OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 14 de novembro de 2017

O AMOR NÃO É UMA IDEIA

"Você descobrirá que não fará com que o amor flua para o seu coração ou dali para o mundo apenas pensando na vontade que tem de que isso aconteça. Enquanto sua atenção se fixar na cabeça, você ignorará o coração. Em contrapartida, quanto mais se concentrar na área do coração e ignorar a do cérebro, mais amor sentirá.

O amor é um sentimento, não uma ideia. E, como tal, brota do coração, não da cabeça.

Talvez descubra sentimentos ruins ao voltar-se para o coração. Estamos sobrecarregados de velhas feridas de rejeição, desespero, desilusão e cólera nessa área: tais feridas não desaparecem num passe de mágica. Não podemos apagar nosso passado. Só nos é possível aceitar o que aconteceu conosco e parar de julgar isso inaceitável, imperdoável ou insuportável.

Você notará que o segredo de abrir novamente o coração para o amor consiste em aprender a aceitar toda a realidade do seu passado. Não enfrente, não rejeite, não negue sentimentos, quaisquer que sejam no momento. Ao contrário, procure aceitá-los completamente... e faça com que a luz do amor, que a tudo cura, brilhe sobre eles. Essa é a única maneira de transcender os males do coração: amar a si mesmo como se é e deixar que o afeto divino transforme a experiência interior. Esse é o amor de Jesus por seus discípulos e pela humanidade - amor incondicional que a tudo perdoa. 

Sempre, durante as meditações e mesmo ao longo do dia, lembre-se de dizer a si mesmo: 'Eu me amo assim como sou', permitindo que o potencial para o amor desperte em seu coração. Opte por aceitar-se... e, aos poucos, você aprenderá a olhar, sem julgamento, para a verdade profunda do seu ser. Nesse ato meditativo, você logo perceberá que é uma criação perfeita, a qual não precisa de mudança para estar repleta de amor - por você mesmo e pelo mundo ao seu redor."

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 121/122)


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

SOFRER OU CRESCER (PARTE FINAL)

"As coisas mundanas não podem nos dar esse tesouro, mas a desilusão que elas provocam, sim. Isso ocorre na medida em que, 'des-iludidos', partimos ao encontro do ser, tornando o insucesso material uma alavanca para o espírito. Por meio da inteligência evolutiva, a insaciedade do ego acaba provocando sua destruição.

Enquanto não chegamos lá, porém, o sofrimento domina. Diante dele, rebelar-se ou crescer? Rebelar-se é não aceitar o sofrimento, negá-lo, buscar culpados ou substitutos, anestesiar-se com drogas e outros recursos de fuga. Quando a aceitação não acontece, a causa do sofrimento segue desconhecida, aumentando o problema. 

Nós fortalecemos tudo aquilo a que resistimos. Aceitar não significa, porém, desistir da mudança. Ao contrário, quando olhamos a situação com receptividade, a raiz do problema - de base mental, incluindo desejos insatisfeitos - vem à tona, sugerindo uma ação harmonizadora que brota das profundezas do ser e extinguindo o problema. A razão é simples: pusemos consciência nele, expandindo a vida espiritual - às vezes até descobrindo que nunca existiu um problema. A escuridão não suporta a luz.

Eckhart Tolle nos dá uma chave ao dizer que a escuridão é passiva e a luz é ativa. Quando iluminamos um quarto escuro não é a escuridão que sai, é a luz que entra. Por isso, Blavatsky diz que o mal não tem existência própria, é apenas ausência do bem.

Somente de cada um de nós depende manter ou eliminar a realidade do sofrimento, crescendo no processo. Sofrer ou não é escolha nossa. Frequentemente, porém, dando razão a Tolle, escolhemos sofrer - como nas situações de ódio mantidas por longo tempo -, gerando o paradoxo de arruinar a vida com nosso próprio veneno."

(Walter S. Barbosa - Sofrer ou crescer - Revista Sophia, Ano 13, nº 55 - p. 06/07)


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

VIVEKA (1ª PARTE)

"Não importa que todos estejam suando de tanto calor, num dia de verão vigoroso em zona tórrida. Se o hipnotizador sugeriu ao paciente que ele está se acabando de frio, em qualquer ponto da calota polar, ele tirita de frio. Todo seu corpo está reagindo contra a morte pelo congelamento.

