OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 31 de maio de 2022

O USO CRIATIVO DA MENTE

"Caso você precise usar a mente para um propósito específico, use-a em parceria com o seu corpo interior. Só se conseguirmos estar conscientes sem que haja pensamento é que seremos capazes de usar a mente de forma criativa, e o caminho mais fácil para entrar nesse estado é através do corpo.

SEMPRE QUE FOR necessária uma resposta, uma solução ou uma ideia criativa, para de pensar por um momento e focalize a atenção em seu campo de energia interior. Tome consciência da serenidade.

Quando você voltar ao pensamento, ele será novo e criativo. Em qualquer atividade mental, habitue-se a ir e vir, de tantos em tantos minutos, entre o pensamento e uma espécie de escuta interior, uma serenidade interior.

Poderíamos dizer: não pense apenas com a cabeça, mas com todo o seu corpo. 

DEIXE QUE A RESPIRAÇÃO CONDUZA VOCÊ PARA DENTRO DO CORPO.

Se você encontrar dificuldades de entrar em contato com o seu corpo interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração. Tomar consciência da respiração, que já é uma meditação poderosa, irá, aos poucos, colocar você em contato com o seu corpo.

OBSERVE ATENTAMENTE A respiração, como o ar entra e sai do seu corpo. Respire e sinta o abdômen inflar e contrair-se levemente a cada inspiração e expiração. Concentre-se. 

Se você tiver facilidade para visualizar, feche os olhos e veja-se no meio da luz, ou dentro de um mar de consciência. Então, respire dentro dessa luz. Sinta essa substância luminosa preenchendo todo o seu corpo e tornando-o luminoso.

Aos poucos, pense nessa sensação. Não se fixe em nenhuma imagem visual. Você agora está dentro do seu corpo. Você acessou o poder do Agora." 

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2016 - p. 65/67)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

DE PATINHO FEIO A CISNE ENCANTADO (1ª PARTE)

"Diante de uma experiência tão forte como a morte de um ente querido, duas pessoas podem ter reações totalmente distintas. Um mesmo fato pode significar coisas diferentes, dependendo da moldura preestabelecida pela experiência cultural. Na cultura ocidental e em várias outras, quando alguém morre é motivo de luto, tristeza e desespero por parte dos parentes. Mas, em algumas culturas indígenas a morte é sinônimo de vida nova, e os funerais são momentos alegres e festivos.

Quanto mais sedimentados forem esses padrões culturais, menos flexível é a pessoa. Você deve conhecer algumas pessoas que se movimentam pela vida estritamente dirigidas por esses moldes culturais. Para a maioria dos eventos, elas já possuem uma reação predeterminada. Elas deixam pouco espaço para a criatividade, preferindo ter mais segurança do que liberdade. A mudança, o novo, o arriscado são vistos com grande desconfiança. E a experiência de viver, para essas pessoas, passa por um denso filtro cultural. Elas se assustam com as grandes transformações do mundo contemporâneo.

Mas você já sabe que as mudanças continuarão ocorrendo e cada vez num ritmo mais acelerado. Passamos milhares de anos cultivando a terra como forma básica de subsistência, mas a Era da Indústria não chegou a completar dois séculos e já estamos em plena Era da Informação. (...) Portanto, quanto maior for nossa abertura para mudanças, melhor nos adaptaremos ao mundo do futuro. Não só teremos condições de entender melhor o mundo, mas de viver de forma mais produtiva e saudável. 

Você já conhece a fábula do patinho feio, que era feio apenas enquanto vivia com os patos. Quando cresceu, percebeu que era um cisne, muito mais belo que os patos com quem se comparava antes. O que mudou? Seu contexto de comparação. A resignificação ou reestruturação é a habilidade de colocar um evento corriqueiro dentro de uma moldura mais útil ou prazerosa. Por isso, é um dos elementos básicos da criatividade.

O inventor da máquina de costura passou, por muito tempo, tentando inventar uma máquina que utilizava uma agulha comum de costurar, isto é, uma agulha onde a linha passava pela extremidade menos afiada. Depois de um sonho, durante o qual era atacado por selvagens que portavam lanças perfuradas, ele conseguiu resolver a questão. As lanças estavam perfuradas justamente nas pontas. Daí ele passou a utilizar-se de agulhas com orifícios nas pontas. Do contexto do sonho ele passou para sua realidade e inventou a máquina de costurar. (...)"

