OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 12 de junho de 2017

UM PODER SUSTENTADOR (1ª PARTE)

"Os que sucumbem à ilusão de resolver seus problemas com o suicídio estão muitas vezes sob influência de drogas, não sabem o que estão fazendo ou estão oprimidos pelas pressões sobre eles exercidas, sentindo-se incapazes de lidar com elas. Mas a natureza, embora severa, é também misericordiosa. É simplesmente lógico que uma pessoa boa e consciente não importando qual o modo como morreu, no tempo devido receberá o repouso pacífico a que tem direito. Apesar de tudo, somos na morte como na vida, nós mesmos.

Certamente não se pode mudar o sentimento de tristeza, de solidão, daqueles que foram deixados para trás e perderam alguém pelas portas da morte. Se não houvesse carinho nesse mundo ele seria um local desolado. O verdadeiro amor tudo suporta ao longo da vida e da morte, e aqueles que se sentem atraídos uns pelos outros pelos laços do amor serão repetidamente reunidos em outras vidas. Na época da morte, a preocupação de amigos cerca e protege aquele que está sofrendo, sendo um auxílio tangível.

Quando estamos intimamente envolvidos com outra pessoa, há uma rede de pensamentos e sentimentos, uma troca. Depois que essa pessoa se vai, a troca é interrompida. É como se uma parte de nós morresse com aquele que se foi. A experiência é particularmente aguda para os que foram educados com a ideia de que a morte é o fim e que jamais haverá reencontro. No entanto, a natureza é infinitamente benigna. A plena compreensão do que aconteceu leva algum tempo para penetrar todos os níveis de nosso ser, mas chega gradualmente. Seria um choque grande demais se assim não fosse. Mas através da dor mais profunda brilha uma beleza inequívoca quando começamos mesmo a sentir a verdadeira natureza do que está ocorrendo, compreendendo que internamente não há separação, e que aquele que se foi está descansando. (...)"

(Ingrid van Mater - A morte e o despertar - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 25)

quarta-feira, 22 de março de 2017

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"Se uma religião não insistir em fazer de você um eficiente praticante da compreensão, da concórdia, da misericórdia, da pureza, da renúncia, da beleza, do amor, da compaixão, da verdade... não é religião coisa nenhuma.

A verdadeira Religião não tem um nome específico, nem um Deus com um nome especial e exclusivo.

Sua essência consiste em: amar universalmente; perdoar sempre; sempre servir e amparar; renunciar ao e vencer o fascínio dos sentidos; minimizar a ignorância e o egoísmo; superar o apego; a aversão e o medo; silenciar a mente para que Deus fale; ter Deus como objetivo supremo; orar e vigiar; cumprir de forma perfeita o papel ou tarefa que a Vida reserva a cada um; compadecer-se dos que sofrem; servir sem ideia de recompensa ou mérito; ... Que é isto senão o que devemos fazer como investimentos de Deus?

Só o Amor a Deus e ao próximo nos liberta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.127/128)


domingo, 1 de maio de 2016

BENEVOLÊNCIA

"Você é pessoa que evolutivamente há muito ultrapassou o nível de comportamento que lhe permitiria empunhar um revólver e sair à rua a ameaçar transeuntes, arrancando-lhes os haveres, agredindo-os, humilhando-os.

Felizmente, você já está muito acima de tal horror.

Mas, sinceramente, já terá transcendido a faixa em que ainda está sujeito a, invigilantemente, no íntimo de seu ser, deixar-se levar por pensamentos, projetos e desejos de que algo ruim aconteça a alguém que o preteriu, prejudicou, agrediu?...

Analise-se bem a fim de que, embora não exercendo a violência em suas expressões objetivas, não se entregue à violência subjetiva.

Ambas as formas são expressões de um mesmo mal - a violência.

Que seja eu sempre benevolente e misericordioso."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 64)


segunda-feira, 2 de março de 2015

COMPAIXÃO E VOTOS DE BUDA

"3.  Buda educou-se, primeiro, em ser amável para com toda a vida animada e em evitar o erro de matar qualquer criatura, e depois então desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura da longa vida. 

Buda educou-se em evitar o erro do furto, para que, assim os homens pudessem ter tudo aquilo que desejassem.

Buda educou-se em evitar o adultério, e, com essa virtude, desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura de uma mente pura para que não sofressem com os desejos insatisfeitos.

