OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

POR QUE O AMOR TRIUNFA ONDE O CIÚME FRACASSA

"Ciúme, ira, temor e todos os impulsos físicos e mentais negativos  que impelem os seres humanos a errar - de onde eles vêm? Muitos afirmam que tem origem psicológica. Mas eu digo que provêm da Força Maligna. Neste mundo há duas forças: o bem e o mal.  Onde existir o bem também existirá o mal. O ser humano, dotado de independência e livre-arbítrio, sofre as consequências de seus erros, mas não é o criador dos agentes que o influenciam a errar. As plantas não fazem o mal, mas sucumbem a doenças. Os animais, que são governados pelo instinto e não têm consciência do mal, também sofrem. Lado a lado com cada coisa boa há um mal correspondente. Deus cria a a luz do sol, e a Força Maligna cria as secas e tempestades destrutivas. A linda flor se abre e é destruída pelos insetos. Deus diz para amar; a Força Maligna diz: 'Seja ciumento; você tem justificativa para ferir e debilitar um oponente'. Não dê ouvidos a esse poder trevoso. Não é você. Ciúme, ira e temor são criações da Força Maligna. Reconhecendo essa força como um poder consciente, Jesus disse: 'Vai-te, Satanas'.¹

Cada vez que a voz do ciúme, do temor ou da ira falar, lembre-se que essa não é a sua voz. Ordene que ela se vá, mas você não será capaz de expulsar esse mal, por mais que tente, enquanto abrigar em sua mente esses sentimentos negativos. Erradique de dentro de você o ciúme, o temor e a ira, de modo que quando um impulso maligno mandá-lo odiar e ferir, uma outra voz interna mais forte lhe diga: ame e perdoe. Escute esta voz.

Imagine só: se pudéssemos retirar o egoísmo, o ciúme e a ira do mundo, as guerras não existiriam. Mas esses perpetradores da destruição são tenazes e lutam constantemente para ter supremacia sobre a bondade. Deus fala de paz e a Força Maligna incita à inquietude e à discórdia. Deus tenta estimular você a agir com amor; a Força Maligna tenta atraí-lo para brigar. Você é um ser livre e pode escolher o que quiser. Sempre que sentir ciúme, você é cúmplice da ilusão cósmica de Satã. Sempre que estiver com raiva, é Satã quem o guia. A voz do medo é a força maligna de Satã. Mas sempre que você está repleto de amor e perdão, Deus está ao seu lado. Ajude-O a trabalhar através de você; Ele não conseguirá nada se você não O ajudar."

¹ Lucas 4.8.

(Paranahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 159/160)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 16 de junho de 2022

ORAÇÃO ORIGINAL (HO'OPONOPONO)

"Divino Criador, Pai, Mãe, Filho, todos em Um.
Se eu, minha família, meus parentes e antepassados ofendemos sua família, parentes e antepassados, em pensamentos, palavras ou ações, desde o início de nossa criação até o presente, nós pedimos o seu perdão.
Deixe que isso se limpe, purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas.
Transmute essas energias indesejáveis em pura luz e assim é.
Para limpar o seu subconsciente de toda carga emocional armazenada nele, digo uma e outra vez, durante o meu dia, as palavras chaves do HO'OPONOPONO:
Sinto muito; me perdoe; eu te amo; sou grato.
Declaro-me em paz com todas as pessoas da Terra e com quem tenho dívidas pendentes.
Por esse instante e em seu tempo, por tudo o que não me agrada em minha vida presente:
Sinto muito; me perdoe; eu te amo; sou grato.
Eu libero todos aqueles de quem eu acredito estar recebendo danos e maus tratos, porque simplesmente me devolvem o que fiz a eles antes, em alguma vida passada: 
Sinto muito; me perdoe; eu te amo; sou grato.
Ainda que me seja difícil perdoar alguém, sou eu que pede perdão a esse alguém agora.
Por esse instante, em todo o tempo, por tudo o que não me agrada em minha vida presente:
Sinto muito; me perdoe; eu te amo; sou grato.
Por esse espaço sagrado que habito dia a dia e com o qual não me sinto confortável:
Pelas difíceis relações às quais só guardo lembranças ruins: Por tudo o que não me agrada, na minha vida passada, no meu trabalho e o que está ao meu redor, Divindade, limpa em mim o que está contribuindo para minha escassez: Se meu corpo físico experimenta ansiedade, preocupação, culpa, medo, tristeza, dor, afirmo: 'Minhas memórias, eu te amo'. Estou agradecido pela oportunidade de libertar vocês e a mim.
Sinto muito; me perdoe; te amo; sou grato.
Minha contribuição para a cura da Terra:
Amada Mãe Terra, que é quem Eu Sou: Se eu, a minha família, os meus parentes e antepassados te maltratamos com pensamentos, palavras, fatos e ações, desde o início da nossa criação até o presente, eu peço o teu perdão. Deixa que isso se limpe e purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas. 
Transmute essas energias indesejáveis em pura luz e assim é. 
Para concluir, digo que esta oração é minha porta, minha contribuição à sua saúde emocional, que é a mesma que a minha. Então esteja bem e, na medida em que vai se curando, eu lhe digo que: Sinto muito pelas memórias de dor que compartilho com você. 
Eu lhe pelo perdão por unir meu caminho ao seu para a cura e lhe agradeço por estar aqui em mim. Eu lhe amo por ser quem você é."