Em relação à Realidade estamos, naturalmente, hipnotizados, pois só lhe conhecemos as aparências sob o ângulo das sugestões particulares que em cada um predomina.

A mais aproximada tradução para viveka é discriminação, isto é, a capacidade de discernir entre o falso e o verdadeiro, o efêmero e o eterno, a meta e os meios para atingi-la... É através de viveka que nos desiludimos, que deixamos de ser engodados pelos aparentes do mundo. Somente viveka abre a porta do conhecimento da Realidade.

Na história da cobra e da corda, narrada nos Upanishads, o que era real: a cobra ou a corda?

A mente destituída de viveka viu uma cobra e caiu presa do medo, com todas as consequências desagradáveis dessa emoção-choque. Na mente iluminada pela discriminação, a candeia de viveka afastou a ilusão. E, desiludido, o homem percebeu que não era uma cobra mas uma corda. Isso restaurou-lhe a calma e a segurança. Viveka, salvando-nos da ilusão do mundo, propicia-nos a paz. Cada vez que nos capacitamos de que o mundo, com suas ameaças, desventuras, misérias, decepções e vicissitudes não é mais do que uma corda, que não é uma cobra, começa a instalar-se em nós a imperturbalidade divina. À medida que o mundo, diante da luz de viveka, já não nos hipnotiza e ilude com suas fantasias, com seus prazeres ou dissabores, com seus atrativos ou ameaças, vamos caminhando para a libertação final, até atingirmos o Real. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 145/146)


terça-feira, 1 de setembro de 2015

SILENCIAR A MENTE

"D: Como levar a mente ao silêncio?

 M: Pelo desapaixonamento e pelo abandono de tudo que nos é caro, pode-se, por esforço próprio, realizar facilmente essa tarefa. Sem essa paz mental, a Libertação é impossível. Apenas quando todo o mundo objetivo é extinto pela mente desiludida, em consequência do conhecimento que discerne que tudo que não é Brahman é objetivo e irreal, é que resultará a Suprema Beatitude. Do contrário, se não há paz mental, por mais que um homem ignorante se esforce e se arraste pelo abismo profundo dos textos espirituais (shãstras), não conseguirá obter a Libertação.

Só pode ser considerada morta a mente que, pela prática do yoga, perdeu todas as suas tendências e tornou-se pura e imóvel como uma lâmpada bem protegida do vento por uma redoma. Essa morte da mente é a realização mais elevada. A conclusão final de todos os Vedas é que a Libertação nada mais é do que a mente silenciosa.

Para a Libertação apenas uma mente silenciosa tem valor; riqueza, parentes, amigos, karma resultante de movimentos dos membros, peregrinação a lugares santos, banhar-se em águas sagradas, vida em regiões celestiais, práticas austeras, por mais severas que sejam, ou qualquer outra coisa - nada disso serve. Da mesma forma, muitos livros sagrados ensinam que a Libertação consiste em abandonar a mente. Em várias passagens do Yoga Vasishta a mesma ideia se repete, de que a Bem-aventurança da Libertação só pode ser alcançada pela extinção da mente, que é a causa principal do samsãra e, portanto, de todo sofrimento. 

Assim, matar¹ a mente pelo conhecimento dos ensinamentos sagrados, pelo raciocínio e pela experiência pessoal é desfazer o samsãra. De que outra maneira pode ser parada a miserável roda de nascimentos e mortes? E como pode a liberdade resultar disso? Nunca. A não ser que o sonhador desperte, o sonho não termina, como não acaba o pavor de estar diante de um tigre, no sonho. Igualmente, se a mente não estiver desiludida, a agonia do samsãra não cessará. A única coisa é que a mente precisa ser silenciada. Esta é a realização da vida."