(Dr. Ômar Souki - A Essência do Otimismo, Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 -  p. 84/85)

domingo, 17 de dezembro de 2017

UM PROCESSO CRIATIVO (PARTE FINAL)

"(...) A ação do ego, que é individual e universal, não é sequer previsível. Uma artista australiana, Margaret Olley, afirmou: 'Estou sempre esperando para ser surpreendida. Se não restam mais surpresas, você poderia muito bem morrer agora. Mantenha o seu senso de curiosidade e de espanto. A grande obra-prima pode estar esperando na próxima esquina.' É assim também com a jornada espiritual. A curiosidade e o espanto a respeito de nós mesmos e do mundo evitam a estagnação e a previsibilidade, e estimulam a ação criativa do espírito. Essa postura evita que a mente se cristalize, presa à rotina, e nos ajuda a responder mais à vida, em vez de reagir de acordo com velhos padrões. Gradualmente nos tornamos autorresponsáveis, agindo em todas as situações alinhados com a nossa natureza mais profunda. 

Como podemos manifestar isso em termos concretos? Alguns exemplos são a honestidade em assuntos financeiros, admitir um erro em vez de encobri-lo, fazer o que prometemos, ter cortesia para com os outros em todas as situações, envolver-nos em causas por um mundo melhor. Autorresponsabilidade significa nos tornarmos plenamente responsáveis por nossas ações.

Essa obra de arte é tudo o que sempre fomos. Em um estágio avançado do caminho, o processo de buscar o próprio Ego ou Espírito deve ser abandonado, porque então, paradoxalmente, ele não pode ser alcançado - ele é aquilo que somos, como reconheceram Krishnamurti e Ken Wilber, e como mostra um dos Upanishades:

O Senhor de tudo,
o conhecedor de tudo,
o começo e fim de tudo - 
esse Ego habita cada coração humano.
Olhe para fora - ele se foi.
Olhe para dentro - ele se foi. 
Não pode ser lembrado,
não pode ser esquecido,
não pode ser agarrado por nenhum meio.
Está além de todos os limites e 
fronteiras.
É a pura unidade,
onde nada mais pode existir."

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 16/17

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

ABANDONANDO O TEMPO PSICOLÓGICO (1ª PARTE)

"Aprenda a usar o tempo nos aspectos práticos da sua vida - podemos chamar de 'tempo de relógio' -, mas retorne imediatamente para perceber o momento presente, tão logo esses assuntos práticos tenham sido resolvidos. Assim, não haverá acúmulo do 'tempo psicológico', que é a identificação com o passado e uma projeção compulsiva e contínua do futuro.

Se estabelecemos um objetivo e trabalhamos para alcançá-lo, estamos empregando o tempo do relógio. Sabemos bem aonde queremos chegar, mas respeitamos e damos atenção total ao passo que estamos dando neste momento. Se insistimos demais nesse objetivo, talvez porque estejamos em busca de felicidade, satisfação ou de um sentido mais completo do eu interior, deixamos de respeitar o Agora. E ele é reduzido a um mero degrau para o futuro, sem nenhum valor intrínseco. O tempo do relógio se transforma então em tempo psicológico. Nossa jornada deixa de ser uma aventura e passa a ser encarada como uma necessidade obsessiva de chegar, de possuir, de 'conseguir'. Aí não somos mais capazes de ver nem de sentir as flores pelo caminho, nem de perceber a beleza e o milagre da vida que se revela em tudo ao redor, como acontece quanto estamos presentes no Agora.

Você está sempre tentando chegar a algum outro lugar além daquele onde você está? A maior parte do que você faz é apenas um meio para alcançar um determinado fim? A satisfação está sempre em outro lugar ou restrita a breves prazeres como sexo, comida, bebida e drogas, ou relacionada a uma emoção ou excitação? Você está sempre pensando em vir a ser, adquirir, alcançar, ou, em vez disso, está à caça de novas emoções e prazeres? Você acha que, quanto mais bens adquirir, uma pessoa se sentirá melhor ou psicologicamente completa? Está à espera de um homem ou de uma mulher que dê um sentido à sua vida?

No estado normal de consciência, o poder e o infinito potencial criativo do Agora estão completamente encobertos pelo tempo psicológico. Nossa vida perde a vibração, o frescor, o sentido de encantamento. Os velhos padrões de pensamento, emoção, comportamento, reação e desejo são encenados repetidas vezes, como um roteiro dentro da nossa mente que nos dá uma identidade, mas distorce ou encobre a realidade do Agora. A mente, então, desenvolve uma obsessão pelo futuro, buscando fugir de um presente insatisfatório. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2016 - p. 33/35)


sábado, 25 de março de 2017

CRIATIVIDADE (1ª PARTE)

"O carma, assim, não é fatalista nem predeterminado. Carma significa a nossa habilidade de criar e mudar. É criativo porque podemos determinar como e por que agimos. Nós podemos mudar. O futuro está em nossas mãos, e nas mãos do nosso coração. (...)