Buda, quando buscava seu ideal, educou-se em evitar a mentira, e então, com esta virtude, desejou que os homens pudessem conhecer a tranquilidade da mente que advém com o cultivo da verdade.

Educou-se em evitar toda a falsidade, e desejou então que os homens pudessem desfrutar da alegria do coleguismo entre aqueles que seguiam o seu ensinamento.

Educou-se em evitar a ofensa a outrem, e então desejou que todos pudessem ter a mente serena que advém do viver em paz com os outros.

Evitou as vãs conversas, e então desejou que todos conhecessem a ventura da mútua e harmoniosa compreensão.

Buda, na busca de seu ideal, evitou a avareza, e então, com esta virtude, desejou que todos conhecessem a tranquilidade que advém de uma mente livre de toda a cobiça.

Evitou a ira, e então desejou que todos se amassem uns aos outros.

Educou-se em evitar a ignorância, e então desejou que todos pudessem entender e não nigligenciassem a lei da causalidade.

Assim, Buda, com sua misericórdia a todos envolvente, não almejava senão a felicidade dos homens. Ele ama a todos, assim como os pais amam seus filhos e a eles deseja a mais alta ventura, isto é, que eles possam transpor este oceano da vida e da morte."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 33/35)


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

TODOS ESTAMOS DOENTES NO TERRITÓRIO DA EMOÇÃO

"Não há uma pessoa nesta terra que não esteja doente no território da emoção. Uns mais e outros menos. Uns manifestam seus conflitos e outros ficam represados. Mas todos temos, em diferentes graus, dificuldades de administrar nossos pensamentos. Quem consegue gerenciar plenamente seus sentimentos e ser senhor de sua emoção?

O maior doente é o que não reconhece a sua fragilidade. Cuidado! Como disse, temos no máximo cinco segundos para criticar silenciosamente as zonas de tensão da emoção e não permitir que elas se tornem matrizes doentias na memória e, consequentemente, evitar que gerem ideias fixas. Não deixe que as ofensas estraguem seu dia. Não permita que os fracassos façam de você uma pessoa tímida e inferiorizada. Não se puna diante dos seus erros. O sentimento de culpa deve ter uma dose suficiente para fazê-lo reconhecer as suas falhas e mudar suas rotas. Atenção! Se o sentimento de culpa for exagerado, ele paralisará sua emoção e o controlará.

Podemos inferir, do ponto de vista psicológico, que Jesus passou pelo mais dramático e contínuo estado de stress que um ser humano pode passar. Portanto, era de se esperar que quando ele abrisse a boca, aparecesse um homem radical e agressivo, mas eis que apareceu um homem extremamente gentil e agradável.

Era crível que surgisse um homem que desse pouco valor à vida, mas eis que apareceu alguém, que gostava de olhar os lírios do campo. Era previsível que fosse gerado um revoltado, um especialista em reclamar e julgar os outros, mas eis que surgiu um homem, dizendo: 'Felizes são os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia'. Quem é esse que exala gentileza na terra árida pelo stress?"

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 45/46)

sábado, 5 de julho de 2014

O HOMEM PROFANO E O HOMEM MISERICORDIOSO

"As pessoas profanas não compreendem o valor da vida espiritual. Frequentemente, caçoam do aspirante à espiritualidade e, às vezes, o ultrajam, tentando fazer-lhe injúrias. Mas, o religioso não reage a isso. Sua mente está fixada em Deus; portanto, sente a unidade, enxerga a ignorância e é misericordioso. Não importa que seja criticado ou injuriado; não lhe interessa agradar às pessoas profanas.

Conta-se a história de um monge em viagem que, cansado, repousou sob uma árvore. Não tendo travesseiro, arrumou alguns tijolos e neles descansou a cabeça. Algumas mulheres transitavam pelo caminho, indo apanhar água no rio. Vendo o monge em repouso, disseram entre si: 'Esse jovem tornou-se monge e ainda não consegue passar sem um travesseiro; usa tijolos em seu lugar!' Prosseguiram em seu caminho e o monge pensou: 'Têm razão de criticar-me' pondo de lado os tijolos, descansou a cabeça na terra. Logo depois, as mulheres voltaram e viram que os tijolos haviam sido postos de lado. Então exclamaram com desdém: Que belo tipo de monge! Ofendeu-se quando dissemos que usava travesseiro. Veja, agora - pôs fora o travesseiro!

