OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 19 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) O discernimento é necessário no perdão, como em todas as situações da vida. Ao perdoar não preciso concordar nem apoiar o comportamento prejudicial ou antissocial do outro. O perdão é uma atitude interior e não um ato externo, muitas vezes teatral. O objetivo do perdão não é mostrar que temos uma natureza superior e magnânima. Tampouco tem o propósito de mudar ou envergonhar o outro, mas simplesmente mudar nossa maneira de ver o mundo e, com isso, mudar os pensamentos negativos ou de discórdia que nutrimos em nossa mente. Dessa forma, alcançamos seu verdadeiro propósito que é trazer paz para nossa mente, abrir caminho para o amor incondicional e permitir que venhamos sentir a verdadeira alegria de nos livrarmos dos venenos do passado. 

O perdão é especialmente importante no seio da família. É entre aqueles que mais amamos que ocorrem mais ocasiões para sofrimento: palavras inapropriadas em momentos de estresse, descuidos com as suscetibilidades de cada um dos nossos familiares, esquecimentos de datas, ocasiões especiais, promessas esquecidas, expectativas não alcançadas, enfim, toda gama de situações em que magoamos nossos familiares e somos magoados por eles. Nesse sentido, a família é realmente um lugar fundamental para o exercício do perdão. Em uma recente homilia, o Papa Francisco disse:

'Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Decepcionamos uns aos outros. Por isso não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz  alegria onde a mágoa produziu tristeza, cura, onde a mágoa causou doença.'

O perdão só será completo em nossas vidas quando conseguirmos perdoar inteiramente nossos pais. Muitas pessoas, mesmo em sua vida adulta, guardam ressentimentos de certas atitudes do pai ou da mãe, ou de ambos. Mesmo que nossos pais tenham sido amorosos conosco, ainda assim, é provável que nosso relacionamento com eles, em nossa tenra infância, tenha deixado marcas psicológicas profundas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Para nos libertarmos de nossos traumas de infância, precisamos perdoar aqueles que julgamos 'culpados' pelos problemas de nossas vidas. Vale lembrar que, se tivermos a possibilidade de conhecer as circunstâncias da infância de nossos pais, vamos verificar que eles provavelmente repetiram conosco o tratamento que receberam dos pais deles, nossos AVÓS.

Esse entendimento, de que as pessoas tendem a repetir ou repelir o que vivenciaram no passado, é importante para aprendermos a extensão de como somos prisioneiros do passado. A libertação da culpa, ou do medo, que é o outro lado da culpa, facilitará nosso entendimento de que para alcançar a paz e a felicidade precisamos nos libertar do passado.²¹ Um futuro melhor só pode ser construído no presente. Mas, para isso, teremos que estar conscientes do presente, em vez da usual aceitação de que o presente é uma continuação automática do passado e que o futuro será a mesma coisa, ou seja, uma prisão eterna.

O perdão é uma mudança de atitude interior. Para isso precisamos estar convencidos de que podemos mudar. Toda mudança começa com uma decisão interior, com o pensamento de que deve haver uma alternativa e que podemos escolher essa alternativa. Com isso assumimos a responsabilidade por nossa vida em vez de esperar que nossos problemas sejam resolvidos por uma fonte externa, seja ela o nosso companheiro/a, o governo ou Deus."

²¹ KRISHNAMJURTI, J. Liberte-se do Passado. São Paulo: Ed. Cultrix.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 87/89)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 14 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO - (2ª PARTE)

"(...) Perdoar é simplesmente uma escolha seletiva de nossas lembranças. Em vez de insistirmos em nos lembrar das coisas negativas do passado, escolhemos nos lembrar dos momentos alegres com a pessoa que queremos perdoar e então especemos o resto. O perdão radical é o total abandono do passado, em todos os relacionamentos pessoais e dramas coletivos. 

Na perspectiva do amor, perdoar é a disposição de abrir mão das mágoas e sentimentos de culpa do passado. É a decisão de não sofrer mais e curar o coração e o espírito. É a escolha de não dar mais valor à raiva e ao ódio. E é também a renúncia ao desejo de magoar os outros e a nós mesmos por algo que pertence ao passado.

O perdão não é uma complacência com o erro. Ao perdoar o outro, você não está de modo algum concordando com o comportamento daquele que o faz sofrer, ou aceitando suas agressões ou ofensas. Ao perdoar, você deve aprender a separar consequência, de culpa ou ressentimento. Não podemos evitar a consequência objetiva dos atos cometidos no passado. Mas não devemos permitir que a culpa ou o ressentimento nos prendam em suas garras. 

