OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A ALMA E DEUS

"'Deus é o oceano do Espírito, e os seres humanos são como as ondas que se levantam e se quebram na superfície do oceano.

'Vistas de um barco a remo, as ondas parecem infinitamente variadas. Algumas são grandes e ameaçadoras; outras pequenas, e é fácil remar sobre elas; porém, quando a pessoa está num avião, tudo o que se vê é o oceano, não as ondas na superfície. 

'Ainda assim, a alguém que está absorto na encenação de maya - à pessoa ligada ao sucesso e receosa do fracasso; preocupada com a saúde e com medo da doença; presa à existência terrena e com medo da morte - as ondas da experiência humana parecem reais e infinitamente variadas. Ao homem do desapego, entretanto, tudo é Brahama: Tudo é Deus.

'Quanto maior a tempestade, mais elevadas as ondas do oceano. Ainda assim, quanto mais violenta a tempestade da ilusão na mente da pessoa, mais essa pessoa se exalta com relação aos outros, e mais afirma a própria independência, tanto do homem como também de Deus.

'Poderá alguém escapar de seu Criador? Todos fazemos parte de Deus, da mesma forma que as ondas fazem parte do oceano. Nossa separação de Deus não passa de simples aparência.

'Quando as pessoas afirmam sua individualidade, e, por isso, se engrandecem na vaidade e no orgulho, elas se chocam agressivamente contra outras ondas do ego, instigadas todas elas pela tempestade de ilusão. Assim como as ondas do aceano numa tormenta, elas ondulam e se encapelam em toda parte, às vezes conquistando, às vezes sendo conquistadas, num frenesi sem fim de conflitos e rivalidades.

'Numa tempestade, a superfície do oceano ignora a paz. De modo semelhante, enquanto a tormenta da ilusão ruge na mente humana, uma pessoa não sabe o que é ter paz, mas só conhece a tensão e a ansiedade.

'A paz chega quando a tempestade se aquieta, quer externamente, na natureza, quer internamente, na consciência da pessoa. Quando se amaina a tempestade de maya, as ondas do ego se amainam também. Quando o ego do devoto diminui, ele relaxa e aceita uma vez mais sua ligação com o Espírito infinito.

'Pessoas espiritualmente desenvolvidas não disputam entre si, porém mergulham na água alegremente, em feliz harmonia umas com as outras, com a natureza e com Deus."

(Paramhansa Yogananda - A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., 2012 - p. 36/37)


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CONCEITO DE OPOSTOS (1ª PARTE)

"O Budismo e o Taoísmo também sustentam a supremacia do Caminho do Meio. Entendem que o mundo de aparências é impermanente. A Realidade Última consiste na interação cíclica da mudança entre os dois opostos de bem e mal, prazer e dor, certo e errado. Aplicam o conceito dos opostos (Yang e Ying) e macho e fêmea, céu e terra, e a todas as coisas concretas, assim como às ideias abstratas. Acreditam que os opostos estão dinamicamente entrelaçados no fluxo cósmico, que os combina na harmoniosa unidade da criação. Assim, a vida ideal é a mistura harmoniosa dos dois opostos. A realização dessa verdade última da criação é a meta final.

De acordo com Chuang Tzu: 'Os homens plenamente realizados, por suas ações, tornam-se reis, e por sua tranquilidade, sábios'.

Como a vida humana é um microcosmo, o fluxo de suas ações deve fundir-se com o fluxo cósmico e mover-se rumo ao ritmo do macrocosmo. Desse modo, a melhor ação harmoniza os opostos extremos e age em equilíbrio. De acordo com Lao-Tzé, o sábio evita o excesso, a extravagância e a indulgência. Quando um homem vive segundo esse padrão, os assim chamados opostos tornam-se complementares.

A Quarta Nobre Verdade do Budismo trata do fim do sofrimento e inclui a Oitava Senda do autodesenvolvimento, que leva ao Budado. As duas primeiras sendas são a Visão Correta e o Conhecimento Correto, que levam a uma mente iluminada. Ver não é a mesma coisa que olhar para as aparências externas; de modo semelhante, conhecer é diferente de simplesmente acumular informação ou coletar dados, pois consiste na compreensão e realização da verdadeira natureza das coisas. E assim a mente é despertada, e, quando aprecia a natureza última da Criação, age em conformidade com a verdade cósmica. (...)"

