OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 16 de setembro de 2025

SORRIA COM O AMOR DE DEUS

"A maioria dos sorrisos nasce de emoções felizes por se ter feito o bem, ou por sentir simpatia, amor, bondade ou compaixão. Entretanto, a maneira mais maravilhosa de sorrir é preencher o coração com o amor de Deus. Então, você conseguirá amar a todos; sorrirá o tempo todo. Todos os outros tipos de sorrisos são efêmeros, porque as emoções tremeluzem e morrem, por melhores que sejam. Só o que perdura é a alegria de Deus. Quando a tem, você consegue sorrir o tempo todo. Senão, quando sentir compaixão por alguém e esse retribuir sua bondade com uma bofetada, você não conseguirá mais ter misericórdia dele.

Conheci um homem que deu mostras de grande aflição quando a esposa morreu. Mas vi através da emotividade. 'Você se casará de novo em um mês', eu disse. Ele ficou tão zangado que não quis me ver mais, mas a verdade é que se casou de novo um mês depois. Pensava que seu amor pela primeira esposa era enorme. mas veja com que rapidez a esqueceu.

Nunca esquecerei da lição dada por meu guru. Sri Yukteswarji, ao contar-me esse pequeno episódio de sua vida: 'Quando era pequeno, tive o capricho de desejar um cão feio que pertencia a um vizinho. Durante semanas, criei um tumulto em minha família para conseguir o bichinho. Meus ouvidos ficaram surdos às ofertas de outros animaizinhos de aparência mais atraente. Eu só queria aquele cão.'

A mesma espécie de fixação acomete as pessoas no que se chama de romance. Os enamorados ficam hipnotizados por um rosto: não conseguem esquecê-lo. Mas a verdadeira beleza que devemos buscar nos outros não é a externa e, sim, a interna.

Quando a alma está repleta de alegria, você é atraente. Só gosto dos sorrisos divinos porque, sem eles, os seres humanos parecem marionetes hoje, dizem que o amarão para sempre, amanha, es tão no túmulo. Onde foi parar o amor tão grande? Onde foi parar a promessa: 'Sempre o amarei'? Mas se você puder, pelo menos uma vez, fazer com que Deus lhe diga: 'Eu o amo', isso valerá por toda a eternidade. Por que perder tempo com um pouco de amor humano, com dinheiro, com isso e com aquilo, se em Deus você pode encontrar tudo todo o amor que existe no mundo inteiro, todo o poder na criação? Mas não O procure pelo poder, busque-O por amor. Então, você achará a brecha em Sua armadura. Quando der amor incondicional. Ele não poderá mais negar-Se a você."

Paramahansa Yogananda, A Eterna Busca do Homem, Self-Realization Fellowship, p. 172/173.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

RESPEITO

"Somente optando pelo autorrespeito é que conseguiremos respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

De que maneira as pessoas nos tratam? Sentimo-nos constantemente usados ou desrespeitados? Às vezes, permitimos que os outros nos tracem metas ou objetivos sem antes nos consultar? Sabemos distinguir quando estamos doando realmente ou quando estamos sendo explorados? Respeitamos nossos valores e direitos inatos? Costumamos representar papéis de vítimas ou de perfeitos?

A pior situação que podemos viver é passar toda uma existência sem nos dar o devido amor e respeito, fazendo coisas completamente diferentes do que sentimos.

Nossos sentimentos são parte importante de nossa vida. Se permitirmos que eles fluam em nós, então saberemos o que fazer e como nos conduzir diante das mais variadas situações do cotidiano.

Em virtude disso, não devemos nos esquecer de que, quando nos respeitamos plenamente, mostramos aos outros como eles devem nos tratar.

Se nós não nos aceitamos, quem nos aceitará? Se nós não nos amamos, quem nos amará?

Marcos relata em seu Evangelho a seguinte orientação: 'Pois ao que tem será dado, e ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado'.

Realmente, 'será dado' (respeito) ao que se respeita e não 'ao que não tem ou pensa ter'. Assim funciona tudo em nossa vida íntima 'temos o que damos'. Devemos esperar dos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

Examinemos nossos sentimentos e atitudes e nos perguntemos: Por que permito que me tratem com desconsideração? O que estimula os outros a se comportarem com desprezo em relação à minha pessoa?

Se nós não nos auto responsabilizamos pela forma como somos tratados, continuaremos impotentes para mudar o contexto penoso em que estamos vivendo. É muito cômodo culpar os outros por qualquer desilusão ou sofrimento que estejamos passando. Não é fácil aceitar a responsabilidade pelas nossas próprias ilusões e desenganos.

