorrirá serenamente na segurança (e apenas na exata proporção da segurança) da futilidade de seus esforços. Nas formas mais intensas de Ciúme, conectadas com o amor sexual, em que a posse exclusiva é essencial à completude e integridade da relação, pelo menos entre seres humanos, a emoção é inevitável (a não ser que exista confiança mútua perfeita), e Amor e Ódio surgem simultaneamente em suas formas mais ferozes. Consequentemente, o Ciúme é uma emoção da qual se pode dizer que perturba a mente do ser humano, a sacode, a divide em dois, mais poderosamente que qualquer outra Emoção. Ele aguça o todo de sua natureza dual de uma maneira que nenhuma outra emoção faz.

O Amor implicado no Ciúme é, obviamente, um Amor egoísta. No Amor como tal, não há egoísmo ou altruísmo. Ele procura união, o que significa a igualdade de ambos os fatores a serem unidos. Enquanto o desejo de união existe entre os dois fatores da relação, o Amor adequado nem é egoísta nem altruísta entre esses dois. Quando, no entanto, o desejo por união está apenas de um lado, não do outro, então o desejo por união se torna um desejo de aquisição, um desejo egoísta. No Ciúme, o Amor, o desejo por união, implicitamente se tornou um desejo de aquisição, pois, se de fato existisse Amor de ambos os lados, não haveria possibilidade de intervenção de uma terceira parte, e o Ciúme não existiria na mente daquele que ama e é amado. Igualmente, naquele que não há Exclusividade, não há Reserva, cujo olhar de Amor está voltado não em direção à separação material, mas em direção à união espiritual, nele não há Ciúme."

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 101/102.
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terça-feira, 25 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (2ª PARTE)

"(...). O poeta Shakespeare encontrou a solução para deixar a imaginação humana continuar a paixão de
Romeu e Julieta, mediante a tragédia que elaborou para consumi-los, desde que ela não suportaria o desgaste da convivência diária, os conflitos de conduta no relacionamento constante.   

Marco Antônio, o vitorioso de Roma e Cleópatra, a rainha do Egito, são também um exemplo trágico da paixão por projeção, que termina em caos.

Abelardo e Beatriz igualmente experimentaram as consequências da irreflexão e sofreram a abrupta interrupção do encantamento, pagando o alto preço que se transformou em belas páginas escritas pelo primeiro, que assim eternizou os sentimentos de ambos, que não puderam consumar.

A relação é muito grande dos célebres enamorados, que a paixão devorou, pela falta de estrutura e da presença do amor real.

O amor é dúlcido, sem violência nem arroubos desesperados, que incendeiam e aniquilam. A sua mensagem é real, sem o imaginário do desequilíbrio nem do fantasioso, constituindo estímulo para quem ama sem sofrer desgaste, tanto quanto para o ser amado que não se submete.

Na paixão, sempre existem os componentes da dominação, do ciúme, da insegurança, do desespero, enquanto que, no amor, todo sentimento se enriquece de paz e de alegria, construindo o futuro a dois, sem perda da identidade nem da personalidade de qualquer um deles.

Enquanto a paixão é feita de impulsos imediatistas e extravagantes, o amor se expressa pela ternura e pela confiança, contribuindo para o crescimento moral do indivíduo, que avança no rumo de mais altas aquisições.

Na raiz de muitas conquistas do gênero humano encontra-se uma admirável história de amor, que não se desfaz em tragédia nem se despedaça no fragor dos desentendimentos afetivos.

O ser humano é convidado pela vida ao encontro da própria alma, à conquista do seu espaço interior, que não pode ser violado por ninguém, e o amor é o inspirador dessa viagem de segurança, que faculta o descobrimento da realidade e o equipa com instrumentos próprios para administrá-la de maneira eficiente a serviço do progresso moral e da plenitude.

Sob a inspiração do amor a alma é conquistada, mas, por outra forma, a alma não pode prescindir dos estímulos do amor.

Eis por que se pode asseverar que o amor é de conteúdo divino, enquanto que a paixão é uma consequência dos tormentos humanos.

A paixão se nutre dos desejos que defluem do magnetismo sexual, enquanto que o amor é fruto do amadurecimento psicológico e do discernimento espiritual.