Como tudo é impermanente, fluido e interdependente, o modo como agimos e pensamos inevitavelmente muda o futuro. Não há situação, por mais que pareça desesperançada ou terrível, como uma doença terminal, que não possa ser usada para crescermos através dela. E não há crime ou crueldade que o arrependimento sincero e a verdadeira prática espiritual não possam purificar.

Milarepa é considerado, no Tibete, o maior dos iogues, poetas e santos. Lembro-me, ainda criança, da emoção que sentia ao ler a história de sua vida e estudar minuciosamente as pequenas ilustrações pintadas em minha cópia manuscrita de sua biografia. Ainda jovem, Milarepa treinou-se para ser feiticeiro, e por vingança matou e arruinou incontáveis vidas com sua magia negra. Ainda assim, pelo remorso e com os sacrifícios que fez sob a orientação de seu grande mestre Marpa, conseguiu purificar-se de todas essas ações negativas. Finalmente iluminou-se, tornando-se aquele que inspirou milhões de pessoas através dos séculos. 

Dizemos no Tibete: 'A ação negativa tem uma qualidade boa: ela pode ser purificada'. Assim, sempre há esperança. Mesmo os assassinos e os malfeitores mais cruéis podem mudar e superar o condicionamento que os conduziu aos seus crimes. Nossa condição presente, se a usarmos com habilidade e sabedoria, pode servir de inspiração para nos libertar do cativeiro do sofrimento. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 132/133)
www.palasathena.org


domingo, 19 de março de 2017

SEXO E AMOR (2ª PARTE)

"(...) Um dos empecilhos ao viver criativo é o medo e a responsabilidade, que é uma manifestação desse medo. Os indivíduos 'respeitáveis', moralmente agrilhoados, não conhecem o integral e verdadeiro significado da vida. Estão presos entre os muros de sua virtude, nada podendo exergar além deles. Sua 'moralidade de vidraças coloridas', com base em ideias e crenças religiosas, nada tem em comum com a realidade; quando se abrigam por trás dela, estão vivendo no mundo de suas próprias ilusões.

O medo resultante do desejo de estar em segurança nos leva a um ajuste ao domínio externo, impedindo o viver criativo. Viver de forma criativa é viver em liberdade e sem medo. Só pode haver estado de criação se a mente não se achar presa às redes do desejo e da satisfação do desejo. Só ao observarmos o coração e a mente com atenção poderemos descobrir os movimentos ocultos do desejo. Quanto mais atenciosos e afetuosos somos, menos o desejo domina a mente.

Só quando não há amor as sensações se tornam um problema obsessivo. As sensações se tornaram tão significativas porque valorizamos demais os sentidos. Por meio de livros, anúncios, TV, cinema e de muitas outras maneiras, estamos sempre exaltando as sensações. As pompas religiosas e políticas, a diversão, tudo nos convida a buscar estímulos em diferentes níveis do nosso ser. Ao mesmo tempo em que estimulamos a sensualidade, nós pregamos a castidade. O estranho é que essa contradição é estimulante. 

A busca de sensações é uma das principais atividades da mente. É apenas quando a compreendemos que o prazer, a excitação e a violência deixam de ser uma preocupação dominante. Porque não amamos, o sexo e a busca de sensações transformam-se num problema absorvente. Havendo amor, há castidade; quem se esforça para ser casto não consegue ser. A virtude vem com a liberdade e com a compreensão. 

Na juventude, temos fortes impulsos sexuais; em geral, procuramos submeter esses desejos a um certo controle e disciplina, pensando que, se não conseguirmos refreá-los, nos tornaremos irreprimivelmente lascivos. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)

sábado, 18 de março de 2017

SEXO E AMOR (1ª PARTE)

"Por que o sexo é, para a maioria de nós, uma questão cheia de conflitos? Por que se tornou um fator dominante em nossa vida? Uma das razões principais é porque não somos criativos, e não o somos porque toda a nossa cultura social e moral, assim como nossos métodos educativos, baseiam-se no desenvolvimento do intelecto.

A solução para o problema do sexo está em compreender que a criação não é efeito da atividade intelectual. Ao contrário: só pode haver criação quando o intelecto está inativo. A mente, como tal, só é capaz de repetir, de lembrar. Como, em geral, nós só experimentamos as coisas por meio do cérebro, vivemos exclusivamente de palavras e repetições mecânicas. Isso, evidentemente, não é criação. Visto que não somos criativos, o único meio de criação que nos resta é o sexo. O sexo é um desejo da mente, e o que é da mente exige satisfação, pois, do contrário, vem a frustração.