O monge refletiu: 'Se uso travesseiro, criticam-me. Se deixo de usá-lo, também não lhes agrado. Impossível satisfazê-las. Deixe-me, pois, agradar apenas a Deus.'

Nenhum homem verdadeiramente espiritual age tendo em vista causar boa impressão aos outros ou buscando prestígio para si. Às vezes sente exatamente o oposto, ou seja, se por amor de Deus for preciso ficar contra o mundo inteiro, ele ficará - e ficará sozinho. Ele não se preocupa com o que os outros pensem dele.

Em geral, quando alguém fala mal de nós ou tenta ofender-nos, somos instintivamente levados a aplacar nosso ego, e não a agradar a Deus; e sentimos vontade de revidar. Mas, se nos entregarmos a esse desejo de revide - a ninguém mais causaremos danos a não ser a nós próprios; porque, quando irritados ou ressentidos, interrompemos nosso pensamento em Deus. Por isso, todos os grandes mestres espirituais têm ensinado, como Cristo, a não revidar, a não resistir ao mal - mas sim, a rezar por aqueles que nos insultam e perseguem.(...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento - p. 34/35 e 36)
www.pensamento-cultrix.com.br


quarta-feira, 11 de junho de 2014

NÃO TER MEDO SIGNIFICA TER FÉ EM DEUS (1ª PARTE)

"O destemor é a rocha inexpugnável sobre a qual a casa da vida espiritual precisa ser erigida. Não ter medo significa ter fé em Deus: fé em Sua proteção, em Sua justiça, em Sua sabedoria, em Sua misericórdia, em Seu amor, em Sua onipresença. (....) O medo usurpa do ser humano a invencibilidade de sua alma. Rompendo o funcionamento harmonioso da Natureza, que emana da fonte de divino poder interior, o medo causa pertubações físicas, mentais e espirituais. O pavor extremo pode até parar o coração e ocasionar morte súbita. Ansiedades de longa duração originam complexos psicológicos e nervosismo crônico.

O medo mantém a mente e o coração (sentimento) presos ao homem exterior, levando a consciência a se identificar com o nervosismo mental ou físico e, assim, conservando a alma concentrada no ego, no corpo e nos objetos que causam medo. O devoto deve rejeitar todas as apreensões, dando-se conta de que são obstáculos a impedir a sua concentração na paz imperturbável da alma. (...)

A morte talvez seja o supremo desafio da fé para o ser humano mortal. Temer essa inevitabilidade é uma tolice. A morte só ocorre uma vez na vida e, depois que chega, a experiência termina, sem ter afetado a nossa verdadeira identidade ou diminuído, de algum modo, o nosso eu real. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Viva sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 60/61)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A SOBERBA

"Um rio de planície, cheio de soberba, a um rio de planalto dizia:

- Eu sou tranquilo, largo, sereno e profundo. Em minhas águas navegam barcos, que levam riquezas aos mercados, remédios para os doentes, alimento às populações distantes, brinquedos para as crianças, presentes aos que são amados...

O rio das terras altas, agitado e sonoro, rápido e cheio de força, por sua vez respondeu:

- Pouco importa ser navegável ou não. É da permanente inquietude de minhas águas, dos desníveis do meu leito, das quedas e corredeiras que os homens tiram energia para mover fábricas, criar riquezas e iluminar cidades. Compare a poluição de tuas pardacentas águas com a limpidez das minhas.

Um sábio que por ali passava, escutando o diálogo, compadecido de tanta ilusão e arrogância, resolveu interferir com sua misericórdia, falando assim:

- Como são tolos vocês! Supõem que são diferentes. Não sabem que um é o outro. Discutem somente porque ainda não descobriram que não existem rios diferentes, mas um único rio. Renunciem à soberba, filha da ilusão. Cessem a discussão. Continuem, cada um, a cumprir individualmente o papel que têm a desempenhar, que são missões igualmente importantes, sem esquecer, no entanto, que são um único e mesmo rio, nascidos juntos e destinados a juntos imergir no mar."

(Hermógenes - Viver em Deus – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 148/149)


terça-feira, 20 de agosto de 2013

MISERICÓRDIA DIVINA

"Deus não é como nós, que, embora erremos, detestamos os que erram também.

Está sempre atento ao primeiro pecador que, arrependido, para Ele anseia voltar.

