OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 25 de julho de 2024

NÃO HÁ REGRESSÃO PURA AO PASSADO

"Quais são as zonas da memória que o controlam? Em que andar do 'grande edifício' do seu passado o seu elevador ficou emperrado ou sem luz? Precisamos ir até esses andares. Entretanto, temos de saber que não há regressão pura ao passado, só há o resgate do passado através do 'eu' do presente, que representa a consciência que tem de si e do mundo. 

Mesmo que esteja num estado pré-consciente, você leva parte da cultura do presente e da habilidade do seu 'eu' no encontro com as zonas da sua história, do seu passado remoto.

Quanto tomamos o 'elevador' e retornamos ao passado, não fazemos regressão pura como alguns pensam. Retornamos com consciência do presente e, desse modo, o reinterpretamos. Se essa reinterpretação for bem feita, reeditamos esse passado.

Não é possível anular o 'eu' e a consciência, a não ser pela hipnose, que é uma técnica pouco eficiente para estruturar o 'eu'. Quando o 'eu' é consciente e lúcido, embora tenha várias dificuldades, pode abrir as janelas da memória que contenham zonas de tensão e reescrevê-las. Assim, deixamos de ser vítimas de nossa história.

Uma boa técnica para reescrever a memória não é só querer penetrar na colcha de retalhos da nossa história, mas atuar nas janelas que se abrem espontaneamente no dia-a-dia. Da próxima vez que você ficar tenso, irritado, intransigente, frustrado, faça um 'stop introspectivo': pare e pense. Não se decepcione com você. Saiba que você abriu algumas janelas doentias e agora terá uma excelente oportunidade para reeditá-las. Assim, pouco a pouco, você estará livre para pensar e sentir.

Não há liberdade, mesmo nas sociedades democráticas, se o homem não é livre por dentro de si mesmo. O grande paradoxo das sociedades politicamente democráticas é que o homem é livre para expressar seus pensamentos, mas frequentemente vive num cárcere intelectual. Livre por fora, mas prisioneiro por dentro..."

Augusto Cury, O Mestre do Amor, Academia Inteligência, São Paulo, 2002, p. 39/40.
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terça-feira, 23 de julho de 2024

O EXEMPLO DO CRISTO

 
"Sem nos referirmos, porém, aos problemas da política transitória do mundo, lembremos, ainda, que a lição do Cristo ficou para sempre na Terra, como o tesouro de todos os infortunados e de todos os desvalidos. Sua palavra construiu a fé nas almas humanas, fazendo-lhes entrever os seus gloriosos destinos. Haja necessidade e tornaremos a ver a crença e a esperança reunindo-se em novas catacumbas romanas, para reerguerem o sentido cristão da civilização da Humanidade.

É, muitas vezes, nos corações humildes e aflitos que vamos encontrar a divina palavra cantando o hino maravilhoso dos bem-aventurados.

E, para fechar este capítulo, lembrando a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra, recordemos o episódio do monge de Manilha, que, acusado de tramar a liberdade de sua pátria contra o jugo dos espanhóis, é condenado à morte e conduzido ao cadafalso.

No instante do suplício, soluça desesperadamente o mísero condenado - 'Como, pois, será possível que eu morra assim inocente? Onde está a justiça? Que fiz eu para merecer tão horrendo suplício?'

Mas um companheiro corre ao seu encontro e murmura-lhe aos ouvidos: - 'Jesus também era inocente!...'

Passa, então, pelos olhos da vítima, um clarão de misteriosa beleza. Secam-se as lágrimas e a serenidade lhe volta ao semblante macerado, e, quando o carrasco lhe pede perdão, antes de apertar o parafuso sinistro, ei-lo que responde resignado: - 'Meu filho, não só te perdoo como ainda te peço cumpras o teu dever.'" 

Francisco Cândido Xavier/Emmanuel, A Caminho da Luz, FEB, p. 110/111.
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quinta-feira, 18 de julho de 2024

BUSQUE ORIENTAÇÃO DIVINA

"Planeje sua vida, não perca tempo. Se tiver uma vida social intensa demais, não conseguirá chegar a nada. Cultive a introspecção. Afaste-se das pessoas e mergulhe profundamente dentro de si mesmo. Pergunte-se: 'Como posso ser bem-sucedido?' Reflita sobre o que quer fazer, até se perder totalmente na ideia. Pense, pense, pense e faça planos. Depois, espere um pouco; não se entregue a nada precipitadamente. Dê um passo, e pense mais um pouco. Alguma coisa dentro de você lhe dirá o que fazer. Faça-o, e pense mais um pouco. Mais orientação virá. Se aprender a se interiorizar profundamente, conectará sua consciência com a superconsciência da alma, e poderá cultivar as ideias embrionárias do sucesso com infinita força de vontade, paciência e intuição. 

Ao mesmo tempo em que tenta criar o que idealizou, peça sempre ao Pai para guiá-lo. Se o ego for cego e tiver uma voz forte, poderá sufocar a intuição e levar você pelo caminho errado. Contudo, se a intenção for agradar a Deus, esforçando-se para realizar uma coisa que valha a pena, Ele orientará seus passos para o bem, impedindo-o de errar. O modo certo de trabalhar para o sucesso é tratar de agradar a Deus, fazer o melhor possível e, então, não se preocupar mais com o caso.

Neste mundo, você tem que representar seu papel no drama divino. Mas, se se perder no enredo, a vida ficará bem complicada. Você saberá, tarde demais, que desperdiçou tempo. Então, por que não girar a roda da vida em vez de ser atropelado por ela?"

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 104.
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terça-feira, 16 de julho de 2024

A MELANCOLIA

"25. Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos faz achar a vida tão amarga? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, mas, ligado ao corpo que lhe serve de prisão, esgota-se em vãos esforços para dele sair. Porém, reconhecendo que são inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, sois tomados pela lassidão, pelo abatimento e por uma espécie de apatia; por isso vos julgais infelizes. 

Crede-me, resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. Essas aspirações a um mundo melhor são inata no espírito de todos os homens, mas não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação para vos ajudar a desatar os laços que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante a vossa prova na Terra, tendes uma missão de que não suspeitais, quer vos dedicando à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. E se, no curso dessa provação, ao cumprirdes a vossa tarefa, virdes caírem sobre vós os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-vos resolutos; duram pouco e vos conduzirão para junto dos amigos por quem chorais, que se alegrarão com a vossa chegada entre eles e vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região inacessível às aflições da Terra. - Francois de Genève. (Bordeaux.)"

Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Editora FEB, 2018, p. 92.
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quinta-feira, 11 de julho de 2024

AS AFLIÇÕES

"A aflição do vício chama-se delinquência. A criatura começa experimentando pequena porção de droga, aumentando gradativamente. Em pouco tempo, pode estar roubando para sustentar o vício. É um sofrimento.