Quando renunciamos ao controle de nós mesmos, com toda certeza outros indivíduos tomarão as rédeas de nossa vida.

Somos iguais perante os olhos da Divindade. '(...) todos tendem ao mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. Dizeis frequentemente: o sol brilha para todos. Com isso dizeis uma verdade maior e mais geral do que pensais'.

Realmente 'o sol brilha para todos', pois '(...) Deus não deu, a nenhum homem, superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte (...)'.

Não somos nem melhores nem piores que ninguém. Ao recusarmos o respeito a nós mesmos, estamos abdicando do direito de exigi-lo. Sem senso de valor individual, nos sentiremos diminuídos diante do mundo e destituídos da habilidade de dar e de receber amor.

O mais valioso tesouro que possuímos é a dignidade pessoal. Não é lícito sacrificá-la por nada ou por ninguém. Quando autorizamos os outros a determinar o quanto valemos, uma sensação de vazio nos toma conta da alma.

O auto desrespeito é um grande desserviço a nós mesmos. Quando ele se instala em nossa casa mental, passamos a não mais prestar atenção aos avisos e intuições que brotam espontaneamente do reino interior. As vozes de inspiração divina são sempre ideias claras, providas de síntese e simplicidade, que a Vida Providencial murmura no imo de nossa alma.

Quando nos respeitamos, somos livres para sentir, agir, ir, dizer, pensar e saber o que autodeterminamos, confiantes de que, se estivermos prontos, no tempo exato o Poder Superior do Universo nos dará todo o suprimento, todo o apoio e toda a orientação para cumprirmos o sublime plano que Ele nos reservou.

Somente optando pelo autorrespeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos."

Extraído do livro "Os prazeres da alma", de Francisco do Espírito Santo neto, pelo espírito Hammed, boa nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 69/71.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

MELHORAR PARA PROGREDIR

"'E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade...' - Jesus. (MATEUS, 25:15.)

Melhorar para progredir - eis a senha da evolução.

Passa o rio dos dons divinos em todos os continentes da vida, contudo, cada ser lhe recolhe as águas, segundo o recipiente de que se faz portador.

Não olvides que os talentos de Deus são iguais para todos, competindo a nós outros a solução do problema alusivo à capacidade de recebê-los.

Não te percas, desse modo, na lamentação indébita.

Uma hora anulada na queixa é vasto patrimônio perdido no preparo da justa habilitação para a meta a alcançar.

Muitos suspiram por tarefas de amor, confiando-se à aversão e à discórdia, enquanto que muitos outros sonham servir à luz, sustentando-se nas trevas da ociosidade e da ignorância.

A alegria e o fulgor dos cimos jazem abertos a todos aqueles que se disponham à jornada da ascensão.

Se te afeiçoas, assim, aos ideais de aprimoramento e progresso, não te afastes do trabalho que renova, do estudo que aperfeiçoa, do perdão que ilumina, do sacrifício que enobrece e da bondade que santifica...

Lembra-te de que o Senhor nos concede tudo aquilo de que necessitamos para comungar-Lhe a glória divina, entretanto, não te esqueças de que as dádivas do Criador se fixam, nos seres da Criação, conforme a capacidade de cada um."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.12.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

RESPEITADO E AMADO EM TODO MUNDO

"Há inúmeras faculdades de teologia no mundo que estudam Jesus Cristo, pertencentes a diversas religiões: católica, protestante e outras. Eu tenho respeito por todas essas faculdades e suas religiões. Elas estão incumbidas de levar os alunos a conhecer Jesus Cristo e seus ensinamentos.

Alguns desses alunos fazem mestrado e doutorado. Mas temos de confessar que quanto mais falamos de Jesus Cristo e penetramos nos recônditos dos seus pensamentos e nas implicações complexas das suas palavras, mais o admiramos e mais ficamos convictos de que o conhecemos muito pouco.

Embora eu não tenha grande mérito como escritor, pois o personagem que descrevo nos livros dessa coleção é que é fascinante, eles têm sido usados por pessoas de todas as religiões, adotados em diversas faculdades e escolas de ensino médio e fundamental. Felizmente, têm sido adotados também nas faculdades de teologia. A teologia precisa estudar a psicologia da humanidade de Jesus Cristo para compreender mais de perto a sua magnífica personalidade.

Bilhões de pessoas de milhares de religiões se dizem cristãs. A outra parte das pessoas que não o segue, tais como os confucionistas, os budistas, os islamitas e os hinduístas, o admira muito. Jesus Cristo é universalmente amado e admirado.

