OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 31 de agosto de 2021

O CONSELHO GERAL - 2

"'Procure pensar sempre que você não pertence a ninguém, e que ninguém pertence a você. Você está neste mundo por pouco tempo, e o real motivo de você estar aqui é muito diferente do que você imaginou. 

'Sua família afirma que você pertence a ela, porém, se você morrer e renascer na casa do seu vizinho, será que a sua família o reconhecerá? 

'Seus conhecidos afirmam que você é amigo deles; porém, se você deixar de agradar-lhes de alguma forma, ainda que seja devido a algum equívoco corriqueiro, quantos deles continuarão leais a você? 

'As pessoas dizem que amam os demais, mas de fato amam a si mesmas. Pois amam os outros na medida em que os outros lhe agradam. 

'O verdadeiro amor é aquele que encontra a felicidade, ainda que ao preço de um grande sacrifício pessoal, na felicidade da pessoa amada. Quantas pessoas são capazes de amar dessa forma? Muito poucas! E, dentre essas poucas, quantos encontram reciprocidade no seu amor? O número dessas pessoas é menor ainda. 

'Apenas o nosso amor por Deus é sempre retribuído inteiramente - na verdade, muito mais do que retribuído. Pois Deus nos compreende quando todos nos interpretam mal. Deus nos ama quando os outros voltam as costas para nós. Deus se lembra de nós quando todos nos esquecem. Nós pertencemos a Deus, e só a Ele, por toda a eternidade.'"


(Paramhansa Yogananda - A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento-Cultrix, 2010, p. 179)
www.editorapensamento.com.br 


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

O CONSELHO GERAL

"'Viva neste mundo como um convidado. O seu verdadeiro mundo não é aqui. A escritura da casa em que você vive talvez leve o seu nome, mas a quem ela pertenceu antes de você a adquirir? E de quem ela será depois que você morrer? A casa é apenas uma hospedaria à beira da estrada, uma parada na longa estrada que leva até o seu lar em Deus.

'Portanto, pense em você mesmo como um convidado na Terra. Evidentemente, enquanto estiver aqui, tente ser um bom convidado. Comporte-se da melhor maneira possível. Seja responsável. Zele pelas coisas que Deus lhe deu; entretanto, nem por um momento se esqueça de que essas coisas pertencem a Ele, não a você.

'Como as pessoas são tolas dedicando o seu tempo a cuidar do corpo, a entesourar riquezas, a acumular mais bens! Quando a morte as arrebatar, elas não haverão de deixar coisa nenhuma. 

'As pessoas dão desculpas constantemente. 'Não tenho tempo para meditar', elas dizem. 'Tenho de cumprir os meus compromissos.' Bem, quando Deus as chamar, elas terão de faltar com todos os seus compromissos! A morte é um 'compromisso' que elas não podem cancelar.

'Por que perder tanto tempo com coisas efêmeras? Ó cegos: despertai!

'De um lugar além dos pequenos prazeres da vida, Deus chama você. Ele assim o faz estando além da dor, irmã gêmea do prazer. 'Procure-me', Ele diz. 'Descubra em mim a alegria eterna que você tem procurado durante tanto tempo nas ondas das mudanças. Tudo o que você esperou durante encarnações seguidas você haverá de encontrar para sempre apenas em Mim.'"

(Paramhansa Yogananda - A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento-Cultrix, 2010, p. 178/179)


terça-feira, 24 de agosto de 2021

MUDANÇA REAL

"Uma mudança só é possível do conhecido para o desconhecido, não o contrário. Por favor, pense nisso junto comigo. Na mudança do conhecido para o conhecido há autoridade, uma perspectiva de vida hierárquica - 'você sabe, mas eu não sei'. Por isso, eu crio um sistema, vou atrás de um guru, sigo alguém porque ele me dá  o que eu preciso saber, uma certeza de conduta que produzirá resultado, sucesso. O sucesso é o conhecido. Eu sei o que é ser bem-sucedido. É isso o que eu quero. Então prosseguimos do conhecido para o conhecido, em que a autoridade precisa existir - a autoridade da sanção, do líder, do guru, a hierarquia, aquele que sabe e o outro que não sabe -, e aquele que sabe deve me garantir o sucesso, o sucesso em meu esforço, na mudança, para que eu seja feliz, eu tenha o que quero. Isso não é motivo para a mudança da maioria de nós? Por favor, observe seu próprio pensamento e verá os caminhos da sua própria vida e da sua própria conduta. Quando você olha para elas, isso é mudança? A mudança, a revolução, é algo do conhecido para o desconhecido, em que não há autoridade, em que pode haver um total fracasso. Mas se você está assegurado de que vai progredir, de que vai ser bem-sucedido, de que ficará feliz, terá uma vida eterna, então não há problema. Você busca o curso de ação conhecido, ou seja, você se coloca sempre no centro das coisas."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 339)


