OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 30 de agosto de 2022

A NATUREZA DO PENSAMENTO

"A natureza do pensamento pode ser estudada a partir de dois pontos de vista: do lado da consciência, que é o conhecimento, ou do lado da forma pela qual o conhecimento e obtido, cuja suscetibilidade a modificações torna possível a obtenção do conhecimento. Esta possibilidade conduziu aos dois extremos da filosofia, e ambos devemos evitar, porque cada um ignora um lado da vida manifestada. Um considera tudo como consciência, ignorando a essencialidade da forma como condicionante da consciência, em como torná-la possível. O outro considera tudo como forma, ignorando o fato de que a forma só pode existir em virtude da vida que a anima. A forma e a vida, a matéria e o espírito, o veículo e a consciência, são inseparáveis em manifestação, e são os aspectos indivisíveis DAQUILO a que são inerentes. AQUILO que não é nem a consciência nem o seu veículo, mas a RAIZ de ambos. Uma filosofia que tenta explicar tudo através das formas, ignorando a vida, encontrará problemas que é totalmente incapaz de resolver. Uma filosofia que tenta explicar tudo através da vida, ignorando as formas, encontrar-se-á confrontada com paredes mortas que não pode superar. A palavra final sobre isto é que a consciência e os seus veículos, vida e forma, espírito e matéria, são expressões temporárias dos dois aspectos de uma Existência não condicionada, não é cognoscível, exceto quando manifestada como Espírito Raiz (chamada pelos hindus: Pratyagatman), o Ser abstrato, o Logos abstrato de onde todos os eus individuais, e a Matéria-Raiz (Mula-prakriti) de todas as formas. Sempre que a manifestação tem lugar, este Espírito-Raiz da à luz uma consciência tripla, e essa Matéria-Raiz a uma matéria tripla; subjacente à Realidade Una, para sempre incognoscível pela consciência condicionada. A flor não vê a raiz de onde cresce, embora toda a sua vida seja extraída dela e sem ela não poderia existir. 

O Eu como Conhecedor tem como função característica o espelhamento dentro de si mesmo do Não Eu. Como uma placa sensível recebe raios de luz refletidos dos objetos, e esses raios causam modificações no material em que caem, de modo a que imagens dos objetos possam ser obtidas, o mesmo acontece com o Eu no aspecto conhecimento em relação a tudo o que é exterior. O seu do veículo é uma esfera em que o Eu recebe do Não Eu os raios refletidos do Eu Uno, fazendo aparecer na superfície desta esfera imagens que são os reflexos daquilo que não é ele próprio. O Conhecedor não conhece as coisas em si mesmo nas fases iniciais da sua consciência. Ele conhece apenas as imagens produzidas no seu veículo pela ação do Não Eu no seu invólucro responsivo, as fotografias do mundo exterior. Daí que a mente, o veículo do Eu como Conhecedor, tenha sido comparada a um espelho, no qual são vistas as imagens de todos os objetos colocados perante ele. Nós não conhecemos as coisas em si, mas apenas o efeito produzido por elas na nossa consciência; não os objetos, mas as imagens dos objetos, estes são o que encontramos na mente. Como o espelho parece ter os objetos dentro dele, mas esses objetos aparentes são apenas imagens, ilusões causadas pelos raios de luz refletidos a partir dos objetos, não os objetos em si; também a mente, no seu conhecimento do universo exterior, conhece apenas as imagens ilusivas e não as coisas em si mesmas.

Estas imagens, feitas no veículo, são percebidas como objetos pelo Conhecedor, e esta percepção consiste na sua reprodução das mesmas em si próprio. Ora, a analogia do espelho, e o uso da palavra 'reflexão' no parágrafo anterior, são um pouco enganadores, pois a imagem mental é uma reprodução e não um reflexo do objeto que a causa. A matéria da mente é na realidade moldada à semelhança do objeto que lhe é apresentado, e esta semelhança, por sua vez, é reproduzida pelo Conhecedor. Quando ele portanto se modifica assim à semelhança de um objeto externo, diz-se que conhece esse objeto, mas no caso considerado, o que ele conhece é apenas a imagem produzida pelo objeto no seu veículo, e não o próprio objeto. E esta imagem não é uma reprodução perfeita do objeto, por uma razão que veremos no próximo capítulo. 