¹ Embora neste e em outros trechos dos ensinamentos verifica-se a utilização de termos como 'destruir', 'apagar' ou até mesmo 'matar' em relação aos pensamentos ou à mente, uma leitura ampla e aprofundada dos ensinamentos Advaita, em especial de Sri Ramana Maharshi, revela que o apontar é de que a mente em si é ilusória ou inexistente. Não se pode, assim, destruir algo que não existe - ou que existe apenas enquanto imaginação. Sabendo disso, talvez fosse melhor ler trechos como este como 'abandonar' ou 'transcender' a mente.
  
(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 67/69)
www.editorateosofica.com.br/


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O ALMISCAREIRO DO HIMALAIA

"O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdome do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias. Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exsudar dessa bolsa. O almiscareiro fica excitado pelo aroma delicioso e pula para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda parte - às vezes por muitas semanas -, procurando a fonte da persistente fragrância. Incapaz de localizar o perfume tantalizante, ele se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Em sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro salta dos altos picos alcantilados e cai para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa de almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez: 'Ó tolo almiscareiro: buscaste a fragrância em toda parte, exceto em teu próprio corpo. Eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almíscar almejado e terias salvo a ti mesmo da morte sobre as rochas abaixo das montanhas'.

A maior parte das pessoas se comporta como o almiscareiro. Buscam a felicidade elusiva, sempre fragrante, por toda parte, fora delas próprias: nos divertimentos, nas tentações, no amor humano e nos caminhos escorregadios da riqueza e da fama. E quando, finalmente, não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e se despedaçam nas pedras da desilusão.

Ó tolo almiscareiro humano, se pelo menos voltasses tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda verdadeira e duradoura felicidade no silêncio mais recôndito de tua própria alma. Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior. Desperta! E, na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro de teu imortal Ser [Self]."

(Paramahansa Yogananda - Lições da Self - Self-Realization Fellowship)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

VICHARA (PARTE FINAL)

"(...) Pratica vichara a pessoa que toma sábia iniciativa de (com isenção, sem medo, sem pena de si mesmo, sem alvoroço e mesmo sem ânsia de curar-se) assistir ao desenvolvimento de um defeito ou ao desenrolar de uma crise, procurando, acima de tudo, perceber-lhe os motivos ocultos, sem pretender sustar, sem condenar, sem procurar explicar as coisas com racionalizações confortadoras. (...)

Eis um exemplo de racionalização. Uma pessoa não resiste à bebida, e mesmo após ter ensaiado uma resistência, fraqueja e bebe. Para não ficar mal perante a si mesma, manipula uma explicação, com a qual se engoda. Diz então que o álcool é um vasodilatador que dá energia, que protege contra o frio, que estimula...

Como se vê, a racionalização é o oposto de vichara. Enquanto vichara desilude, libertando, a racionalização escraviza, por esconder a verdade. Quem quiser conhecer-se a si mesmo, fique alerta contra tal cilada da mente, que é a racionalização.

Da próxima vez que começar a sentir as primeiras emoções de uma crise, em vez de amedrontar-se e correr para as bolinhas, faça o oposto. Sente-se relaxado, sereno, corajoso, calmo, sem luta, e comece a tomar consciência de tudo que for acontecendo. Procure conhecer as causas. Nada de pânico. Nada de apiedar-se de si mesmo. Nada de esforços para resistir e vencer. Faça ishwarapranidhana ou seja, entregue-se confiante a Deus e se comporte como um tranquilo observador, sem qualquer participação. Faz de conta que a 'coisa' se passa do outro lado de uma vitrina.

Isso o ajudará a descobrir que a cobra ameaçadora é somente uma inofensiva corda. Isso lhe dará confiança e domínio sobre o inimigo que até então parecia invencível. Faça o mesmo com todo o comportamento, impulso, compulsão, atitude, e verá que irá se tornando cada vez menos vulnerável e cada vez mais senhor de si."

Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 150/151)


quarta-feira, 7 de maio de 2014

VICHARA (2ª PARTE)

"(...) O Verdadeiro Eu está escondido daqueles que, pessimistas, negativistas, se consideram inferiores, imperfeitos, fracos e degradados, e filhos do pecado. Está também fora do alcance do orgulhoso, que se considera o maior do mundo. Está iludido quem se julga arrasado e perdido. Também o está quem se analisa, mas imbuido de vaidade. Tanto o sentimento de inferioridade como seu oposto são produtos do egoísmo. São a 'cobra' e não a 'corda'. 