Com relação ao perdão, QUERER é a palavra chave. Decida que não quer mais sofrer. Perdoe-se e perdoe o outro. Ao invés de querer castigar o outro, assuma a busca da paz interior como sua meta. O homem do mundo age em conformidade com sua tradição (que julga ser a sabedoria), em contraste com a sabedoria superior. A sabedoria superior tolera; a tradição julga; a sabedoria alivia; a tradição culpa; a sabedoria perdoa; a tradição condena.

Jung nos ensinou que a imaginação criativa, que os budistas chamam de imaginação correta, é um poderoso instrumento de mudança interior. Imagine sua vida sem medo de expressar seus sonhos. Você sabe o que quer, o que não quer e quando quer. Está livre para alterar sua vida da forma que sempre desejou. Continue o exercício imaginando que você tem permissão para ser feliz e aproveitar a sua vida. Para concluir, imagine que ama a si mesmo do jeito que você é.

O próximo passo demanda disciplina. Para moldarmos uma realidade feliz, temos que nos empenhar a cada momento, em não nos permitir ser limitados e encarcerados no medo do passado, nas ansiedades sobre o futuro e pelas 'verdades' questionáveis que assimilamos de nossos pais e da nossa cultura. 

Perdoar equivale a descartar o lixo psicológico da mesma forma que fazemos com o lixo orgânico depois das refeições. Todo lixo acumulado deixa um cheiro ruim no ambiente. O lixo psicológico é uma clara indicação de que há algo podre em nossos sentimentos que, por ignorância, insistimos em guardar no nosso coração." ...continua.  

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 85/87)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 12 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO - (1ª PARTE)

"A primeira dificuldade para praticarmos o perdão é o fato de o ego estar sempre focado no passado. A culpa é o resultado de mantermos em nossa memória os 'pecados' do passado. Porém, só podemos amar no presente, sendo o perdão uma expressão de amor. O perdão neutraliza os dois venenos que nos prendem ao passado: culpa e mágoa. 

Se nossas lembranças de sofrimento nos prendem ao passado, como podemos nos livrar do tempo? Para isso temos que viver no Eterno Agora, que na verdade é o estado de consciência do Reino de Deus. O perdão não é necessário no Céu, pois 'ali' ninguém é culpado ou tem pecado. No 'Céu' tudo está bem, nada precisa ser mudado ou consertado. Para entrarmos na consciência do Reino do Céu, precisamos aceitar a vida como ela é, ou seja, perdoar todos os nossos julgamentos e pensamentos de crítica

O perdão é um atitude para com a vida, mesmo quando somos agredidos. Jesus nos ensinou abandonar a antiga tradição judaica de retaliação na famosa passagem: 'Ouviste que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mal; antes, àquele que te fere na face direita oferecer-lhe também a outra.' As pessoas geralmente acham o ensinamento de dar a outra face incompreensível. A razão para isso é que entendem essa passagem bíblica literalmente, quando ela é alegórica. Dar a outra face quando atacado é apresentar a atitude (ou face) espiritual de não revidar, não atacar. 

"Considerada sob o ponto de vista da visão comum, a retaliação de qualquer espécie é não só permissível, mas desejável. O contra-ataque é o melhor meio de defesa. As leis da vida espiritual indicam o contrário. Não só são aconselhadas a ausência de defesa e de retaliação, mas atendendo o princípio, parece como se fosse recomendada a repetição do ataque, convidada pela não ação. A disciplina da não-reação à pressão externa e a preservação, sob todas as circunstâncias, o equilíbrio interior é essencial, porque, então, é estabelecida a perfeita harmonia, e ela governa o pensamento e a conduta. O aspirante, portanto, permanece calmo, impassível e sem represália a cada assalto à cidadela de sua consciência interior."²⁰

A atitude defensiva de nossas posses e do que acreditamos serem nossos direitos pessoais foram desenvolvidas ao longo de centenas de vidas. Essa atitude é necessária para a vida em sociedade, para preserva nossa vida pessoal, nossas posses, nossa família. Mas, quando entramos no Caminho Espiritual, os valores do passado da personalidade precisam ser substituídos pelos valores do bem comum, geralmente expressos pelo ideal da harmonia. O erro tem de ser desfeito e corrigido, em vez de castigado. A raiz do erro é o medo, e todo medo é oriundo do passado. Só o amor dissipa o medo, mas o amor está no presente. 

Por incrível que pareça, perdoar a si mesmo pode ser, algumas vezes, mais difícil que perdoar o outro. Não existe ninguém tão duro conosco como nós mesmos. Porém, quando perdoamos nossos erros, após a devida reflexão e determinação de mudar, entendemos que os outros também erram por ignorância e fraqueza. o perdão dos outros passa a ser mais fácil, especialmente quando nos damos conta de que o processo do perdão está inteiramente sob nosso controle." ... contínua.