A paixão é rápida e deixa escombros, enquanto que o amor é duradouro e oferece sementeira de bênçãos. (...)."

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 153/155.
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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

PENSAMENTOS PODEM SER MAIS EFICAZES QUE PALAVRAS

"Jamais fale com rispidez sob o fogo do ciúme. A boca pode ser como um canhão e as palavras, mais destrutivas do que qualquer bomba. Quando falar, use o discernimento. Ninguém gosta que lhe apontem os defeitos. Se as orientações ou críticas construtivas não são bem-vindas, guarde suas palavras. Do contrário, quanto mais você falar, pior tornará a situação.

Às vezes os pensamentos podem ser mais eficazes que as palavras. A mente humana é a máquina transmissora mais poderosa que existe. Se você sempre transmitir pensamentos positivos com amor, eles terão efeito positivo nos outros. (Da mesma forma, se transmitir ciúme ou ódio, os outros receberão esses pensamentos e reagirão de acordo com o que recebem.) Peça a Deus que coloque o poder Dele por trás dos seus esforços. Por exemplo: se é o marido que está se desviando, a mulher deve orar a Deus: 'Senhor, ajuda-me a ajudar meu marido. Peço que mantenhas toda mancha de ciúme e ressentimento fora de meu coração. Oro apenas para que ele perceba seu erro e mude. Senhor, permanece com ele e abençoa-me para que eu faça a minha parte.' Se sua comunhão com Deus for profunda, você verá a pessoa mudar. Quanto mais desviado estiver alguém, mais bondade você deve oferecer. Em vez de sucumbir ao ciúme e de temer perder uma pessoa amada, faça o esforço para ser correto em atitude e comportamento; mantenha-se fisicamente atraente e seja forte, tanto mental quanto espiritualmente."

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 163.
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quinta-feira, 11 de julho de 2024

AS AFLIÇÕES

"A aflição do vício chama-se delinquência. A criatura começa experimentando pequena porção de droga, aumentando gradativamente. Em pouco tempo, pode estar roubando para sustentar o vício. É um sofrimento.

A aflição da agressividade chama-se cólera, e a cólera faz mal para a pessoa que a produz - prejudica o fígado, ataca o estômago e afeta o sistema nervoso. A aflição do crime chama-se remorso, porque ninguém foge da própria consciência. A aflição do fanatismo chama-se intolerância. A aflição da fuga, chama-se covardia. A aflição da leviandade chama-se insensatez. A aflição da inveja chama-se despeito, pois o invejoso sofre tanto que, antes de tudo, não consegue mais reconhecer valor no que ele tem, ou seja, não consegue ser feliz com aquilo que já conquistou, o que representa sofrimento.

A aflição da indisciplina chama-se desordem Há criaturas que são tão indisciplinadas que a vida delas é uma total desordem. Elas não conseguem sequer chegar no horário de um compromisso. Nunca encontram seus pertences, porque jamais põem no lugar adequado. Estão sempre afoitas. Tudo para elas é difícil. E quem sofre mais é a própria pessoa. por isso Chico Xavier dizia:

A disciplina não é uma cela trancada. É a chave da porta que lhe permite sair e voltar. 

A aflição da brutalidade chama-se violência. A aflição da preguiça chama-se rebeldia. A aflição da vaidade chama-se loucura. A aflição do relaxamento chama-se evasiva. A aflição da indiferença chama-se desânimo. A criatura indiferente não se motiva com nada e é tomada por tédio insuportável, porque não consegue se importar com as coisas, e nós precisamos gostar das coisas. Você precisa ter algo de que goste ou gostar de fazer algo, caso contrário sofrerá de tédio, sua vida perderá sentido, você perderá o rumo e entrará em sofrimento, em aflição.

A aflição da inutilidade chama-se queixa. Ainda em Religiões dos Espíritos, o benfeitor Emmanuel é incisivo ao afirmar que, quanto mais inútil uma criatura, mais ela reclama. Quem mais reclama é quem menos faz. Quem mais faz não tem tempo de reclamar.

A aflição do ciúme chama-se desespero. Quantas criaturas chegam até mesmo a se suicidar pelo ciúme, é um sofrimento terrível. A aflição da impaciência chama-se intemperança. Porque quem é impaciente perde a medida, exagera em tudo.