A aflição da agressividade chama-se cólera, e a cólera faz mal para a pessoa que a produz - prejudica o fígado, ataca o estômago e afeta o sistema nervoso. A aflição do crime chama-se remorso, porque ninguém foge da própria consciência. A aflição do fanatismo chama-se intolerância. A aflição da fuga, chama-se covardia. A aflição da leviandade chama-se insensatez. A aflição da inveja chama-se despeito, pois o invejoso sofre tanto que, antes de tudo, não consegue mais reconhecer valor no que ele tem, ou seja, não consegue ser feliz com aquilo que já conquistou, o que representa sofrimento.

A aflição da indisciplina chama-se desordem Há criaturas que são tão indisciplinadas que a vida delas é uma total desordem. Elas não conseguem sequer chegar no horário de um compromisso. Nunca encontram seus pertences, porque jamais põem no lugar adequado. Estão sempre afoitas. Tudo para elas é difícil. E quem sofre mais é a própria pessoa. por isso Chico Xavier dizia:

A disciplina não é uma cela trancada. É a chave da porta que lhe permite sair e voltar. 

A aflição da brutalidade chama-se violência. A aflição da preguiça chama-se rebeldia. A aflição da vaidade chama-se loucura. A aflição do relaxamento chama-se evasiva. A aflição da indiferença chama-se desânimo. A criatura indiferente não se motiva com nada e é tomada por tédio insuportável, porque não consegue se importar com as coisas, e nós precisamos gostar das coisas. Você precisa ter algo de que goste ou gostar de fazer algo, caso contrário sofrerá de tédio, sua vida perderá sentido, você perderá o rumo e entrará em sofrimento, em aflição.

A aflição da inutilidade chama-se queixa. Ainda em Religiões dos Espíritos, o benfeitor Emmanuel é incisivo ao afirmar que, quanto mais inútil uma criatura, mais ela reclama. Quem mais reclama é quem menos faz. Quem mais faz não tem tempo de reclamar.

A aflição do ciúme chama-se desespero. Quantas criaturas chegam até mesmo a se suicidar pelo ciúme, é um sofrimento terrível. A aflição da impaciência chama-se intemperança. Porque quem é impaciente perde a medida, exagera em tudo.

A aflição das sovinices chama-se miséria. De acordo com Emmanuel, 'o sovina é pão-duro', pois quanto mais sovinice ele tem, mais se impõe uma vida de restrição, porque não sabe aproveitar o que já tem.

A aflição da injustiça chama-se crueldade."

Haroldo Dutra Dias, Despertar, O Segredo da reforma íntima, Ed. Intelítera, São Paulo, 2024, p. 14/16.
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terça-feira, 9 de julho de 2024

A CHAVE DOS LABIRINTOS

"Cada acontecimento em nossa vida, cada pessoa, relacionamento, nosso trabalho, a família, tudo parece constituir um degrau, ou um ladrilho, que pavimenta nosso caminho, nossa estrada, nossa vida, levando-nos ao passo seguinte, à próxima decisão. 

Isso parece o karma se desdobrando. É como se tivéssemos sementes dentro de nós, que vão germinando e se revelando gradualmente, mostrando o que somos e o que trazemos para desenvolver, aprender, resolver nesta existência, acrescido de cada experiência nova. 

É preciso entender que a lei do karma não é punitiva e sim educativa.

A vida sempre nos oferece caminhos e opções para nosso progresso. Mas, se recusarmos a oferta, o sofrimento pode aparecer. Foi nossa opção. Porém, mesmo aí, surge uma nova oportunidade. Uma dificuldade momentânea pode também ser uma alavanca para nosso progresso, que pode contribuir para reaproximar pessoas queridas, da mesma família, pais e filhos, marido e esposa, amigos...

Deus é amor, Suas leis são amorosas, nossa essência é amorosa. 

Busque, abra-se para a Vida, com paciência, coragem, confiança. 

Como está no libro 'A Chave dos Labirintos', da Dra. Acely Hovelacque: 

- 'O Mestre do Viajante é o caminho, seu santuário é o lugar onde ele estiver, e o seu ritual é a Vida?'

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, p. 70.
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quinta-feira, 4 de julho de 2024

MANTER CONDUTA HABILIDOSA QUANDO ESTIVER COM OS OUTROS

"[74] Quando estamos com nossos amigos ou conhecidos, devemos estimulá-los a praticar o Darma de maneira habilidosa e sutil. Devemos também nos considerar como um aluno dos outros e aceitar com alegria e respeito qualquer conselho não solicitado que venhamos a receber deles. Se outra pessoa nos der uma lição de Darma, devemos pôr de lado nosso orgulho e receber esse ensinamento de bom grado. 
(...). 

[75] Sempre que alguém estiver fazendo uma atividade virtuosa, devemos nos regozijar e elogiá-lo ou falar sobre suas boas qualidades. [76] E, se ouvirmos alguém sendo elogiado, devemos nos juntar ao coro geral e exaltar ainda mais suas virtudes e qualidades. O que fazer quando nós formos elogiados? Nunca ficar inflados de orgulho, mas simplesmente reconhecer se, de fato, temos ou não tais qualidades.

Em resumo, precisamos permitir que todas as nossas ações de corpo, fala e mente se voltam para a felicidade dos outros. [77] Raramente encontramos tal conduta benéfica neste mundo. Devemos desejar que tudo o que fazemos - viajar, trabalhar, comer, beber água ou qualquer outro atividade - se direcione para o benefício de todos os seres. E especialmente ao falar, devemos considerar tão somente a felicidade dos outros. 

[78] Qual é o benefício de agirmos dessa maneira? Neste mundo, podemos constatar que, se formos prestativos e agradarmos aos outros, nossos atos bondosos serão retribuídos; não há dúvida de que seremos tratados com bondade pelos outros. Seremos queridos, carinhosamente apreciados e encontraremos grande felicidade, tanto nesta vida como em vidas futuras. Por outro lado, se formos invejosos das boas qualidades alheias, ingratos e excessivamente críticos. nossa própria mente ficará infeliz e perturbada e plantaremos sementes para muito sofrimento no futuro. 

Em vez de procurar falhas no comportamento dos outros e enaltecer nossas próprias qualidades, devemos fazer exatamente o oposto. A disciplina do Darma consiste em examinar regularmente nosso próprio comportamento, encarar nossas deficiências e reconhecer as boas qualidades dos outros. As práticas do Darma são tão vastas que é difícil compreender e seguir todas elas. No entanto, é suficiente simplesmente nos exercitar em duas disciplinas: abandonar nossas falhas e nos regozijar com as boas qualidades dos outros. Como disse o grande Professor indiano Atisha:

Não procurem falhas nos outros, procurem-nas e si mesmos e purgem-nas como se fossem sangue ruim. 
Não contemplem suas próprias boas qualidades, contemplem as boas qualidades dos outros e respeitem a todos como um servo o faria."