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O QUE NÃO ME PERTENCE QUE VÁ EMBORA

"Por que ser ciumento? Se você entrega seu amor a alguém que não o aprecia; se esta pessoa não quer você ou dá a outro o reconhecimento que você acha que merece, é óbvio que o ciúme não vai segurar a pessoa e nem vai curar a tensão do relacionamento. Aprisionar alguém com ciúme e exigências certamente não produzirá felicidade. Relacionamentos felizes só crescem com amor e confiança. O amor sobrevive quando nos sentimos respeitados, úteis e livres do sentimento de posse.  

Então, qual é o remédio? Sempre que o ciúme tentar prender você, afirme com convicção. 'Estou livre da escravidão do ciúme e do medo. O que é meu é meu, e o que não me pertence que vá embora!' Quando você se libertar de todo o medo e ciúme, sua vida será maravilhosa. Você pode ser livre. O que é seu será sempre seu, e o que não é para ser seu jamais faria você feliz. A satisfação plena resulta do aperfeiçoamento constante de si, de modo que ao invés de ter que procurar os outros, eles é que o procurarão. Dê amor e amizade sem esperar ou exigir nada em troca. A expectativa o tornará uma vítima do sofrimento.  

Mesmo enquanto se empenha em melhorar, aprenda a ser ímpar, confiante em suas próprias virtudes e em seu próprio valor. Se quer que os outros acreditem em você, lembre-se: não são apenas as suas palavras que produzem efeito, mas sim o que você é e o que você sente interiormente - o que está em sua alma. Procure sempre ser um anjo no seu interior, não importa como os outros ajam. Seja sincero, gentil, afetuoso e compreensivo. Quem não responde à bondade não é digno de atenção. Mesmo que você tenha de perder alguém que ama, é melhor deixá-lo ir pensando em você como um anjo do que como o monstro de olhos verdes do ciúme. Deixe com essa pessoa um lindo pensamento do seu amor, e esse amor permanecerá no coração dela para sempre."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 162/163)

terça-feira, 17 de agosto de 2021

FUNÇÕES PROFUNDAS DA DOENÇA

"(...) o objetivo de uma enfermidade é, em princípio, o aperfeiçoamento do próprio homem. Como já dissemos, antes de nascer ele consegue ver claro sua meta evolutiva e programa acontecimentos que proporcionarão os recursos para que certas circunstâncias se deem nos planos físico e psíquico no decorrer daquela encarnação. Como esse programa é traçado pelo eu superior, apoiado nas formas que carmicamente estarão disponíveis, sempre se leva em conta o grau de vigor do indivíduo. Por isso nunca acontece de uma prova, no caso de uma enfermidade, ser maior do que sua capacidade de suportá-la. É o fato de não aceitá-la e de ele reagir diante das evidências que coloca mais peso sobre a situação, tornando-a, muitas vezes, insuportável. Isso é válido inclusive no que se refere à dor física, como veremos mais adiante.

Ao passar por uma enfermidade, se souber trabalhá-la e trabalhar-se a si mesmo através dela, o homem adquire forças que substituirão aquelas que anteriormente tinha e que eram insuficientes para o grau de desenvolvimento almejado pela sua supraconsciência. Às vezes esse trabalho pode ser feito na mesma encarnação em que surgiu a enfermidade, e o novo potencial pode emergir a curto prazo; outras vezes, o campo é preparado através de experiências mais ou menos dolorosas e longas, e os resultados só vão manifestar-se em uma ocasião futura. 

O processo de nosso desenvolvimento e evolução obedece a ritmos ordenados. Alguns deles são individuais, e outros grupais, nacionais, planetários ou cósmicos. Por isso, a libertação de um potencial após a purificação de resquícios do passado se dá quando chega, para o indivíduo, o momento oportuno, mas pode acontecer também que um potencial já livre de obstáculos permaneça reservado para algum ciclo de caráter mais amplo. O indivíduo aguarda então oportunidades de servir em um âmbito maior e espera que as circunstâncias para isso não estejam prontas apenas em si mesmo. 