Como bom Pastor, uma das coisas que mais Lhe agrada é procurar a ovelha perdida que deseja ser achada.

Como Perfeito Médico, Seu maior empenho não é tratar quem tenha saúde, mas curar aquele que se encontra enfermo.

Se você, real e sinceramente, reconhece seu erro e deseja corrigi-lo, esteja seguro, já está perdoado, e, o que é mais importante, é amado, e já está sendo ajudado.

Chame a isso Misericórdia Divina."

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 90)


domingo, 28 de julho de 2013

KSHAM (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro perdão - o terapêutico - é tão raro, que muitas pessoas a quem foi ensinado perdoar como quem toma remédio, acabam por dizer: 'Perdoei, mas não melhorei!' O perdão terapêutico não é tíbio, limitado ou parcial. Ao contrário, é generoso, bravo e total. Tão completo que quem perdoa esquece o ato ofensivo e nem mais se lembra que perdoou. Quem diz 'eu perdoei, mas não consigo esquecer o que fizeste' realmente não perdoou. Só há perdão quando já não se sabe mais o que foi perdoado. Também não perdoa aquele que diz: 'Não se esqueça de quanto fui bom ao te perdoar.'
O perdão que é lembrado, mantido no pensamento, infecciona de novo a ferida que pretendemos cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra frequentemente, é porque com certeza acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você lhe ter perdoado. Você perdoa-lhe uma dívida, mas ao fazê-lo impõe outra, mais ou menos como acontece com as pequenas empresas de financiamento, que reformam uma promissória de duas em duas semanas (Maltz, opus cit.).
Perdoe também a si mesmo. Conheço entre meus alunos senhoras e senhores que levaram uma longa vida de austeridade e retidão, impolutos e honrados. Através de tremendos sacrifícios frequentes evitaram cometer os mínimos enganos ou pequenos deslizes. Lá um dia, por invigilância, ou por qualquer outro motivo próprio da natureza humana, erraram o passo, praticando um pequeno desvio do dever, e ai sentiram-se como que arruinados perante si mesmos, caíram em arrasador abatimento, do que resultou sofrimento moral e, consequentemente, distúrbios funcionais orgânicos.

Sem ombridade, sem honradez, sem retidão este mundo será um inferno. É preciso que existam aqueles em que se pode acreditar. A humanidade sem pessoas de caráter nobre viraria pântano de mau cheiro e traiçoeiro. Abençoados os honrados que dão estrutura e consistência à sociedade. Que a probidade deles, no entanto, não os atormente. Que a retidão não lhes peses como um sacrifício crucial. Que sua inflexibilidade não os arrisque à brusca implosão de seu elevado moral diante de um pequeno pecado. Que sua exagerada autosseveridade não lhes venha a ser prejudicial.   

Desde que somos seres humanos e vivemos num mundo muito humano (ou desumano?!), precisamos dosar nossa obsessão pelo dever com a prudência de não sermos demasiadamente rigorosos diante de nossas quase inevitáveis quedas. A linha de equilíbrio e da saúde corre, na vida, equidistante da autosseveridade dos probos e da autocomplacência dos canalhas. Para tanto, é preciso que o austero aprenda a necessidade de perdoar a si mesmo e não somente aos outros. Evite sentir-se culpado. Brandura aperfeiçoa qualquer julgamento. Remorso, sentimento de culpa ou autocondenação em demasia causam tanto mal como o mal que deveria ter sido evitado."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 248/249)


sábado, 27 de julho de 2013

KSHAM (1ª PARTE)

"Este é o nome de uma milagroso remédio. Significa perdão, misericórdia.

Quando menino, um dia  comi uns bagos de jaca e quase morri de indigestão. O alívio sobreveio quando vomitei o conteúdo maléfico do estômago. Em muitos casos de doenças psicossomática, o mesmo pode ocorrer. Basta que consigamos 'vomitar o conteúdo maléfico' que está na mente, danificando a vida, criando sintomas. Esse 'conteúdo maléfico que está na mente' é, muitas vezes, a mágoa ou o ressentimento. E consegue-se vomitá-lo com o ato de perdoar. Refiro-me a perdoar mesmo.

