OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sábado, 8 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO NA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) Nossos sentidos são prejudicados pela atividade da mente. Muito disso se deve a tolas distrações. A atividade mental também reduz os sentimentos - por exemplo, a solidariedade. Milhões de pessoas estão morrendo de fome ou subnutrição. Ouvimos falar a respeito mas não sentimos de verdade. Torna-se parte do noticiário e logo esquecemos. Mesmo enquanto falamos ou lemos a respeito, a mente pode divagar para alguma outra coisa - o que a pessoa quer comprar na próxima vez que for ao shopping ou alguma outra trivialidade. Os pensamentos criam perturbação e embotam nossa percepção. Eles também suprimem nossos sentimentos mais sutis e belos de diferentes tipos, como por exemplo o lado moral - não no sentido convencional, mas no sentido de saber o que não é correto e o que não é útil.

Buda falou a respeito do correto pensamento, da correta linguagem, da correta ação, e assim por diante. Em que consiste a retidão? É um grande tema em si mesmo, mas ele resumidamente usou uma palavra que significa 'bem-estar', não simplesmente para si próprio mas também para as outras pessoas, para o ambiente, para tudo.

Portanto, viver o correto tipo de vida é um tipo de habilidade que a pessoa tem que aprender. As pessoas fazem coisas espantosamente antiéticas porque não sabem o que isso acarretará ao bem-estar dos outros e do mundo. É difícil saber o que é bom e o que não é; daí o axioma 'o caminho para o inferno está repleto de boas intenções.' Mas se nosso cérebro não estiver distorcido, se verdadeiramente nos preocuparmos com o bem-estar dos outros, entenderemos aquilo sobre o que Buda falou. 

O pensar excessivo suprimiu nossa capacidade de responder ao que não está no nível visível. (...) Dizem que algumas descobertas surpreendentes da ciência surgiram a partir de lampejos de percepção. Mas o verdadeiro pensar parece tomar parte. Alguns cientistas descreveram como durante anos trabalham num certo problema sem obter resposta, mas certo dia, subitamente, quando param de pensar no problema, repentinamente a resposta apareceu. 

Podemos estar cercados pela beleza de um local profundamente pacífico, mas a percepção dessa beleza pode ser reduzida pela atividade mental ou até mesmo totalmente perdida. Essa pode ser uma razão para a assimetria na atividade humana, porque a capacidade de pensar sumprime e obstrui a percepção sensorial, os sentimentos e as percepções morais e estéticas."

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/28)


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO NA MENTE (2ª PARTE)

"(...) Qual é o problema com a mente humana, dedicada a tantas coisas que parecem ser meios de autodestruição? Diz-se que o homem é a única espécie que destrói sem razão aparente, inclusive os seres de sua própria espécie. Nenhuma criatura, que não o homem, se entrega à destruição desenfreada. Essa é uma de nossas características peculiares. Se pensarmos cuidadosamente, parecemos estar fazendo uma coisa muito estranha. Poderemos tentar encontrar as razõs para isso? Haverá algum desequilíbrio no ser humano? 

Talvez esse desequilíbrio esteja dentro da nossa mente, por causa da atividade mental excessiva. A maioria de nós não vê muito bem, mesmo na juventude, quando a visão é aguda e clara. Olhamos para o mundo com 'olhos que não veem', porque muita coisa acontece dentro de nossa cabeça.

Alguém pode passar por um jardim extremamente belo e não estar consciente da beleza, ou estar consciente somente por alguns instantes. Podemos conversar com uma pessoa durante meia hora e não sermos capazes de ver que alguma coisa está perturbando essa pessoa.

Uma conversa entre duas pessoas pode deixar cada uma delas com apenas uma ideia parcial do que a outra disse. Quando ouvindo alguém falar, a maioria das pessoas está pensando no que irá dizer a seguir, e por isso não ouve. Podemos passar por um jardim e não ouvir o canto dos pássaros, nem sentir a brisa passando através das folhas, mesmo quando pensamos que ouvimos e sentimos.