Nossos pensamentos são na maioria das vezes áridos e vazios. Emocionalmente, estamos em estado de inanição; religiosa e economicamente nos submetemos à disciplina e ao controle. Não somos verdadeiramente felizes, não temos real vitalidade; no lar, nos negócios, na igreja, na escola, não experimentamos um 'estado de ser' criador, não há um desafogo profundo em nossos pensamentos e ações. 

Como estamos presos e tolhidos por todos os lados, o sexo se torna naturalmente a única via de escape, uma experiência que temos de buscar continuamente, porque nos oferece, por um instante, aquele estado de felicidade que se manifesta na ausência do 'eu'. Não é o sexo que constitui um problema, mas o desejo de recobrar o estado de felicidade, de alcançar e conservar o prazer, seja sexual ou não.

O que na verdade buscamos é a intensa emoção do autoesquecimento. Como o 'eu' é uma fonte de sofrimento, desejamos esquecer de nós mesmos e buscamos agitação individual ou coletiva, formas um tanto grosseiras de sensação. Quando buscamos fugir do 'eu', os meios de fuga tornam-se importantes e passam a ser problemas. Enquanto não percebemos os obstáculos ao viver criador, que significa viver livre do 'eu', não compreenderemos o problema do sexo. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

AS MUDANÇAS DE HUMOR TOMAM CONTA DA MENTE VAZIA

"O pensamente criativo é o melhor antídoto contra as mudanças de humor. O mau humor consegue tomar conta da consciência quando estamos em um estado mental negativo ou passivo. Quando a mente está vazia é, exatamente, quando se torna temperamental; e quando você é temperamental, o diabo vem e assume o controle. Portanto, desenvolva o pensamento criativo. Sempre que não estiver realizando uma atividade física, faça algo criativo em sua mente. Mantenha-a ocupada, de maneira que não haja tempo para acalentar predisposições negativas.

O pensamento criativo é maravilhoso - é como viver em outro mundo. Todos deveriam desenvolver esse poder. Antes de entrar aqui, mal penso nas palavras que vou utilizar nas palestras; mas, ao entrar na consciência do assunto a ser falado, a alma começa a dizer-me coisas maravilhosas. Quando está pensando criativamente você não sente o corpo ou os estados de ânimo; torna-se sintonizado com o Espírito. A inteligência humana foi feito à imagem da inteligência criadora de Deus, por meio da qual todas as coisas são possíveis; se não vivemos nessa consciência, tornamo-nos uma pilha de humores. Pensando criativamente, destruiremos o mau humor e acharemos todas as respostas para nossos problemas e para os dos outros.

As mudanças de humor são como o câncer - corroem a paz da alma. É por isso que o homem mal humorado não consegue livrar-se das dificuldaes. Lembre-se: por maior que tenha sido o seu insucesso em tudo, você não tem o direito de ficar deprimido. Em sua mente, você pode ser um vencedor. Quando está em maus lençóis, o homem melancólico admite a derrota. Mas o homem cuja mente  permanece invencível, mesmo que o mundo a seus pés tenha virado cinzas, continua a ser vitorioso.

Quer ser você um prisioneiro ou um vencedor? Agarrado com tanta força ao humor negativo, você se torna incapaz de prosseguir na batalha da vida. Assim que permite à sua mente embrulhar-se em emoções negativas, a vontade fica paralisada. As alterações de humor turvam o cérebro e, portanto, prejudicam o discernimento; seus esforços são desperdiçados."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 203/204)


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A VONTADE E O DESEJO

"A vontade é uma posse exclusiva do ser humano neste nosso plano de existência. Ela o distingue do animal, no qual só o desejo instintivo está desperto. 

O Desejo, no seu significado mais amplo, é a força criativa única do Universo. Neste sentido, não há diferença entre ele e a Vontade; mas nós, seres humanos, nunca conhecemos esta forma de Desejo enquanto somos apenas humanos. Portanto, a Vontade e o Desejo são considerados aqui como conceitos opostos. 

Assim, a Vontade é fruto do que é Divino, do Deus no ser humano; o Desejo é a  força  que movimenta a vida animal. 

A maior parte dos humanos vive no desejo e através do desejo, confundindo-o com a vontade. Mas aquele que quiser vencer deve separar a vontade do desejo, e fazer com que sua vontade predomine; porque o desejo é instável e muda o tempo todo, enquanto a vontade é firme e constante. 

Tanto a vontade como o desejo são absolutamente criadores, e formam o ser humano e também o ambiente ao seu redor.  Mas a vontade cria de modo inteligente, e o desejo cria de modo cego e inconsciente. O homem, portanto,  faz a si mesmo à imagem dos seus desejos,  a menos que ele crie a si mesmo segundo o modelo do que é Divino, através da sua vontade, que é um produto da luz. 

