OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador absoluto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador absoluto. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O RENASCIMENTO DA ESPIRITUALIDADE

"Atualmente existe um crescente interesse na espiritualidade. No entanto, é preciso se observar a diferença entre espiritualidade e fundamentalismo, porque as questões do espírito podem causar polêmicas e produzir conflitos. Após os eventos de 11 de setembro de 2001, temos de ser muito cuidadosos quando falamos a respeito da espiritualidade, e diferenciar claramente entre as formas criativas e destrutivas de interesse espiritual.

Espiritualidade e fundamentalismo situam-se em lados opostos do espectro cultural. A espiritualidade busca um relacionamento com o sagrado que seja sensível, contemplativo, transformador, e é capaz de sustentar níveis de incerteza nessa busca, porque o respeito pelo mistério é sempre soberano (Tacey, 2000). O fundamentalismo busca a certeza, respostas fixas e o absolutismo como resposta temerosa à complexidade do mundo e à nossa vulnerabilidade como criaturas num universo misterioso. Em qualquer credo, a espiritualidade surge do amor e da intimidade com o sagrado; o fundamentalismo surge do medo e da possessão pelo sagrado. A escolha entre espiritualidade e fundamentalismo é uma escolha entre intimidade consciente e possessão inconsciente.

A espiritualidade é capaz de permanecer com as questões últimas, mas o fundamentalismo quer respostas: duras, rápidas e furiosas. O fundamentalismo pode surgir em qualquer tradição, seja cristã, islâmica, hindu ou até mesmo em modernas ideologias, como a psicologia freudiana ou junguiana (Tacey, 2001). A espiritualidade produz um estado mental que o poeta John Keats definiu como a capacidade de  um homem 'estar cheio de incertezas, mistérios, dúvidas, sem qualquer traço de irritabilidade ao tentar alcançar fato e razão'.

Certamente essa é uma condição a se aspirar em nosso mundo dilacerado e partido, especialmente porque o 'sagrado' está sendo invocado por partidos em guerra e forças hostis que têm certeza absoluta de que Deus está do seu lado. Se tivéssemos menos certeza de nossas crenças e fôssemos mais receptivos ao mistério e ao assombro, paradoxalmente estaríamos mais próximos de Deus, seríamos mais íntimos do espírito e mais tolerantes com os seres humanos nossos irmãos, com suas diferentes concepções do sagrado."

(David Tacey - O renascimento da espiritualidade - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p.  24)


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAHA LILAH*

"E naquele dia, num espaço que não era espaço e muito além do tempo que nem existia, o Criador, o Absoluto que era Nada, acordou e resolveu brincar. 

Ele decidiu se multiplicar, tornar-se vários.

Colocou a si mesmo como regra que, uma vez em um corpo, ele esqueceria quem era. O objetivo da brincadeira seria tentar se lembrar de si.

E assim foi.

Transformou-se em homem, mulher, flores, animais. Em vários seres.

E elaborou um mundo só para si.

E se pôs a dormir.

Como homem e mulher, decidiu ser

Bom e mau.

Pintor e médico.

Eletricista e engenheiro.

Músico e encanador.

Professor e esportista.

Mendigo e rei.

Ele não se lembrava mais de quem era, mas cada ser multiplicado intuía que tinha poderes.

E construíam casas, pontes, parques.

Foram cada vez mais se esquecendo de sua origem e achavam realmente que eram quem eram.

Destruíam florestas, matavam, faziam guerras.

Morriam e voltavam desempenhando novos papéis.

Numa vida era professor, noutra rei.

Noutra mendigo, noutra soldador.

Em todas, esses personagens do Criador tinham alegrias, mas também sofriam.

E se cansavam.

Intuitivamente inventaram um deus, para quem pediam e com quem brigavam.

Eles se revoltavam, outras vezes amavam.

E quando se cansavam de sofrer, buscavam aquele algo que sentiam dentro de si como distante.

Era o Absoluto sentindo saudades de si mesmo.

E então buscavam, rezavam, meditavam, acendiam incensos, se contorciam em posições.

Jejuavam.

Dançavam em círculos.

Alguns assim achavam que chegavam mais próximo do que buscavam.

E chegavam. Porém, eles se identificavam tanto com isso, achando que o que buscavam estava longe e fora de si, que se perdiam igual.

Alguns, cansados disso também, começaram a prestar atenção no que faziam.

Não julgavam nada, apenas observavam o que faziam, o que sentiam, com uma curiosidade sem fim.

E, nessa atenção, o personagem inventado pelo Absoluto perdia a força.

E era então que aquele que pensava ser o que era parava, silenciava.

E nesse silêncio espontâneo, o Criador acordava.

Espiava pra si mesmo.

E de tão tolo e simples que era essa descoberta o ser gargalhava.

O Criador, no seu esconde-esconde, havia se redescoberto.

E fazia a dança cósmica da expansão e da alegria.

O jogo havia terminado."