'Mas', pode-se dizer, 'será assim para sempre? Nunca saberemos as coisas em si mesmas?' Isso leva-nos à distinção vital entre a consciência e a matéria em que a consciência está trabalhando, e com isso podemos encontrar uma resposta a essa questão natural da mente humana. Quando a consciência, por longa evolução, desenvolveu o poder de reproduzir em si mesma tudo o que existe fora dela, então o invólucro de matéria em que tem funcionado desprende-se, e a consciência, que é o conhecimento, identifica o seu Eu com todos os Eus no meio dos quais tem evoluído, e vê como o Não Eu apenas a matéria ligada de igual modo com todos os Eus individualmente. Este é o 'Dia do esteja conosco', a união que é o triunfo da evolução, quando a consciência conhece a si própria e aos outros, e conhece os outros como a si própria. Por semelhança da natureza, o conhecimento perfeito é atingido, e o Eu percebe aquele estado maravilhoso onde a identidade não perece e a memória não se perde, mas onde a separação encontra o seu objetivo final, e o conhecedor, o conhecer e o conhecimento são um só.

É esta natureza maravilhosa do Eu que evolui em nós através do conhecimento no momento presente, que temos de estudar, a fim de compreender a natureza do pensamento, e é necessário ver claramente o lado ilusório para que possamos utilizar a ilusão para transcendê-lo. Assim, vamos agora estudar como o Conhecer - a relação entre o Conhecedor e o Cognoscível é estabelecida, e isso nos levará a ver mais claramente a natureza do pensamento."

(Annie Besant - O Poder do Pensamento - Ed. Teosófica, Brasília, 2021 - p. 21/25)
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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

FUGIR DA TRISTEZA

"Sentimos a tristeza de formas diferentes no relacionamento, na morte de alguém, na falta de sucesso na vida, quando tentamos nos tornar algo, mas fracassamos. Além disso, há problema da tristeza que afeta o aspecto físico: doenças, cegueira, incapacidade, paralisia etc. Essa coisa extraordinária chamada tristeza está por toda parte (com a morte esperando à espreita). Não sabemos como enfrentar a tristeza, então ou a adoramos, a racionalizamos ou tentamos fugir dela. Se você for a qualquer igreja cristã, vai descobrir que a tristeza é adorada: transformam-na em algo extraordinário, sagrado, e dizem que apenas por meio dela, do Cristo crucificado, é possível encontrar Deus. No Oriente eles têm suas próprias formas de evasão, outras maneiras de evitar a tristeza, e me parece uma coisa extraordinária que tão poucos, no Oriente ou no Ocidente, estejam realmente livres da tristeza. 

Seria maravilhoso se no processo de escuta - sem sentimentalismo conseguíssemos realmente entender a tristeza e nos tornar totalmente livre dela. Porque, dessa maneira, não haveria autoengano, ilusões, ansiedades, medo, e o cérebro poderia funcionar de forma clara, intensa, lógica. E então, talvez, conseguiríamos saber o que é o amor."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 236)
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terça-feira, 23 de agosto de 2022

ESTABELECE E MANTÉM PERMANENTE SERENIDADE - SABEDORIA DOS SÉCULOS (PARTE FINAL)


                       "SABEDORIA DOS  SÉCULOS

1- Em Deus tudo está, de Deus tudo vem, para 
Deus tudo vai.

2- Onde quer que eu esteja, lá Deus está - e que mal me poderia acontecer lá onde Deus está?

3- No meu intimo SER eu sou o que Deus é – por isto, no meu externo AGIR, quero também agir assim como Deus age.