Krishnamurti escreveu: 'Se você olhar para uma folha, olhe-a plenamente. Então você verá todas as cores, a beleza da forma, a textura, tudo. Se você olhar para as nuvens, para uma folha que cai, para as pessoas, para tudo, cuidadosamente, com atenção, você compreenderá o quanto não vê.' (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O PÉ DE ACÁCIA

"SE EU FOSSE aquele pé de acácia,

 ali na encosta,

 exibindo o amarelo agressivo das minhas flores,

 contra o fundo verde da mata,

 sentir-me-ia cheio de prazer

 por oferecer abrigo aos ninhos,

 e néctar às abelhas diligentes...

Gozaria, por certo, com o roçar macio do vento,

a tirar sons em meus ramos.

Nem me incomodaria mesmo de acolher algum parasito.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

teria gosto de dar sombra ao casal de namorados,

mas, sem dúvida, sofreria as dores impostas pelo machado,

e ficaria triste com os moleques a matar meus passarinhos...

Mas eu responderia com a nobre impassibilidade de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

imóvel, confiante, sereno,

majestosamente sereno,

saberia aceitar o que viesse,

sem lamentar,

sem reclamar,

sem me abater...

Mesmo que o temporal destruísse meus ninhos,

mesmo que as borboletas deixassem de vir ao amanhecer,

e minha flores murchassem,

mesmo que o estio prolongado e forte viesse queimar-me,

e as abelhas, sem encontrar sustento, se fossem...

embora passível de gozar e sofrer,

continuaria uma acácia majestosamente serena

e conservaria sempre a nobreza ereta de uma árvore.

Se eu fosse aquele pé de acácia,

saberia aceitar as coisas como são,

não me rebelaria contra o inevitável.

Saberia que

até no malcheiroso esterco,

energia inefável se manifesta.

E seria minha nutrição.

Acataria os golpes da poda,

a necessária dor para crescer.

Acataria os golpes do lenhador

que viesse que viesse fazer de mim algo útil.

Renunciaria a ser a pincelada amarela a embelezar a paisagem,

e me deixaria transformar em acha de lenha,

E meu mistério se libertaria em forma de luz e calor,

ou viria a servia de esteio a um casebre,

e meu mistério se faria abrigo.

Quando chegarei a ter

a majestade daquela pé de acácia

dando vida, beleza, abrigo, amenidade e lição?!"

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 109/111)


domingo, 10 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (6ª PARTE)

O Grande Sábio da Paz

"No sul da Índia, perto de Madras, nasceu em dezembro de 1879 Bhagavan Sri Ramana, numa família brâmane. Já rapaz, Ramana disse a um de seus professores: ‘Este estudo não tem qualquer utilidade para mim. Preciso conseguir um outro tipo de sabedoria, pois a sabedoria do mundo material não pode fazer-me imortal. Esta sabedoria não pode dar-me o poder de vencer a morte. Eu preciso realizar o Divino Ser’.

A única obra espiritual que impressionou Ramana foi a vida do grande mestre Kabir e as suas descrições da vida dos 63 santos do culto Shiva, contada pelo seu tio Naga Swami. Mais tarde, lendo as sagradas escrituras vedas, brotou-lhe o desejo de ser um daqueles personagens celestiais. No mesmo instante foi imbuído de tal fé, de tal amor e tal fervor divino, que sentiu se inspirar nele a procura do Ser Supremo. Daí em diante ressoava no seu interior a palavra arunachala, identificado por seu tio como o nome de uma montanha sagrada. Algum tempo depois teve uma experiência extraordinária. Estava em seu quarto quando, subitamente, sentiu que se integrava no Universo. Seu corpo tornou-se estático e rígido. Ele perguntou: ‘Quem sou eu?’ ‘Minha consciência não é atingida absolutamente’. E então compreendeu que era completamente independente do corpo físico, da mente e dos sentidos, e disse: ‘Eu sou a Consciência.’ Nesse mesmo momento, sentiu a presença de Krishna, que lhe assegurou a imortalidade.

