OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador conquista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador conquista. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

DEPENDÊNCIA

"Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas.

As dificuldades de nosso desenvolvimento e crescimento espiritual se devem ao fato de que nem sempre conseguimos encontrar com facilidade nossa própria maneira de viver e evoluir. Cada um de nós está destinado a participar de uma maneira específica e peculiar na obra da criação. Entretanto, é imprescindível compreendermos nosso valor pessoal como seres originais, ou seja, criados por Deus 'sob medida', percorrendo, particularmente, nosso caminho e assumindo por completo a responsabilidade pelo nosso próprio crescimento espiritual.

Ser nós mesmos é tomar decisões, não para agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando, consciente e responsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e agir.

Ser nós mesmos é eliminar os traços de dependência que nos atam às outras pessoas. Não nos esquecendo, porém, de respeitar-lhes a liberdade e a individualidade e de defender também a nossa, sem o medo de ficar só e desamparado.

Ser nós mesmos é viver na própria 'simplicidade de ser', libertos da vaidosa e dissimulada autossatisfação, que consiste em fazer gênero de 'diferente' perante os outros, a fim de ostentar uma aparência de 'personalidade marcante'.

Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder pessoal, elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os caminhos necessários para atingi-los.

No Novo Testamento, capítulo 7, versículo 13, assim escreveu Mateus em seus apontamentos: 'Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva a perdição...'

Pelo fato de a porta ser estreita, deveremos atravessá-la - um de cada vez completamente sozinhos, acompanhados apenas pelo mundo de nossos pensamentos e conquistas íntimas.

A 'porta é estreita', porque ainda não entendemos que, mesmo vivendo em comunidade, estaremos vivendo, essencialmente, com nós mesmos, pois para transpor essa porta é preciso aprender a arte de 'ser'.

Efetivamente, atingiremos nossa independência quando percebermos a inutilidade dos passatempos, das viagens, do convencionalismo da etiqueta, do consumismo que fazemos somente para conquistar a aprovação dos outros, e não porque decorrem de nossa livre vontade.

Eliminar o domínio, a autoridade ou a influência das ideias, das pessoas, das diversões, dos instintos, do trabalho e dos lugares não significa que precisamos extirpar ou abandonar completamente todas essas coisas, mas somente a dependência. Podemos nos ocupar desses assuntos quando bem quisermos, conforme nossas necessidades e conveniências, sem a escravidão do condicionamento doentio.

Passar por esse 'trajeto restrito' é ter a coragem de romper as amarras internas e externas que nos impedem a conquista da liberdade. Perguntemo-nos: quantos dos nossos atos e atitudes são subprodutos de nossas dependências estruturadas na subordinação da sociedade? A submissão social tem sua base inicial na busca de aprovação dos outros, colocando os indivíduos na posição de permanentes escravos e pedintes do aplauso hipócrita e do verniz da lisonja.

A travessia desse 'longo caminho ermo' nos levará ao Reino dos Céus, estruturado e localizado na essência de nós mesmos. Para tanto, devemos recordar-nos de que as Leis Divinas estão escritas na nossa consciência, cabendo-nos aprender a interpretá-las em nós e por nós mesmos.

Jesus Cristo, constantemente, referia-se a esse Reino Interior como sendo a morada de Deus em nós. Por voltarmos costumeiramente nossos olhos para fora, e não para dentro de nós mesmos, é que nunca conseguimos vislumbrar as riquezas de nosso mundo interior.

Mateus prossegue em seus comentários dizendo: '...apertado é o caminho que leva à vida, e poucos há que o encontrem.' Por 'vida' devemos entender não apenas a manutenção da vida biológica na Terra, que é passageira e fugaz, mas a plenitude da Vida Superior, iniciada sobretudo na vivência do mundo interior.

Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas. Nossa tão almejada realização interior está relacionada com o conhecimento de nós mesmos.

'Apertado é o caminho', porque exige esforços importantes para que possamos eliminar nossos laços de dependência neurótica, os quais nos condicionam a viver sem usufruir nossa liberdade interior, aceitando ser manipulados pelos juízos e opiniões alheias.

A liberdade se inicia no pensamento para, posteriormente, materializar-se na exterioridade, quebrando, então, os grilhões da dependência. Os Espíritos Amigos enfocaram o assunto com muita sabedoria, afirmando: 'No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo." 

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Netopelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 195/198.
Imagem: Pinterest 



quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O SEGREDO DA FORÇA

“Força para avançar é a principal necessidade daquele que escolheu esta senda. Onde encontrá-la? Olhando em volta, não é difícil ver onde outro ser humano encontra sua força. Sua origem está em sua profunda convicção. Através desse grande poder moral, aquilo que o capacita a prosseguir, e que ele conquista, por mais frágil que seja, é trazido à luz em sua vida natural. Conquistar o quê? Nem continentes nem os mundos, mas a si mesmo. Por meio dessa vitória suprema obtém-se a entrada no Todo, onde tudo o que pode ser conquistado e obtido por esforço se converte ao mesmo tempo, não em algo, mas em si mesmo.

Colocar armaduras e sair para a guerra, tendo as chances de morte, na pressa de lutar, é uma coisa fácil; permanecer quieto em meio ao balanço do mundo, para preservar a quietude do tumulto do corpo, para manter silêncio em meio aos milhares de gritos dos sentidos e desejos, pegar a serpente mortal do self e matá-lo, estando despojado de toda a armadura e sem pressa ou excitação, não é uma coisa fácil. No entanto, é isso que deve ser feito; e isso apenas pode ser realiza- do no momento de equilíbrio, quando o inimigo está desconcertado com o silêncio.

Para esse momento supremo é necessária uma força tal, como a que nenhum herói do campo de batalha necessita. Um grande soldado deve ser preenchido com as profundas convicções da justiça de sua causa e da correção de seu método. O indivíduo que combate contra si mesmo e vence a batalha, somente age dessa forma quando sabe que é algo que vale a pena ser feito e que assim agindo, ele ganhará o céu e o inferno como seus servos. Sim, ele permanece em ambos. Ele não precisa de um céu onde o prazer vem como uma recompensa há muito prometida; ele não teme o inferno onde a dor espera para puni-lo por seus pecados. Pois ele conquistou, em si mesmo, uma vez por todas, aquela serpente que se move de um lado para o outro em seu constante desejo de contato, em sua busca perpétua por prazer e dor. Nunca mais (uma vez que a vitória foi alcançada) tremerá, ou crescerá exultante com qualquer pensamento acerca do que o futuro lhe reserva. Aquelas ardentes sensações, que pareciam ser as únicas provas de sua existência, não mais lhe pertencem. Como, então, saber que vive? Sabe apenas por argumentos. E, com o tempo, não cuida sequer de arguir acerca do mesmo. Para ele, então, há paz; e nela encontrará o poder cobiçado. Então conhecerá essa fé que remove montanhas.” 

Mabel Collins, Através dos Portais de Ouro, Ed. Teosófica, Brasília, 2019, p. 107/109.
Imagem: Pinterest