Diz Maxwel Maltz em Liberte sua personalidade que a personalidade 'tipo fracasso', quando procura uma desculpa ou bode expiatório para seu malogro, quase sempre culpa a sociedade, o 'regime', a vida, a sorte. Ele se ressente do êxito e da felicidade dos outros porque constituem para ele uma prova de que a vida o está 'defraudando'... Esse é o tipo de ressentimento, que lê em voz alta uma reclamação em cada página do livro da vida, que tem uma queixa a fazer contra cada um de seus semelhantes. Tive um aluno assim. Seu ressentimento era tão permanente e presente, que se tornava antipático a todos que o conheciam, os quais, como imagem refletida num espelho, tratavam-no também de maneira pouco simpática, tornando-o assim mais ressentido. Tal é a vida do 'zangado com os outros'. A todos mostra sua carranca magoada e, em troca, recebe também carranca, o que o faz ainda mais franzir a cara. Círculo vicioso completo.  

O ressentimento é geralmente portador de complexo de superioridade. Está sempre reclamando. Faz como se intimamente dissesse: 'Logo eu, tão bom, tão importante, é que sou tratado assim?!' As pessoas contra as quais tem queixa lhe são todas muito inferiores. No fundo, ressentimento é uma desculpa para um autofracasso em qualquer aspecto da vida. 

Enquanto alguém fizer de sua mente ou de seu coração um depósito de queixas, ressentimento ou ódio, estará sempre doente. Seus nervos sempre lhe serão tormento. É a mesma coisa que guardar veneno ou esconder dentro de si mau cheiro de carniça. Neste caso, só o perdão terapêutico resolve. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 247/248)


domingo, 12 de maio de 2013

A MÃE

"Enviemos, hoje, um pensamento de gratidão a todas as boas mães que criaram seus filhos com afeição. Se os filhos refletissem sobre o amor que lhes foi dedicado pelas mães, sentiriam o desejo de dar afeição idêntica a todas as crianças do mundo. Que todos os filhos e filhas, que foram nutridos pelo amor da mãe, sintam-se repletos de afeição maternal - que é amor incondicional - e expressem essa afeição aos demais. 

O amor materno não nos é dado para nos estragar pela excessiva indulgência, mas para enternecer nossos corações, a fim de que, por nossa vez, possamos suavizar outros com benevolência e libertar, dos apertados laços da escravidão ao mundo, as almas que se debatem. (...) Minha devoção sincera e absoluta à minha mãe terrena foi a primeira causa do meu amor pela Mãe Divina. Portanto, foi o grande amor por minha mãe que me levou à iluminação.

Na Índia, gostamos de nos referir a Deus como Mãe Divina, porque uma verdadeira mãe é mais terna e misericordiosa que um pai. A mãe é uma expressão do amor incondicional de Deus. As mães foram criadas por Deus para mostrar-nos que Ele nos ama com ou sem motivo. Toda mulher é, para mim, uma representante da Mãe. Vejo a Mãe Cósmica em todas. O que mais admiro em uma mulher é seu amor maternal. (...) 

Um marido deveria ver em sua esposa a pura beleza da Mãe Divina. Encarando a esposa como a Mãe, encontrará nela uma essência sagrada, não percebida antes. As mães não poderiam amar seus filhos se, nelas, Deus não tivesse implantado esse amor. Contudo, o crédito pertence também ao instrumento, porque o fluxo de amor divino passa através da mãe humana. Todos os grandes mestres honraram suas mães. (...)

Um lar adquire graça pela presença da Mãe Divina sob a forma de mãe humana. Não é esse um pensamento para ser lembrado sempre? Não o esqueça. (...) Por que se deu à mãe esse amor? Para que pudesse amar seus filhos de modo incondicional. Amar o próprio filho é apenas um exercício do amor divino. A mãe pensa que o filho é seu, mas ele é filho de Deus. O filho lhe será tirado, assim que o Espírito Divino o chamar. Assim, toda mãe deve estender o amor que sente por seu filho a todos os filhos da terra. 

Espera-se que a mãe cuide de seu filho, e ao filho se diz que honre sua mãe; mas eu digo que um filho deve não só amar a mãe, como também ver todas as mulheres como expressões da Mãe Divina. Cada mãe deve lembrar que o amor divino incondicional está passando através de si, e que é abençoada. Deve compreender que não é o próprio amor que dá e, sim, o amor da Mãe Divina que nela está. Deve ter orgulho de seus filhos, mas não limitar-se a dar amor apenas a eles. A mãe deve oferecer amor divino incondicional a todos. (...)