* Termo hindi que significa “Suprema diversão; Grande brincadeira” 

Sílvia Correr
Jan./2012


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VERDADE

"O que é a verdade? Será meramente o que é conhecido como 'falando a verdade', evitar o fingimento, honestidade absoluta consigo próprio e com os outros? Estará ela no seguir uma linha de ação que se concebe como sendo correta, independentemente das consequências para si próprio? Será apenas uma abstração na qual buscamos amparo em meio ao insatisfatório fluxo do tempo? Haverá uma visão da verdade que abranja tanto nós quanto todas as outras coisas?

Quando dizemos 'Verdade', pensamos talvez num elemento do absoluto, na noção de que a verdade é primária, e não secundária ou derivada.

Quando uma pessoa se expressa como ela é, e parece como é, então, sem sombra de dúvida, ela é verdadeira em ação e verdadeira consigo mesma. Isto é fazer, que é o outro lado de ser. O que ela é dentro de si é a verdade de seu ser, e o que ela faz e parece aos outros deve fluir dessa verdade e ser modelado por ela. Sinceridade - toda falta de duplicidade - é, pelo menos, um elemento na expressão dessa Verdade que jaz no mais recôndito do ser, e não surge nas coisas externas.

Existe uma verdade em cada coisa, e essa é a verdade de seu ser; pode não ser a mesma como o que parece ser, ou mesmo o que parece fazer. É esta verdade em nós próprios que, primeiramente, temos de descobrir antes que possamos ver a verdade nos outros.

Toda virtude é uma forma de verdade. A virtude é essencialmente aquela qualidade por meio da qual uma coisa produz seu efeito, como quando dizemos. Há muita virtude nisto. É um efeito procedente da natureza mesma de uma coisa. Se a verdade é a natureza da coisa, então a virtude é a força que pertence a ela e a ela está relacionada, assim como Deus e Shakti (ou Poder) estão relacionados na filosofia indiana. Essa visão está em consonância com a raiz da palavra virtude, que é virtus ou vir, significando energia. É por meio desta construção que a virtude tem sido declarada (por Tuskin, por exemplo) como significando valor varonil. A virtude jaz no reto emprego e disposição de energia.

Se a Verdade é da natureza de nosso ser, e todas as virtudes são modos nos quais a energia desse ser opera, então todas as virtudes são formas de Verdade. Verdade é ser; virtude é fazer ou ação. Mas ser e fazer não podem ser separados, pois não se pode fazer ou agir senão como se é, em qualquer nível."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 63/64)


segunda-feira, 15 de junho de 2015

A SABEDORIA VEM DO DISCERNIMENTO

"A Bíblia diz: 'Sim, com tudo o que possuis adquirireis o entendimento' (Provérbios 4:7). Qual é, as pessoas podem perguntar o significado de "adquirireis o entendimento'? O entendimento mencionado é a sabedoria, que segundo o Mestre não vem dos livros, mas do discernimento.

- O discernimento é necessário e não surge apenas pelo raciocínio, mas também pela intuição da alma. A razão pode ajudar uma pessoa a entender o como das coisas - isto é, como elas funcionam, como elas ocorrem. Contudo, isso não pode mostrar à pessoa as inter-relações sutis entre as coisas. Também não pode, de uma maneira mais profunda, mostrar o porquê delas. O discernimento é um exercício individual; é a onda consciente de que está dançando no oceano do Espírito. A sabedoria vem com o aprofundamento da percepção que uma pessoa tem do Absoluto. A compreensão do que é sabedoria é universal - explica o Mestre."

(Swami Kriyananda - Diálogos com Yogananda - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 323)


quinta-feira, 31 de julho de 2014

OS OPOSTOS

"Diz-se que há dois lados para cada questão, mas apenas um lado certo. Você deve aprender qual é o lado certo, a fim de conhecer a Verdade. Emerson disse, em seu ensaio sobre Compensação: '...pois um inevitável dualismo divide toda a natureza, de tal forma que cada coisa é uma metade e sugere outra coisa para torná-la inteira; como espírito e matéria; homem e mulher; subjetivo e objetivo; dentro e fora; superior e inferior; movimento e repouso; sim e não.'

Há luz e escuridão, fluxo e refluxo, dentro e fora, amargo e doce. A escuridão é a ausência de luz. Há calor e há frio, mas do ponto de vista da Verdade absoluta não existe o frio. Todos os opostos se conciliam no Absoluto. Há saúde e há doença, mas no Absoluto tudo é saúde, beleza e perfeição. O valor positivo é luz, saúde e amor. Os opostos são representados em nossas experiências, a fim de que possamos aprender o significado dos positivos. Sem o oposto ou negativo para ressaltar o positivo, não seríamos conscientes deste em seu verdadeiro significado.