Geshe Kelsang Gyatso, Contemplações Significativas, Ed. Tharpa Brasil, São Paulo, 2009, p. 210/211.
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terça-feira, 2 de julho de 2024

A LEI DA VIDA

"A lei da vida se destina a nos ensinar de que modo viver em harmonia com a Natureza objetiva e com a nossa verdadeira natureza interior. 

Se você encostar o dedo num fogão quente, ele vai se queimar. A dor que você sentirá será um alerta dado pela Natureza para o proteger quando causar danos ao seu corpo.

Se você tratar os outros de maneira indelicada, indelicadeza é que você receberá em troca, tanto dos outros como da vida. Além do mais, seu coração murchará e secará. Assim, a Natureza adverte as pessoas de que a rudeza a que se entregam causa danos ao seu Eu interior.

Quando temos consciência do que significa a lei e agimos conformemente, vivemos na felicidade duradoura, temos saúde e estamos em perfeita harmonia com nós mesmos e com toda a vida."

Paramhansa Yogananda, A  Essência da Autorrealização, Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2010, p. 57.
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quinta-feira, 27 de junho de 2024

FRUTOS

"Desejos - ações - frutos das ações - o Karma não é punitivo, é educativo. À medida que o tempo passa, vamos experimentando os efeitos de nossas ações. Segundo essa lei de ação e reação, tudo que fazemos produz resultados. Somente boas dão bons frutos; os erros também trazem consigo suas consequências.  

Diz um provérbio árabe que nosso destino vem amarrado ao nosso pescoço. Não há como fugir dele. Mas se o destino já vem conosco, onde fica o livre-arbítrio? E onde e quando foram geradas as causas embutidas no fardo que trazemos para esta vida?

Isso sugere a possibilidade de um passado do qual podemos não ter lembrança, ou de algum propósito de Deus para nós.

Porém, como foi dito no início, não se trata de castigo e sim de uma oportunidade de correção de rumo e chances de regeneração. Aí entra o livre-arbítrio: qual a direção que vamos tomar agora? Que rumo vamos dar à nossa existência? 

Podemos começar, purificando nossa mente com bons pensamentos, os quis geram bons sentimentos e ações ponderadas e sensatas. É um aprendizado diário. Precisamos de confiança e perseverança, até que brilhe em nós a Joia Suprema do Discernimento. 

Discernimento, desapego, boa conduta e contentamento. Como sugere o livro 'Aos Pés do Mestre'.

Estamos juntos nesse barco!

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 116.
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terça-feira, 25 de junho de 2024

CAUSAS ATUAIS DA AFLIÇÃO (PARTE FINAL)

"5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofre a consequência do que fez. Mas a lei não alcança, nem pode alcançar todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade, e não sobre as que só prejudicam os que as cometem. Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete consequências forçosas e inevitáveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar, a fim de evitar, futuramente, o que redundou para ele numa fonte de amarguras; se não fosse assim, não haveria motivo algum para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento e, por conseguinte, a sua felicidade futura.

Algumas vezes, porém, a experiência chega um pouco tarde. Quando a vida já foi desperdiçada e turbada, quando as forças já estão gastas e o mal é irremediável, o homem põe-se a dizer: 'Se no começo da vida eu soubesse o que sei agora, quantos passos em falso teria evitado! Se tivesse que recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente diversa. No entanto, já não há mais tempo!' Como o operário preguiçoso, que diz: 'Perdi o meu dia', também ele diz: 'Perdi a minha vida'. Mas assim como para o operário o Sol se levanta no dia seguinte, dando início a uma nova jornada que lhe permite reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro."

Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Ed. FEB, 2018, p. 75/76.
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quinta-feira, 20 de junho de 2024

LIBERTAÇÃO

"O fim da longa estrada para a libertação é o coração do próprio homem. Se ele ao menos soubesse que ele e a senda são um! Quando do animal ele se torna uma alma, o mistério da consumação final está entretecido em tudo o que ele pensa, sente e faz, mesmo em seu primitivo estágio como selvagem. Pois ser uma alma significa que cada dia ele se aproxima mais da Libertação, como resultado do seu esforço.

O esforço para a Libertação é mostrado no instinto da criação que está em todos os homens. Mesmo o selvagem deseja simbolizar algo estranho ou assustador, algo novo. O homem civilizado é sempre um criador com seus sentimentos, pensamentos e ações. Pois, à medida que a alma evolui estágio a estágio, ela se torna um cadinho mais das energias da vida; torna-se o solo para nutrir as sementes da maravilha divina. Cada faculdade que ele aperfeiçoa é o ventre onde está crescendo uma criança cujos lábios transmitirão uma mensagem de salvação. Até que o ventre expila aquilo que nutriu, a alma fica inquieta e ansiosa. A dor termina quando a criança nasce, e a imaginação pode colocar-se à parte de sua criação. Onde o maior número está empenhado na criação, aí está a melhor civilização.

Quando a alma se liberta da servidão do desejo, a libertação está próxima. Essa libertação começa quando ela dedica seus dons à criação. Algo novo deve ser acrescentado dos recessos da alma à vida comum dos homens. Uma alma criará um hino, um discurso, um poema; outros criarão com pintura e escultura, com arquitetura e música, com dança e canção. A alma anseia e suspira por criar algo grande e nobre; coração e mente são levados a ações de oferecimento. O tamanho não importa; uma pequena ação amorosa, mesmo que seja um sorriso amistoso, contém a mesma grandeza que o dom da própria vida. A piedade que o amor envia conduz então à criação, e a alma não consegue repousar até que grandes planos de regeneração social sejam realizados, e consequentemente as misérias do homem sejam diminuídas. A alegria que a vida envia conduz à criação, e a alma deve simbolizar algo belo para inspirar os homens. A paz que a sabedoria envia leva à criação, e a alma deve abrir novas sendas para homens com novas filosofias e ciências. Ninguém consegue trilhar a senda para a Libertação até que saiba como criar. Pois Libertação significa que os muitos tornam-se o Um, e somente treinando cada faculdade do espírito, para criar em cada plano de vida, consegue o homem, a unidade, entender sua misteriosa identificação com o Todo. 

Como a alma irá criar? - Você pergunta. Mas o propósito da vida, quando a alma está liberta do desejo, é ensinar a arte da criação. Cada grito de dor, quando sob a escravidão do desejo, tem em si, em algum lugar, um elemento de sabedoria ou beleza para outrem. Quando a alma é livre, ela vê a mensagem para os outros em sua própria dor. Embora o homem jamais consiga salvar a si próprio, contudo ele sempre pode salvar outros. A mensagem oculta de cada dor é que o destino do homem é ser um salvador do mundo."