A aflição das sovinices chama-se miséria. De acordo com Emmanuel, 'o sovina é pão-duro', pois quanto mais sovinice ele tem, mais se impõe uma vida de restrição, porque não sabe aproveitar o que já tem.

A aflição da injustiça chama-se crueldade."

Haroldo Dutra Dias, Despertar, O Segredo da reforma íntima, Ed. Intelítera, São Paulo, 2024, p. 14/16.
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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

POR QUE O AMOR TRIUNFA ONDE O CIÚME FRACASSA

"Ciúme, ira, temor e todos os impulsos físicos e mentais negativos  que impelem os seres humanos a errar - de onde eles vêm? Muitos afirmam que tem origem psicológica. Mas eu digo que provêm da Força Maligna. Neste mundo há duas forças: o bem e o mal.  Onde existir o bem também existirá o mal. O ser humano, dotado de independência e livre-arbítrio, sofre as consequências de seus erros, mas não é o criador dos agentes que o influenciam a errar. As plantas não fazem o mal, mas sucumbem a doenças. Os animais, que são governados pelo instinto e não têm consciência do mal, também sofrem. Lado a lado com cada coisa boa há um mal correspondente. Deus cria a a luz do sol, e a Força Maligna cria as secas e tempestades destrutivas. A linda flor se abre e é destruída pelos insetos. Deus diz para amar; a Força Maligna diz: 'Seja ciumento; você tem justificativa para ferir e debilitar um oponente'. Não dê ouvidos a esse poder trevoso. Não é você. Ciúme, ira e temor são criações da Força Maligna. Reconhecendo essa força como um poder consciente, Jesus disse: 'Vai-te, Satanas'.¹

Cada vez que a voz do ciúme, do temor ou da ira falar, lembre-se que essa não é a sua voz. Ordene que ela se vá, mas você não será capaz de expulsar esse mal, por mais que tente, enquanto abrigar em sua mente esses sentimentos negativos. Erradique de dentro de você o ciúme, o temor e a ira, de modo que quando um impulso maligno mandá-lo odiar e ferir, uma outra voz interna mais forte lhe diga: ame e perdoe. Escute esta voz.

Imagine só: se pudéssemos retirar o egoísmo, o ciúme e a ira do mundo, as guerras não existiriam. Mas esses perpetradores da destruição são tenazes e lutam constantemente para ter supremacia sobre a bondade. Deus fala de paz e a Força Maligna incita à inquietude e à discórdia. Deus tenta estimular você a agir com amor; a Força Maligna tenta atraí-lo para brigar. Você é um ser livre e pode escolher o que quiser. Sempre que sentir ciúme, você é cúmplice da ilusão cósmica de Satã. Sempre que estiver com raiva, é Satã quem o guia. A voz do medo é a força maligna de Satã. Mas sempre que você está repleto de amor e perdão, Deus está ao seu lado. Ajude-O a trabalhar através de você; Ele não conseguirá nada se você não O ajudar."

¹ Lucas 4.8.

(Paranahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 159/160)
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quinta-feira, 2 de junho de 2022

O SENTIMENTO E A EMOÇÃO GERAM CRUELDADE

"É perceptível que nem a emoção nem o sentimento estão relacionados com o amor. A sentimentalidade e a emoção são apenas reações do gostar ou do desgostar. Eu gosto de você e estou terrivelmente empolgado com você; eu gosto deste lugar, ele é adorável e tudo o mais, o que implica que não gosto do outro e assim por diante. Por isso, o sentimento e a emoção geram crueldade. Você já observou isso?

A identificação com um pano - a bandeira de um país - é um fator emocional e sentimental, e em defesa dele há quem deseja matar outra pessoa. É esse o amor por seu país, por seu vizinho? Portanto, onde entram o sentimento e a emoção não existe amor. São eles que geram a crueldade do gostar e do desgostar. 