Mães, sintam-se orgulhosas porque a Mãe Divina assumiu a forma de vocês para dar amor tangível ao mundo, não apenas a seus filhos, mas a todos os filhos da terra. Então, serão realmente abençoadas e, em vez de pensarem que têm um ou cinco filhos, perceberão: "Tenho muitos filhos em toda a terra." Nessa consciência, vocês se unificam com a Mãe Divina. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 243/245)


quinta-feira, 14 de março de 2013

REQUISITOS PARA A CAMINHADA NA ESPIRITUALIDADE

"O primeiro requisito no caminho espiritual é o anseio sincero por Deus. Sem esse anseio é impossível conhecê-Lo. Em qualquer atividade é preciso haver um esforço constante para se ter êxito. Se quiser conhecer o Divino, é preciso haver, de maneira semelhante, um anseio persistente por Ele.

Entretanto, mesmo o anseio por si só é insuficiente; precisamos ir mais longe. Uma vez que o anseio por Deus aumenta, ele precisa ser alimentado por lealdade e dedicação; primeiro a Deus, e depois ao caminho e ao mestre que Deus envia. Quando o devoto começa a buscar Deus com empenho, encontra o caminho e o guru que o inspira ao longo desse caminho. Assim, o segundo ponto importante é a lealdade e a dedicação a Deus e ao guru cujo caminho escolhemos.

Agora, a terceira condição é vital: à medida que prosseguimos no caminho espiritual, devemos fazer um esforço para ter uma conduta tal que inspire os outros que sejam fracos, em vez de contribuir para seu negativismo ou desestímulo. Não significa que devamos ficar ansiosos por chamar a atenção alheia para nós mesmos. Devemos, sim, manifestar em nossa vida, de um modo consciente, as qualidades espirituais que começamos a sentir em nossos corações; ao fazermos isso, seremos capazes de estimular os outros no caminho para Deus.

O quarto ponto é que o devoto precisa se esforçar constantemente para ser humilde, porque a humildade é como um vale onde as águas da graça divina podem se juntar. A presunção, a consciência do eu, eu, eu o tempo todo, é como um árido e deserto cimo de montanha; nenhuma água consegue se acumular nesse pico. Ela se amontoa nos vales profundos. De modo semelhante, as águas da misericórdia, da graça e da bênção juntam-se apenas no vale da humildade, onde o devoto coloca Deus em primeiro lugar e a si mesmo em último. Então, como diz o provérbio hindu: "Quando morrer este 'eu', então saberei quem sou Eu".

O quinto requisito para o devoto é reservar um tempo, todos os dias, para a meditação. Você está enganando a si mesmo - e pode pensar que está enganando a Deus, mas não está - se de algum modo julga que seu trabalho é mais urgente do que seus esforços diários na meditação. Esse equívoco é um dos grandes testes defrontados pelo devoto. No início, talvez não sintamos nenhum resultado tangível na meditação, e assim somos inclinados a considerar primeiro as exigências de nosso trabalho ou deste mundo. É apenas quando se apresentam a nós experiências amargas, revezes e sofrimento físico, mental ou espiritual que, de forma súbita, começamos a ver que cometemos um erro ao deixar de colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)


domingo, 30 de dezembro de 2012

AS FACULDADES PSÍQUICAS


“- As faculdades psíquicas constituem grandes armadilhas nas quais muitos aspirantes espirituais sinceros se perderam. Sem a misericórdia divina é impossível sair desse abismo.

Quanta gente acredita que poderes psíquicos e vida religiosa são coisas idênticas! Meu conhecimento pessoal me permite afirmar que a grande maioria das pessoas que se afastou de suas respectivas religiões pratica ou admira os poderes psíquicos como coisas espirituais. Quem os utiliza comete um erro ainda maior, principalmente no caso das curas físicas. (...)

Não há dúvida de que existem temperamentos nos quais os poderes psíquicos se desenvolvem facilmente. Os verdadeiros atributos da vida espiritual, porém, são a veracidade, a abnegação e a fé perene na existência de Deus.

Se uma representação imprópria da puríssima e salvadora doutrina de Jesus Cristo pode ter causado prejuízos à humanidade, as diversas doutrinas que pregam o culto ao corpo e a aquisição de poderes psíquicos provocam danos ainda maiores, pois afastam as pessoas de Deus, que é a Verdade Suprema, o Amor Puro e a Existência que transcende os conceitos de tempo, espaço e causalidade. A existência de Deus deve ser sentida intimamente e nunca aceita por influência de evidências alheias.”