C. Jinarajadasa, Libertação, Editora Teosófica, Brasília, 2022, p. 55/58.
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terça-feira, 18 de junho de 2024

A PERCEPÇÃO DA VERDADE É IMEDIATA

"O estado verbal tem sido cuidadosamente construído no correr dos séculos, na relação entre o indivíduo e a sociedade. A palavra, o estado verbal, é tanto um estado social quando individual. Para me comunicar como estamos nos comunicando, eu necessito da memória, necessito de palavras, devo conhecer a língua, assim como você precisa conhecer a sua. Isso tem sido adquirido século após século. A palavra não está sendo desenvolvida apenas nos relacionamentos entre o individual e o indivíduo. A palavra é necessária. A questão é: se tomou tanto tempo para criar o estado simbólico, verbal, será que ele pode ser removido imediatamente?... Com o passar do tempo, será que vamos nos livrar do aprisionamento da mente, que foi construído durante séculos? Ou devemos romper com ele agora?

Ora, você pode dizer: 'Isso requer tempo, não posso fazê-lo imediatamente'. Isso significa que você precisa ter muitos dias, significa uma continuidade do que passou, embora seja modificado no processo, até atingir um estágio em que não haverá mais para onde ir. Você consegue fazer isso? Por ter medo, somos preguiçosos, indolentes, dizemos: 'Por que se importar com tudo isso? É difícil demais', ou 'Não sei o que fazer'. Então você vai adiando, adiando. Mas tem de enxergar a verdade da comunicação e a modificação da palavra. A percepção da verdade de uma coisa é imediata, não ocorre com o passar do tempo. Será que a mente pode irromper instantaneamente, no próprio questionamento? Será que a mente consegue enxergar a barreira da palavra, entender a importância da palavra em um instante e ficar nesse estado quando não estiver mais capturada no tempo? Você deve ter experenciado isso, mas é uma coisa rara para a maioria de nós."

Krishnamurti, O Livro da Vida, Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo, 2016, p. 165.
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quinta-feira, 13 de junho de 2024

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES (1ª PARTE)

"4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou se quisermos, têm duas fontes bem diferentes que importa distinguir. Uma têm sua causa na vida presente: outras fora desta vida. 

 Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e da conduta dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões infelizes, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade, e nas quais o coração não tomou parte alguma! 

Quantas dissensões e disputas funestas se teriam evitado com mais moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram as más tendências desde o princípio! Por fraqueza ou indiferença deixaram que neles se desenvolvessem os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. 

Que todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida interroguem friamente suas consciências; que remontem passo a passo à origem dos males que os afligem e verifiquem se, na maior parte das vezes, não poderão dizer: Se eu tivesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante situação.

A que, portanto, deve o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios, mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a chance desfavorável, a má estrela, quando sua má estrela está na sua própria incúria. 

Os males dessa natureza fornecem, seguramente, um notável contingente nas vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar pelo seu aprimoramento moral, tanto quanto o faz pelo seu melhoramento intelectual."

Texto extraído do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, Ed. FEB, Brasília, 2018, p. 74/75.
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terça-feira, 11 de junho de 2024

O PONTO DE VISTA

"5. A ideia clara e precisa que se faça da vida futura dá uma fé inabalável do porvir, e essa fé tem consequências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista sob o qual eles encaram a vida terrena. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estação num país ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes que ele suporta com paciência, pois sabe que são de curta duração e devem ser seguidas por um estado mais feliz. A morte nada mais terá de assustador; deixa de ser a porta que se abre para o nada para ser a porta da libertação que faculta ao exilado a entrada numa morada de felicidade e de paz. Sabendo que está num lugar temporário, e não definitivo, o homem encara as preocupações da vida com mais indiferença, resultando-lhe daí uma calma de espírito que abranda as suas amarguras.

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Incerto quanto ao futuro, dá tudo ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da Terra, porta-se qual criança que nada mais vê além de seus brinquedos e tudo faz para os obter. A perda do menor deles causa-lhe pungente mágoa; um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos são outros tantos tormentos que transformam sua existência numa angústia perpétua, infligindo-se a si próprio verdadeira tortura de todos os instantes. Sob o ponto de vista da vida terrena, em cujo centro se coloca, tudo assume ao seu redor vastas proporções. O mal que o atinja, como o bem que toque aos outros, adquire aos seus olhos grande importância. Dá-se o mesmo com aquele que se encontra no interior de uma cidade: tudo lhe parece grande, tanto os homens que ocupam altas posições, como os monumentos. Contudo, se ele subir uma montanha, homens e coisas lhe parecerão bem pequenos. 

É o que acontece ao que encara a vida terrestre do ponto de vista da vida futura: a Humanidade, assim como as estrelas do firmamento, perde-se na imensidade. Percebe então que grandes e pequenos estão confundidos como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e potentados são da mesma estrutura, e lamenta que essas criaturas efêmeras que tanto se fatigam para conquistar um lugar que as elevará tão pouco e que por tão pouco tempo conservarão. A importância, pois, dada aos bens terrenos está sempre em razão inversa da fé que se tenha no futuro."

Allan Kardeck, O Evangelho segundo o Espiritismo , Editora FEB, Brasília, 2018, p. 47/48.
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quinta-feira, 6 de junho de 2024

O INIMIGO DA PAZ

"Chega de tantos megatons!

Parem de construir ogivas!

O planeta vai explodir e levar também vocês...

O inimigo da Paz e seu também não está lá do outro lado...

Está aí. Dentro de vocês. Dentro de cada pretenso dono dos outros.

Que domínio vocês poderão conquistar se os do outro lado vão todos morrer?!

Que hegemonia podem pretender se também vocês serão desintegrados megatonicamente?! ...

Se vocês desejam hegemonia, domínio, controle... então, ainda hoje, comecem a conquista de vocês mesmos; tratem de dominar - em paz, não esqueçam - o que em vocês é irretidão, tibieza, estupidez, ignorância, rancor, medo, ansiedade, arrogância, fragilidade, inquietude, desespero, vício, hipocrisia e desejo de afirmação, apego, rancor, ressentimento.

Depois disto, vocês e os do outro lado terão um problema muito grande a resolver - jogar fora tantos megatons, germes, gases, tantos engenhos apocalípticos que andaram juntando.

Jogar fora???!!!

Onde é fora deste infeliz planeta que vocês estupidamente desarrumaram???!!!"