Pouco depois disso, abandonou o seu lar sem indicar o seu destino. Levou consigo apenas o dinheiro suficiente para a passagem com destino a Tiruvannamalai, uma cidade muito próxima à montanha Arunachala. (...) Ninguém o conhecia e ele passava o dia inconsciente do seu corpo físico e imerso em si mesmo em profundo êxtase.

Alguns meses após, o futuro grande avatar iniciou uma vida de rigorosa disciplina, passando vários anos ao pé da sacra montanha Arunachala. (...)

Um pequeno grupo de discípulos começou a formar-se  ao seu redor. Foi o mesmo que mais tarde construiu uma ermida na encosta da montanha, pedindo ao mestre para vir morar nela. Ele viveu ali por mais 50 anos."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

sábado, 9 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (5ª PARTE)

O Grande Reformulador

"Aurobindo, vidente hindu, filósofo, poeta e patriota, nasceu em Calcutá a 15 de agosto de 1872. Após estudos na Inglaterra, retornou à Índia em 1893, sendo um dos líderes revolucionários nacionalistas que lutaram pela independência. Nessa mesma época ele iniciou-se em ioga. Após ser julgado e absolvido em um caso de bomba em 1908, ele deixou a política e retirou-se para Pondicherry, onde viveu até a sua morte, a 5 de dezembro de 1950.

A vida política de Aurobindo foi inspirada em motivos espirituais, e depois dedicou-se à descoberta da maneira pela qual o Universo podia tornar-se divino. (...)

A mensagem filosófica de Aurobindo é de esperança, porque ele anuncia a salvação cósmica, na qual o homem e o universo estão destinados a se tornarem divinos. Isso é determinado pela lei da evolução. (...)

O Iluminado do Amor

Paramahansa Yogananda, também chamado de Supremo Cisne, nasceu a 5 de janeiro de 1893, em Gorakhpur, Nordeste da Índia, perto das montanhas do Himalaia. Após concluir o curso secundário decide ir para um eremitério em Benares, separando-se da família para entregar-se à disciplina espiritual de sua busca divina. É nessa época que Yogananda encontra-se pela primeira vez com o seu guru, Swami Sri Yukteswar Gíri, ‘a face divina que vira milhares de visões’, acontecimento que viria marcar profundamente a sua existência terrena. Yogananda atingiu alto grau de perfeição, chegando mesmo a realizar muitas curas físicas, e, mesmo após a sua morte material ocorrida a 7 de março de 1952, o seu corpo não apresentou nenhuma espécie de deterioração ou modificação durante os muitos dias que ficou exposto, conservando, inclusive, um grande brilho em sua pele. Deixou duas organizações não sectárias e não lucrativas: Self-Realization Fellowship (SRF), em Los Angeles, EUA, e Yogôda Satsanga (YSS), em Dakshinéswar, na Índia. O mestre declarava que, através dessas instituições, a mensagem liberadora de Krya ioga (a união com o infinito por meio de certa ação ou rito) seria difundida por todas as partes do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


quarta-feira, 25 de junho de 2014

EU TE EXALTAREI

"Ó PAI CELESTIAL, exaltarei Tua glória, as belezas de Teu paraíso em nosso interior. Que eu possa viver no jardim da felicidade da alma e dos pensamentos nobres, e estar impregnado, para todo o sempre, com o aroma de Teu amor.

Ó Espírito, faz de minha alma o Teu templo, e de meu coração o Teu amado lar, onde habitarás comigo em sereno e eterno entendimento.

Não queres descerrar Teus lábios de silêncio e sussurrar constantemente à minha alma pensamentos e orientação?