4- Envolve-me, penetra-me todo a luz branca do Cristo - nenhum mal me pode tocar, todo o bem me deve caber.

5- Todas as coisas, mesmo as mais pequeninas, são grandes, quando feitas com grandeza de alma.

6- Livra-me, Senhor, da soberba mesquinhez de querer ser servido ensina-me a humilde grandeza de querer servir!

7- Nenhum mal que outros me fazem me faz mal, porque não me faz mau - somente o mal que eu faço aos outros me faz mal, por que me faz mau.

8- Nunca farei depender a minha felicidade de algo que não dependa de mim.

9- Sou cidadão do universo: aqui na terra sou apenas imigrante temporário - por isto, quero cumprir com a máxima perfeição e alegria o meu estágio telúrico,

10- Deus, tu que és Luz, Vida e Amor - manda me através de todos os teus mundos como um raio da tua Luz, como um sopro da tua Vida, como um brado do teu Amor!

11- Não sou melhor porque me louvam, nem sou pior porque me censuram - sou, na verdade, o que sou a teus olhos, Senhor, e à luz da minha consciência.

12- Ensina-me, Senhor, a sintonizar diariamente a antena de minha alma por tuas ondas, a fim de apanhar no meu receptáculo finito as vibrações da tua vida infinita!

13- Guia-me. Luz divina, por teus caminhos, para que nenhuma ingratidão me faça ingrato nenhuma amargura me faça amargo, nenhuma maldade me faça mau - que eu queira antes sofrer todas as injustiças do que cometer uma só.

14- Atende, Senhor, a minha prece - para que o meu pequeno querer humano seja inteiramente sintonizado com o teu grande querer divino!

15- Não maldirei as trevas do ódio que me cercam - acenderei no meu interior a luz do amor.

16- Eu afirmo a soberania da minha substância divina sobre todas as tiranias das circunstâncias humanas."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 119/121)
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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

ESTABELECE E MANTÉM PERMANENTE SERENIDADE (PARTE I)

"Um dos traços característicos de Jesus é a sua imperturbável serenidade de espírito. Quando gravemente injuriado, ele não se exalta. Quando atraiçoado por Judas, Jesus lhe diz: 'Amigo, a que vieste?' Quando esbofeteado perante o tribunal, faz a seu ofensor uma pergunta que revela absoluta calma e serenidade de alma.

Entretanto, só uma pessoa que conhece o seu verdadeiro Eu e sabe que nenhum fator externo a pode fazer feliz nem infeliz, é que tem forças suficientes para guardar esse sereno equilíbrio do espírito.

Além dos meios propriamente espirituais, de que tratamos em outra parte, deve o candidato à felicidade habituar-se a certas práticas e técnicas, como sejam, entre outras, as seguintes:

Nunca te recolhas ao descanso noturno com pensamentos ou sentimentos negativos, amargos, reminiscência de ofensas, rancores, ressentimentos, desânimo, porque essa disposição interna atua, durante o sono, através do subconsciente, como elemento deletério, nocivo, envenenando as profundezas do teu ser; os teus últimos pensamentos e sentimentos devem ser invariavelmente luminosos, leves, positivos, bons, benévolos e tranquilos.

A fim de saturar o consciente e subconsciente com fatores positivos, convém que a pessoa, antes de adormecer, repita, lenta e calmamente, muitas vezes, um ou dois dos pensamentos que figuram no fim deste capítulo sob o título 'Sabedoria dos Séculos'.

Se acordares durante a noite, repete em silêncio algum desses pensamentos salutares, porque, sobretudo nesse estado, eles produzem um efeito purificador.

De manhã, ao acordares, quando tua alma está ainda como carta branca e intensamente receptiva, evita pensar em coisas desagradáveis; mas mantém o teu ambiente interno leve, luminoso e puro, mediante pensamentos positivos e benévolos.