(Ajaya Upadyay - A senda do equilíbrio - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 23/24)

sábado, 7 de maio de 2016

O DESAFIO DOS RELACIONAMENTOS (1ª PARTE)

"Uma das maiores alegrias da vida vem dos nossos relacionamentos com os outros. Ao mesmo tempo, os relacionamentos podem também apresentar nossos maiores desafios, oferecendo inúmeras maneiras de crescer e de nos conhecer melhor. Para experienciar harmonia em nossos relacionamentos, devemos aprender a ver e amar o divino nos outros, e a compreender que relacionamentos duradouros resultam de se ser a pessoa certa, e não de se encontrar a pessoa certa.

Um princípio espiritual básico é o de que a unidade é a única coisa que existe. Somos todos um com todos os outros e com tudo que encontramos. Em vez de tentar mudar ou 'consertar' alguém a quem vemos como fonte de nossos problemas e dificuldades, podemos lembrar o que essa pessoa realmente é. Em vez de focar na aparência e no comportamento - peculiaridades, idiossincrasias, roupas, estilo de cabelo - podemos olhar para o outro com o seguinte pensamento: 'Esta é uma alma, filha de Deus. Este ser humano é uma expressão do infinito'.

Ao fazer isso, adquirimos maior compreensão e uma perspectiva desapegada: 'Esta pessoa possui sentimentos, assim como eu. Ela tem pensamentos e opiniões, aspirações e sonhos que são tão importantes para ela quanto os meus são para mim. A força viva de Deus nessa pessoa está se manifestando em sua personalidade e nos serviços que ele executa - nas coisas que ela faz por mim, na maneira como trata os outros, em seu modo de ser. Porque eu sei quem sou: um divino filho de Deus que já possui tudo, e portanto posso aceitar e ver a divindade nos outros.'

À medida que absorvemos essa imagem superior de quem somos, seguem-se inúmeros benefícios. Quando você parte da percepção de que é um ser espiritual, já não se relaciona mais consigo mesmo como uma criatura cujas satisfações vêm somente dos prazeres físicos. Você para de se relacionar com os outros em termos da aparência física que eles têm. Como sabe que seu valor deriva do ser eterno dentro de você, e como percebe de que esse mesmo ser vive nos corações de todos, você se relaciona com todos com respeito, gentileza e amor, não importa as circunstâncias. 

Essa mudança de atitude a respeito dos relacionamentos é um dos mais agradáveis benefícios da experiência espiritual, embora traga enormes responsabilidades. A fim de vermos a nós mesmos em tudo, devemos nos desapegar de nosso próprio ego; caso contrário, nós nos envolveremos emocionalmente nos problemas das outras pessoas e perderemos de vista nossa unidade com o espírito. (...)"

(Susan Smith Jones - O desafio dos relacionamentos - Revista Sophia, Ano 9, nº 36 - p. 33)

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (PARTE FINAL)

"(...) Enquanto a humanidade não se libertar da terrível e doce tirania do príncipe deste mundo, aceitando realmente, e não apenas verbalmente, a mensagem da Luz do Mundo, não temos esperança alguma de superar os males da velha humanidade e entrar na glória da nova humanidade.

Todos os poderes que governam a humanidade trabalham sob o signo da inteligência, da violência e do dinheiro - que são os embaixadores plenipotenciários do poder das trevas, que continua a dar o que prometeu a seus servidores: 'todos os reinos do mundo e a sua glória'.

No caso que algum governo quisesse libertar-se da tirania do príncipe deste mundo e proclamar a soberania do Cristo, seria imediatamente boicotado por seus colegas e inutilizado.

O mal da nossa humanidade não é este ou aquele mal isoladamente, é a maldade coletiva mancomunada em protesto contra a 'Luz do Mundo'.

Nos países chamados cristãos acresce a agravante de que, para guardar as aparências, se acha hasteada sobre o quartel-general do Anticristo a bandeira do Cristo. Destarte, continua o Mestre a ser traído por um beijo de seu discípulo: 'Amigo, a que vieste? com um beijo tu atraiçoas o Filho do Homem?'

A nossa humanidade, que nasceu sob o signo do poder das trevas, acabará, segundo os videntes, num suicídio coletivo, sob o signo do príncipe deste mundo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 25

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O DESENVOLVIMENTO DA MENTE

"A mente pode e deve transformar-se para melhor. Pode livrar-se das impurezas que a contaminam e alcançar o nível mais elevado.

Todos começamos com as mesmas aptidões, mas algumas pessoas as desenvolvem, outras não.

Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes ela se esconde sob a aparência de atividade: corremos de um lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas.