Eis por que, muitas vezes, seria inútil querermos prolongar nossa encarnação além do tempo necessário e previsto, inseridos que estamos, sempre, em ciclos que envolvem movimentos maiores e menores, a depender da força de nosso potencial: precisamos estar disponíveis no correto momento grupal, astrológico e planetário em que esse pontencial for de maior benefício. 

Durante as provas, o sofrimento pode ser aumentado quando os pensamentos se prendem ao corpo físico e os sentimentos aos desejos do corpo emocional. Havendo relutância em abandonar esses desejos, ou demorar-se demais a mente sobre os assuntos tipicamente físicos, o sofrimento recrudesce. Como veremos, o corpo físico tem uma consciência própria e, na maior parte dos casos, não necessita que interfiramos nela. A consciência do corpo físico, quando desenvolvida, sabe melhor do que a mente humana o que fazer e como agir. Qualquer força de pensamento que voluntariamente lhe dirijamos pode perturbar-lhe a ação, fazendo-a assim recolher-se ou acomodar-se a receber ordens mentais, em vez de passar por um processo de crescente desenvolvimento. 

Uma pessoa cujo corpo físico esteja condicionado por ideias mentais, mesmo que provenientes do seu ocupante, certamente o terá doente. A mente conhece apenas o que diz respeito às suas vivências anteriores; mas a consciência do físico, além de ter a experiência passada, está desenvolvendo nesta época (entre outras coisas) a capacidade de liberar a substância luz presente em cada célula. A intuição que essa consciência deverá ir adquirindo precisará crescer para que ela mesma se eleve. Ter fé na realização dessa possibilidade e permitir que ela desabroche é uma das funções do espírito humano em sua vida sobre a Terra." 

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 43/45) www.pensamento-cultrix.com.br


quinta-feira, 12 de agosto de 2021

DEUS MANIFESTANDO-SE COMO VONTADE

"Somos sempre inclinados a chegar aos extremos. É muito mais fácil ir aos extremos do que mantermo-nos firmemente no centro do caminho, e eu penso que é por isso que encontramos tão amplamente, de um lado, grandes arrebatamentos de devoção, e, de outro lado, as terríveis trevas do sentimento de abandono. Isso é marcado, em sua realidade, como uma das grandes experiências pelas quais todo Místico deve passar - e que é chamada a Crucificação do Cristo, quando as trevas vieram durante três horas, e através da escuridão vibrou o grito angustiado do Cristo na Cruz: 'Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?' Isso não durou muito. Não podia durar. Mas, às vezes, pensamos que a sombra daquela aparente e terrível deserção deixou algo sombrio sobre o Cristianismo, de forma que mesmo as palavras finais, mostrando que não havia abandono: 'Pai! Em tuas mãos entrego o meu Espírito!' aparentemente não foram válidas para fazer lembrar ao santo que, embora o Filho do Homem se esteja tornando o Filho de Deus, ele pode perder, por um momento, o contato consciente com o Deus interior, e com isso, naturalmente, o contato com o Deus exterior. Essa é uma experiência nos mais elevados pontos do Caminho, quando tudo desaparece, mesmo a crença de que há um Eu Superior. E o discípulo, nas trevas, simplesmente detém-se, recusando-se a mover-se para não tombar no vazio, sabendo, em sua mais profunda natureza, que aquilo é apenas uma tentativa de Mãyã para iludi-lo, para arrebatar aquilo sem o que ele não pode viver, no corpo ou fora dele, para não falar no Eterno. Essa é uma experiência que parece ser necessária, a fim de que um homem possa aprender a ficar absolutamente a sós. (...)

Tentem, então, levar através de seus estudos esta Luz da Teosofia, a Sabedoria Divina, que encontraremos talvez, mais completa, no estudo cuidadoso dos Upanisads. Quando chegarem às vidas dos grandes Místicos, vidas que estudarão, tentem ver nelas o que podemos chamar seus sucessos e seus fracassos. Observem as diferenças, e, ainda assim, a identidade. Irão encontrar um grande Discípulo, por exemplo em Sir Thomas More, cuja Utopia não é o devaneio de um sonhador, mas a visão de alguém que se estava aproximando da Liberação. Poderão ver isso na República de Platão, desembaraçando-a das circunstâncias da época, e vendo a grande meta que ele tem em mira, a Sociedade Perfeita. Poderão ver isso, com dificuldade maior, em Jacob Boehme, o sapateiro remendão - e compará-lo com o do grande Ministro de Henrique VIII - repleto de iluminação, velando sua sabedoria com as fórmulas e simbologias mais abstrusas, usando a alquimia e a astrologia como formas com as quais poderia velar seu significado, por causa da perseguição a que estava exposto e dos desprezo dos Governantes de sua própria cidade, que não mereciam sequer tocar-lhe os pés. Mas o sapateiro remendão vive, enquanto os Governantes estão todos esquecidos, e é um marco na grande Senda Mística. Então, irão conhecer os Místicos de Cambridge, com seus primorosos lampejos de visão, de vez em quando, e os Místicos da Igreja de Roma, como São João da Cruz, como Santa Tereza, como Molinos, o Místico espanhol, para chegar, talvez, na Escola Quietista da França, com Madame Guyon, tateando em busca do verdadeiro Misticismo.