A tarefa do ser humano é dupla: despertar a vontade, para fortalecê-la pelo uso e pela vitória, torná-la capaz de governar com poder absoluto em seu corpo; e, ao mesmo tempo, purificar o desejo. 

O conhecimento e a vontade são os instrumentos para obter esta purificação." 

Helena P. Blavatsky

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ALTERAÇÕES DE HUMOR SÃO O FREIO NAS RODAS DE SEU PROGRESSO



"Você pode dominar os humores, por mais terríveis que sejam. Decida que não vai mais ser temperamental e, se o humor negativo surgir apesar de sua resolução, analise a causa e tome providências construtivas. Não continue a agir com indiferença, se essa for a sua atitude, pois a indiferença é o pior de todos os estados de ânimo. Nessas horas, lembre-  se de que não é seu próprio criador: Deus o criou e está dirigindo o universo para você. Seja qual for o seu trabalho, faça-o com entusiasmo, para Ele. Ocupe-se com atividades criativas, pois Ele lhe deu poder infinito. Como se atreve a ser um fracasso mental, entregando-se ao tóxico das mudanças de humor? Liberte-se desses estados mentais devastadores; são verdadeiros freios nas rodas de seu progresso. Enquanto não os soltar, não poderá ir adiante. Todas as manhãs, recorde-se de que é filho de Deus e que, sejam quais forem as dificuldades, você tem o poder de superá-las. Herdeiro do poder cósmico do Espírito, você é mais perigoso do que o perigo!

Um menino inteligente não se preocupa em resolver problemas simples; ele gosta do desafio proposto pelos testes difíceis. Muita gente, porém, tem medo dos problemas da vida. Nunca os temi, pois sempre orei: ‘Senhor, que o Teu poder aumente em mim. Conserva minha consciência positiva, para que eu possa, com Tua ajuda, superar sempre as minhas dificuldades.’ Pense construtivamente sobre um problema até não poder mais pensar. Quando estou resolvendo um problema, examino até a enésima hipótese, cobrindo todas as possibilidades de solução, até poder dizer sinceramente: ‘Fiz o melhor que pude e isso é tudo que possa fazer.’ Depois, esqueço-o.

A pessoa que mantém a preocupação de um problema na consciência torna-se mal humorada. Evite isso. Ao surgir um problema, em vez de demorar-se nele, pense em todas as saídas possíveis. Se não conseguir pensar, compare seu problema particular com dificuldades semelhantes de outras pessoas e aprenda, das experiências alheias, quais os caminhos que conduzem ao fracasso e quais os que conduzem ao êxito. Escolha os passos que pareçam lógicos e práticos, e entre em ação. A biblioteca inteira do universo está oculta dentro de você. Todas as coisas que deseja saber estão em seu interior. Para trazê-las à tona, pensa de forma criativa."

(Paramahansa Yogananda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization Fellowship – p. 204/205)



sábado, 27 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (PARTE FINAL)

"(...) O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações, é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yogue: substituir a rajacidade pela sattvidade.

Segundo o yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do Ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é, como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante.

O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se pré-ocupa. Ele sofre também com atraso, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, ele se pós-ocupa.

O sábio somente se ocupa. Não se pré-ocupa. Não se pós-ocupa. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou o amanhã cuidem deles mesmos.

Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda.

Sabe prever para prover e não para sofrer."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 193/194)
www.record.com.br


sábado, 20 de junho de 2015

MANTENHA-SE FLEXÍVEL E RECEPTIVO A NOVAS ORIENTAÇÕES

"(...) Pela sua persistência ao orar por orientação e sua calma receptividade, um sentido interior lhe indicará o melhor modo de proceder. Quando isso acontecer, siga adiante com fé total, mas permaneça flexível o tempo todo: 'Parece-me que este é o curso certo a seguir. Mas se a qualquer hora me mostrares que fiz a escolha errada, Senhor, eu retrocederei; aceitarei a Tua correção.'

Às vezes nós nos enamoramos tanto de nossas próprias ideias ou do jeito habitual de fazermos as coisas que nos ressentimos profundamente com a mínima sugestão de outro caminho que possa ser melhor ou igualmente aceitável. Digamos que no seu emprego você se esforce muito para preparar um projeto e suas ideias sejam rejeitadas. O indivíduo limitado pelo ego ficará aborrecido com tal tratamento. Mas essa não é a atitude certa. Não seja o tipo de pessoa irracionalmente apegada às próprias ideias, tipo 'a ideia é minha e é melhor usá-la, senão...' Isso se chama cegueira emocional. Apegar-se teimosamente a uma ideia só porque é 'nossa' impede que reconheçamos as oportunidades que surgem para expandir nossa percepção e entendimento. 