No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais ordinários e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 28)

sábado, 26 de julho de 2014

OS OBJETOS DOS SENTIDOS

"79 - Quanto à virulência, os objetos dos sentidos são mais fatais do que o veneno da serpente negra (naja tripudians). O veneno só mata aquele em que é injetado, mas os objetos dos sentidos podem 'matar' até pela sua própria aparência externa (literalmente: pela mera visão deles).

COMENTÁRIO - Muitas ordens religiosas recomendam que os praticantes, aqueles que realmente estão dispostos a encontrar o caminho de volta ao Absoluto, evitem os encantamentos advindos dos sentidos. Os grandes chapéus usados pelos monges mendicantes do Budismo japonês protegem quem os utiliza da visão dos que oferecem alimentos. Da mesma maneira, no Budismo antigo Hinayana, não é permitido o contato físico com outras pessoas. O mesmo ocorre em ordens monásticas cristãs, entre elas a dos Trapistas. Mas os seres humanos comuns, que são obrigados a levar uma vida intensa de relacionamento, devem adotar técnicas que permitam neutralizar os efeitos do contato direto com os objetos dos sentidos. Isso é possível graças à meditação, que gera um estado de consciência que minimiza ou anula os efeitos dos sentidos."  

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 41)


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

INÍCIO DO CAMINHO

"Há um momento na marcha evolutiva do homem em que ele começa a intuir, a princípio vagamente e depois cada vez mais claro, sua verdadeira natureza e nessa ocasião entrevê a realidade que está por detrás da aparência dos fenômenos. Repara que evolui, que há dentro dele um mundo desconhecido, mais real que físico,o qual pressiona para vir à luz. Principia, acima de tudo, a sentir uma necessidade imperiosa de se aperfeiçoar, de tomar conta de si próprio, de iniciar sua autoformação, uma vez que já não lhe bastam teorias e conhecimentos intelectuais; é-lhe indispensável passar a realizações práticas e a algo de concreto.

Se antes houvera um período de buscas, de exame intelectual, de aquisição mental da verdade, ou de escolha entre várias teorias, agora, ao contrário, há uma adesão íntima aos conhecimentos reunidos, uma aparição de os tornar parte real da vida da personalidade e uma necessidade de transformação de si próprio visando a tornar-se um canal de energias espirituais.

Em outras palavras, o homem declara-se, conscientemente, a favor das forças evolutivas e com elas colabora."

(Angela Maria La Sala Batà - O Caminho do Aspirante Espiritual - Ed. Pensamento,São Paulo - p. 09)


segunda-feira, 29 de abril de 2013

KRIYA YOGA - OS TRÊS COMPONENTES - SVADHYAYA (4ª PARTE - II)

"Consiste na insistente busca de nosso Ser Real. É a busca do autoconhecimento (conhece-te a ti mesmo!). Equivale à Jnana Yoga ou Yoga da sabedoria. Trata-se de um permanente esforço para remover o manto das aparências (maya) a fim de chegar a Verdade. O empenho pessoal pela "Verdade que liberta" ou svadhyaya conduzirá você por meio de um processo de redentora desilusão. Para tanto, você deverá exercer e exercitar viveka, sua capacidade de discernir (ou discriminar) entre o ilusório e o verdadeiro, entre o temporário e o eterno, entre o cambiante e o imutável etc. O estudo reflexivo e aprofundado sobre as escrituras sagradas (shastras), a meditação (dhyana), o escutar (shravana) conferências e aulas de pessoas sábias são processos clássicos de buscar a sabedoria. Os métodos védicos mais eficientes para vencer a ignorância são a meditação sobre o Pranava OM, O Atma Vichara e o Gayatri Mantra. Tudo que você aprendeu no capítulo sobre Jnana Yoga é válido para Svadhyaya. São a mesma coisa.

Svadhyaya longe está de ser especulação puramente intelectual. O intelecto não passa de uma simples parte da Consciência Suprema, da qual recebe a luz que parece ter; as extravagâncias intelectuais, por mais avançadas, ocorrem ainda no reino do relativo e do transitório, sendo-lhe, portanto, impossível alcançar a jnana (gnose) da própria Luz, do Ser Transcendente. A Verdade só pode vir de dentro e nunca de fora. A Verdade não é uma aquisição, mas uma des-velação. A Verdade já é. O que nos falta é remover o véu que a esconde. A intuição - e não a razão - é o instrumento capaz. Svadhyaya não resulta de um simples acumular conhecimentos. Ao contrário, é muito mais um despojar-se de supostos conhecimentos. Svadhyaya é uma captação do abissal saber e não um mero conhecer epidérmico. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 53/54)


domingo, 17 de março de 2013

JNANA YOGA - APARÊNCIA E REALIDADE (4ª PARTE)