Hermógenes, Mergulho na paz. Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005, p. 43.
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terça-feira, 4 de junho de 2024

DEUS É AMOR

"Depois de conversar com amigas, pensei e escrevi:

Se Deus é amor, como acessar o amor divino? Amando. Se Deus é amor, nós somos amor, no mais profundo no nosso ser. Porém, na superfície somos também egoísmo. E essa é a nossa luta, o conflito entre essas duas partes que nos compõem. Só que, com o tempo, o egoísmo irá diminuindo, até um dia se extinguir, quando formos bem evoluídos, e o amor ocupará todos os espaços.

Mas por que temos que passar por essas etapas? Para adquirirmos consciência de nossos poderes, desenvolvê-los e exercitá-los.

Somos deuses em potencial, como o bebê é um adulto em potencial, assim como a pequena semente já contém em si a árvore frondosa que ela será um dia. Mas, no mundo tridimensional, tudo precisa de tempo e espaço para crescimento. Com isso aprendemos a desenvolver a paciência e a perseverança. E, principalmente, a esperança.

O pássaro preso canta quando ouve o barulho da torneira aberta. Ele se recorda das águas que correm livres pelos rios e cachoeiras das florestas onde ele viveu um dia, seu paraíso. 

Nós também sentimos algo especial ao participarmos de um puro ritual religioso ou quando estamos em contato com a natureza sagrada. Eles nos lembram de nossa origem divina e de que todos, em essência, somos um só. O intelecto pode não entender de imediato essa beleza, mas o coração tem certeza! 

Meditemos nessa frase: somos amorosos e dignos de amor.

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, p.63.
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quinta-feira, 30 de maio de 2024

O MAGNETISMO DIVINO

"O magnetismo divino é o poder de todos os poderes. Quando a prece flui do nosso coração e Deus quebra seu voto de silêncio para falar conosco, absorvemos magnetismo divino. Devemos empregar nosso tempo para desenvolver o magnetismo espiritual e atrair o Imperecível. Consolide o poder de atrair as coisas maiores e atrairá com facilidade as coisas menores. 

Convém que nos desprendamos da morada física, o corpo. Cada ser humano é uma fagulha do Infinito. Façamos uma distinção entre o perecível e o imperecível. Tudo quanto é do corpo perece; tudo quanto é da mente perece em parte; e tudo quanto é da alma não perece nunca. 

Permaneça em harmonia com o Divino Poder Magnético. Pense em Deus com tanta frequência que ele esteja ao seu lado aonde quer que vá. Então, todos os seus desejos bons, mesmo vindos de um passado distante, se materializarão."

Paramhansa Yogananda, Como Alcançar o Sucesso, Editora Pensamento, São Paulo, 2011, p. 66/67.
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terça-feira, 28 de maio de 2024

SEGUE À FRENTE, TRABALHANDO E SERVINDO

"Unge-te de coragem e fé em Deus e em ti mesmo, porque ninguém pode caminhar com os teus pés.

Não temas.

Ninguém é capaz de interromper o progresso, tanto quanto ninguém consegue impedir que as trevas da noite se transformem nas luzes do alvorecer.

Age e constrói, abençoa e auxilia sempre para o bem, mas não te esqueças de que se não consegues estabelecer a harmonia e a segurança no íntimo dos outros, podes claramente guardar a calma e a fé no próprio coração.

Observa que não existem provações sem causa e, em razão disso, seja onde for, estejamos preparados para facear os resultados de nossas próprias ações do presente ou do passado, em nos referindo às existências anteriores.

Cientes de que não existem problemas sem solução, por mais pesada a carga de sofrimento em que te vejas, segue à frente, trabalhando e servindo, lançando um olhar para a retaguarda de modo a verificar quantas criaturas existem carregando fardos de tribulações muito maiores e mais constrangedores do que os nossos."

Texto de Emmanuel, extraído do livro Escadas de Luz, de Francisco Cândido Xavier e Espíritos Diversos, Editora Ceu, p. 8/9.
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quinta-feira, 23 de maio de 2024

ABSTEM-SE

"Abstém-se de fixar as deficiências do companheiro e procura destacar-lhe as qualidades nobres, nas quais se caracterizem de alguma forma.

Examina o bem, louva o bem e estende o bem quanto puderes.

A paz pode passar a residir hoje mesmo em nosso campo íntimo. Basta lhe ofereçamos o refúgio da compreensão e isso depende unicamente de nós.

Se te encontras na condição de peça na engrenagem de hoje, a que se acolhem tantas criaturas aflitas, não te entregues ao luxo do desânimo e, sim, trabalha servindo sempre. É preciso aprender a suportar os revezes do mundo, sem perder a própria segurança.

Haja o que houver, trabalha na edificação do bem e segue adiante.

Dor, na maioria das vezes, é o tributo que se paga ao aperfeiçoamento espiritual.

Dificuldade mede eficiência.

Ofensa avalia a compreensão.

A própria morte é nova forma de vida.

Resiste aos movimentos que tendam a desfibrar-te a coragem e mantém-te de pé na tarefa a que a vida te buscou.

Recorda que tudo se altera para o bem."

Texto extraído do livro "Caminho Iluminado", de Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Emmanuel, p. 3.
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terça-feira, 21 de maio de 2024

ANTE A LIÇÃO

'Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.' – Paulo. (2a Epístola a Timóteo, 2:7.)

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação.

'Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo.'

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
 
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa vontade, dar-nos-á entendimento em tudo."

Francisco Cândido Xavier, Fonte Viva, Ditado pelo Espírito Emmanuel, p. 10.
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quinta-feira, 16 de maio de 2024

SELECIONE APENAS OS BONS HÁBITOS DAS VIDAS PASSADAS

"Os hábitos se diferenciam: os que são criados nesta vida e os que vêm de vidas passadas. A maioria dos hábitos atuais é consequência da influência de hábitos de vidas anteriores. Nesta encarnação, eu alimentei apenas os bons hábitos. Por meio de constante observação e correção, desde a mais tenra infância, consegui me descartar dos maus hábitos do passado, e fiquei livre. 

Através do uso correto da memória, podemos reproduzir as experiências de vidas passadas que são benéficas para aumentar o conhecimento nesta vida. Ao recordar os bons e maus efeitos de experiências passadas, aprimoramos o discernimento e nos livramos dos hábitos que nos causam dor e sofrimento nesta vida. Todos deveriam fazer isso. 