Além disso, onde há inveja não há amor, é óbvio. Eu tenho inveja de você porque você ocupa uma posição melhor, tem um emprego melhor, uma casa melhor, você parece mais gentil, mais inteligente, mais desperto, por isso eu tenho inveja de você. Na verdade, não dizemos que temos inveja, mas concorremos uns com os outros, o que é uma forma de ciúme, de inveja. Então, a inveja e o ciúme não são amor, e eu me livro deles. Contudo, não posso falar sobre como se livrar deles, mas continuar sendo invejoso. Na verdade, tenho de me livrar deles como a chuva lava a poeira de muitos dias em uma folha. Eu simplesmente os removo."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil, São Paulo, 2016 - p. 150)
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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

QUALIDADES DO DEVOTO QUE CATIVAM A DEUS (CAPÍTULO XII)

"Aquele que está livre de ódio a todas as criaturas, é amigável e benevolente para com todos, é desprovido de possessividade e da consciência do 'eu', é equânime no sofrimento e na alegria, tudo perdoa e está sempre contente, que pratica yoga com regularidade, buscando o tempo todo conhecer o Eu e unir-se ao Espírito por meio da yoga, que é dotado de firme determinação, com a mente e o discernimento entregues a Mim, esse é Meu devoto e Me é querido. 13-14

Aquele que não perturba o mundo e que não pode ser perturbado pelo mundo, que está livre de exultação, ciúme, receio e preocupação, ele também Me é querido. 15 

Aquele que está livre de expectativas mundanas, que é puro de corpo e mente, que está sempre pronto para agir, que permanece sem se tornar preocupado ou ser afligido pelas circunstâncias, que abandonou todos os empreendimentos motivados pelo desejo e originado no ego, esse é Meu devoto e Me é querido. 16

Aquele que não sente regozijo nem aversão em relação ao que é alegre ou triste (nos aspectos fenomênicos da vida), que está livre da mágoa e dos desejos, que expulsou a consciência relativa de bem e mal, e que é atentamente devotado, esse Me é querido. 17

Aquele que é igualmente sereno diante de amigos e adversários, em face da adoração e da ofensa e diante das experiências de calor e frio, prazer e sofrimento; que renunciou ao apego, e considera iguais a censura e o elogio; que é calmo e se contenta com facilidade, não é apegado à vida doméstica e tem disposição tranquila e piedosa, esse Me é querido. 18-19

Mas aqueles que se mantêm, com amor e veneração, nesta religião (dharma) imortal, revelada até aqui, impregnados de devoção, supremamente absortos em Mim, tais devotos Me são extremamente queridos." 20

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 140/141)

  

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O QUE NÃO ME PERTENCE QUE VÁ EMBORA

"Por que ser ciumento? Se você entrega seu amor a alguém que não o aprecia; se esta pessoa não quer você ou dá a outro o reconhecimento que você acha que merece, é óbvio que o ciúme não vai segurar a pessoa e nem vai curar a tensão do relacionamento. Aprisionar alguém com ciúme e exigências certamente não produzirá felicidade. Relacionamentos felizes só crescem com amor e confiança. O amor sobrevive quando nos sentimos respeitados, úteis e livres do sentimento de posse.  

Então, qual é o remédio? Sempre que o ciúme tentar prender você, afirme com convicção. 'Estou livre da escravidão do ciúme e do medo. O que é meu é meu, e o que não me pertence que vá embora!' Quando você se libertar de todo o medo e ciúme, sua vida será maravilhosa. Você pode ser livre. O que é seu será sempre seu, e o que não é para ser seu jamais faria você feliz. A satisfação plena resulta do aperfeiçoamento constante de si, de modo que ao invés de ter que procurar os outros, eles é que o procurarão. Dê amor e amizade sem esperar ou exigir nada em troca. A expectativa o tornará uma vítima do sofrimento.  

Mesmo enquanto se empenha em melhorar, aprenda a ser ímpar, confiante em suas próprias virtudes e em seu próprio valor. Se quer que os outros acreditem em você, lembre-se: não são apenas as suas palavras que produzem efeito, mas sim o que você é e o que você sente interiormente - o que está em sua alma. Procure sempre ser um anjo no seu interior, não importa como os outros ajam. Seja sincero, gentil, afetuoso e compreensivo. Quem não responde à bondade não é digno de atenção. Mesmo que você tenha de perder alguém que ama, é melhor deixá-lo ir pensando em você como um anjo do que como o monstro de olhos verdes do ciúme. Deixe com essa pessoa um lindo pensamento do seu amor, e esse amor permanecerá no coração dela para sempre."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 162/163)