Devem estudá-los, a todos, e aprender com todos eles, pois há muito a aprender dos diferentes ângulos de observação, a partir dos quais, eles olham para Deus e para o mundo. Cultivem o espírito do aluno, que enquanto estuda não desafia as exposições entre as quais está pesquisando a verdade que elas contêm. Para encontrar a verdade em qualquer escritor, devem tentar o contato com a sua vida, mais do que com as suas palavras, e isso pede mais simpatia do que análise. Tentem desenvolver essa simpatia com o pensamento que os levará ao contato com o escritor, e fará com que compreendam o que ele se está esforçando para expressar, por muito que lhe faleçam as formas de expressão. E, se dessa maneira podem acompanhar o pensamento profundo, o conhecimento superior, se algo em seu interior os convida ao esforço, embora possa haver demora na obtenção do que esperam conseguir, então nada desdenhem por parecer pequeno, porque, ali, pode haver algo que os auxilie. E lembrem-se de que ajudam mais a si mesmos quando estão ajudando aos outros. Ofereçam livremente algum conhecimento que tenham obtido, de forma que qualquer alma sedenta de água do conhecimento possa, por seu intermédio, receber uma ou duas gotas dessa água. Porque a gota que derem a outro torna-se o seu manancial de Vida, a que está por trás do véu.

Não temam as trevas. Muitos passaram por elas antes de vocês. Não temam que elas escondam seja o que for que possa atingi-los, pois vocês são eternos, embora encarnados num corpo. O que estão procurando não é o conhecimento exterior, mas a compreensão do interior, a compreensão do seu próprio Eu superior, que é um com a Vida Universal. Esse é o apogeu da Ioga. Nos momentos mais sombrios, lembrem-se da Luz. Nos momentos em que o irreal os estiver cegando, lembrem-se do Real. E, se através do irreal puderem agarrar-se ao Real, se através da escuridão jamais perderem a fé de que a Luz está ali, irão encontrar o Mestre que os guiará da morte para a imortalidade, e saberão, com uma convicção que nada poderá abalar, que Deus os fez à imagem de Sua própria Eternidade."

(Annie Besant - Brahmavidyã, Sabedoria Divina - Ed. Pensamento Ltda, São Paulo - p. 22/25)


terça-feira, 10 de agosto de 2021

MÁGOA E FRUSTRAÇÃO

"Nossas atitudes mentais e emocionais diante das decepções podem assumir muitas formas. Mágoas ou ressentimentos profundos podem resultar em dissensão, doença ou divórcio. A perda de um ente querido pode ser seguida de neuroses e perca de amor-próprio. A insatisfação no trabalho pode dar origem a fadiga, dores de cabeça e crescente irritação. O fracasso em estar à altura de nossas expectativas ou de outros pode resultar numa culpa paralisadora ou num desejo de nos autopunir. 

No entanto, a dor de esperanças perdidas não precisa nos aleijar para sempre. Devemos reservar algum tempo para descobrir a causa de nosso desespero. Podemos deixar a tristeza nos dominar ou deixá-la trabalhar em nosso benefício, tomando consciência de que a dor é muitas vezes uma indicação de atitudes prejudiciais que precisam ser abandonadas ou modificadas, tornando-se mais saudáveis. 

Gibran Khalil Gibran, autor de O Profeta, descreve o uso construtivo do sofrimento da seguinte maneira: 'Grande parte do vosso sofrimento é por vós próprios escolhida. É a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu doente'.

Hoje deixe-me entender que sou responsável por grande parte dos desconfortos que sinto. Já que minhas atitudes ajudaram a criar o problema doloroso, também tenho dentro de mim as atitudes saudáveis para resolvê-lo. Trabalharei para vencer minha dor e para sanear os pensamentos que limitam e impedem que eu atinja minha plenitude."