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 205/207)
Imagem Google: Loja Projeto de Vida.


terça-feira, 14 de junho de 2022

HO'OPONOPONO

"Ė perdoando, que se é perdoado; E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Ho'oponopono é mais do que uma prece ou um mantra. É uma poderosa e comprovada prática de cura. Sua origem remonta a prática de cura tradicionais da polinésia. Tornou-se conhecida no ocidente pelo trabalho de um psicólogo terapeuta havaiano, Ihaleaka Hew Len, discípulo de uma famosa curadora havaiana, Morrnah Simeona, que usava o método tradicional de ho'oponopono.

A prática atualmente usada é baseada na ideia de Len de que não existem limites (Zero Limits) para que nossos estados mentais venham afetar a mente dos outros. Por isso, se assumirmos inteiramente a responsabilidade por nossa vida, todas nossas percepções e tudo que experimentamos de alguma forma vai afetar as outras pessoas (a VIDA UNA). Os problemas que vivenciamos não são resultado de uma realidade exterior, mas uma expressão de nossa própria realidade interior. Portanto, para Len, tudo existe como uma projeção do interior do ser humano.

O que muitos acrecitavam não passar de uma bonita teoria foi comprovado na prática pelo próprio Len, em circunstâncias desafiadoras. Ele aceitou assumir uma função em que seus antecessores só aguentavam ficar uns poucos meses. Essa função indesejável era de trabalhar como psicólogo do pavilhão de criminosos em doenças mentais numa prisão do Havaí. Sua exigência foi de 'tratar' os internos inicialmente por meio do estudo minucioso dos registros disponíveis da vida desses doentes, incluindo até mesmo detalhes de sua vida familiar. Com essas informações, Len procurava entrar em sintonia com o estado emocional do paciente e fazia, com um sentimento de profunda compaixão, a prática de cura de ho'oponopono indicada a seguir.  

Por meio da análise das fichas de cada paciente, o terapeuta aplicava as palavras-chave do ho'oponopono, e a repetição da técnica mudava seu próprio estado de espírito. Consequentemente,  a atividade mental dos detentos também se alterava. 

Por inacreditável que a história possa parecer, Len conseguiu curar quase todos os criminosos do pavilhão de doentes mentais, sem sequer conversar ou interagir com nenhum deles. 

De forma resumida, pode´se afirmar que Len conseguiu curar os presos conforme ia mudando sua mente e curando a si mesmo. 

O principal objetivo do ho'oponopono é buscar a cura dos problemas psicológicos ou mesmo de distúrbios mentais por meio do perdão. Como a prática de ho'oponopono é baseada na Unidade, é possível curar os outros a partir da nossa própria cura, por meio do perdão.

O segredo da cura é repetirmos várias vezes ao longo do dia seus elementos operacionais mentalizando a pessoa a ser curada: (Sinto muito; me perdoe; eu te amo; sou grato)"

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 203/204)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 19 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) O discernimento é necessário no perdão, como em todas as situações da vida. Ao perdoar não preciso concordar nem apoiar o comportamento prejudicial ou antissocial do outro. O perdão é uma atitude interior e não um ato externo, muitas vezes teatral. O objetivo do perdão não é mostrar que temos uma natureza superior e magnânima. Tampouco tem o propósito de mudar ou envergonhar o outro, mas simplesmente mudar nossa maneira de ver o mundo e, com isso, mudar os pensamentos negativos ou de discórdia que nutrimos em nossa mente. Dessa forma, alcançamos seu verdadeiro propósito que é trazer paz para nossa mente, abrir caminho para o amor incondicional e permitir que venhamos sentir a verdadeira alegria de nos livrarmos dos venenos do passado. 