Lembro-me das muitas vezes em que Paramahansaji entregava o mesmo projeto a dois ou três diferentes discípulos para que trabalhassem independentemente um do outro. Eu me perguntava por que ele fazia aquilo, uma vez que obviamente ele pretendia utilizar-se do produto final de apenas um discípulo. Mas gradualmente passei a perceber o seu propósito duplo: fazer os discípulos pensar e usar a mente de modo criativo para desenvolver projetos; e assim ele também os treinava a se desapegar daquilo que realizavam. 

O que quer seja, faça-o com entusiasmo, com alegria - mas pense assim: 'Eu fiz para Ti, meu Deus. Entrego os frutos deste trabalho a Ti.' No começo, no meio e no fim do trabalho, entregue mentalmente os seus esforços; ofereça suas ações aos pés de Deus. É assim que vencemos o ego e desenvolvemos receptividade à orientação e à vontade divina. Sem isso somos continuamente desviados por sutis mas persuasivas compulsões egocêntricas, que aparentemente são 'sábias' porque estão em concordância com tendências e desejos muito arraigados."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 21/23)


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

ESPÍRITO E MATÉRIA

"A ciência moderna sabe que Espírito e matéria são interconversíveis e intermutáveis. A matéria é simplesmente Espírito em velocidade moderada que adquire visibilidade. É um erro dizer que você está condicionado pelo meio ambiente - sua casa, emprego, negócio, o lugar em que vive - pois isso é puramente sugestivo. Mas se aceitar, continuará a repetir os mesmos velhos padrões de seus antepassados e talvez leve a mesma vida, baseada em credos, dogmas e tradições. Os fatores externos não são criativos. O Poder Criativo está dentro de você. Um cientista não encara uma coisa criada como causa; é um efeito. Conhecendo a localização do Poder Criativo e da Causa Primeira, você não irá mais atribuir a qualquer pessoa, lugar ou situação o poder de criação ou geração. Seu próprio pensamento é o único poder criativo de que está consciente.

Todos os poderes do Infinito estão latentes e lhe são inerentes. Uma prece maravilhosa que se pode praticar é a seguinte: 'Deus é, e Sua Sagrada Presença flui através de mim como beleza, harmonia, amor, alegria, sabedoria, compreensão, orientação Divina e abundância. Sei que é tão fácil para Deus promover todas essas coisas quanto uma folha de relva e dou graças que assim seja.'

Repita essas verdades três ou quatro vezes, à noite e pela manhã, certificando-se de não negar posteriormente o que está afirmando. Vai descobrir que é realmente um filho do Infinito e uma criança da Eternidade. Todos os Poderes do Infinito começam a passar através de você, o que é chamado na Bíblia o Cristo em você, a esperança da glória. Procure sempre a sua herança espiritual e nunca a de seus pais ou ancestrais humanos. Você possui todo o poder sobre sua própria vida e os meios e capacidade de transformar seu mundo."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 40/41)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O PECADO EQUIVALE À IGNORÂNCIA (2ª PARTE)

"(...) 'Por que o crime é um pecado? Porque a vida que lhe pertence é a mesma de todos os seres. Negar a quem quer que seja o direito de viver é negar a realidade dessa vida universal da qual você, também, é uma manifestação. Em termos de espírito, o crime é um suicídio.

'Por que é pecaminoso roubar? Porque o que você nega aos outros nega também a si próprio, já que o Eu superior dos outros é também seu Eu superior. Invariavelmente, ao fim e ao cabo, o ladrão se torna cada vez mais pobre. Dando ênfase aos desejos egoístas e colocando-os acima da compreensão do seu Eu universal, ele se afasta da verdadeira e única Fonte de vida e de toda a fartura. Roubando dos outros em proveito do ganho egoísta, ele acaba por diminuir a sua verdadeira identidade em vez de, como acredita, aumentá-la.

'Por outro lado, dar de si mesmo aos outros aumenta essa identidade e abre a inesgotável Fonte de abundância.

'Por que é algo pecaminoso dizer mentiras? Porque, pela mentira, a pessoa se afasta da realidade e daquela verdade superior que, sozinha, como afirmou Jesus, 'haverá de libertá-lo'.* Ao contar mentiras, a pessoa se isola do amparo que o universo proporciona gratuita e amorosamente a todos os que vivem em harmonia com as suas leis.

'O mentirosa arruína os fundamentos de todas as coisas que tenta construir neste mundo. Por fim, tudo se torna uma casa construída sobre a areia. As palavras simples de um homem que diz a verdade, por outro lado, são consistentes no universo. (...)"

* João 8:32.

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 61/62)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MUDANÇA NA CONSCIÊNCIA HUMANA (1ª PARTE)

"Imaginar um ego isolado de tudo o mais e trancafiado num saco de pele é uma alucinação. Na verdade, tudo está conectado com tudo o mais. Dada à enorme similaridade do pensamento budista com a ecologia profunda, não é difícil compreender que a 'egocentricidade' precisa ser substituída pela 'ecocentricidade'.