Amado Senhor, ensina-me a sentir que Tu és o único poder ativador, e que o valor de todas as experiências de minha vida reside em Te reconhecer como o único Autor de todas as ações. Ensina-me a contemplar-Te como o Amigo único, que me ajuda e estimula por intermédio de meus amigos terrenos.

Pai Celestial, de hoje em diante vou me empenhar em Te conhecer; farei esforços para cultivar Tua amizade. Todos os meus deveres serão executados com o pensamento de que estou Te percebendo por meio deles e, desse modo, Te agradando.

A vida é uma batalha permanente pela alegria. Possa eu lutar para vencer a batalha, no ponto exato em que me encontro agora.

Quando o medo, a raiva ou qualquer tipo de sofrimento me assaltarem, eu os observarei como espectador. Eu me distanciarei das minhas experiências. Esforçar-me-ei por manter, a todo custo, minha paz e felicidade.

Amado Pai, compreendo que o elogio não me faz melhor, nem a censura, pior. Sou o que sou diante de minha consciência e de Ti. Prosseguirei fazendo o bem a todos e sempre procurando Te agradar, pois só assim encontrarei a verdadeira felicidade."

(Paramahansa Yogananda - Meditações Metafísicas - Self-Realization Fellowship - p. 37/39)


terça-feira, 19 de novembro de 2013

ESCUTA A CANÇÃO DA VIDA

"Procura-a e escuta-a primeiro em teu próprio coração. A princípio talvez digas: 'Não consigo encontrá-la; ao procurar, encontro apenas discórdia'. Procura mais fundo. Se ficares de novo desapontado, detém-te e busca mais fundo ainda. Existe uma melodia natural, uma fonte oculta em todo coração humano. Pode estar oculta e completamente escondida e silenciada - mas lá está. Na própria base da tua natureza encontrarás fé, esperança e amor. Aquele que escolhe o mal se recusa a olhar para dentro de si, fecha os ouvidos à melodia do seu coração, assim como tapa os olhos para a luz da sua alma. Ele procede assim porque acha mais fácil viver nos desejos. Porém, sob toda vida existe uma forte corrente que não pode ser detida; as grandes águas na realidade ali estão. Encontra-as e perceberás que ninguém, nem a mais maldosa das criaturas, deixa de ser parte dela, por maior que seja sua cegueira em relação a esse fato, e mesmo que tenha construído para si uma horripilante máscara externa. É neste sentido que eu te digo: todos os seres entre os quais tu lutas são fragmentos do Divino. Tão enganadora é a ilusão em que vives, que é difícil que prevejas onde pela primeira vez detectarás a doce voz no coração dos outros. Sabe, porém, que ela está certamente dentro de ti. Procura-a em ti e, uma vez que a tenhas ouvido, mais prontamente a reconhecerás ao redor de ti."

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 78/81)


domingo, 20 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (1ª PARTE)

"São Paulo afirmou: 'Eu morro diariamente'¹ Com isso ele quis dizer que conhecia o processo de controlar os órgãos internos e que podia, voluntariamente, libertar do corpo e da mente o seu Eu espiritual - uma experiência que as pessoas comuns, destreinadas, sentem apenas no momento final da morte, quando o Eu espiritual liberta-se do corpo esgotado.

Ora, é possível ter a experiência de que o Eu está separado do corpo, sem experimentar a morte definitiva, submetendo-se a um curso de treinamento prático e regular neste método científico.

Darei apenas uma ideia geral do processo e da verdadeira teoria científica em que ele está baseado. Apresentarei o assunto aqui nos termos de minha própria experiência. Verificar-se-á, afirmo, que é universalmente aplicável. E também posso dizer, com plena garantia, que a Bem-aventurança - que é, como indiquei, nosso objetivo final - é sentida em grau intenso durante a prática deste método. Sua prática é em si intensamente bem-aventurada - muito mais bem-aventurança pura do que o maior de todos os prazeres que qualquer dos nossos cincos sentidos ou a mente jamais poderão nos oferecer. 