O perdão é especialmente importante no seio da família. É entre aqueles que mais amamos que ocorrem mais ocasiões para sofrimento: palavras inapropriadas em momentos de estresse, descuidos com as suscetibilidades de cada um dos nossos familiares, esquecimentos de datas, ocasiões especiais, promessas esquecidas, expectativas não alcançadas, enfim, toda gama de situações em que magoamos nossos familiares e somos magoados por eles. Nesse sentido, a família é realmente um lugar fundamental para o exercício do perdão. Em uma recente homilia, o Papa Francisco disse:

'Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Decepcionamos uns aos outros. Por isso não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz  alegria onde a mágoa produziu tristeza, cura, onde a mágoa causou doença.'

O perdão só será completo em nossas vidas quando conseguirmos perdoar inteiramente nossos pais. Muitas pessoas, mesmo em sua vida adulta, guardam ressentimentos de certas atitudes do pai ou da mãe, ou de ambos. Mesmo que nossos pais tenham sido amorosos conosco, ainda assim, é provável que nosso relacionamento com eles, em nossa tenra infância, tenha deixado marcas psicológicas profundas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Para nos libertarmos de nossos traumas de infância, precisamos perdoar aqueles que julgamos 'culpados' pelos problemas de nossas vidas. Vale lembrar que, se tivermos a possibilidade de conhecer as circunstâncias da infância de nossos pais, vamos verificar que eles provavelmente repetiram conosco o tratamento que receberam dos pais deles, nossos AVÓS.

Esse entendimento, de que as pessoas tendem a repetir ou repelir o que vivenciaram no passado, é importante para aprendermos a extensão de como somos prisioneiros do passado. A libertação da culpa, ou do medo, que é o outro lado da culpa, facilitará nosso entendimento de que para alcançar a paz e a felicidade precisamos nos libertar do passado.²¹ Um futuro melhor só pode ser construído no presente. Mas, para isso, teremos que estar conscientes do presente, em vez da usual aceitação de que o presente é uma continuação automática do passado e que o futuro será a mesma coisa, ou seja, uma prisão eterna.

O perdão é uma mudança de atitude interior. Para isso precisamos estar convencidos de que podemos mudar. Toda mudança começa com uma decisão interior, com o pensamento de que deve haver uma alternativa e que podemos escolher essa alternativa. Com isso assumimos a responsabilidade por nossa vida em vez de esperar que nossos problemas sejam resolvidos por uma fonte externa, seja ela o nosso companheiro/a, o governo ou Deus."

²¹ KRISHNAMJURTI, J. Liberte-se do Passado. São Paulo: Ed. Cultrix.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 87/89)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 14 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO - (2ª PARTE)

"(...) Perdoar é simplesmente uma escolha seletiva de nossas lembranças. Em vez de insistirmos em nos lembrar das coisas negativas do passado, escolhemos nos lembrar dos momentos alegres com a pessoa que queremos perdoar e então especemos o resto. O perdão radical é o total abandono do passado, em todos os relacionamentos pessoais e dramas coletivos. 

Na perspectiva do amor, perdoar é a disposição de abrir mão das mágoas e sentimentos de culpa do passado. É a decisão de não sofrer mais e curar o coração e o espírito. É a escolha de não dar mais valor à raiva e ao ódio. E é também a renúncia ao desejo de magoar os outros e a nós mesmos por algo que pertence ao passado.

O perdão não é uma complacência com o erro. Ao perdoar o outro, você não está de modo algum concordando com o comportamento daquele que o faz sofrer, ou aceitando suas agressões ou ofensas. Ao perdoar, você deve aprender a separar consequência, de culpa ou ressentimento. Não podemos evitar a consequência objetiva dos atos cometidos no passado. Mas não devemos permitir que a culpa ou o ressentimento nos prendam em suas garras. 

Com relação ao perdão, QUERER é a palavra chave. Decida que não quer mais sofrer. Perdoe-se e perdoe o outro. Ao invés de querer castigar o outro, assuma a busca da paz interior como sua meta. O homem do mundo age em conformidade com sua tradição (que julga ser a sabedoria), em contraste com a sabedoria superior. A sabedoria superior tolera; a tradição julga; a sabedoria alivia; a tradição culpa; a sabedoria perdoa; a tradição condena.

Jung nos ensinou que a imaginação criativa, que os budistas chamam de imaginação correta, é um poderoso instrumento de mudança interior. Imagine sua vida sem medo de expressar seus sonhos. Você sabe o que quer, o que não quer e quando quer. Está livre para alterar sua vida da forma que sempre desejou. Continue o exercício imaginando que você tem permissão para ser feliz e aproveitar a sua vida. Para concluir, imagine que ama a si mesmo do jeito que você é.