²⁰ HODSON, Geoffrey. A Vida de Cristo do Nascimento à Ascensão. Brasília, Ed. Teosófica, 1999, p. 141.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 83/85)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 10 de agosto de 2021

MÁGOA E FRUSTRAÇÃO

"Nossas atitudes mentais e emocionais diante das decepções podem assumir muitas formas. Mágoas ou ressentimentos profundos podem resultar em dissensão, doença ou divórcio. A perda de um ente querido pode ser seguida de neuroses e perca de amor-próprio. A insatisfação no trabalho pode dar origem a fadiga, dores de cabeça e crescente irritação. O fracasso em estar à altura de nossas expectativas ou de outros pode resultar numa culpa paralisadora ou num desejo de nos autopunir. 

No entanto, a dor de esperanças perdidas não precisa nos aleijar para sempre. Devemos reservar algum tempo para descobrir a causa de nosso desespero. Podemos deixar a tristeza nos dominar ou deixá-la trabalhar em nosso benefício, tomando consciência de que a dor é muitas vezes uma indicação de atitudes prejudiciais que precisam ser abandonadas ou modificadas, tornando-se mais saudáveis. 

Gibran Khalil Gibran, autor de O Profeta, descreve o uso construtivo do sofrimento da seguinte maneira: 'Grande parte do vosso sofrimento é por vós próprios escolhida. É a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu doente'.

Hoje deixe-me entender que sou responsável por grande parte dos desconfortos que sinto. Já que minhas atitudes ajudaram a criar o problema doloroso, também tenho dentro de mim as atitudes saudáveis para resolvê-lo. Trabalharei para vencer minha dor e para sanear os pensamentos que limitam e impedem que eu atinja minha plenitude."

(Por Liane Cordes - O Lago da Reflexão, Meditações para o autoconhecimento - Ed. Best Seller, 3ª Edição - p. 63)


terça-feira, 27 de julho de 2021

ACUSAÇÃO E CRÍTICA - III

"Culpar alguma coisa ou pessoa pela infelicidade em nossa vida raramente resolve um problema. As queixas constantes, em silêncio ou em voz alta, nos distanciam da real causa de nossa tristeza e impedem de crescer interiormente.

Atitudes de queixa ou acusação como: 'Foi ele que me fez agir assim!', 'É tudo culpa dela', 'Não tive escolha', 'Todo mundo está fazendo isso', 'Ninguém me compreende', 'Não tenho amigos', 'Ele merecia esse castigo', 'Vou mostrar a ela' e 'Não vou pedir desculpas enquanto ele não o fizer' são exemplos das reações infantis que muitas vezes levamos para nossa vida de adulto.

Se quando estivermos dispostos a assumir a responsabilidade pelas nossas próprias atitudes, ações e descasos - sem culpar outras pessoas por eles - encontraremos a paz e harmonia interiores que estamos buscando.

Hoje pararei para ouvir meus pensamentos, tanto os profundos como os mais evidentes. Estou me queixando ou acusando demais? Se for esse o caso, voltarei minha atenção para a verdadeira fonte da infelicidade: minha insatisfação comigo mesmo.

Assumir a responsabilidade pelas nossas atitudes, ações e descasos é mais difícil do que dirigir a vida dos outros. Dar conselhos a outra pessoa, por exemplo, é mais fácil do que praticar o que ensinamos. Se aplicássemos os conselhos em nossa própria vida, teríamos menos tempo para criticar, tentar corrigir ou interferir nas dificuldades alheias. Além disso, ficaríamos surpresos com quantos opções temos dentro do nosso alcance que resolveriam, ou pelo menos aliviariam, os problemas de nossa vida. 

Hoje deixe-me entender que sou muito mais positivo e produtivo quando concentro meus esforços e pensamentos em modificar a mim mesmo e minhas próprias ações. Dê-me coragem de agir com base em minha sabedoria interior.

Só existe um canto no universo que você pode ter certeza de que é capaz de melhorar e ele é o seu próprio eu. Assim, é lá que você tem de começar e não fora de si, nem em outras pessoas. Isso vem depois, quando você já tiver seu próprio canto arrumado.
- Aldous Huxley


(Por Liane Cordes - O Lago da Reflexão, Meditações para o autoconhecimento - Ed. Best Seller, 3ª Edição - p. 85/86)



quinta-feira, 12 de março de 2020

PAIXÃO SEM CAUSA

Resultado de imagem para flores lindas"No estado de paixão sem causa há a intensidade isenta de qualquer ligação. Quando a paixão tem uma causa, há ligação, e esta é o início do sofrimento. A maioria de nós é ligada, apegada a uma pessoa, um país, uma crença, uma ideia, e quanto o objeto de nossa ligação é levado, ou de algum modo perde sua importância, nos vemos vazios, insuficientes. Tentamos preencher esse vazio nos ligando a outra coisa, que mais uma vez se torna o objeto da nossa paixão.