Não desejo dar a ninguém outra prova de sua verdade que não seja a proporcionada por sua própria experiência. Quanto mais alguém a pratica com paciência e regularidade, tanto mais sente, de maneira intensa e duradoura, que está estabelecido na Bem-aventurança de Deus. (...)"

¹ Coríntios 15:31

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 68/70)


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (1ª PARTE)

"O homem é essencialmente o Atma (que pode ser traduzido por Espírito). Não é o corpo, e nunca deve se identificar com o corpo por ser este simples vestimenta temporária. Mesmo os que concordam com esta verdade agem, na maioria das vezes, como se não fossem nada além do próprio corpo; por isso Sai Baba não cansa de martelar nesta verdade fundamental. 

Ele diz, por exemplo: 'Vocês são o Atma invencível, incólume aos altos e baixos da vida. A sombra que você projeta enquanto se desloca longe do caminho cai na sujeira e na poeira, na sarça e no mato, na pedra e na areia, mas você absolutamente não precisa se preocupar, pois caminha incólume. Assim também, como Atma, não há razão para se preocupar com o destino de sua sombra - o corpo.' (...)

O Atma em si não tem forma, mas cria as formas de que precisar. Criou os cinco envoltórios do homem. O mais grosseiro destes é o annamayakosha (revestimento do alimento). Mais sutil que este é o pranamayakosha (envoltório do alento vital). Estes dois são parte do corpo físico. Dois outros envoltórios formam o corpo sutil ou astral. São o manomayakosha (envoltório mental) e o vijanamayakosha (envoltório do intelecto ou da mente mais elevada). O quinto é o anandamayakosha (envoltório da bem-aventurança), que serve como o mais evoluído corpo do homem, o corpo causal, conhecido em sânscrito como karana sharira. Todos esses compartimentos e componentes servem ao senhor do castelo, o Jivatma (espírito individual). (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 329/330)


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMOR INCONDICIONAL: APERFEIÇOAR OS RELACIONAMENTOS HUMANOS (1ª PARTE)

"O mundo, como um todo, tem esquecido o significado real da palavra amor. O amor tem sido tão maltratado e crucificado pelo homem, que muito poucas pessoas sabem o que é o verdadeiro amor. Assim como o azeite está presente em cada partícula da azeitona, o amor permeia cada partícula da criação. Definir o amor, porém, é muito difícil, pela mesma razão por que não se pode descrever completamente o sabor de uma laranja. Você tem que provar a fruta para conhecer seu sabor. Assim é com o amor.

No sentido universal, o amor é o poder divino de atração que, na criação, harmoniza, une, prende junto. (...) Aqueles que vivem em sintonia com a força atrativa do amor harmonizam-se com a natureza e com os seus semelhantes, e são atraídos para a união bem-aventurada com Deus.

'O amor comum é egoísta, sombriamente enraizado em desejos e satisfações' [dizia Sri Yukteswar]. 'O amor divino é incondicional, ilimitado, imutável. O fluxo do coração humano desaparece para sempre, ao toque extasiante do puro amor.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 146/147)


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SVADHYAYA (ESTUDO DO SER)

"Significa estudo do Ser e é remédio filosófico. Em livro tradicional da Índia fala-se que uma pessoa chegou a um quarto escuro e se horripilou ao ver uma cobra que o ameaçava. Depois que acendeu o candeeiro, constatou que era tão somente uma inofensiva corda.

Nossas reações de medo, ódio, cobiça, ciúme, apego, finalmente todas as emoções com que reagimos ao mundo são originadas por um normal estado de ilusão, pois não vemos a corda, vemos a cobra. Reagimos à cobra que, embora sendo falsa, tem o poder de afetar-nos. Não vemos a corda, embora real. 