O próximo passo demanda disciplina. Para moldarmos uma realidade feliz, temos que nos empenhar a cada momento, em não nos permitir ser limitados e encarcerados no medo do passado, nas ansiedades sobre o futuro e pelas 'verdades' questionáveis que assimilamos de nossos pais e da nossa cultura. 

Perdoar equivale a descartar o lixo psicológico da mesma forma que fazemos com o lixo orgânico depois das refeições. Todo lixo acumulado deixa um cheiro ruim no ambiente. O lixo psicológico é uma clara indicação de que há algo podre em nossos sentimentos que, por ignorância, insistimos em guardar no nosso coração." ...continua.  

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 85/87)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 12 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO - (1ª PARTE)

"A primeira dificuldade para praticarmos o perdão é o fato de o ego estar sempre focado no passado. A culpa é o resultado de mantermos em nossa memória os 'pecados' do passado. Porém, só podemos amar no presente, sendo o perdão uma expressão de amor. O perdão neutraliza os dois venenos que nos prendem ao passado: culpa e mágoa. 

Se nossas lembranças de sofrimento nos prendem ao passado, como podemos nos livrar do tempo? Para isso temos que viver no Eterno Agora, que na verdade é o estado de consciência do Reino de Deus. O perdão não é necessário no Céu, pois 'ali' ninguém é culpado ou tem pecado. No 'Céu' tudo está bem, nada precisa ser mudado ou consertado. Para entrarmos na consciência do Reino do Céu, precisamos aceitar a vida como ela é, ou seja, perdoar todos os nossos julgamentos e pensamentos de crítica

O perdão é um atitude para com a vida, mesmo quando somos agredidos. Jesus nos ensinou abandonar a antiga tradição judaica de retaliação na famosa passagem: 'Ouviste que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mal; antes, àquele que te fere na face direita oferecer-lhe também a outra.' As pessoas geralmente acham o ensinamento de dar a outra face incompreensível. A razão para isso é que entendem essa passagem bíblica literalmente, quando ela é alegórica. Dar a outra face quando atacado é apresentar a atitude (ou face) espiritual de não revidar, não atacar. 

"Considerada sob o ponto de vista da visão comum, a retaliação de qualquer espécie é não só permissível, mas desejável. O contra-ataque é o melhor meio de defesa. As leis da vida espiritual indicam o contrário. Não só são aconselhadas a ausência de defesa e de retaliação, mas atendendo o princípio, parece como se fosse recomendada a repetição do ataque, convidada pela não ação. A disciplina da não-reação à pressão externa e a preservação, sob todas as circunstâncias, o equilíbrio interior é essencial, porque, então, é estabelecida a perfeita harmonia, e ela governa o pensamento e a conduta. O aspirante, portanto, permanece calmo, impassível e sem represália a cada assalto à cidadela de sua consciência interior."²⁰

A atitude defensiva de nossas posses e do que acreditamos serem nossos direitos pessoais foram desenvolvidas ao longo de centenas de vidas. Essa atitude é necessária para a vida em sociedade, para preserva nossa vida pessoal, nossas posses, nossa família. Mas, quando entramos no Caminho Espiritual, os valores do passado da personalidade precisam ser substituídos pelos valores do bem comum, geralmente expressos pelo ideal da harmonia. O erro tem de ser desfeito e corrigido, em vez de castigado. A raiz do erro é o medo, e todo medo é oriundo do passado. Só o amor dissipa o medo, mas o amor está no presente. 

Por incrível que pareça, perdoar a si mesmo pode ser, algumas vezes, mais difícil que perdoar o outro. Não existe ninguém tão duro conosco como nós mesmos. Porém, quando perdoamos nossos erros, após a devida reflexão e determinação de mudar, entendemos que os outros também erram por ignorância e fraqueza. o perdão dos outros passa a ser mais fácil, especialmente quando nos damos conta de que o processo do perdão está inteiramente sob nosso controle." ... contínua.