Durante o dia, vive na presença de Deus como que na luz solar que te circunda, sem que nela penses explicitamente.

Uma vez que vives num clima de benevolência permanente, procura realizar concretamente essa disposição, pelo menos uma vez por dia, auxiliando alguma pessoa que tenha necessidade de ti.

Nos teus trabalhos diários, habitua-te a não visar, em primeiro lugar, resultados externos e palpáveis, mas sim à perfeição do próprio trabalho realizado com alegria e entusiasmo; porquanto nenhum trabalho vale pelo resultado que produz, mas pela disposição de espontânea alegria e amor com que é feito.

Quando prestares algum serviço a alguém ou deres esmola a um pobre, faze tudo com verdadeira alegria, e não com sacrifício e amargura, porque, como dizem as Escrituras Sagradas: 'Deus ama a quem dá com alegria.'

Quando estiveres triste não fales a todo mundo dos motivos da tua tristeza; mas desabafa-te com alguém que seja senhor da tristeza: porque, do contrário, aumentarás a tua tristeza pela tristeza do outro.

Habitua-te a ler, cada dia, algumas páginas de um livro bom que te fale à alma, sobretudo do livro divino do Evangelho de Jesus Cristo; não analises intelectualmente o texto, mas repete muitas vezes as passagens mais significativas. saboreando-lhes o conteúdo espiritual." ... CONTINUA

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 117/118)
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terça-feira, 16 de agosto de 2022

O FILME DA CRIAÇÃO

"Em um instante, Deus pode copiar a forma de qualquer pessoa que deixou o mundo: Ele quer que você saiba disso, Quer que compreenda que a criação é um espetáculo. Se você leva o espetáculo a sério, vai se machucar e não gostará: não poderà suportar a vida, com suas tristezas, doenças e dores. Sempre que alguma coisa me fere o corpo, coloco a mente na sede da consciência espiritual, no ponto entre as sobrancelhas, então, não sinto a menor dor, Quando. porém, me concentro na ferida, sinto a ilusão da dor. Se você puder conservar a mente centralizada na consciència espiritual da alma, não sofrerá quando as sombras ilusórias da tristeza aparecerem em sua tela mental. Ore a Deus sem cessar, para que Ele Se revele como a única Realidade jubilosa.

Você já perdeu muito tempo - a morte pode chegar a qualquer momento e, então, não terá tempo de conhecê-Lo. Você precisa percebê-Lo antes de deixar a prisão do corpo: Diga a Ele: 'Quero sentir a Tua presença.' Mas Ele não o deixará sair permanentemente deste hospital de ilusões até que você se cure da enfermidade dos desejos. Faça tudo para Deus. Trabalhar para Ele é tão importante para seu progresso espiritual quanto a meditação.

Medite no Senhor, à noite, até ser alçado Nele e ficar agarrado à Sua alegria. Durante o dia. quando executar suas atividades, traga e conserve com você a lembrança desse estado. Então estará o tempo todo com Deus. E será sempre capaz de sorrir e dizer: 'Um pouquinho de tristeza, um pouquinho de prazer, ou um pouquinho de paz não podem criar qualquer tumulto no oceano da bem aventurança sempre nova que inunda minha alma.'

Ria de maya, a ilusão. Veja a vida como um filme cósmico e então ela não poderá mais impor sua mágica ilusória Permaneça na bem-aventurança de Deus. Quando puder se manter imperturbavel em meio ao estrondo da explosão dos mundos, saberá que Deus é real. Ele não pretende feri-lo. Ele o criou à Sua imagem. Já fez de vocé o que Ele é. Isso é o que você não compreende. porque só se reconhece como ser humano; não sabe que pensar assim é uma ilusão.

