OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 11 de abril de 2013

O AVATAR

"A evolução do universo, consequentemente a de sua humanidade, se faz por éons (eras, ciclos) denominados yugas, sempre regidos pela imutável Lei. Os homens são os únicos no universo com capacidade de delinquir, de desrespeitá-la. A contravenção, triste "privilégio" do ser humano, desencadeia crises, gera toda sorte de sofrimentos individuais e sociais.

Em hora oportuna, para evitar que os homens façam maiores estragos, provoquem destruições, misérias catástrofes, para corrigir os transgressores e proteger os justos, isto é, aqueles que se conduzem segundo a Lei Eterna, o próprio Senhor Supremo do Universo (Ishvara) assume um nascimento humano, isto é, desce à condição humana como Avatar (literalmente, "descida"). O Avatar é a misericordiosa intervenção divina, ao longo das yugas, com o abjetivo de resgatar a Lei, penalizar os perversos e proteger os justos. Finalmente, o Avatar vem promover e orientar a evolução, reconduzindo a humanidade a plenificar seu infinito potencial divino. Um Avatar é Deus que se fez homem para levar o homem a fazer-se Deus.

O Avatar chamado Krishna definiu com precisão o fenômeno da avatarização e sua missão sublime:

Quando quer que haja um declínio da Lei Moral (Dharma) e a irretidão (adharma) domine, Eu Me encarno. Para a proteção dos bons, para a destruição dos perversos, e para o restabelecimento da Lei (Dharma) Eu volto a nascer homem. (Bhagavad Gita, 4:7-9)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 26)


O CÉU ESTÁ DENTRO DE NÓS

"O modo mais seguro de estar sempre em paz interiormente é conservar Deus em nossos pensamentos ao longo do dia, não importa o que estejamos fazendo, não importa quais sejam nossas tribulações interna ou experiências externas. Gurudeva com frequência colocava esta questão para nós: "Onde está sua mente? Onde está o centro de seu ser?" Assim ele nos lembrava de manter nossa consciência sempre focalizada interiormente em Deus. O constante foco de nosso ser e atenção deve ser a paz interior da presença de Deus, a sensação que temos depois de uma meditação profunda: tão agradável, tão cheia de paz, tão em harmonia com Deus. Nenhum outro desejo resta, nem a mais leve intranquilidade agita a consciência. O homem precisa ser assim o tempo todo. Não deve permitir que nada o perturbe. 

Qualquer perturbação em nossa vida deve ser vista como um teste de Deus, destinado a nos instruir e fortalecer. Uma corrente é apenas tão forte quanto o seu elo mais fraco; cada um de nós é simplesmente tão forte quanto a nossa maior fraqueza. Precisamos aprender a ficar tranquilos, inabaláveis, intrépidos, não importa o que aconteça na vida. Não se pode alcançar esse equilíbrio de consciência meramente lendo verdades espirituais ou falando sobre elas, mas apenas pela meditação, chega-se a percepção direta e pessoal de Deus. Quanto mais envelhecemos, tanto mais percebemos que a vida nos impõe decepções; os prazeres não cumprem sua promessa. No entanto, quanto mais profundamente procuramos Deus, tanto mais percebemos que não há nada que possa igualar a alegria da presença divina. Somente essa Alegria é real neste ilusório mundo de mudança e relatividade. Coisa nenhuma que o homem anseie pode sequer começar a lhe dar essa satisfação."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 156/157)


quarta-feira, 10 de abril de 2013

SANATHANA DHARMA

"Você tem todo direito de querer saber o que seja Sanathana Dharma, acima citado. Consideremos as duas palavras. Sanathana significa eterno, isto é, aquilo que não muda através do tempo, que foi, continua sendo e sempre será o mesmo; dharma tem um significado muito amplo, que, conforme o contexto, pode expressar justiça, virtude, retidão, lei, ética, e até religião. Sanathana Dharma, portanto, significa a Lei Eterna, isto é, Aquela que regeu a manifestação do universo, sempre regerá o cosmos, propicia vida e higidez a todos os sistemas que existem. A Lei Eterna administra tanto a harmonia de uma galáxia como a dinâmica íntima de um átomo. Quando tal Lei é desrespeitada, violentada, agredida, transgredida - e o ser humano é "especialista" nisto -, a desarmonia, a perturbação, instabilidade, enfermidade, desordem, o caos, a feiura e degradação se manifestam no sistema, seja ele um planeta, uma empresa, um grupo social como a família qualquer instituição, uma orquestra, a humanidade como um todo, uma célula, finalmente cada ser e cada objeto, portanto cada um de nós. O domínio da Lei assegura a ordem e a harmonia, "vida" enfim. A contravenção provoca a doença e antecipa a morte. 

O cosmos foi manifestado, não aleatoriamente, mas segundo uma Lei perfeita e imutável e é por isto que funciona harmoniosa, eficiente, bela e perfeitamente, e continuará vivo e hígido enquanto ela plenamente reinar. Mesmo que inconscientemente, qualquer investigador cientifico ao iniciar seus trabalhos tem certeza de que uma Lei imutável rege todos os fenômenos que ele pretende pesquisar. 

Uma das linhas mais avançadas da pesquisa científica atual é a busca de solução para o que está sendo chamado "sistemas caóticos". Os matemáticos assinalam fenômenos surpreendentes e imprevisíveis que negariam uma Lei a gerenciar o cosmos... Isto é observável somente nos níveis subatômicos, digamos no reino quântico. A incerteza do que ocorre em tais níveis não inviabiliza a Lei que tudo rege. O caos dominaria tudo e nada restaria se uma Lei Eterna não criasse, mantivesse e destruísse simultaneamente o cosmos. Esta dinâmica ocorre no cosmos subatômico.  