²⁰ HODSON, Geoffrey. A Vida de Cristo do Nascimento à Ascensão. Brasília, Ed. Teosófica, 1999, p. 141.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 83/85)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

QUALIDADES DO DEVOTO QUE CATIVAM A DEUS (CAPÍTULO XII)

"Aquele que está livre de ódio a todas as criaturas, é amigável e benevolente para com todos, é desprovido de possessividade e da consciência do 'eu', é equânime no sofrimento e na alegria, tudo perdoa e está sempre contente, que pratica yoga com regularidade, buscando o tempo todo conhecer o Eu e unir-se ao Espírito por meio da yoga, que é dotado de firme determinação, com a mente e o discernimento entregues a Mim, esse é Meu devoto e Me é querido. 13-14

Aquele que não perturba o mundo e que não pode ser perturbado pelo mundo, que está livre de exultação, ciúme, receio e preocupação, ele também Me é querido. 15 

Aquele que está livre de expectativas mundanas, que é puro de corpo e mente, que está sempre pronto para agir, que permanece sem se tornar preocupado ou ser afligido pelas circunstâncias, que abandonou todos os empreendimentos motivados pelo desejo e originado no ego, esse é Meu devoto e Me é querido. 16

Aquele que não sente regozijo nem aversão em relação ao que é alegre ou triste (nos aspectos fenomênicos da vida), que está livre da mágoa e dos desejos, que expulsou a consciência relativa de bem e mal, e que é atentamente devotado, esse Me é querido. 17

Aquele que é igualmente sereno diante de amigos e adversários, em face da adoração e da ofensa e diante das experiências de calor e frio, prazer e sofrimento; que renunciou ao apego, e considera iguais a censura e o elogio; que é calmo e se contenta com facilidade, não é apegado à vida doméstica e tem disposição tranquila e piedosa, esse Me é querido. 18-19

Mas aqueles que se mantêm, com amor e veneração, nesta religião (dharma) imortal, revelada até aqui, impregnados de devoção, supremamente absortos em Mim, tais devotos Me são extremamente queridos." 20

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 140/141)

  

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA EM RELIGIÃO

"Pratique religião todos os dias de sua vida. Aos domingos, você aprende a lei divina do perdão: se for golpeado na face esquerda, deve oferecer também a face direita. Mas você pratica isso na vida diária? Ou acha que é bobagem? Experimente. Quando você revida dando um tapa na outra pessoa, sente-se muito mal; é uma ação tão má quanto a do agressor. Raiva e amargura afetam não só a mente, como também o corpo físico. Você sente intenso calor no cérebro, o que desiquilibra o sistema nervoso. Por que se deixar contagiar pelo ódio de quem o golpeou? Por que perturbar sua paz mental? É melhor poder dizer: 'Estou feliz comigo mesmo porque, apesar de seu gesto violento, não lhe fiz nenhum mal e lhe desejo o bem'. Embora seja mais fácil pagar a bofetada com outra, lembre que os efeitos colaterais dessa reação - perda da paz de espírito e distúrbios fisiológicos - não valem a momentânea satisfação de vingança. Quando você evita a retaliação, descobre que também consegue acalmar o inimigo, ao passo que, se devolver o golpe, só exaltará mais os ânimos.

Portanto, estar no comando das emoções é importante para a felicidade. Deste modo, ninguém poderá deixá-lo zangado nem tirá-lo do sério. Nesse estado de consciência, ninguém consegue desafiá-lo. Você está seguro. Já fez experiências com seus pensamentos e conhece o tesouro de paz que existe em seu interior." 

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship, 2013 - p. 40/41
www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS

"(...) 'UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS! Isto parece bastante fácil de dizer, e todos esperam ser saudados deste modo. No entanto, é mais difícil saber se o desejo será cumprido, mesmo que venha de um coração sincero, e ainda no caso dos poucos. De acordo com os nossos princípios teosóficos, cada homem e mulher tem uma potencialidade magnética maior ou menor, que, quando reforçada por uma vontade sincera e especialmente intensa e inquebrantável, é a mais eficaz das alavancas mágicas colocadas pela Natureza nas mãos humanas, para o bem ou para o mal. Que nós, teosofistas, usemos então esta vontade para mandar uma saudação sincera e um voto de boa sorte no Ano Novo a cada uma das criaturas sob o Sol - inclusive os inimigos e os traidores. Devemos ter um sentimento especialmente amável e inspirado pelo perdão em relação aos nossos inimigos e perseguidores, honestos ou desonestos, para evitar que alguns de nós mandem uma saudação com maus pensamentos, subconscientemente, ao invés de uma bênção.' 

Quando devemos fazer isso?

Desde o ponto de vista esotérico, o mais indicado não é necessariamente o dia primeiro de janeiro. O dia três de janeiro, por exemplo, era nos tempos antigos dedicado a Minerva-Atenas, a deusa da sabedoria.   E existe a data especial de 4 de janeiro:  

'… É o dia 4 de janeiro que deveria ser selecionado como Ano Novo pelos teosofistas - e entre eles especialmente os esoteristas. Janeiro está sob o signo de Capricórnio, o misterioso Makara dos místicos hindus. Os 'Kumaras', afirma-se, encarnaram na humanidade sob o décimo signo do Zodíaco. Durante eras, o dia quatro de janeiro tem sido sagrado para Mercúrio-Buda, ou Thot-Hermes. Assim, tudo se combina para fazer deste dia uma celebração a ser observada pelos estudantes da Sabedoria antiga.'