A Realidade não conhecemos. Ela é o Uno sem um Segundo, é o Absoluto, é o Ser, a Consciência e a Bem-aventurança escondida atrás deste mundo cheio de contrariedades, diversidades, de opostos, feito de nascimentos e mortes. O estudo do Ser, isto é, svadhyaya, através da leitura de livros sagrados de todas as tradições religiosas, através de permanente observação das coisas de fora e de dentro de nós, através da meditação é que nos dá a coragem resultante de matar a ameaçadora cobra da ilusão. (...)

O estudo da filosofia é a chave que nos liberta da vinculação, dos sofrimentos, da cobiça, do medo e do ódio. Se é a ilusão que nos assusta ou prende, lé a desilusão que nos salva. Nunca se entristeça por desiludir-se de algo ou alguém. É uma libertação que merece ser comemorada com um sincero 'Graças a Deus'. A verdadeira e última desilusão abre o portal para Deus. 

Reflexão: Iluda-me pensando que o gelo era mais real que a água e esta mais real que o átomo. Hoje, a ciência liberta-me dessa ilusão, e sei que nem mesmo o átomo tem realidade a não ser uma realidade relativa. 

A Realidade que Eu Sou nem adoece, nem sofre, nem morre, nem se perturba. Intranquilo, andei desejando e buscando poder, fortuna e prazer. Hoje - desiludido - salvo-me. Andei temendo coisas que também são ilusões. Desiludo-me e deixo o medo para trás, para longe de mim.

A Realidade que Eu Sou não tem inimigos nem sofre ameaças. O sofrimento é ilusão. Ilusório é também o prazer. Somente a Paz tem Realidade. Somente a Bem-aventurança é Real."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 143/144)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A META SUPREMA

"A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele 'algo mais' que espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas individuais que procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais.

Muitas pessoas talvez duvidem de que encontrar Deus seja a finalidade da vida, mas todos podem aceitar a ideia de que o propósito da vida seja encontrar a felicidade. Eu afirmo que Deus é a Felicidade. Ele é a Bem-aventurança. Ele é o Amor. Ele é a Alegria que nunca deixará sua alma. Então, por que você não tenta alcançar essa Felicidade? Ninguém mais pode dá-la a você. Você mesmo tem de cultivá-la, o tempo todo.

Mesmo que a vida lhe tenha dado, em certo momento, tudo o que você queria - riqueza, poder, amigos -, passado algum tempo você se torna de novo insatisfeito e necessita de algo mais. Uma coisa, porém, jamais se tornaria monótona para você: a própria alegria! A experiência interior que todos estão buscando é a felicidade que é deliciosamente variada, embora sua essência seja imutável. A alegria perene, sempre renovada, é Deus. Encontrando essa Alegria dentro de si, você A encontrará em tudo no mundo exterior. Em Deus, você terá acesso à fonte da perene, infindável bem-aventurança.

Imagine que esteja sofrendo uma punição que não lhe permita dormir numa hora em que você necessita, desesperadamente, descansar, e de repente alguém diz: 'Muito bem, agora já pode dormir'. Pense na alegria que sentiria no momento em que estivesse a ponto de cair no sono. Multiplique-a por um milhão! Nem isso descreveria a alegria sentida na comunhão com Deus. A alegria de Deus é ilimitada, incessante, sempre nova. Corpo, mente, nada poderá perturbá-lo quando estiver nesse estado de consciência - assim são a graça e a glória do Senhor. E Ele lhe explicará tudo o que você não tem sido capaz de entender, tudo o que você quer saber.