Como podemos aproveitar a óbvia interconexão entre o pensamento budista e ecologia profunda para lidar com os problemas urgentes que ameaçam os seres vivos neste planeta? Como escreveu Vaclav Havel, ex-presidente da república Checa, 'a única opção para nós é uma mudança na esfera do espírito, na esfera da consciência humana. Não basta inventar novas máquinas, novas regras e novas instituições. Devemos desenvolver uma nova compreensão do verdadeiro propósito de nossa existência na Terra. Somente ao efetuarmos essa mudança fundamental seremos capazes de criar novos modelos de comportamento e um novo conjunto de valores para o planeta.'

Assim como Havel, dezenas de filósofos, economistas e políticos têm reconhecido que a crescente crise humana é resultado da falta de raízes espirituais profundas, produzida em grande parte pelo fato de o significado e a identidade espiritual terem se divorciado da vida. Mas como podemos despertar para enfrentar essa crise?

Atualmente existem evidências de uma mudança cultural emergente, já que milhões de pessoas e seus líderes estão se mexendo para lidar com essas questões, como se estivessem saindo de um transe. Aqui estão algumas possíveis vias de aproximação: Despertar coletivo - Construção de sistemas sustentáveis - Transformação da economia mundial - Transformação da ética. (...)"

(C. Jotin Khisty - Mudança na Consciência Humana - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 27)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MATURIDADE ESPIRITUAL: ENFRENTANDO OS PROBLEMAS COM FORÇA E CALMA

"Para ter receptividade, precisamos estar mentalmente relaxados. Paramahansa Yogananda costumava dizer que às vezes as pessoas se esforçam tanto para tentar entender que a mente corre em todas as direções e em consequência elas acabam não entendendo nada. Ocasionalmente ele nos dizia: 'Você está exagerando no esforço!'

Costumávamos pensar em todas as coisas que precisávamos perguntar a Paramahansaji; mas, quando estávamos em sua companhia e ele conduzia nossa mente em direção a Deus, as perguntas perdiam a importância.

É comum que os chamados 'problemas' resultem de pensamentos imaturos. Na presença de nosso Guru a mente se acalmava, e a tensão interior e a inquietude criadas por problemas e perguntas eram completamente apagadas. Mesmo quando não diziamos nada, os pensamentos se formavam de modo mais claro ao retornarmos aos nossos deveres, e sentíamos a segurança do senso interior de direção.

Mas Guruji não pensava por nós; ensinava-nos a 'crescer', pois a maturidade e o crescimento espiritual andam de mãos dadas. Não podemos fazer nenhum progresso real se continuamos dependentes dos outros. Maturidade significa a capacidade de enfretar os problemas da vida com força e calma objetiva e concentrar-se, com inteligência e discernimento, em encontrar a melhor solução. A maturidade espiritual vem quando nos aproximamos de Deus; é assim que se aprofunda a percepção intuitiva e o entendimento."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p 48/49)

sábado, 8 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO NA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) Nossos sentidos são prejudicados pela atividade da mente. Muito disso se deve a tolas distrações. A atividade mental também reduz os sentimentos - por exemplo, a solidariedade. Milhões de pessoas estão morrendo de fome ou subnutrição. Ouvimos falar a respeito mas não sentimos de verdade. Torna-se parte do noticiário e logo esquecemos. Mesmo enquanto falamos ou lemos a respeito, a mente pode divagar para alguma outra coisa - o que a pessoa quer comprar na próxima vez que for ao shopping ou alguma outra trivialidade. Os pensamentos criam perturbação e embotam nossa percepção. Eles também suprimem nossos sentimentos mais sutis e belos de diferentes tipos, como por exemplo o lado moral - não no sentido convencional, mas no sentido de saber o que não é correto e o que não é útil.

Buda falou a respeito do correto pensamento, da correta linguagem, da correta ação, e assim por diante. Em que consiste a retidão? É um grande tema em si mesmo, mas ele resumidamente usou uma palavra que significa 'bem-estar', não simplesmente para si próprio mas também para as outras pessoas, para o ambiente, para tudo.

Portanto, viver o correto tipo de vida é um tipo de habilidade que a pessoa tem que aprender. As pessoas fazem coisas espantosamente antiéticas porque não sabem o que isso acarretará ao bem-estar dos outros e do mundo. É difícil saber o que é bom e o que não é; daí o axioma 'o caminho para o inferno está repleto de boas intenções.' Mas se nosso cérebro não estiver distorcido, se verdadeiramente nos preocuparmos com o bem-estar dos outros, entenderemos aquilo sobre o que Buda falou. 