(Por Liane Cordes - O Lago da Reflexão, Meditações para o autoconhecimento - Ed. Best Seller, 3ª Edição - p. 63)


quinta-feira, 5 de agosto de 2021

ACUSAÇÃO E CRÍTICA - V

"Desconfiamos dos outros? Temos medo da intimidade? Sentimo-nos pouco à vontade quando comunicamos nossos mais profundos pensamentos e desejos? Tememos a rejeição ou tememos ser possuídos por alguém?

Todos nossos temores vêm de uma falta de confiança em nós mesmos e não nos outros. Só podemos temer nos outros o que não vencemos em nós mesmos. Se tememos o controle dos outros é porque não nos sentimos no controle de nossa própria vida. Se tememos a rejeição, é possível que tenhamos rejeitado algo muito querido em nós mesmos. Se desconfiamos dos motivos e ações dos outros, provavelmente duvidamos dos nossos. Se reprovamos a hipocrisia dos outros, talvez estejamos nos condenando por não vivermos à altura de nossos mais altos ideais e expectativas. 

Tomás Kempis, um monge e escritor místico alemão do século 15, escreveu: 'O que está em perfeita paz não desconfia de ninguém, mas o que está descontente e perturbado é sacudido por muitas suspeitas. Ele não fica tranquilo nem permite que outros se tranquilizem'.

Hoje deixe-me lembrar a mim mesmo que não é a desconfiança dos outros que devo temer, mas a desconfiança em mim mesmo.

Assim que você confiar em si mesmo aprenderá a viver.
- GOETHE

(Por Liane Cordes - O Lago da Reflexão, Meditações para o autoconhecimento - Ed. Best Seller, 3ª Edição - p. 88)


terça-feira, 3 de agosto de 2021

NÃO JULGUEIS - E NÃO SEREIS 'JULGADOS!' - NÃO CONDENEIS - E NÃO SEREIS CONDENADOS!

"Com estas duas frases lapidares enuncia o divino Mestre a lei universal e infalível de causa e efeito, ou, como diz a filosofia oriental, a lei do 'karma'. Se os homens compreendessem praticamente essa lei, não haveria malfeitores sobre a face da terra, porque o homem compreenderia que fazer mal a seus semelhantes é fazer mal a si mesmo, e, como ninguém quer ser objeto de um mal, ninguém seria autor do mal; cada um compreenderia que ser mau é fazer mal a si mesmo.

O universo é um 'kosmos', isto é, um sistema de ordem e harmonia, regido por uma lei que não admite exceção, ou no dizer de Einstein, o universo é a própria Lei Universal. Dentro desse sistema cósmico, a toda ação corresponde uma reação equivalente. Pode essa reação tardar, mas ela vem com absoluta infalibilidade.

Objetivamente, ninguém pode perturbar o equilíbrio do universo, embora, subjetivamente, os seres conscientes e livres possam provocar perturbação. A ação do perturbador provoca infalivelmente a reação do perturbado, e esses dois fatores, ação e reação, atuando como causa e efeito, mantêm o equilíbrio do Todo. A ação do perturbador chama-se culpa ou pecado, a reação do perturbado chama-se pena ou sofrimento. Ser autor de uma culpa é ser mau, ser objeto de uma pena é sofrer um mal. Por isso, é matematicamente impossível que alguém seja mau sem fazer mal a si mesmo. Se tal coisa fosse possível, o malfeitor teria prevalecido contra o universo e ab-rogado a Constituição Cósmica; teria, por assim dizer, derrubado o Himalaia com a cabeça.  

Compreender praticamente essa lei inexorável é ser sábio, e ser sábio é deixar de ser mau ou pecador. Se todos os homens fossem sábios ou sapientes, não haveria mau sobre a face da terra. Mas os homens são maus porque são insipientes, ignorantes. 'Disse o insipiente no seu coração: Não há Deus!' Todas as vezes que os livros sacros se referem ao pecador, usam o termo 'insipiente', isto é, 'não sapiente', ou ignorante.

O grande ignorante é o pecador. O grande sábio é o santo.

Quem conhece experiencialmente a ordem cósmica não comete a loucura de querer destruí-la com seus atos maus, porque sabe que isto é tão impossível como querer derrubar o Himalaia com a cabeça ou apagar o sol com um sopro.

O verdadeiro homem santo é um sapiente. E sua sapiente santidade consiste em manter perfeita harmonia com a lei do universo. A própria palavra 'santo' quer dizer 'universal' ou 'total'. O homem santo é o homem univérsico, integral, cósmico, aquele que não procura uma vantagem parcial contrária à ordem total."

(Rohden - O Sermão da Montanha - Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 1997 - p. 151/153)