Quando você senta em silêncio na meditação profunda, a alegria borbulha internamente, sem ter sido despertada por qualquer estímulo externo. A alegria da meditação é avassaladora. Aqueles que ainda não alcançaram o silêncio da verdadeira meditação não sabem o que é a verdadeira alegria. Quando a mente e os sentimentos são interiorizados, você começa a sentir a alegria de Deus. Os prazeres dos sentidos não perduram, mas a alegria de Deus é sempiterna. É incomparável!"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship -  p. 175/177)


terça-feira, 19 de março de 2013

JNANA YOGA - OS DOIS PÁSSAROS (6ª PARTE)

"Uma alegoria nos Uppanishads - a dos "Dois Pássaros" - ajuda-nos a compreender esta cosmovisão vedantina, que fundamenta a Jnana Yoga. Vejamo-la na descrição de Swamiji Sivananda:

Há dois pássaros na mesma árvore. Um, num dos galhos mais altos, o outro, mais abaixo. O primeiro se encontra perfeitamente sereno, silente, majestoso para todo sempre. É totalmente bem aventurado. O outro, nos ramos inferiores, come umas vezes frutos doces, outras, amargos. Por vezes, dança alegre. Por vezes, se sente miserável. Rejubila-se agora e depois chora. Às vezes prova uma fruta extremamente amarga e é presa de desgosto. Olha para o alto e contempla o outro, o pássaro maravilhoso de áurea plumagem, sempre venturoso. Deseja fazer-se igual a ele, mas logo se esquece, e novamente volta a comer frutas doces e amargas. Novamente come uma daquelas mais amargas e volta a sentir-se miserável. Volta então a desejar tornar-se igual ao pássaro lá do alto. Gradualmente, vai deixando de comer as frutas e se tornando sereno e feliz como o outro. O pássaro mais alto é Deus ou Brahman. O de baixo é jiva ou alma individual que está comendo os frutos de seus karmas (as consequências agradáveis e desagradáveis de suas prévias ações), isto é, prazer e dor, atingindo altos e baixos na batalha da vida. Sobe, para depois cair novamente, na medida em que os sentidos o puxam para baixo. Gradualmente consegue desenvolver vairagya (despaixão) e viveka (discriminação), e, voltando-se para Deus, pratica meditação, para, finalmente, atingir a autorrealização (conhecimento de si mesmo) e só então desfruta a eterna bem aventurança de Brahman. (In All About Hinduism, p. 178)

Em verdade não são dois pássaros diferentes, mas um só. O de baixo, no entanto, presa da ilusão, desconhece que ele e o outro são o mesmo. Se conseguir aguaçar seu discernimento ao mesmo tempo desapegar-se das frutas, poderá vencer o permanente estresse resultante do incessante jogo dos opostos - alegrias e tristezas, prazeres e pesares. O ignorante pássaro de baixo é ahamkara, nosso falso ego pessoal, sempre entretido com frutas amargas e doces, ora chorando, ora sorrindo. Goza e sofre por não se ter dado conta de sua substancial unidade-identidade com o venturoso e sobranceiro pássaro de cima, que ele inveja. Sua libertação resultará, por um lado, da desidentificação com o irreal e simultânea identificação com o Real, e, por outro, depende de desapegar-se das frutas amargas ou doces. Este é mais uma forma de explicar Jnana Yoga. Sem viveka (discernimento) e vairagya (desapego), o cativeiro e a infelicidade continuam. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 108/109)


segunda-feira, 4 de março de 2013

EM DEUS NOSSAS ASPIRAÇÕES ESPIRITUAIS SE REALIZAM


"Deus não é uma pessoa, como nós somos em nossa estreiteza. Nosso ser, consciência, sentimentos, volição têm apenas um vestígio de semelhança com o Ser (Existência), Consciência e Bem aventurança de Deus. Ele é pessoa no sentido transcendental. Nosso ser, consciência e sentimento são limitados e empíricos; os de Deus são ilimitados e transcendentais. Ele tem um aspecto impessoal e absoluto, mas não devemos pensar que Ele esteja fora do alcance de todas as experiências – inclusive de nossa experiência interior.

Deus pode ser percebido por todas as pessoas no estado de tranquilidade. É na consciência de Bem aventurança que nós O experimentamos. Não pode haver qualquer outra prova direta da Sua existência. É Nele, como Bem aventurança que nossas esperanças e aspirações espirituais se realizam – nossa devoção e amor encontram Nele o seu propósito.