"Sai Baba com frequência ensina como discriminar entre aparência e Realidade:

Você, como corpo, espírito ou alma, é apenas um sonho. Na Realidade, você é vida, sabedoria e plenitude feliz. Você é o Deus deste universo. Você está criando o universo todo e o interiorizando. Para alcançar a infinita individualidade universal, é preciso descartar a pequena prisão individualista...
Enquanto estiver seguindo pelo caminho, você pode observar sua sombra a arrastar-se sobre lama, poeira, depressão ou montículo, espinhos ou areal, trechos de terra seca ou úmida. A sombra e as experiências dela não têm permanência (mithyam) nem verdade (sathyam). Similarmente, convença-se de que você não é somente a sombra de Paramatma (o ser Supremo), e que essencialmente você não é este (que pensa ser), mas o próprio Paramatma. Este é o remédio contra tristezas, afãs e dores. Naturalmente, será somente no fim de prolongado e sistemático processo de sadhana (disciplina) que conseguirá fixar-se na Verdade; até lá, você continua suscetível a identificar-se com este corpo, esquecendo-se de que ele que projeta sombra, ele mesmo, por sua vez, é também uma sombra. (in Sadhana - O Caminho Interior)

É exercendo e exercitando a faculdade de discernimento (viveka) que viremos a conseguir, conforme Baba mostrou, efetivar um redentor processo de "des-ilusão", de "des-encanto", de "des-engano", finalmente de vitória sobre o grande embuste de que somos vítimas. É por gostarmos de ilusão, encanto, engano, engodo, que costumamos sofrer quando alguém ou algo nos desilude. Jnana Yoga é uma gloriosa desilusão redentora. Cada desilusão merece uma festa e não um lamento. Precisamos aprender a desiludir-nos. 

A fim de libertar-nos de tantos equívocos, encantos, ilusões e embustes autocultivados, que nos impedem de ver de frente a Verdade, os Uppanishads ensinam a prática do neti, neti, neti... que se traduz por "não é isto aqui, não é aquilo ali, não é aquilo lá..." (o Ser Supremo e Real que eu busco). Esta cultivada e constante desmistificação vai descartando as aparências, até mesmo as mais convincentes e sedutoras. Identificadas como irreais e fugidias, as coisas acabam não podendo mais ocultar o Esplendor do Ser, da Essência. Os mesmos Uppanishads também ensinam um processo diametralmente oposto. Ao buscador, já convencido de que o Real é o substrato e a substância de todas as aparências, sendo portanto onipresente embora invisível em tudo, é sugerido praticar o iti, iti, iti... que se traduz por "é isto, é isto, é também isto..." (o Verdadeiro Ser que ando buscando). Ele sabe que isto, isto, e mais isto... embora ilusórios e fugidios  nascem do Ser, existem no Ser, e pelo Ser são nutridos, e nEle serão reabsorvidos. Olhe para seu corpo - este seu corpo em constante transformação e destinado a perder-se como uma forma que é - e diga neti, neti, neti... até ele perder seu poder de iludir e ser tomado como o Ser. Faça o mesmo em relação ao seu ego pessoal, à sua mente, ao seu intelecto... Num segundo momento, considere que sem o Ser, sem a Substância, sem o Substrato, seu corpo, seu ego pessoal, sua mente, seu intelecto inexistiriam, e aí você terá de dizer iti, iti, iti... reconhecendo que todos são manifestação do Ser. É este o método de chegar à essência única de todas as multifárias formas de existência, ao substrato onipenetrante, mas também transcendente neste sistema espaço-tempo, neste universo de nomes e formas. Segundo este método vedantino, chega-se à amplidão do mar, através da inteligente contemplação da exiguidade das ondas e mesmo de apenas uma delas. Pode haver onda sem o Mar a lhe servir de essência e substrato? Há existência independente da essência? (...)"   

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 104/106)


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A EXPRESSÃO DO ABSOLUTO


"Aquela jovem, linhas bonitas e sorrisos fáceis, vida-promessa, é uma expressão do Absoluto.

Este velho, pobre resto de vida, escombro de gente, em sua miséria fétida, com sua feiura e dor, também é expressão do Absoluto.

Os iludidos limitam o Infinito, e acham que está em alguns, noutros não; que está em certos lugares e não noutros.

Os iludidos não conhecem o milagre da equanimidade.

Os “que têm olhos de ver” veem o Invisível sob todas as aparências, sejam atraentes, sejam repelentes. É por isso que as perdas não os deprimem nem os lucros os corrompem."