Seja qual for o dia exato da nossa escolha, cada Ano Novo nasce e termina sob o signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno. Este é o planeta do Carma. É o mestre do tempo, que constrói, mantém, destrói, e reconstrói as estruturas materiais e sutis da vida. É o Senhor dos Anéis, e o corregente da era de Aquário que agora lentamente nasce."

 'Collected Writings', TPH, H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 67. Texto intitulado '1890! On the New Year’s Morrow'.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 75.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 76.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

quarta-feira, 22 de março de 2017

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"Se uma religião não insistir em fazer de você um eficiente praticante da compreensão, da concórdia, da misericórdia, da pureza, da renúncia, da beleza, do amor, da compaixão, da verdade... não é religião coisa nenhuma.

A verdadeira Religião não tem um nome específico, nem um Deus com um nome especial e exclusivo.

Sua essência consiste em: amar universalmente; perdoar sempre; sempre servir e amparar; renunciar ao e vencer o fascínio dos sentidos; minimizar a ignorância e o egoísmo; superar o apego; a aversão e o medo; silenciar a mente para que Deus fale; ter Deus como objetivo supremo; orar e vigiar; cumprir de forma perfeita o papel ou tarefa que a Vida reserva a cada um; compadecer-se dos que sofrem; servir sem ideia de recompensa ou mérito; ... Que é isto senão o que devemos fazer como investimentos de Deus?

Só o Amor a Deus e ao próximo nos liberta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.127/128)


segunda-feira, 18 de julho de 2016

CAMINHO ESTREITO

"Há pessoas que têm me dito que minhas propostas são difíceis de aceitar e seguir.

Perdoar, doar, doar-se, compreender, voltar a ajudar um ingrato...

Sim. São propostas difíceis, mas sábias e eficazes.

O que é fácil de fazer é melhor aceito.

Mas, resolve?!

Soluções fáceis geralmente são falsas.

São medíocres, vulgares...

Minhas propostas fazem apelo ao seu lado divino, não ao seu lado humano.

São propostas dirigidas a melhorar sua vida, a libertar seu Espírito.

A solução e a salvação nunca são alcançadas a 'preços módicos'."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 55)


terça-feira, 5 de julho de 2016

ORAÇÕES

"P: Davi rogou ao Deus dos exércitos que lhe ajudasse a derrotar os filisteus e a matar os sírios e moabitas; e o 'Senhor protegeu a Davi em todas as orações'. Nisto nos limitamos a seguir o que diz a Bíblia. 

T: É claro. Mas já que se chamam de cristãos e não de israelitas ou judeus, por que não fazem o que disse Cristo? Ordena muito claramente para não imitar 'aos dos tempos antigos' ou da lei mosaica, e os convida a seguir o que ele ensinava, advertindo aos que quisessem usar a espada, que por ela pereceriam. O Cristo lhes deu uma oração que converteram em ostentação rotineira, pois só os lábios a pronunciam, e ninguém, exceto o verdadeiro ocultista, a compreende. Dizem nela, no sentido da letra morta: 'Perdoa-nos nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores', coisa que nunca fazem. Também lhes disse: Amai a vossos inimigos e fazei o bem àqueles que vos odeiam. Seguramente não é o 'doce profeta de Nazaré' quem os ensina a rezar ao 'Pai' para matar e vencer aos inimigos! Aí está por que repelimos aquilo que vocês chamam de 'orações'."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 81)
http://www.editora3.com.br/


terça-feira, 26 de abril de 2016

LIMPE SUA MENTE

"Antes de meditar espiritualmente, perdoe a si mesmo por quaisquer pensamentos negativos e resolva não mais tornar a acalentá-los. Além disso, perdoe a todos os outros, irradiando amor e boa vontade, ao mesmo tempo em que lhes deseja todas as bênçãos da vida. Sempre saberá quando tiver perdoado a todos, porque poderá encontrá-los em sua mente e não mais sentir raiva e ressentimento; estará em paz.

Você não iria despejar água limpa num recipiente sujo. O recipiente é sua mente. Não espere que o Espírito Santo vá fluir através de uma mente contaminada.

O ressentimento, a autocensura, a hostilidade e a má vontade bloquearão o fluxo do bem em sua vida. 

Medite de maneira certa. E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai ... (Marcos, 11:25)"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 80/81)


sexta-feira, 15 de abril de 2016

AMOR

"Não é só por falta de verdade e veracidade que o mundo está assim, tão infeliz e confuso.