Os obstáculos que mais dificultam o julgamento de nós mesmos são: autocomplacência, autopiedade, autosseveridade. Pelo primeiro, o indivíduo, desejando uma agradável visão de si mesmo, obscurece os defeitos e enfatiza tudo o que considera perfeição. Pelo segundo, desejando sentir-se um coitado, uma vítima, um perseguido, exagera tudo o que o faça sofrer mais um pouco. O terceiro obstáculo é o oposto do primeiro. Por ele, o perfeccionista de si mesmo se fixa sobre o que precisa ser corrigido em seu caráter, temperamento ou personalidade, e não se interessa por saber o que ele tem de positivo e de bom.

Qualquer dessas três atitudes é fonte de egoísmo, e do egoísmo nasce. Qualquer delas impede o autoconhecimento, além de servirem como amplificadores das emoções e, consequentemente, do estresse.

Vichara requer uma atitude de isenção. Quem quer chegar à conclusão de que é uma peste de ruim, ou, ao contrário, uma santa criatura, ou um infeliz esquecido de Deus, está cometendo o absurdo de iniciar a pesquisa já procurando confirmar um diagnóstico prévio e, assim, não chega a saber quem realmente é. Quem teme descobrir suas próprias inferioridades e mesmo anormalidades, bem como quem deseja cada vez mais orgulhar-se do perfeito que é, não realiza vichara. É preciso serena coragem e perfeita isenção para conseguir tirar proveito da desilusão, que lhe permite conhecer-se. 

Somente quando serena e corajosamente, sem temor ou vergonha, sem severidade ou piedade, descobrimos que somos mentirosos, mentirosos deixamos de ser. Mentirosos continuamos a ser enquanto só nos outros vemos a mentira. A condição de curar-se da vaidade é chegar, com isenção, ao diagnóstico da própria vaidade. Na opinião de algumas escolas de pensamento, nos libertamos da insegurança assim que nos reconhecemos inseguros. Até mesmo comportamentos obsessivos, tiques nervosos, hábitos errados e vícios não são vencidos sem a conscientização dos mesmos. (...)"  

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 149/150)


terça-feira, 6 de maio de 2014

VICHARA (1ª PARTE)

"'Conhecer-te a ti mesmo' era o dístico, que tendo achado no pórtico do templo de Delfos, Sócrates ensinava a seus díscipulos. Autoanalisa-te, díriamos hoje. Pratica vichara (autopesquisa), ensina o yoga. Em outras palavras, eu sugeriria: desilude-te em relação a ti mesmo. 

Tal sugestão soa como um conselho pessimista. Não é?

Desiludir-se não é negativismo. É libertar-se. É melhorar. É progredir para Deus. É salvar-se. Os iludidos ou estão no ou vão para o inferno. Só os desiludidos chegam ao céu. Que Deus abençoe minhas desilusões!

Quando um ser humano consegue desiludir-se do falso diagnóstico que de si mesmo fazia, as portas do céu lhe são abertas. Ninguém é tão bom como orgulhosamente se acredita, nem tão inferior quanto pessimistamente pensa ser. Tanto a primeira como a segunda ilusão devem ceder à judiciosa e redentora autognose, isto é, o conhecimento (gnose) real de si mesmo. Vichara é a busca, o inquérito no estilo 'quem sou eu'.

Cada um de nós é - quando livre da ilusão - a própria Realidade. O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Não é o que se sabe?! - Pois bem, vamos procurar Deus através de conhecer aquilo que somos, descartando-nos, para isso, dos falsos juízos que de nós fazemos. Simples, não é?

Pois lhe digo que é obra ciclópica, que quase ninguém consegue realizar. No entanto, o pouco que conseguirmos na procura de nosso Verdadeiro Eu já pode nos melhorar a úlcera; dar-nos alegria se estivermos tristes, e vida, se desanimados. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 148/149)