Examine seu próprio coração e mente. Eu sou apenas um espelho no qual você olha para si mesmo. Se você não quiser olhar, não tem problema. Mas se quiser, então olhe para você mesmo claramente, friamente, com intensidade - não na esperança de dissolver suas infelicidades, suas ansiedades, sua sensação de culpa, mas para entender essa paixão extraordinária que sempre conduz ao sofrimento.

Quando a paixão tem uma causa, ela se torna desejo. Quando há uma paixão por algo - uma pessoa, uma ideia, algum tipo de satisfação -, então dessa paixão surgem contradição, conflito, esforço. Você se esforça para adquirir ou manter um estado determinado ou para recapturar aquele que esteve ali e não está mais. Mas a paixão da qual eu falo não dá origem a contradição e conflito. Ela não está de modo nenhum relacionada com uma causa, por isso não é um efeito."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil, São Paulo, 2016 - p. 143)


terça-feira, 30 de julho de 2019

UMA ATITUDE DE VENCEDOR

"1. Um vencedor diz: 'Vamos encontrar a resposta'; um perdedor diz: 'Ninguém sabe disso'.

2. Quando um vencedor comete um erro, diz: 'Enganei-me'; quando um perdedor comete um erro, diz: 'A culpa não é minha'.

3. Um vencedor mete-se dentro de um problema e sai do outro lado; um perdedor cava sua própria cova e não consegue nunca sair dela.

4. Um vencedor assume compromissos; um perdedor faz promessas.

5. Um vencedor diz: 'Sou bom, mas posso vir a ser melhor'; um perdedor diz: 'Não sou pior que muitos outros'.

6. Um vencedor procura aprender com aqueles que lhe são superiores; um perdedor procura destruir os que lhe são superiores.

7. Um vencedor diz: 'Há de haver um meio melhor de triunfar'; um perdedor diz: 'Sempre se fez assim'."

(In: A Sua Liberdade Financeira, André Blanchard, Ed. Gente, 1993 - A Essência da Felicidade - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 61)


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

JUSTIÇA PUNITIVA

"'Ora, eu furto, e ninguém fica sabendo...'

Coitado do idiota que assim pensa.

Os vizinhos, os amigos, os parentes, o público, a polícia podem ignorar...

Até eles próprios, se fazendo de 'esquecidos', podem ignorar a má ação...

Mas há uma lei infalível - a Grande Lei - sempre vigilante, que é tão natural como qualquer outra lei científica, que não perdoa e não erra.

O sofrimento persegue o culpado, não importa onde ele tente esconder-se.

Que a Tua Santa Lei sempre se cumpra."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 83)


sábado, 18 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (PARTE FINAL)

"(...) O homem que apenas desenvolve o seu ego mental, e não o seu Eu racional (espiritual), vive numa frustração existencial, e não pode deixar de ser sofredor, por ser devedor e culpado da sua não realização existencial.

Nos últimos tempos, a medicina conseguiu aumentar a longevidade da vida humana, por meio de medicamentos – mas não diminuiu os sofrimentos humanos porque essa longevidade artificial é um prolongamento da agonia do homem, que continua a ser culpado.

Enquanto o homem não se realizar, de acordo com as imutáveis leis cósmicas, não deixará ele de ser um sofredor, a despeito de todos os paliativos e camuflagens da medicina. Somente a realização existencial pode pôr termo ao sofrimento compulsório do homem.

Depois de deixar de ser devedor culpado perante as leis cósmicas, pode o homem continuar a sofrer algum tempo por seus débitos passados (karma), ou mesmo por culpa de seus companheiros ainda devedores. Só quando toda a humanidade estiver sem culpa, deixará o homem de ser um sofredor compulsório.

O sofrimento por débitos próprios é vergonhoso – mas o sofrimento por débitos alheios é glorioso.

Somente os grandes avatares da humanidade, isentos de sofrimentos compulsórios, podem, querer sofrer voluntariamente, porque sabem que sem resistência não há evolução – e eles são desejosos de evolução ulterior e autorrealização cada vez maior.

Nesse caso estava Jesus, que não sofreu por débito próprio, nem alheio, como ele mesmo diz, mas 'para entrar em sua glória'. O seu sofrimento voluntário foi um sofrimento crédito, a serviço da sua evolução superior, e não um sofrimento débito.

O grosso da humanidade vive no sofrimento débito, que pode converter-se em sofrimento crédito.

Somente a nova humanidade, liberta de débitos, estará liberta de sofrimento débito, e pode iniciar a gloriosa humanidade dos avatares, de que o Cristo foi o precursor.

'Haverá um novo céu e uma nova terra, e o Reino de Deus será proclamado sobre a face da terra'."