A falta de amor é uma das causas essenciais de tanto sofrimento.

Quem não ama prejudica os demais, pois todos precisam de ser amados: mas, antes mesmo de levar infelicidade aos outros, aquele que não ama, a si mesmo faz sofrer.

Amando, a gente serve, perdoa, ajuda, ampara, finalmente dá felicidade aos outros.

Amando, e somente amando, a gente goza a felicidade verdadeira, que é Deus.

Quem não sabe ainda que Deus é Amor?

Iludir é falta de amor. É violência."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 54)


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GROSSERIA

"Palavras grosseiras são assassinos impiedosos das amizades antigas e da harmonia dos lares. Tire-as de seus lábios para sempre e deixe sua vida familiar livre de tribulações. Palavras doces e sinceras são néctar para almas sedentas. 

Faça-se sedutor envergando o traje elegante da linguagem genuinamente cortês. Em primeiro lugar, seja bem-educado com seus parentes próximos. Quem age assim normalmente é gentil com todas as pessoas. A verdadeira felicidade doméstica tem por base o altar da compreensão e das frases polidas.

Para ser gentil, não é necessário concordar com tudo; mas, se não concordar, permaneça calmo e cortês. É fraqueza humana ceder à cólera e à irritação; é força divina conseguir refrear os cavalos selvagens do temperamento e da fala. Não importa qual seja a provocação, contenha-se e, apelando para a calma do silêncio ou para a gentileza autêntica das palavras, mostre que seu cavalheirismo é mais forte que o destempero do agressor. Frente à luz suave de seu perdão, todo o ódio reunido de seus inimigos se dissolverá."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Realacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 27)


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

CUMPRINDO OS DEVERES PARA COM DEUS E COM O HOMEM

"Até uma pessoa materialista que ocupa o tempo de modo construtivo é melhor do que uma pessoa 'espiritual' ociosa. Ser preguiçoso e não prestar nenhum serviço na Terra é ser abandonado por Deus e pelos homens. Entretanto, os que cumprem os deveres para com o ser humano mas não com Deus são como a mula que carrega um saco de ouro no lombo tendo consciência apenas do peso, e não do valor do ouro. Ações sem o pensamento em Deus são pesadas e restritivas; ações feitas com a consciência em Deus são libertadoras. Está certo renunciar a deveres materiais para servir apenas a Ele, porque em primeiro lugar é a Deus que devemos lealdade. Nada poderia ser feito sem o poder que Ele nos empresta. Aos que deixam tudo por Ele,¹ o Senhor perdoa qualquer provável pecado derivado de não cumprir deveres menores. Renunciar significa colocar Deus em primeiro lugar, seja seguindo os caminhos do mundo ou o caminho monástico. 

Meu irmão me dizia: 'O dinheiro em primeiro lugar; Deus vem depois'. Ele morreu antes de ter a oportunidade de encontrar Deus ou de usar seu dinheiro. Lembre-se das palavras de Cristo: 'Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas'.² Quando encontrar Deus, tudo virá a você. Quando Ele o sustenta, você jamais poderá cair. Seus erros serão consertados e transformados em sabedoria. É o que descobri."

¹ 'Abandonando todos os outros dharmas (deveres), lembra-te só de Mim; Eu te libertarei de todos os pecados (decorrentes de não serem cumpridos esses deveres menores). Não te aflijas!' Bhagavad Gita XVIII:66.
² Mateus 6:33.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 259)


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NÃO COLOQUE CONDIÇÕES PARA AMAR (PARTE FINAL)

"(...) O modelo do Mestre da Vida é eloquente. Ele amava tanto as pessoas que jamais as pressionava a segui-lo. Não impunha suas ideias, mas apresentava-as com clareza e encanto, deixando que elas decidissem o caminho a tomar. Fez um belo convite, não deu uma ordem: 'Quem quiser vir após mim, sigam-me', "Quem tem sede, venha a mim e beba', 'Quem de mim se alimenta jamais terá fome'. O amor respeita o livre-arbítrio, a livre decisão. 

Os que impõem condições para amar terão sempre um amor frágil. Nossa espécie viveu o flagelo das guerras e da escravidão porque ouviu falar do amor, mas pouco o conheceu. A única razão para amar é o amor. 

Os pais que exigem que seus filhos mudem de atitude para elogiá-los, acolhê-los e serem afetivos com eles dificilmente os conquistarão. Os professores que exigem que seus alunos sejam serenos e tranquilos para educá-los não os prepararão para a vida. Os que exigem das pessoas próximas que deixem de ser complicadas, tímidas ou individualistas para envolvê-las e ajudá-las não contribuirão para o seu crescimento. O mundo está cheio de pessoas críticas. As sociedades precisam de pessoas que amem. 