Se está sofrendo de câncer, não é nada engraçado. Entretanto, São Francisco sofria de doenças e, ao mesmo tempo. curava os doentes e ressuscitava os mortos. Nada lhe tirava a alegria divina. Por isso custe o que custar, venha para Deus. Mas Ele não o receberá enquanto você não provar que realmente O quer, que não tem o menor desejo de envolver-se em Seu espetáculo."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 176/177)
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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

DÍVIDAS DE GRATIDÃO

Gratidão deve ser um cálido sentimento de que existe alguém que gosta de nós e foi capaz de nos ajudar.

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"Um dos segredos da felicidade consiste na capacidade de sentir gratidão. Gratidão não deve ser um sentimento pesado, mas uma alegria, algo que nos torna mais leves e melhores. É muito comum ouvir pessoas falando de 'dívidas de gratidão' como se tivessem que sair correndo para retribuir, pagar antes que os juros se acumulem. Nada disso: gratidão deve ser um cálido sentimento de que existe alguém que gostou de nós e foi capaz de nos ajudar. Sentir-se assim não nos endivida, nem nos aprisiona, mas nos torna mais ricos de amores, de sentimentos.

Na relação dos filhos com os pais este tema sempre surge. Os filhos devem aos pais sua própria vida, ou seja: tudo. Esta divida é impagável. Portanto, não pode nem adianta ser considerada. Há filhos que fogem da questão afirmando que não pediram para nascer. Tenho visto muitas pessoas que se impedem de serem felizes por sentirem que sua felicidade estabeleceria uma divida de gratidão para com seus pais.

Quando afirmamos para nós mesmos que somos gratos a nossos pais por nos terem dado a vida (e com ela toda felicidade que formos capaz de conquistar, mesmo que eles não nos tenham dado muito mais além disso), criamos uma forma de retribuir o que deles recebemos: tendo filhos, dando vida a novos seres humanos e cuidando deles. Se possível, melhor do que fomos cuidados. Essa é a mais ampla retribuição para nossos pais: criar os netos deles. É também o que devemos pedir a nossos filhos em troca do cuidado que tivermos com eles: que eles nos deem netos e cuidem bem destas crianças. É assim que a humanidade evolui, assim estamos cumprindo os mandamentos da natureza e assim possivelmente nos sentiremos felizes."

(Luiz Alberto Py - Olhar Acima do Horizonte - Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2002 - p. 81/82)
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terça-feira, 9 de agosto de 2022

A SEDUÇÃO DA PREGUIÇA

A preguiça é uma tentativa de evitar o sofrimento necessário para o crescimento.
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"Em última instância, o pior empecilho para o desenvolvimento emocional, mental e espiritual dos seres humanos vem a ser o que chamamos de preguiça. Pode-se definir a preguiça como uma tentativa de evitar o sofrimento necessário e indispensável para o crescimento. A preguiça é estimulada pelo medo das mudanças. Ela resulta de uma diminuição da autoestima que nos impede de fazer o esforço apropriado em direção a uma vida mais plena. Neste sentido, a preguiça é o exato oposto do amor.

Todos possuímos um lado sadio e outro doentio, embora em diferentes graus e intensidades diversas. Portanto, todos carregamos uma certa preguiça, mesmo que possamos ser extremamente diligentes. É preciso atenção para não confundir uma compulsão para trabalhar excessivamente com uma ausência de preguiça. De fato, muitas pessoas se mostram tremendamente ativas mas tal agitação encobre uma enorme dificuldade de evoluir, de se aprimorar; um medo de mudar, a preguiça de evoluir.

Por outro lado, por mais preguiçosa e doentia que uma pessoa possa ser, ela possui algum grau de autoestima e capacidade de esforço que podem, e devem, ser estimulados, incentivados e amplificados ao máximo, pois representam a saúde em luta contra a doença Quando percebemos que nossa saúde e nossa felicidade dependem da capacidade de superarmos a preguiça, compreendemos a importância de uma dedicação diária à luta para combater e vencer a preguiça. Entendemos também que o maior mal que podemos fazer a uma criança, ao educá-la, consiste em estimular sua preguiça, fazendo por ela o que ela mesma deveria aprender a fazer, em vez de incentivá-la a cuidar de si mesma.