Lado a lado, na memória do ser humano, ficam os bons e os maus hábitos por ele criados. Estão todos presentes no cérebro, quer ele recorde, quer não. Cada vez que você faz o bem, a lembrança disto é gravada no cérebro. E sempre que você fere alguém, isto também é acrescentado ao seu fichário mental. Tudo o que você tiver feito conscientemente, bom ou mau, será 'lembrado'. As ações do presente são inconscientemente influenciadas pelas ações do passado. Quando uma pessoa bondosa, com bons hábitos passados, faz uma boa ação, a influência da bondade do passado faz com que isso imediatamente se torne um hábito positivo. Da mesma forma, quando uma pessoa má comete uma má ação, o reforço da influência dos maus hábitos passados faz com que o ato imediatamente se torne um hábito negativo. Tome a decisão de se livrar das tendências negativas trazidas do passado, bem como das que foram criadas nesta vida. Tente se lembrar apenas das boas ações que fez. Até mesmo um pouco de bondade, independentemente da encarnação em que aconteceu, nunca se perde. Use as boas lembranças para influenciar suas ações do presente. E não se esqueça de recordar a todos que eles também são potencialmente bons."

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 156/157.
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terça-feira, 14 de maio de 2024

DESTINO: VOCÊ ACREDITA?

"Uns acham que não existe, pois temos o livre arbítrio; outros afirmam que tudo já está escrito. Existiria um caminho do meio?

Pensei em refletirmos sobre nossa vida futura a partir de nossos atos de hoje. Por exemplo: vamos imaginar que tudo que fazemos, pensamos e sentimos tece uma espécie de teia, com faz a aranha. No final de cada dia, um pedaço dessa teia estaria formada. E nós caminharíamos por ela. No fim de uma semana, nossas ações já teriam criado uma teia maior, e assim sucessivamente. Após meses e anos, qual seria o resultado de nossa criação física, emocional e mental? Uma grande teia estaria tecida e nós teríamos que circular por ela, junto com quem nos relacionamos, que são também tecelões. 

No ir e vir por essa teia, com o passar do tempo reencontraríamos amigos e desafetos, boas lembranças e recordações amargas, alegrias e dores, amores e rancores, caminhos abertos ou barreiras. Enfim, a nossa vida seria o resultado do que aprontamos. 

Se for válido pensar assim sobre, podemos inferir que hoje somos o resultado do que geramos num passado qualquer, próximo ou distante.

Provavelmente já batemos e apanhamos, já acariciamos e fomos acariciados nesse nosso longo percurso evolutivo. E para haver justiça, nos ensinam que tudo fica gravado nos registro indeléveis da Natureza, esperando que o reequilíbrio se faça. Como? Através da compreensão e da reconciliação. Não foi por acaso que nascemos na mesma família: A GRANDE FAMÍLIA HUMANA. Quem vai dar o primeiro passo?

Li e repasso: 'O primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso. O primeiro a perdoar é o mais forte. E o primeiro a esquecer é o mais feliz!'

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 52.
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quinta-feira, 9 de maio de 2024

ESPÍRITO E MATÉRIA

"O espiritual está acima e dentro do material. Um não existe sem o outro. O Espírito é uno. A matéria é usada para moldar as inumeráveis formas do nosso mundo. O espírito precisa da matéria para se expressar.

O mundo físico é o mais denso de todos os sete planos de manifestação. Por isso há dificuldade de o espírito se manifestar com plenitude. A não ser que sejamos clarividentes, não teremos condições de enxergar os níveis mais etéreos que nos envolvem. Estes, porém, são muito mais ricos e diversificados do que podemos imaginar. Aqueles que podem ver além dos sentidos nos asseguram isso. A literatura mundial dos povos confirma esta assertiva. Muitos acreditam, outros tantos duvidam, alguns pouco têm certeza. 

Como perceber a influência espiritual em nossa vida? Como entender que o invisível rege o visível?

Há vários graus de sensibilidade. Existem indivíduos que desde cedo se comunicam com esferas que fogem do alcance comum. Se a família é esclarecida, dará crédito a essa criança e a apoiará, buscando orientação adequada. Não é fácil. Não é simples.

Vivemos cercados de desconhecimento e a ignorância faz sofrer. 

Como nos conectarmos com o mais sutil em nós? Algumas recomendações de sábios sugerem um pouco de silêncio, meditação, leitura, conversas, palestras, contato com a natureza... Cada um tem seu próprio caminho, e o que é bom para um pode não ser bom para o outro.

Mas resposta existem, se quisermos buscar, se já estamos cansados e queremos mudar.

Vamos!" 

Fernando Mansur, O Catador de Histórias, Ed. Teosófica, Brasília, 2018, p. 62.
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terça-feira, 7 de maio de 2024

A CONSCIÊNCIA TEM MAGIA

"Precisamos de uma ruptura para administrar a energia do corpo. Se a energia distorcida é a raiz de todos os problemas, de que forma ela poderá ser reconduzida a seu estado normal, o estado saudável? Ninguém nos ensinou como mover energia. Fomos postos a atuar no plano físico, o que além de bastante incipiente geralmente escapa ao assunto. Artigos em revistas médicas, por exemplo, reduzem o amor a uma reação química no cérebro. Em uma imagem de ressonância magnética, a atividade neural de alguém que se encontra apaixonado certamente será diferente da de outro que não esteja apaixonado - áreas específicas são ativadas e ocorrem alterações nos níveis de algumas substâncias importantes como a serotonina e a dopamina, associadas aos sentimentos de felicidade e bem-estar.

Ainda assim é inteiramente falso afirmar que o cérebro cria amor. Imagine que você está dentro de um carro tarde da noite. A seu lado se encontra alguém que você ama secretamente, porém sempre escondeu, incapaz de expressar o que sentia em seu coração. Ela (ou ele) se debruça e sussurra algo em seu ouvido. Dependendo das palavras ('Eu te amo' ou 'Eu não amo você') que forem ditas, sua reação será inteiramente diversa. Uma imagem de ressonância magnética detectaria um estado completamente alterado do cérebro ante uma mensagem de alegria e outra de rejeição. É óbvio, portanto, que o cérebro não criou esses estados por conta própria. As palavras o fizeram. Como? Elas o tornaram consciente de algo que você queria desesperadamente saber.

Em outras palavras, você se tornou consciente de ser amado ou não. O principal não é o fato de que as palavras, ao serem pronunciadas no ouvido de alguém, fazem vibrar moléculas de ar, que por sua vez estimulam o tímpano, enviando um sinal para o ouvido interno e depois para a região auditiva do córtex. Essa sequência de acontecimentos ocorreria mesmo que as palavras fossem ditas em língua estrangeira. Porém, a menos que você conheça o idioma, sua consciência não mudará. A consciência está onde o significado aparece. Se você quer mudar seu corpo, uma mudança de consciência deverá vir primeiro. 

A consciência age como uma força invisível, a mais poderosa de todas em seu corpo. Ela move energia enquanto parece não estar fazendo nada. Aqui encontramos a ruptura que precisamos porque a consciência pode transformar a energia distorcida em energia saudável espontaneamente. Essa é a sua magia única."