O pensar excessivo suprimiu nossa capacidade de responder ao que não está no nível visível. (...) Dizem que algumas descobertas surpreendentes da ciência surgiram a partir de lampejos de percepção. Mas o verdadeiro pensar parece tomar parte. Alguns cientistas descreveram como durante anos trabalham num certo problema sem obter resposta, mas certo dia, subitamente, quando param de pensar no problema, repentinamente a resposta apareceu. 

Podemos estar cercados pela beleza de um local profundamente pacífico, mas a percepção dessa beleza pode ser reduzida pela atividade mental ou até mesmo totalmente perdida. Essa pode ser uma razão para a assimetria na atividade humana, porque a capacidade de pensar sumprime e obstrui a percepção sensorial, os sentimentos e as percepções morais e estéticas."

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/28)


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO NA MENTE (2ª PARTE)

"(...) Qual é o problema com a mente humana, dedicada a tantas coisas que parecem ser meios de autodestruição? Diz-se que o homem é a única espécie que destrói sem razão aparente, inclusive os seres de sua própria espécie. Nenhuma criatura, que não o homem, se entrega à destruição desenfreada. Essa é uma de nossas características peculiares. Se pensarmos cuidadosamente, parecemos estar fazendo uma coisa muito estranha. Poderemos tentar encontrar as razõs para isso? Haverá algum desequilíbrio no ser humano? 

Talvez esse desequilíbrio esteja dentro da nossa mente, por causa da atividade mental excessiva. A maioria de nós não vê muito bem, mesmo na juventude, quando a visão é aguda e clara. Olhamos para o mundo com 'olhos que não veem', porque muita coisa acontece dentro de nossa cabeça.

Alguém pode passar por um jardim extremamente belo e não estar consciente da beleza, ou estar consciente somente por alguns instantes. Podemos conversar com uma pessoa durante meia hora e não sermos capazes de ver que alguma coisa está perturbando essa pessoa.

Uma conversa entre duas pessoas pode deixar cada uma delas com apenas uma ideia parcial do que a outra disse. Quando ouvindo alguém falar, a maioria das pessoas está pensando no que irá dizer a seguir, e por isso não ouve. Podemos passar por um jardim e não ouvir o canto dos pássaros, nem sentir a brisa passando através das folhas, mesmo quando pensamos que ouvimos e sentimos.

Krishnamurti escreveu: 'Se você olhar para uma folha, olhe-a plenamente. Então você verá todas as cores, a beleza da forma, a textura, tudo. Se você olhar para as nuvens, para uma folha que cai, para as pessoas, para tudo, cuidadosamente, com atenção, você compreenderá o quanto não vê.' (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)


domingo, 19 de outubro de 2014

TOMANDO CONSCIÊNCIA DE SI E DOS OUTROS

"A felicidade vem do íntimo. Não depende de fatores externos ou de outras pessoas. Nós nos tornamos vulneráveis e podemos ser facilmente feridos quando os nossos sentimentos de segurança e felicidade dependem do comportamento e as ações de outras pessoas. Nunca transfira o seu poder para outra pessoa. Tente não se apegar a coisas. No mundo tridimensional, aprendemos por meio de relacionamentos, não de coisas. Todos sabemos que não podemos levar nada conosco, quando deixamos este mundo.

Quando morremos e nossas almas avançam para dimensões mais elevadas, levamos conosco nossos comportamentos, nossos atos, nossos pensamentos e nosso conhecimento. A forma como tratamos os outros nos relacionamentos é infinitamente mais importante do que os bens materiais que acumulamos. Podemos ganhar e perder objetos e riquezas materiais durante a vida na terra. Não encontraremos esses objetos na vida do outro lado, mas encontraremos nossos seres amados. Este pensamento deve ajudar-nos a examinar nossas prioridades e valores.

Ame-se. Não se preocupe com a opinião alheia. Se você realmente precisa e quer dizer não, para recusar alguma oferta ou obrigação, faça isso. Se você não o fizer, abrirá um caminho para a raiva entrar. Você vai sentir raiva do compromisso e da pessoa que o impôs. É melhor dizer não quando você precisa e dizer sim quando você quer.

Enfermidades físicas são uma consequência comum da incapacidade de recusar compromissos indesejáveis, já que essa é uma maneira mais aceitável de dizer não. Então, você não tem outra escolha a não ser recusar, já que o seu corpo disse não por você. Mas é muito mais saudável afirmar assumidamente o seu desejo. Há um ditado que eu vi numa camiseta que resume isso de um jeito engraçado: 'Estresse é quando a sua mente diz não, mas a sua boca se abre para dizer sim'. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 60/61)