A receita para conseguir superar a preguiça é, como de costume, muito fácil de ser formulada e dificil de ser executada. Trata-se de uma diária e permanente vigilância para evitar que a preguiça nos envolva, da mesma maneira como nos envolvem os vicios, nos arrastando para a tentação. No caso da preguiça é a tentação de deixar para depois, de adiar infinitamente - e nada realizar. Se nos mantemos atentos e enfrentamos com firmeza a sedução da preguiça, a recompensa será o resultado obtido acompanhado de um alegre sentimento de vitória, que traz consigo paz, alegria e felicidade."

(Luiz Alberto Py - Olhar Acima do Horizonte - Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2002 - p. 125/126)
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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A CONSTRUÇÃO DA TIMIDEZ

É preciso arriscar para aprender a confiar
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"Muitas dificuldades dos tímidos se deve à forma como foram educados, aos ensinamentos equivocados que lhes foram passados durante a infância. Nesses casos, eles precisam se reeducar, entendendo que sua educação foi baseada em conceitos errados, até absurdos. 

A criança 'presa em casa', por exemplo, tende a ter uma atitude de temor em relação à vida, que lhe dificulta sentir-se à vontade em quase todas as circunstâncias. Pais que mantêm os filhos reclusos, com medo de que eles corram perigo nas ruas, estão ensinando seus filhos a se acovardarem frente às vicissitudes do dia a dia. É preciso arriscar para aprender a confiar. 

Para superar tal situação, o adulto precisa passar por um longo e trabalhoso processo de rever suas ideias, seus preconceitos, se questionando constantemente sobre a forma como encara a vida e suas ideologias. É necessário que examine as ideias que incorporou dos pais sobre os objetivos da vida e seu senso moral, a respeito do que é certo e errado. O resultado pode ser muito positivo, pois lhe permite passar a ter uma vida normal."

(Luiz Alberto Py - Olhar Acima do Horizonte - Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2002 - p. 138)
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terça-feira, 2 de agosto de 2022

A ORIGEM E O PODER DA MEMÓRIA

"A memória é uma força maravilhosa. Toda memória humana provém da extraordinária memória de Deus. Por exemplo, você não consegue descrever todos os filmes que já viu desde que nasceu; entretanto, se eu lhe mostrasse um daqueles filmes outra vez, você imediatamente lembraria. A memória divina encontra-se latente dentro de você, sempre reconhecendo experiências passadas. Assim que revê a cena inicial, a história inteira volta à sua consciência. 'Oh, já vi este filme', você diz. 'Lembro-me de como terminava.' 

Como se pode reconhecer um filme - em todos os detalhes - visto há muitos anos? É que todos os acontecimentos são gravados no cérebro. Assim que você coloca a agulha da atenção no disco de determinada experiência, a memória começa a reproduzir o que foi vivido. Se pergunto onde estava sentado, quando nos reunimos aqui na quinta-feira passada, você se recorda e começa a lembrar-se de outros detalhes também. Se pergunto: 'Que foi que eu disse?' - minhas palavras começam voltar à sua memória. 

O poder interno da memória vem de Deus e é perfeito. Nunca esquece. A memória do homem comum não consegue reter a consciência de todas as experiências de uma só vez, mas a memória divina subjacente, retém tudo, simultânea e permanentemente. Portanto, memória fraca ou forte é uma questão de convicção. Você se convenceu de que tem memória fraca e, por isso, sua memória é fraca. Todavia, não é fácil saltar dessa crença para a oposta. Muito esforço será preciso até que se convença que sua memória de fato é, uma manifestação da memória de Deus, que tudo recorda. 

A memória humana mais excepcional não passa de um empréstimo da consciência ilimitada de Deus, onde estão registradas todas as aventuras de todos os seres humanos e de outras formas de vida."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 62/63)
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