OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 23 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (1ª PARTE)

"É raro encontrar entre as grandes figuras da arte, da ciência, da literatura, da política, da santidade aqueles que não tiveram uma longa vida de vicissitudes, necessidades e sofrimentos.

Alfred Adler, psicanalista americano, defende a tese de que o 'sentimento de ser inferior' é o que move o homem a progredir e buscar vencer. São as insuficiências, as carências desta ou daquela espécie que suscitam o esforço criador, o impulso para a superação.

Frequentemente pessoas sofredoras me pedem orientação, apoio e conforto. Escuto em silêncio, e com interesse, e quanto mais simpatia em mim vão sentindo, mais intensamente esperam palavras de piedade. Tenho escutado relatos comoventes, descrições ansiosas de transes bem dramáticos e até confissões de inusitados vícios.

Tenho recebido confidências e queixas que, de tão horríveis, parecem fantásticas. Fico perplexo diante das muitas carrancas que a dor apresenta. Quanto sofrimento neste mundo! Há dramas e tragédias, misérias e degradação em tantos que me recordo do princípio budista de que basta existir para ser presa da dor. Terminada a entrevista, sentindo-se um pouco melhor por ter aliviado a tensão, com a abertura das comportas, é natural o confidente desejar expressões piedosas de condolências ou a declaração de que 'não existe quem sofra tanto quanto você', ou palavras como 'coitadinho'. Costumo frustrar tal expectativa, dizendo com a maior sinceridade: 'Meus parabéns!'

Se não adiantasse logo as razões de meu proceder, por certo, merecia ser chamado de 'insensível' ou mesmo debochado, pois não se deve fazer troça dos dramas do próximo. Apresso-me em desmanchar a cara de perplexidade e decepção do interlocutor, completando: Se seu sofrimento e dificuldades são tão grandes, meus parabéns!, porque você conta com um dos fatores indispensáveis para progredir, você tem aquilo que pode levá-lo a superar a si mesmo, você conta com o que faz o ser humano realizar-se, tornando-se melhor, transformar-se, curar-se, vencer a distância que o separa da Perfeição. Você tem aquilo sem o qual o ser humano se deteriora na estagnação, ou mesmo regride. Você tem a arma da vitória, que é o desafio do sofrimento. Você alcançou reconhecimento de algo essencial a realizar. A dor impulsiona o engrandecimento. Suas dificuldades, imperfeições ou misérias lhe são um desafio. Você tem um desafio. Aceite-o. Enfrente-o. Aproveite-o para sua evolução. Aceita sua situação difícil não como uma desgraça e motivo para lamuriar-se; não como algo que vai destruí-lo, mas como a condição para desenvolver suas potencialidades. É no sofrimento de fogo e martelada que um pedaço de ferro bruto é transformado em um objeto de beleza ou utilidade. A falta de pernas faz nascer asas no verdadeiro homem. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 198/199)


domingo, 21 de dezembro de 2014

ASANGA (1ª PARTE)

"Em muitos de seus versículos, a Gita alerta o aspirante ao yoga, o candidato à saúde e à integração psicossomática, que não se deixe dominar pelos objetos dos sentidos. Quem vive a gratificar os sentidos, cada vez mais, vai se tornando escravo do prazer e do desejo de maior prazer. Não pode haver libertação para aquele que se deixa dominar pela sede dos sentidos (indriyas), pela sensualidade. Quem aspira à conquista da mente, tem de manter-se alerta, a fim de não cair vítima da obsessão sensual. A psicologia e a higiene mental do Ocidente também recomendam que não se deve atender à sede de sensualidade, e mostram não ser sadio gratificar os sentidos. 

Sanga quer dizer o gozo dos prazeres sensuais ou a gratificação dos sentidos. O yogui pratica asanga, isto é, a negação de sanga. Asanga é liberdade. Sanga, servidão.

A maioria dos homens vulgares, tentando, de maneira vã, um alívio para seus dramas, buscando, sem resultado, um preenchimento para o vácuo de seu viver sem rumo, querendo um lenitivo para seu tédio e buscando uma felicidade mítica, persegue novos e mais excitantes prazeres sensuais. O que consegue é apenas perseguir miragens, disfarçar a infelicidade, com o consequente agravamento dessa infelicidade e maior desgaste de sua energia nervosa. Se ansiedades e frustrações são como fogueira a queimar, as concessões à sensualidade são como a tentativa de apagá-la jogando mais gasolina em cima. Os sentidos indiscutivelmente são insaciáveis. Nenhum prazer, por mais intenso e inusitado que seja, conseguirá satisfazê-los. Quem tenta provar o contrário - e são quase todos - comete imprudência e só consegue desengano. É um recomeçar desalentador... 

Se a mente é uma fogueira, asanga é negar-lhe o combustível. A dieta e o jejum dos sentidos, que a psiquiatria e a higiene mental de hoje recomendam, é este sábio procedimento aconselhado pela yoga há muitos milhares de anos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 195/196)


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PALCO DA VIDA


"O espaço entre nascer e morrer terá que ser preenchido com a representação de um drama, que traz como título ‘VIDA’.

Uns desempenham o papel de palhaços, mas como verdadeiros Artistas; outros, querendo ser Artistas, desempenham seus papéis como verdadeiros palhaços.

Na mesma exibição há mendigos que representam o papel de verdadeiros Reis, e há Reis que representam o papel como verdadeiros mendigos.

E assim continua o drama, cujos personagens vão mudando de tempos em tempos, mas a comédia, e suas variações dramáticas, é sempre a mesma. Os artistas desaparecem misteriosamente, um por vez, sendo que a última exibição de cada um é sempre a mesma – o encerramento das cortinas sobre a cena cujo nome é ‘MORTE’; algumas flores e um adeus de saudade.

A desconhecida sequência ficará na esperança oculta de enigmas misteriosos, que se processam na existência do Infinito.

E assim é o eterno drama da humanidade e dos séculos, que é exibido no ‘PALCO DA VIDA’."

(R. Stanganelli – A Essência do Otimismo – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 – p. 108)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IDENTIFICANDO-SE COM O PERSONAGEM



"O grande problema consiste em o homem representar um drama e não poder deixá-lo porque a máscara fez-se una com a face.


O personagem subjuga, frustra, enfraquece, vence, enlouquece e anula o grande ator. 

(Hermógenes - Mergulho na Paz - p. 191/192)