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo - p. 47)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE ELES ALCANÇARÃO MISERICÓRDIA


"A misericórdia é uma espécie de angústia paternal diante das imperfeições de um filho que incidiu no erro. É uma qualidade intrínseca da Natureza Divina. A história da vida de Jesus está repleta de relatos de uma misericórdia divinamente manifestada em suas ações e personalidade. Nos sublimes filhos de Deus que alcançaram a perfeição, vemos revelado o oculto Pai transcendente assim como Ele é. O Deus de Moisés é descrito como um Deus de ira (embora eu não acredite que Moisés, que falava com Deus “face a face como um homem fala a seu amigo”, tenha alguma vez considerado Deus como o tirano vingativo retratado no Antigo Testamento). Mas o Deus de Jesus era tão bondoso! Foi essa bondade e misericórdia do Pai que Jesus expressou quando, em vez de condenar e destruir seus inimigos que o crucificavam, pediu ao Pai que os perdoasse, “porque não sabem o que fazem”.

Com o paciente coração de Deus, Jesus considerava a humanidade como pequenas crianças sem compreensão. Se uma pequenina criança apanhasse uma faca para atacá-lo, você não desejaria matá-la em retaliação. Ela não sabe o que faz. Quando consideramos a humanidade assim como um bondoso pai vela por seus filhos e está disposto a sofrer por eles, para que possam receber algo da luz e do poder de seu espírito, então nos tornamos semelhantes a Cristo: Deus em ação.

Somente os sábios podem ser realmente misericordiosos, pois, com divino discernimento, percebem até mesmo os malfeitores como almas – filhos de Deus que merecem compaixão, clemência, ajuda e orientação quando se desviam do caminho. A misericórdia abrange a capacidade de ser útil; somente almas qualificadas ou evoluídas são capazes de ser úteis de uma forma prática e misericordiosa. A misericórdia se expressa de forma útil quando a angústia paternal abranda a severidade do julgamento rigoroso e oferece não apenas perdão, mas genuíno auxílio espiritual para eliminar o erro de um indivíduo.

Os que são moralmente fracos mas desejam ser bons, o pecador (aquele que contraria sua própria felicidade desprezando as leis divinas), os que sofrem de senilidade física, deterioração mental e ignorância espiritual – todos necessitam do amparo misericordioso de almas cujo desenvolvimento interior as qualifica para oferecer compreensiva ajuda. As palavras de Jesus estimulam o devoto: “A fim de receberdes a misericórdia divina, sede misericordiosos para convosco, tornando-vos espiritualmente qualificados; e sede misericordiosos também para com os outro filhos de Deus que se encontram na ilusão. As pessoas que de todas as formas estão sempre progredindo e que compassivamente reconhecem e suavizam a carência de um desenvolvimento integral nos demais irão certamente enternecer o coração de Deus, obtendo para si próprias Sua misericórdia infinita e incomparavelmente benévola.”

 (Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 87/88)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MISERICÓRDIA


“Ser misericordioso é condição necessária para que possamos receber a verdade de Deus. A Inveja, o ciúme, o ódio – eis algumas das fraquezas universais inatas no homem. Estão ligadas ao nosso sentimento do eu que provém da ignorância. Como faremos para superá-las? Erguendo uma onda oposta de pensamento. Quando alguém é feliz, não devemos invejá-lo; devemos procurar concretizar nossa amizade e união e sermos felizes com ele. Quando alguém é infeliz, não devemos ficar alegres com isso: devemos sentir simpatia e ser misericordiosos. Quando uma pessoa é boa, não devemos invejá-la. Se for má, não a odiemos. Sejamos indiferentes ao malvado. Qualquer pensamento de ódio, mesmo o assim chamado “ódio justo” ao mal, despertará uma onda de ódio e de maldade em nossas próprias mentes, aumentando nossa ignorância e inquietação. Não podemos pensar no Senhor, ou amá-lo, enquanto subsistir essa onda de pensamento. Se desejarmos encontrar Deus, precisamos assemelhar-nos a Deus na misericórdia.”

(Swami Prabhavananda – O Sermão da Montanha segundo o Vedanta p. 28)