As pessoas de vez em quando perguntam: Por que Deus nos criou? Para que pudessemos errar? Para que cometêssemos equívocos? Para que ficássemos doentes? Por que o bem e o mal? Por que a dor e a doença? A resposta é o que foi mencionado antes. Conhecemos as coisas por contraste, por comparações. Como poderíamos saber o que era alegria se não nos escorresse pelo rosto de vez em quando uma lágrima de pesar?

Somos seres sensíveis e reconhecemos as cores por causa de suas diferentes vibrações de luz. A diferenciação infinita é a lei da vida. O verdadeiro conhecimento científico reconhece os opostos na vida. O bem tem o seu oposto, a fim de que possamos escolhê-lo e rejeitar o negativo. Escolher e compreender o bem na vida é o que se costuma chamar de sabedoria. A sabedoria é o certo e o que se conforma com a verdade universal." (...)

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 211/212)

sábado, 26 de julho de 2014

OS OBJETOS DOS SENTIDOS

"79 - Quanto à virulência, os objetos dos sentidos são mais fatais do que o veneno da serpente negra (naja tripudians). O veneno só mata aquele em que é injetado, mas os objetos dos sentidos podem 'matar' até pela sua própria aparência externa (literalmente: pela mera visão deles).

COMENTÁRIO - Muitas ordens religiosas recomendam que os praticantes, aqueles que realmente estão dispostos a encontrar o caminho de volta ao Absoluto, evitem os encantamentos advindos dos sentidos. Os grandes chapéus usados pelos monges mendicantes do Budismo japonês protegem quem os utiliza da visão dos que oferecem alimentos. Da mesma maneira, no Budismo antigo Hinayana, não é permitido o contato físico com outras pessoas. O mesmo ocorre em ordens monásticas cristãs, entre elas a dos Trapistas. Mas os seres humanos comuns, que são obrigados a levar uma vida intensa de relacionamento, devem adotar técnicas que permitam neutralizar os efeitos do contato direto com os objetos dos sentidos. Isso é possível graças à meditação, que gera um estado de consciência que minimiza ou anula os efeitos dos sentidos."  

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 41)


sábado, 30 de novembro de 2013

O CONCEITO DO ABSOLUTO

"A natureza do Absoluto é o mais enigmático e também o mais fascinante problema da filosofia e da religião; embora destinado a permanecer para sempre sem solução na filosofia, ele continuará a atrair a atenção dos filósofos de todos os tempos. Por ser a Realidade suprema, denominada ‘Absoluto” ou Parabrahman, o próprio núcleo do nosso ser, bem como a causa e a base do universo do qual fazemos parte, não podemos escapar-lhe, do mesmo modo que nosso sistema solar não pode escapar do sol, em torno do qual gira e de quem tudo recebe, que o conserva vivo e em movimento.

Ainda que o Absoluto seja às vezes mencionado como Vazio, Trevas perpétuas, etc., e esteja além da nossa compreensão intelectual, ainda assim é o conceito mais profundo em todo o reino da filosofia, do ponto de vista do intelecto. O fato de ser chamado de ‘Incognoscível’ não significa que esteja além do alcance do pensamento filosófico ou religioso e seja algo sobre o qual não se deva ou seja indesejável pensar. O próprio fato de o Absoluto ser o coração e a base do universo deve torná-lo um dos mais empolgantes assuntos de investigação no domínio do intelecto.

Embora os Vedas e os Upanishads enfatizem repetidamente que este Princípio, o mais elevado e sutil em existência, está além da linguagem e do pensamento, ainda assim sua principal finalidade parece ser a de dar aos que leem os livros revelados a certeza de que tal Realidade Suprema existe no coração do universo manifestado e que torná-la progressivamente realidade é o mais elevado objetivo do esforço humano."

(I.K. Taimni - O Homem Deus e o Universo - Ed. Pensamento, São Paulo, 1989 - p. 23)


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A EXPRESSÃO DO ABSOLUTO


"Aquela jovem, linhas bonitas e sorrisos fáceis, vida-promessa, é uma expressão do Absoluto.

Este velho, pobre resto de vida, escombro de gente, em sua miséria fétida, com sua feiura e dor, também é expressão do Absoluto.

Os iludidos limitam o Infinito, e acham que está em alguns, noutros não; que está em certos lugares e não noutros.

Os iludidos não conhecem o milagre da equanimidade.

Os “que têm olhos de ver” veem o Invisível sob todas as aparências, sejam atraentes, sejam repelentes. É por isso que as perdas não os deprimem nem os lucros os corrompem."

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 107)


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUESTIONAMENTOS


“Orgulhosos cumes das montanhas mais altas, abissais fossas no fundo escuro dos mares, que representais na escala das infinitudes cósmicas e dos diâmetros das galáxias?!

E vós, minhas quedas, minhas glórias, minhas dores e vitórias, esperanças e desenganos, lágrimas e sorrisos, virtudes e defeitos, alegrias e amarguras...?! Que representais na escala do Eterno, Infinito, Absoluto Reino do Ser?!”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 159)