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 107)


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O CAMINHO


“Alguns se deleitam nos jardins do caminho.

Outros desistem de andar, batidos e abatidos pelas agruras da estrada.

Enfeitiçados pelo agradável ou amedrontados pelos fantasmas do dissabor, quase todos ficam por aí, presos pelos aparentes.

Aos que gozam, a sugestão – prossigam.

Aos que sofrem, o conselho – continuem andando.

Persistência e equanimidade é que desvelam o Real.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 211/212)


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A ILUSÃO DAS APARÊNCIAS

“Triste mundo onde ainda quase todos vivemos insensíveis à miséria dos ricos; à fragilidade dos violentos; à torpeza dos valentes; à ignorância dos eruditos; ao tédio dos eróticos; à indigência espiritual dos malvados; à dúvida dos dogmáticos; à insegurança dos opulentos; à tragédia das meretrizes; ao desalento dos fortes; à imaturidade dos corruptos; às lágrimas que os sorrisos, em vão, tentam esconder; aos dramas que as comédias disfarçam...
Que mundo triste esse, no qual nos distraímos com as aparências, iludimo-nos com as máscaras, divertimo-nos com as fantasias e pantomimas que todos representam!”
 
(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 86/87)
 
 

domingo, 2 de dezembro de 2012

DEUS "FALA" POR MEIO DE VIBRAÇÕES

"Deus, de fato, aparece-nos em forma física. Ele é mais pessoal do que vocês imaginam. Ele é tão real e presente como vocês mesmos. Isto é o que lhes quero dizer hoje. O Senhor está sempre nos respondendo. A vibração de Seus pensamentos está constantemente sendo irradiada; isto requer energia; a energia se manifesta como som. Este ponto é muito importante. Deus é consciência. Deus é energia. "Falar" significa vibrar. Na vibração de Sua energia cósmica Ele está falando o tempo todo. Ele se tornou a Mãe da criação, que se materializa em forma de sólidos, líquidos, fogo, ar e éter.

A Mãe invisível está continuamente expressando-se em formas visíveis nas flores, nas montanhas, nos mares e nas estrelas. O que é a matéria? Nada mais do que uma certa frequência vibratória da energia cósmica de Deus. Nenhum objeto no universo é realmente sólido. Aquilo que nos parece sólido é apenas uma vibração mais compacta ou densa da Sua energia. O Senhor está nos falando através das vibrações. Mas a questão é: como se comunicar diretamente com Ele? Esta é a tarefa mais difícil de todas: falar com Deus.

Se vocês falarem com a montanha, ela não responderá. Falem com as flores, como fazia Luther Burbank, e talvez possam sentir nelas uma tênue resposta. E também podemos, é claro, falar com as outras pessoas. Mas será que Deus é menos comunicativo do que as flores e os seres humanos? Será que Ele nos deixa falando sozinhos e não nos responde? Às vezes parece que é isto o que acontece, não é mesmo? Mas o problema não é com Ele, e sim conosco. É que o nosso sistema telefônico intuitivo está com defeito. Deus está nos chamando e falando conosco, mas nós não O ouvimos."

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - p. 26/29)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

NÃO SOU O QUE PENSAVA SER


Eis a canção que escutei o Sábio cantar:

“Não sou o que pensava ser.

O que julgava Real era apenas sombra.

O que cria valer, valor não tinha.

O consciente revelou-se-me não ser.

Vi a impermanência do que eterno me parecia.

Vi mentiras escondidas em reposteiros de verdades.

Ao desiludir-me, vi sorrisos disfarçando prantos.

Em meu desencanto descobri maldades nos que supusera santos.

Quando me desenganei, constatei a estultícia de quem supusera ser sábio.

Vi tibieza nos que pareciam fortes.

Assim como o Real se veste de aparências, os homens se vestem de ilusões.

O mal não está em o Real vestir-se de maya, nem no homem que se veste de hipocrisia.

O mal está no engano, no encanto, nas ilusões que minha própria ignorância engendrava e nutria.

Desiludido, desenganado, desencantado, agora estou salvo.

Agora vejo.

Agora sei.

Agora Eu Sou”.

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 193)

sábado, 17 de novembro de 2012

FACE, ESPELHO DE SEU SER INTERIOR




“A face é o espelho de seu ser interior; o coração, fonte dos sentimentos, é a base da imagem que aparece. Seu rosto deve ser um sermão inspirador. Sua aparência deve ser um sinal que os outros possam seguir, um farol por meio do qual as almas náufragas possam encontrar o caminho para a segurança no porto da paz.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – 104/105)