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 39/40)

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A RESISTÊNCIA À MUDANÇA (1ª PARTE)

"A culpa surge quando nos convencemos de termos cometido um erro irreparável. A tortura da culpa consiste em pensar que qualquer problema seja permanente. Entretanto, como não existe nada que não mude, também a dor cede - não há problema que persista. Esse é o aspecto positivo da mudança. O negativo é que nós oferecemos resistência à mudança em quase todos os campos da vida. O primeiro passo para nos livrarmos do sofrimento é investigar uma das causas principais: a resistência à mudança.

É de extrema importância investigar as causas e origens do sofrimento, como ele surge - explicou o Dalai-Lama, ao descrever a natureza sempre mutante da vida. É preciso iniciar o processo avaliando a natureza impermanente e transitória da nossa existência. Todos os objetos, acontecimentos e fenômenos são dinâmicos, mudam a cada instante; nada permanece estático. Meditar sobre a nossa circulação sanguínea poderia ajudar a firmar essa ideia: o sangue está em fluxo constante, em movimento; nunca fica parado. Essa natureza de mudanças momentâneas dos fenômenos é como um mecanismo inerente a eles. E, como faz parte da natureza de todos os fenômenos a mudança a cada momento, isso nos indica que a todas as coisas falta a capacidade de perdurar, falta a capacidade de permanecer. E, já que todas as coisas estão sujeitas à mudança, nada existe numa condição permanente, nada consegue manter-se igual por sua própria força independente. Desse modo, todas as coisas estão sob a influência de outros fatores. Ou seja, a qualquer momento, por mais prazerosa ou agradável que possa ser nossa experiência, ela cessará. Isso passa a ser a origem de uma categoria de sofrimento conhecida no 'budismo' como o 'sofrimento da mudança' (...)"

(Sua Santidade, O Dalai Lama e Howard C. Cutler - A Arte da Felicidade - Livraria Martins Fontes Editora Ltda., São Paulo, 2000 - p. 184/185)
www.martinsfontes.com


domingo, 26 de março de 2017

CRIATIVIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Tudo o que acontece conosco agora reflete nossa carma passado. Se sabemos disso e o sabemos realmente, sempre que sofrimento e dificuldades nos atingem não os vemos mais como falhas ou catástrofes, nem os vemos de modo algum como punição. Não nos culpamos mais, nem nos permitimos odiar a nós mesmos. Vemos que a dor que atravessamos é a culminância dos efeitos, a fruição de um carma passado. Os tibetanos costumam dizer que o sofrimento é 'uma vassoura que varre todo o nosso carma negativo'. Podemos até ser-lhes gratos porque um carma está chegando ao fim. Sabemos que a 'boa sorte', um fruto do bom carma, pode logo passar se não a usarmos bem, e a 'má sorte', o resultado do carma negativo, pode na verdade estar dando a nós uma maravilhosa oportunidade de evoluir.

Para os tibetanos, o carma tem um significidado realmente vivo e prático no seu cotidiano. Eles vivem de acordo com o princípio do carma, no conhecimento da verdade que contém, e essa é a base da ética budista. Eles o entendem como um processo justo e natural. O carma inspira neles, portanto, um sentido de responsabilidade pessoal em tudo o que fazem. Quando eu era jovem, minha família tinha um excelente empregado chamado A-pé Dorje, que gostava muito de mim. Ele era realmente um santo, e nunca fez mal a ninguém em toda sua vida. Sempre que, em minha infância, eu dizia ou fazia algo prejudicial, ele replicava gentilmente: 'Oh, isso não está certo'; desse modo, instilava em mim um profundo senso da onipresença do carma e um hábito quase automático de transformar minhas reações, caso algum pensamento nocivo me invadisse o coração.

É realmente tão difícil perceber o carma em ação? Não basta apenas olhar para trás em nossas vidas para ver com clareza as consequências de alguns de nossos atos? Quando aborrecemos ou ferimos alguém, isso não veio de volta contra nós? Não fomos deixados com uma amarga e negra recordação, e com as sombras da autodesaprovação? Essas recordações e sombras são o carma. Nossas hábitos e medos também provêm do carma, o resultado de ações, palavras e pensamentos que tivemos no passado. Se examinarmos nossas ações e tomarmos realmente consciência delas, veremos que há um padrão que se repete: sempre que agimos negativamente, isso resulta em dor e sofrimento; sempre que agimos positivamente, isso no final resulta em felicidade."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 133/134)


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A ESPIRITUALIDADE E O FEMININO (1ª PARTE)

"A espiritualidade é parte integrante de qualquer ser humano. Pode estar ausente ou guardada no íntimo do ser, mas lá está disponível, esperando o momento de se manifestar. Muito do que conhecemos sobre ela vem de um histórico focado no masculino. Poucas referências e estudos dedicam-se ao enfoque feminino.