Não se exige a concepção de um ser pessoal, que vem a ser apenas uma ampliação de nós mesmos. Deus pode ser ou tornar-Se qualquer coisa: pessoal, impessoal, todo misericordioso, onipotente e assim por diante. Mas não temos que nos preocupar com esses qualificativos. A concepção de Deus como Bem aventurança atende precisamente aos nossos objetivos, esperanças, aspirações e à nossa perfeição. (...)

Na Bem aventurança, transcendemos as alegrias e mágoas do mundo, mas não transcendemos a necessidade de cumprir nossos legítimos deveres no mundo.

O homem de Autorrealização sabe que Deus é o Autor de todas as ações, todo poder de agir flui Dele para nós. Quem está centrado no Eu espiritual sente-se como o desapaixonado observador de todas as ações, esteja ele vendo, ouvindo, tocando, cheirando, saboreando ou passando por várias outras experiências no mundo. Imersos na Bem aventurança, tais homens vivem sua vida de acordo com a vontade de Deus.

Quando se cultiva o desapego, o estreito egoísmo desaparece. Sentimos que estamos representando os papéis que nos foram atribuídos no palco do mundo, sem sermos afetados intimamente pelas alegrias e mágoas, amores e ódios que a encenação envolve."

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Self-Realization Fellowship - p. 50/52)


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

SOMENTE A BEM-AVENTURANÇA DIVINA É ETERNA


"Todo coração humano anseia por amor. E todas as formas de amor humano – aquelas entre pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado, amigo e amigo, guru e discípulo – vêm do Amor Único, que é Deus.

Todo coração humano também está buscando a felicidade. É o objetivo da vida. (...) O desejo de ser feliz e o de amar e ser amado são as forças motivadoras por trás de todas as nossas atividades e ambições.

Os sábios da Índia têm dito que Deus é Bem aventurança sempre existente, sempre consciente, sempre nova. Eles nos dizem que a felicidade que procuramos, a alegria que perdurará para sempre e nunca envelhecerá deve ser encontrada em Deus. E onde Ele está? Sua imagem divina reside em cada ser humano, como alma. Não conhecemos a paz divina da percepção da alma porque voltamos nossa atenção e nossa busca para as coisas deste mundo. Devemos lembrar que a felicidade alcançável na Terra é condicional e efêmera. Só a bem aventurança divina é eterna.

Amor e alegria, em suas formas mais puras, só podem ser encontrados em Deus. Todavia, em vez disso, nós os procuramos em todos os outros lugares. É somente quando enfrentamos severas provações e muita dor que começamos realmente a pensar em Deus e dedicar um pouco de tempo à adoração – oração, puja ou a recitação de um mantram. Mas chega a hora em que tais observâncias externas não nos satisfazem. Se a mente estiver vagando aqui e ali, a oração é ineficaz, e a repetição de mantrams e a prática de japa deixam de trazer a resposta de Deus que a alma anseia."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 173/174)


sábado, 17 de novembro de 2012

CANÇÃO UNIVERSAL


“Cantar a Canção Universal exige muito, o que o ser vulgar não decide nem tem tido força para fazer.

Palavras como equanimidade soam bem, mas nada ou pouco significam para o homem incapaz de reduzir o ritmo com que procura adquirir as coisas do mundo.

Ecumenismo é também muito sonoro. Mas, quais os que realmente transcendem os fossos a separar credos, doutrinas, partidos, times, pigmentação, ideologias, paróquias, cercas, muros...?

Desapego, para você e para mim, para a imensa maioria é árduo, parecendo mesmo impraticável.

Renúncia, quem a ela está disposto?

Devoção a Deus, no serviço a nosso irmão, é outra coisa praticamente estranha, inexistente.

Como estamos desafinados para a Canção Universal.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 24/25)