Quando os primeiros viajantes ocidentais tomaram contato com populações do vale do rio Indo (na Índia), surpreenderam-se com a profundidade e a sapiência da cultura filosófico-religiosa que lhes norteava a vida. Chamaram-na Hinduísmo quer dizer, a filosofia dos povos do rio Indo. Os habitantes, porém, davam à sua cultura outro nome: Sanathana Dharma. Ainda hoje os ocidentais continuam denominando Hinduísmo aquela que é a "filosofia perene", o Sanathana Dharma."    

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 24/25)


O SENTIMENTO DE SEPARATIVIDADE SURGE COMO PRODUTO DA IGNORÂNCIA DA VERDADE

"Você só pode vir a ter necessidade de inspiração para servir aos outros quando abandonar a identificação com o corpo. Quando um homem sofre de dor aguda no estômago, seus olhos lacrimejam. Por quê? Porque os vários órgãos (olhos, estômago etc.) pertencem ao mesmo corpo. Igualmente, quando vê um homem sofrer, seus olhos deveriam lacrimejar, e você deveria sentir a necessidade de aliviá-lo. Isso acontece porque sabe que você e ele são membros do mesmo Corpo Divino. O sentimento de separatividade (bheda-bhava) surge como produto da ignorância da Verdade. Quando as pessoas estão iradas trincam os dentes, mas têm o cuidado de não morder a língua porque esta lhes pertence e, se por acaso, a língua chegar a ser mordida, não arrancam os dentes porque estes também lhes pertencem. Assim também, o doente, o pobre, o analfabeto, o fraco, todos são membros do mesmo corpo do qual igualmente todos somos partes. A mesma corrente (energética) ativa tudo. Realizar tal constatação, isto é, mergulhar neste Unidade, é o verdadeiro propósito desta vida que temos no uso deste corpo humano. 

Para tal realização, a semente de vishayavasana (apego aos objetos dos sentidos) deve ser escrupulosamente abandonada. Um campo pode parecer árido e morto, mas com a primeira chuvarada, virá a tornar-se um tapete verde; as sementes de grama dentro do solo germinarão ao toque da umidade. Da mesma forma, ao primeiro contato com a tentação, o vishayavasana das pessoas brota e lhes impede o desenvolvimento do sadhana."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 34)


terça-feira, 9 de abril de 2013

NÃO AO PRECONCEITO

"Vez por outra, encontro alguém que infantilmente se inquieta com a hipótese absurda de, vindo a envolver-se com Yoga, cometer apostasia e trair sua religião particular, à qual desde a infância acomodadamente "pertence".

Alguns me perguntam receosos se Yoga é religião. Geralmente respondo: "Se você vê religião como um processo holístico (psico-bio-físico-espiritual) de re-união de partes que antes estavam unidas e agora estão separadas, se vê como a re-união da alma com Deus, então Yoga é essencialmente religião. Se um cristão, mesmo nada sabendo de Yoga, cumprir o caminho (marga), a disciplina ascética (sadhana) e a ética (dharma) ensinados e exemplificados por Jesus, poderá voltar à "casa do Pai". Retornará a ser um com o Pai. Tal, a rigor, é o Yoga do Cristo. Não é disto que fala a parábola do "Filho Pródigo"? A re-ligação ou religião do filho com o Pai é a forma mais exata de entender o Yoga.

Desde que o dharma (dever, mandamento e injunção), o sadhana (disciplina, ascese) e o marga (caminho de redenção a ser percorrido), estabelecidos por Cristo no Evangelho, sejam cumpridos com discernimento, decisão, dedicação, devoção e disciplina, o cristão pratica e alcança o Yoga. Que todo cristão consiga praticar o Yoga ensinado e exemplificado por Cristo; que ouça, analise, compreenda (em espírito e verdade) e ponha em prática o que Ele ensina em seu santo e sábio Evangelho:

Se permanecerdes em minha palavra (doutrina), sereis verdadeiramente meus discípulos e tereis a gnose da Verdade, e a Verdade vos libertará (jnana).
Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me (tapah).
Fazei aos outros aquilo que quereis que vos façam (seva).
Perdoai setenta vezes sete vezes (kshama).
Orai pelos que vos perseguem e caluniam (prema).
Buscai primeiro o Reino de Deus e vosso ajustamento a Ele, e o resto vos será acrescentado (mumukshutva).

Muito, mas muito mais, Ele estipulou como seu dharma (preceitos, injunções, virtudes, deveres...), definiu marga (caminho a ser percorrido) e ensinou seu sadhana (disciplina a ser observada). Sugeriu que se optasse pela "porta estreita" que permite e promove a re-ligação com a "casa do Pai", com o Dono da Casa.

Tivesse Ele se dirigido a hindus, penso que poderia falar assim: "Se vos ajustardes ao dharma, avançando no marga, e cumprirdes o sadhana, que vos ensinei e tanto exemplifiquei, alcançareis o estado adwaita e chegareis a dizer junto comigo 'eu e o Pai somos um' e tomareis consciência de que sois Deus. E este jnana vos libertará de samsara, o mundo dos mortos, onde há choro e ranger de dentes, e tereis vida, mas vida em abundância."

Se alguém, se supondo cristão, vier a contestar e combater o Yoga, "perdoai, pois não sabe o que faz". Não conhece Yoga e nem a luminosa essência de sua religião tão sábia."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 22/24)