Haveria diferenças nas manifestações da espiritualidade quanto ao sexo? Certamente, visto que há condicionamentos históricos e sociais que impediram a expressão da espiritualidade feminina e, às vezes, também a masculina, pois poderiam abalar o sistema social vigente. Mas, de modo geral, os homens foram sempre mais favorecidos pela liberdade de ação. Os homens que largaram tudo para viver a espiritualidade plena, da forma que escolheram, sempre foram admirados e respeitados. Mas seria impensável tal atitude partindo de uma mulher.

Mulheres eram perigosas e deveriam estar sempre sob o controle da tribo, da família ou de um homem. Estavam expostas a muitos perigos, o que também era um impedimento, além de desempenharem um papel indispensável e fundamental na manutenção das famílias. Sem a liberdade de se dedicar à busca pessoal por respostas, restou às mulheres a manifestação de uma espiritualidade espontânea, menos passível de controle externo e capaz de fluir em casa, no seio da família e no exercício de suas atividades diárias. 

A investigação interna surgiu no amor pelo semelhante, no serviço ao próximo, no cuidado com tudo, na execução de suas obrigações rotineiras, sozinha e em silêncio. Se os homens precisam desenvolver essas características no trabalho espiritual, elas, ao contrário, teriam de ir ao mundo, perder o medo de sair do conforto familiar e dedicar o tempo à vivência espiritual com desapego e decisão.

Atualmente, com a liberdade, o estudo e o trabalho fora de casa, esse aspecto pode parecer pouco importante, mas não é. Mulheres se sentem culpadas ao usar o tempo que seria dedicado à família para uma realização pessoal, e na maior parte das vezes não se concedem esse direito. Além disso, a liberdade de investigação, de questionar e buscar estudo e conhecimento ainda não é real em grande parte do planeta, onde mulheres ainda são consideradas seres de segunda classe. Essa liberdade, nos locais em que já existe, levou milênios para chegar. (...)"

(Regina Celi Medina - A espiritualidade e o feminino - Revista Sophia, Ano 11, nº 43 - p. 15)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (1ª PARTE)


"Além do sofrimento evolutivo, que abrange toda a natureza dos seres vivos, há um sofrimento substitutivo, que é próprio da humanidade.

Onde há livre-arbítrio, pode haver, e, onde há culpa, deve haver reação em forma de pena ou sofrimento. É esta a expressão das leis cósmicas, que exigem reequilibramento de qualquer desequilíbrio.

Por isto, sofre o justo pelo pecador. O justo não desequilibrou o equilíbrio das leis cósmicas, mas, como o pecador as desequilibrou, e não as reequilibrou, deve o justo ajudar a fazer o que o injusto não fez.

É esta a justiça do Universo - a sua justeza, o seu ajustamento.

A humanidade é um todo orgânico e solidário; deve a parte justa da humanidade sofrer pelo que a parte injusta pecou.

Não há nisto injustiça. Injustiça seria, se o justo, sofrendo pelo pecador, se tornasse também pecador, o que é impossível. A sofrência do inocente não diminui em nada o valor dele, podendo mesmo aumentá-lo. Pode o justo aumentar o seu próprio crédito, enquanto ajuda a pagar débito alheio. 

A finalidade da existência do homem aqui na terra não é sofrer nem gozar, mas é realizar-se - e isto é possível tanto no gozo como no sofrimento. Gozo e sofrimento são fenômenos facultativos da vida, o necessário é somente a realização do homem, como dizia o Mestre: 'Uma só coisa é necessária' (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

EXILADOS DE NÓS MESMOS

"(...) Assim como um copo d'água pode guardar em seu fundo, por decantação, partículas de sujeira, também nós temos nosso psiquismo carregado de toxinas emocionais e mentais. Carregamos um enorme peso psicológico de crenças, condicionamentos, autoimagens negativas, culpa, autocobranças que geram inquietação, egocentrismo e isolamento. Isso nos torna psicologicamente pesados, especialmente pelos nódulos emocionais que geram as defesas que formam nossa personalidade. Por defesa, nos tornamos egocentrados, em constante busca de nossos interesses. Apesar de ser considerado 'normal' em nossa sociedade, esse funcionamento é pleno de motivações egoístas que se tornam um impedimento intransponível para quem deseja tocar essas regiões vibratórias mais sutis.

Gerar a motivação correta, desprovida de egoísmo, é uma fase crucial do verdadeiro despertar espiritual. Equivale a colocar água tremendamente pura no copo, o que inevitavelmente levanta a sujeira depositada no fundo. Superar o peso psíquico das motivações egoístas é um trabalho alquímico que cabe ao próprio aprendiz. Descartar o que se tornou velho, como conceitos e crenças que não servem mais, buscas obsessivas que só nos prendem, hábitos perniciosos e a capacidade de gerar sofrimento são a desintoxicação necessária ao aprendiz. Ele deve aprender a desaprender. É necessário reconquistar a espontaneidade interior de uma criança tendo a experiência e maturidade de um ancião. Apenas a leveza da motivação inegoísta possibilita isso. O copo, então, estará cheio de água pura.