Deepak Chopra, Reinventando o Corpo, reanimando a Alma, Ed. Rocco, R. Janeiro, 2010, p. 66/67. 
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quinta-feira, 2 de maio de 2024

NA TRANQUILIDADE, A INTUIÇÃO FAZ NASCER A FÉ

"O termo sânscrito para é maravilhosamente expressivo. è visvas. A interpretação literal que habitualmente se dá - 'respirar facilmente; confiar; estar livre de medo' - não transmite a plenitude do significado. A palavra sânscrita svas refere-se aos movimentos da respiração, implicando nessa imagem vida e sentimento. A palavra vi transmite o significado de 'oposto; desprovido'. Quer dizer, aquele cuja respiração, vida e sentimento estão tranquilos por ter a fé que nasce da intuição; pessoas emocionalmente inquietas não a podem ter. O cultivo da tranquilidade intuitiva exige o desenvolvimento da vida interior. Ao ser suficientemente desenvolvida, a intuição produz a compreensão imediata da verdade. Você pode ter essa percepção maravilhosa. O caminho é a meditação.

Medite com paciência e persistência. Na tranquilidade que se acumula, você entrará nos domínios da intuição da alma. Ao longo das eras, os seres que alcançaram a iluminação foram os que recorreram a esse mundo interior da comunhão com Deus. Jesus disse: 'Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.'² Interiorize-se no Eu, fechando a porta dos sentidos e do envolvimento deles no mundo inquieto, e Deus lhe revelará todas as Suas maravilhas.

Na comunhão interior da alma com Deus, a intuição começa a se desenvolver naturalmente. De início é necessária uma certa confiança provisória. Saiba que Deus está com você e que você é Seu filho, feito à Sua imagem. Entregue-se a Ele por amor. Gradualmente essa convicção se transformará em fé através da intuição. Fora do alcance dos sentidos e do intelecto, a intuição se manifesta na consciência tranquila como sentimento, percebido principalmente no coração. Quando esse sentimento está presente na meditação, você tem uma convicção inabalável, um nítido senso de estar na direção correta. Cada vez mais, você será capaz de reconhecer e seguir essa intuição. Isso não significa abrir mão da razão. Um raciocínio calmo e imparcial também pode levar à intuição. Use o bom senso. Mas lembre-se que o raciocínio arrogante ou emocional leva a erros e interpretações erradas.

Na dúvida e na crença, rejeite o elemento destrutivo e aplique o elemento construtivo. Avance para o reino da fé. Este é o caminho do desenvolvimento. Na tranquilidade da meditação, a consciência consegue se concentrar na verdade e apreendê-la. Neste estado a fé se desenvolve; pelo desenvolvimento da intuição você recebe a 'prova das coisas que não se veem'."

² Mateus 6:6.

Paramahansa Yogananda, Self-Realization Fellowship, p. 312/313.
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terça-feira, 30 de abril de 2024

A FÉ - PERCEPÇÃO DIRETA DA VERDADE - É SEMPRE SEGURA

"Além de produzir resultados na cura e em outras coisas, a fé também é o poder que revela o funcionamento das leis espirituais subjacentes a todos os assim chamados milagres.

'A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.'¹ 'Impossibilidades' esperadas se realizam pelo poder desse tipo de fé - que acredita sem ver, que acredita apesar de todas as evidências em contrário.

A fé é a própria realização. Diferentemente da crença, ela não abriga nenhum elemento destrutivo. A crença pode ser abalada ou destruída por dúvidas e evidências em contrário; mas a fé é sempre segura, pois é a percepção direta da verdade. Houve tempo em que se acreditava que o mundo fosse plano, mas com o progresso da ciência descobriu-se que era redondo, de modo que era apenas uma crença que teve de ser abandonada. Mas a fé não pode sofrer contradição, pois é a expressão desenvolvida da infalível intuição interior, que nos coloca diante da realidade até então invisíveis. Então podemos falar acertadamente de crença cega, mas não de fé cega. 

A realização da verdade da alma se expressa a nós pela intuição, e o saber daí resultante é a fé. A intuição é o ponto em que uma convicção se transforma em percepção direta da verdade dessa crença. Não é preciso intermediários, nenhuma prova a partir do testemunho dos sentidos ou da razão. 

Por exemplo: como você sabe que existe? Sabe porque sabe. Não existe dúvida. Nada no mundo o fará achar que não existe. Mesmo que estivesse paralisado e não pudesse se ver, ainda assim você sentiria ou vivenciaria sua existência através da percepção da alma.

A fé é o beabá da intuição. É o profundo sentimento de saber instalado no seu íntimo. A maioria das pessoas já teve algum tipo de pressentimento que se realizou. É a manifestação da intuição ainda sem controle, em desenvolvimento. A inteligência direcionada ao mundo externo interpreta os fenômenos; a fé direcionada ao interior interpreta, pelo contato com o númeno, as intuições da alma. Tudo pode ser trazido à luz pelo poder da fé." ... continua.

¹  Hebreus 11:1.

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 310/311.
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terça-feira, 23 de abril de 2024

A GÊNESE DA FÉ

"O que se precisa é de uma crença investigativa com sinceridade e reverência, seguida da persistência em crenças verdadeiras, ou pelo menos naquelas que constantemente manifestem resultados convincentes. Através da fenda da paciência, gota a gota, a substância química da verdade entra e cristaliza tal crença em sólida fé. Mas se a crença não for fundamentada na verdade, ela não sustentará a convicção que produz o progresso ruma a fé.

A fé pode se manifestar em muitas áreas da crença se houver verdade inerente nas convicções sinceras da pessoa:
  • Crença firme ou confiança (numa pessoa, coisa, doutrina ou ideia), tal como fé em Deus, fé na medicina.
  • Reconhecimento da supremacia das realidades espirituais e dos princípios morais. 
  • Fé histórica, como fé na verdade e na autoridade das narrativas e dos ensinamentos das escrituras. Ou fé prática - por aceitação intelectual, afeição e vontade - nas dádivas que Deus concede ao ser humano através de emissários divinos.
  • O conjunto daquilo em que se acredita: um sistema de crenças religiosas, como a fé cristã ou a autoridade védica.
O resultado da fé é o estado ou a qualidade estável da fé plena, fidelidade, lealdade."... continua. 

Paramahansa Yogananda, Jornada Para A Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 308/309.   
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terça-feira, 16 de abril de 2024

CRENÇAS INSENSATAS PARECEM UM DESPERDÍCIO DE BOA ENERGIA

"Acreditar em pessoas enganadoras, negócios fracassados ou doutrinas falsas parece ser um completo desperdício de boa energia do homem por mau direcionamento. Tais crenças insensatas pouco conseguem além de experiências amargas. Um amigo hipócrita pode fazer com que nele acreditemos por longo tempo, um negócio em vias de falência pode permanecer em nossa mente como digno de apoio. Mas cedo ou tarde certamente deixaremos de acreditar, pois os fatos serão revelados. Portanto, nas coisas materiais as crenças errôneas tendem a ser menos prejudiciais, já que a mente é atraída por resultados tangíveis.