O amor vem primeiro, seguido dos resultados espontâneos. Exigimos muito porque amamos pouco. Jesus não impediu que Pedro o negasse e que Judas o traísse. Com sua inteligência extraordinária podia colocá-los contra a parede, pressioná-los, criticá-los, constrangê-los, mas não o fez. Deu plena liberdade para eles o deixarem. Jamais o amor foi tão sublime.

A abundância do amor transforma anônimos, paupérrimos e iletrados em príncipes, e a escassez do amor torna miseráveis reis, ricos e intelectuais. O amor compreende, perdoa, liberta, tolera, encoraja, anima, incentiva, espera, acredita." 

(Augusto Cury - O Mestre Inesquecível - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 141/142)


terça-feira, 13 de outubro de 2015

NÃO COLOQUE CONDIÇÕES PARA AMAR (1ª PARTE)

"Precisamos nos apaixonar pela espécie humana, como o Mestre da Vida. Devemos ficar fascinados com as reações de um mendigo, com as alucinações de um paciente psicótico, com as peraltices de uma criança, com as reflexões dos idosos. Cada ser humano é uma caixa de segredos. Cada ser humano merece o Oscar e o Prêmio Nobel pela vida misteriosa que pulsa dentro de si. 

Ao analisar a personalidade de Jesus, mais uma vez me convenci de que a unanimidade é estúpida. A beleza reside em amar as diferenças, em não exigir que os outros sejam iguais a nós para que possamos amá-los. Jesus foi afetuoso com Judas no ato da traição e acolheu Pedro no ato da negação. Ele os amou, apesar das suas diferenças. Se amou pessoas que o decepcionaram tanto, foi para mostrar que não devemos exigir condições para amar. 

O exemplo do mestre me levou a amar pessoas tão diferentes de mim! Pessoas que possuem pontos de vista diferentes do meu, que adotam práticas das quais não participo. Apesar de discordar das crenças e convicções das pessoas, você deve preservar seu amor por elas e respeitar sua lógica, inteligência, verdades, pontos de vista, e não simplesmente descartá-las. 

Se Jesus perdoou seus carrascos quando todas as suas células morriam, quem somos nós para exigir, em nosso conforto egoísta, que pessoas que pensam diferentemente de nós mudem para que possamos amá-las? Não apenas os cristãos deveriam amar outros cristãos de religiões distintas, mas, se realmente viverem o que Jesus viveu, amarão, com intensidade, budistas, islamitas, bramanistas e ateus. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre Inesquecível - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 141)


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

HIPOCRISIA

"O indivíduo, contando com o falso poder da mentira, descaradamente ou rouba no peso ou assalta por qualquer outra forma, desde a mão armada até à corrupção administrativa ou política.

Todo criminoso tem este raciocínio: 'Desde que ninguém venha a saber, porque vou ocultar e me ocultar como autor, posso fazer o que desejar, para melhorar minha conta de banco, minha família, para subir na vida...'

Vê você como a mentira corrompe alguns e explora outros?

Eis por que Jesus, que perdoou todas as formas de pecado, só não perdoou a um - a hipocrisia, isto é, a farsa, o embuste, a mentira.

Hipocrisia - eis o grande pecado." 

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed, Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 51)


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

NÃO CONDENE O IGNORANTE

"(3:26) Não deve nunca o sábio condenar o ignorante quando este age por instigação do ego. Ao contrário, iluminado que é, deve limitar-se a convencer seus semelhantes a preferir a ação reta e justa. 

A condenação tantas vezes encontrada em obras religiosas faz quase tanto mal quanto bem. A maneira de ajudar as pessoas a sair da ignorância é despertar nelas o anseio de saber mais. Repreendê-las por sua insensatez seria como ralhar com o cego por ele não conseguir ver. As censuras prejudicam também quem as profere, pois, ainda quando pareçam provir da sabedoria, brotam inevitavelmente contaminadas pelo senso de superioridade alimentado pelo ego, que enreda também o 'pregador' nas malhas da ilusão. 

Os pensamentos da pessoa são tingidos pelas roupas que veste. Se veste o cinza da crítica moderada, seus pensamentos ficam nebulosos. Se veste o preto da condenação intransigente, seus pensamentos se tornam sombrios. E se veste as cores joviais da delicadeza, aceitação e perdão, não apenas inspira simpatia aos outros como aviva ainda mais essas cores em si próprio." 

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 171