Se o desaprender é fundamental, há também o aprender fundamental: o de abrir-se para o novo, o desconhecido, e fazê-lo sem ser tomado de insegurança, confiando apenas no próprio discernimento e na natureza espiritual da realidade. Com a capacidade de olhar de forma nova para tudo, comprometida com a verdade e com a motivação de gerar felicidade para todos os seres, a qualidade amorosa, pacífica e sábia da espiritualidade vai ocupando irreversivelmente o lugar central que lhe está reservado em nossa vida e em nossa consciência." 

(Marco Aurélio Bilibio Carvalho - A descoberta da espiritualidade - Revista Sophia, Ano 9, nº 33 - p. 9)


segunda-feira, 13 de julho de 2015

DESAPEGANDO-SE DA RAIVA (2ª PARTE)

"(...) A culpa é uma maneira de ter raiva de si, uma forma de voltar a raiva para dentro. De alguma maneira você não correspondeu às expectativas que idealizou a respeito de si e desapontou-se com isso. 

A raiva é uma defesa do ego, uma defesa contra o medo. Medo de sofrer humilhação, constrangimento, desvalorização, zombaria, medo de perder prestígio, medo da derrota. Medo de não conquistar seu próprio espaço.

Pensamos às vezes que a raiva nos protege contra os outros, contra aqueles que nos fariam mal, contra os que também sentem raiva de nós. Mas a raiva é uma emoção perniciosa e inútil. É sempre dissolvida pela compreensão e pelo amor. (...)

Quando uma emoção negativa é compreendida e descobrimos suas causas, a energia que está atrás da emoção diminui e até desaparece. Quando sentir raiva, a medida mais saudável é parar, respirar fundo algumas vezes, tentar descobrir o motivo da raiva, procurar resolver a situação e desapegar-se da raiva. (...)

Existe frequentemente tristeza por baixo de nossa raiva, como se esta fosse um casaco que protegesse nossa vulnerabilidade e desespero. Você já reparou que pessoas apaixonadas são menos sujeitas a sentir raiva? Elas parecem estar em um outro ritmo, do qual a raiva não faz parte. Nem a tristeza. O ritmo do amor pertence a uma espécie diferente, e as ervas daninhas da raiva e do desespero não conseguem crescer por lá. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 82/83)
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quinta-feira, 2 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (1ª PARTE)

"Jesus propunha a seus discípulos que perdoassem uns aos outros, que se libertassem dos seus sentimentos de culpa e que tivessem uma vida emocional suave e tranquila como só uma pessoa que ama os outros como a si mesma pode ter. A psicologia de Cristo era profunda, o amor e o perdão se entrelaçavam. Era de fato uma psicologia transformadora, e não reformadora e moralista. Ele dizia que tinha vindo para perdoar, para aliviar o peso da existência e tornar a vida mais complacente, tolerante e emocionalmente serena. Encorajava os seus discípulos a observarem sua vida e a tomá-la como modelo existencial. Por isso, dizia: 'Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração' (Mateus 11:29).

Cristo desejava aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e de autopunição. Apesar de ter todos os motivos para ser rígido e até julgar as pessoas, nele só havia espaço para o perdão, que não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza emocional. Perdoar é expressar a arte de amar. Na escola da existência de Cristo, perdoar uns aos outros é um princípio fundamental. Perdoar alivia tanto os sentimentos de culpa como as mágoas. O sentimento de culpa fere a emoção. A mágoa corrói a tranquilidade.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão. Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombado, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: 'Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem...' (Lucas 23;34). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 142/143)


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

TODOS ESTAMOS DOENTES NO TERRITÓRIO DA EMOÇÃO

"Não há uma pessoa nesta terra que não esteja doente no território da emoção. Uns mais e outros menos. Uns manifestam seus conflitos e outros ficam represados. Mas todos temos, em diferentes graus, dificuldades de administrar nossos pensamentos. Quem consegue gerenciar plenamente seus sentimentos e ser senhor de sua emoção?

O maior doente é o que não reconhece a sua fragilidade. Cuidado! Como disse, temos no máximo cinco segundos para criticar silenciosamente as zonas de tensão da emoção e não permitir que elas se tornem matrizes doentias na memória e, consequentemente, evitar que gerem ideias fixas. Não deixe que as ofensas estraguem seu dia. Não permita que os fracassos façam de você uma pessoa tímida e inferiorizada. Não se puna diante dos seus erros. O sentimento de culpa deve ter uma dose suficiente para fazê-lo reconhecer as suas falhas e mudar suas rotas. Atenção! Se o sentimento de culpa for exagerado, ele paralisará sua emoção e o controlará.