Em contraste, nos assuntos espirituais a atitude mental muitas vezes é vaga e visionária. Instrutores ou doutrinas nos exortam a acreditar e ter fé, mas oferecem pouquíssimas explicações ou entendimento sobre a natureza dessa virtude e como obtê-la. Aceitação cega é a regra geral e o único recurso para a maioria dos seguidores. Então, crença e fé ligadas a vida religiosa são as menos compreendidas. A força dinâmica que eles têm, para a maioria dos fanáticos religiosos, permanece um tanto quanto nebulosa, indefinível, para além da cultura - algo que só possuem uns poucos dotados a quem Deus concedeu Sua graça. Para os muitos outros a crença nos assuntos espirituais é empregada cegamente, porque as coisas do Espírito são consideradas místicas e além do alcance humano.  

Uma crença errônea, se não for examinada com atenção, acabará em tenaz dogmatismo. Uma crença cuja falsidade é provada se transforma de dogma em descrença. Por outro lado, se a pessoa acredita numa doutrina verdadeira e a segue com persistência, a crença gradualmente se cristaliza em convicção e fé. Assim, vemos que uma crença, falsa ou verdadeira, é provisória. Ela só pode ser temporária, pois é subsequentemente metamorfoseada em dogmatismo ou descrença, ou em fé. 

A crença rudimentar ou imatura não assegurada na verdade é de três tipos: (a) cega; (b) firme e forte; (c) despertada pela curiosidade.
(a) A crença nascida da emoção ou do sentimento começa com uma 'fé' exacerbada, do tipo 'eu te seguirei até a morte'. Mas termina em acusações violentas quando testada por críticas ou contradições.
(b) Os seguidores do segundo grupo acrescentam tenacidade à crença cega. Vivem e morrem com as mesmas convicções emocionais, mesmo quando totalmente erradas. Isso é pouco mais que um estado de existência selvagem, que é controlado pela superstição.
(c) As pessoas estão um pouco mais seguras nas crenças que começam e terminam em curiosidade. Quando descobrem que a curiosidade as fez seguir um caminho errado, logo desistem de segui-lo e ficam muita contentes por empreender nova busca.

Além dessas três está a crença investigativa, que é baseada na aceitação lógica. Ela mantém olhos e ouvidos sempre abertos, sempre prontos a indagar sobre algo que tenha sido atraído por persuasão ou interesse. Esta forma de crença, contudo, pode facilmente cair no hábito da volubilidade e caprichosamente desistir não só do que é errôneo, mas também do que é verdade."  

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 307/308.
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quinta-feira, 11 de abril de 2024

OS FUNDAMENTOS DA CRENÇA

"A crença é o estado ou hábito mental em que se coloca crédito, confiança, numa pessoa, coisa ou doutrina; tais como as verdades da religião, por exemplo. A crença é a convicção ou sentimento da verdade ou realidade daquilo em que se acredita. 

Os elementos da crença são assentimento, crédito, certeza, confiabilidade, persuasão, convicção, fé. 

Crença, fé, persuasão e convicção estão presentes sozinhas ou combinadas na ideia de assentimento. A crença e a fé diferem principalmente no fato de que a crença, via de regra, sugere pouco mais do que o assentimento intelectual, enquanto a fé indica confiança total - como numa pessoa cuja persuasão ou crença já tenha amadurecido em fé plena.

Uma persuasão é uma opinião confiante, uma ideia da qual a pessoa se convenceu, como: 'Estou persuadido de que fulano é desonesto'. Isto indica que essa certeza é induzida pelos sentimentos ou desejos da pessoa, e não por argumento ou evidência. 

A convicção significa uma crença fixa e estabelecida, como em: 'A persuasão dele transformou-se em sentimento de certeza'.

O crédito confere substância à crença; algo precisa ser considerado crível para ser tido como verdadeiro.

A crença também, depende da confiabilidade, que é confiar no que se acredita a partir de evidências que o sustentem. 

Implícitos na crença estão os elementos da imaginação e da vontade. Sem vontade não se pode acreditar. E já que a crença é a espera incerta da esperança de se obter um resultado, ela também envolve a imaginação. João imagina que terá êxito no comércio de juta. Portanto, diz-se que ele acredita em seus negócios. Os elementos de imaginação e vontade na crença a tornam uma força poderosa para o bem ou para o mal."

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 306/307.
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terça-feira, 9 de abril de 2024

A FÉ COMEÇA COM A CRENÇA CONSTRUTIVA

"Crença é fé são frequentemente utilizados como sinônimos e por isso seu uso nem sempre é correto. A fé é algo muito maior do que a mera crença, como será mostrado. Tanto na crença quanto na dúvida existe um elemento destrutivo. Quando aplicada construtivamente, a adesão às crenças válidas leva à realização. As verdades numerais não podem ser entendidas pela mente sensorial. Os fenômenos podem ser interpretados pelo intelecto a partir da experiência sensorial, mas não a substância, ou número, subjacente a eles; isto requer iluminação interior. Sendo assim, o instrutor com realização espiritual diz ao discípulo ainda não desenvolvido: 'Até que você seja capaz de entender, acredite em mim e me siga'. Isso não significa aceitar tudo cegamente. A crença construtiva inclui a razão. Sentimento e razão confirmam que existe certa verdade por trás de toda crença válida. Se a pessoa conseguir ganhar acesso à inteligência discernidora que é inerente a ela própria, pode chegar a essa verdade - à compreensão interna da verdade que se atinge apenas por meio do desenvolvimento espiritual dos poderes de percepção intuitiva da alma. Até então, pode haver contradição entre o raciocínio do devoto e a realização do mestre. Por isto os verdadeiros mestres precisam pedir aos discípulos que acreditem e aceitem determinados conceitos com base na sua autoridade, sabendo que com o tempo os discípulos poderão ter a realização dessas verdades por si mesmos. Tal é o princípio de qualquer investigação. 

Se um professor de matemática lhe explicar Cálculo, mas você fechar a mente e disser que não acredita, porque naquele momento não compreende, então ele não pode ensiná-lo. Primeiro você tem que pegar lápis e papel e seguir as instruções do professor. Só se você não obtiver os resultados prometidos é que pode duvidar. Mas cuidado antes de julgar; tenha certeza de que não cometeu nenhum erro na solução do problema. Como se pode ver, é preciso começar acreditando." ... (continua). 

Paramahansa Yogananda, Jornada Para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 305/306.
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