Podemos inferir, do ponto de vista psicológico, que Jesus passou pelo mais dramático e contínuo estado de stress que um ser humano pode passar. Portanto, era de se esperar que quando ele abrisse a boca, aparecesse um homem radical e agressivo, mas eis que apareceu um homem extremamente gentil e agradável.

Era crível que surgisse um homem que desse pouco valor à vida, mas eis que apareceu alguém, que gostava de olhar os lírios do campo. Era previsível que fosse gerado um revoltado, um especialista em reclamar e julgar os outros, mas eis que surgiu um homem, dizendo: 'Felizes são os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia'. Quem é esse que exala gentileza na terra árida pelo stress?"

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 45/46)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A PRESENÇA DO ETERNO (1ª PARTE)

"(...) É muito fácil colocar a culpa nos outros achando que não temos nada a ver com a condição deplorável em que a humanidade se encontra, com a competição brutal que existe nas chamadas relações empresariais, com a miséria, a doença e a fome que estão presentes em tantas partes do mundo e também aqui mesmo, ao nosso lado. Nós somos responsáveis pelo mundo, que apenas reflete tudo o que existe em nossa subjetividade: medo, arrogância, desejo de se sobressair, enfim, o 'eu' com sua permanente busca pelo sucesso, gerando insensibilidade, ganância e consequentemente, violência.

Portanto, a transformação do mundo passa necessariamente pela mudança em nós mesmos, pelo aprendizado com tudo o que ocorre em nossa vida, com nossos desejos e motivações secretas e com as relações que estabelecemos na família, no trabalho, na vida social, comercial, etc. Devemos honestamente nos perguntar se nossa vida é harmônica. Se constatamos a presença de problemas, com relações conflituosas, ânsias e frustrações não compreendidas, cabe-nos observar a nós mesmos cuidando-se e pacientemente até descobrirmos, em cada momento, a origem da desarmonia, que não está nos outros, como estamos acostumados a pensar, mas sempre dentro de nós, em um recanto não percebido do nossos próprio ser. Em nossa inconsciência e inconsequência, criamos uma vida de busca de prazer e fuga à dor e, atabalhoadamente, geramos conflito dentro de nós e nas relações com os outros. Os problemas e as dificuldades que vemos nos outros deixam de existir quando nos relacionamos corretamente, respeitando a liberdade essencial inerente a cada ser humano. (...)"

(Marcos Luís Borges de Resende - A presença do eterno - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 04)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

TORNE-SE MAIS ESPIRITUAL

"Torne-se mais espiritual. Passe algum tempo orando, doando-se, ajudando os outros, amando. Ofereça-se num trabalho voluntário e expresse generosidade e amor. Livre-se do orgulho, do egoísmo, da raiva, culpa, vaidade e ganância. Passe menos tempo acumulando objetos, preocupando-se, vivendo no passado ou no futuro, magoando os outros e usando qualquer tipo de violência.

Nunca aceite qualquer ideia vinda de fora antes de avaliá-la com a sua sabedoria intuitiva. Verifique se ela estimula o amor, a bondade, a paz e a unidade. Ou se reforça a discriminação, a distância, a divisão, as diferenças, a raiva, o autocentrismo e a violência.

Você é imortal. Está aqui para aprender, para crescer em sabedoria, para tornar-se à semelhança de Deus. O que aprende aqui leva com você quando morre. Não pode levar mais nada. É tão simples. O reino dos céus está dentro de nós. Pare de ir de guru em guru. Procure dentro de você. Logo irá encontrar seu verdadeiro lar."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 160/161)

domingo, 7 de setembro de 2014

DEIXE DE CULPAR OS OUTROS

"Devemos compreender que a causa por trás da maioria dos fracassos em preces é o pensamento turvo e a carência de controle emocional. O importante é constatar que encontramos a mesma lei operando na atração magnética de impulsos de medo, inveja, raiva e desespero (que são responsáveis pela maioria dos fracassos e frustrações na vida), assim como na inefável emoção de amor, que resulta no bem. Um princípio singular, uma força idêntica, está por trás da realização ou fracasso.

O medo gera problemas e atribulações inevitáveis. As manifestações e experiências divergem de acordo com a atitude e a disposição emocional do indivíduo. Pode-se perfeitamente dizer que toda doença tem sua origem em frustração emocional. O homem é o produto de suas emoções e disposições.

A tendência de muitas pessoas é projetar a culpa nos outros pelas circunstâncias desventuradas ou fracassos na vida, ressaltando a hereditariedade, meio ambiente ou falta de oportunidade. Essa atitude da mente muitas vezes age como um estimulante temporário para a fraqueza moral, mas não livra a pessoa das causas do sofrimento e angústia."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 87/88)