Ele sacrificou-se por toda a humanidade e não para um grupo de religiões específicas. Seus ensinamentos, sua inteligência suprema, sua sabedoria, sua causa e seu plano respeitam a cultura das pessoas e são capazes de penetrar no território da emoção e do espírito de cada uma delas e torná-las mais felizes, estáveis, contemplativas, inteligentes."

Augusto Cury, O Mestre do Amor, Editora Academia de Inteligência, 2002, p. 211/212.
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terça-feira, 5 de agosto de 2025

INSEGURANÇA

"Os inseguros omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

A insegurança traz como características psicológicas os mais variados tipos de medo, como o de amar, o da mudança, o de cometer erros, o da solidão, o de se pronunciar e o de se desobrigar. O inseguro não confia no seu valor pessoal, desacredita suas habilidades e desconfia de sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que o impulsiona a uma fatal tendência de se apoiar nos outros.

Por não compreender bem seu poder interior, apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim, acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver. Em vez do amor, é a insegurança a fonte principal que o une aos outros; por isso, controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo.

O inseguro, por não saber que não pode controlar os atos e atitudes das outras criaturas, cria grandes dificuldades em seus relacionamentos, gerando, consequentemente, maiores cobranças e barreiras entre eles.

A hesitação torna-o criatura incapaz de se sentir bastante firme para agir. Nunca possui certeza suficiente e quer sempre mais se certificar das coisas. É excessivamente cauteloso e vigilante: está em constante sobreaviso e desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das consequências futuras de suas ações do presente

Os inseguros desenvolvem muitas vezes uma 'devoção mórbida' em relação às causas e aos ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua necessidade de apoio, consideração e segurança. No primeiro caso, eles podem assumir diante do mundo a posição de 'crentes exaltados', querendo convencer todos de uma verdade que eles mesmos não acreditam: no segundo, buscam alguém que lhes corresponda ao modelo de seus genitores, para que, novamente, venham a se nutrir da autoridade, decisão e firmeza que encontravam nos pais, quando crianças.

Muitos ainda buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno de si uma atmosfera de 'bem informados' e, portanto, grandiosos e seguros.

Kardec, Discípulo de Jesus, pergunta aos Instrutores Espirituais: 'Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento?' A Espiritualidade elaborou a seguinte res posta: 'Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos.''

'Angústias morais' podem ser entendidas como a fragilidade em que se encontram as criaturas inseguras, a sensação de mal-estar que sentem, por acreditarem que estão constantemente sendo observadas e julgadas e também pela perpétua situação mental de vulnerabilidade diante do mundo.

Os inseguros não são assertivos; em outras palavras, não se expressam de modo direto, claro e honesto. Omitem defesa a seus direitos pessoais por medo e evitam encontros ou situações em que precisam expor suas crenças, sentimentos e ideias.

O título de 'Senhor de Si Mesmo' poderá definir bem a segurança e firmeza de Jesus Cristo. Suas palavras 'Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não' ainda hoje ressoam, convidando todas as criaturas à autonomia espiritual. Realmente, o comportamento assertivo do Mestre e sua significativa liberdade de expressão revelavam:

- franqueza em dizer o que pensava;
- segurança de olhar, ouvir e convidar qualquer um;
- independência de exprimir seus sentimentos com absoluta transparência;
- liberdade de pedir o que quisesse;
- coragem de correr riscos para concretizar tudo aquilo em que acreditava.

Essas alegrias os inseguros não sentem. Seguindo, porém, os passos de Jesus, Nosso Guia e Senhor, a humanidade alcançará a estabilidade e serenidade interior que busca há tantos séculos conquista dos seres despertos e amadurecidos do futuro."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 171/173.
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quinta-feira, 31 de julho de 2025

FÉ E OBRAS

"'A fé se não tiver obras, é morta em si mesma. TIAGO 2:l7

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.

Por dentro, a fé reinando sublime: Orações primorosas...

Discursos admiráveis... Louvores e cânticos...

Mas, por fora, o trabalho esquecido: Campos ao desamparo...

Enxadas ao abandono... Lareiras em cinza...

De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o SENHOR nos confiou para a glória da vida ?

Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.

Conhecimento nobre exige atividade nobre.

Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.

É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a vida superior.

Prece e trabalho.

Santuário e oficina.

Cultura e caridade.

Ideal e realização.

Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.

Não se limitou o Senhor a simples glorificação de DEUS nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na Sublime Tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do Amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual."

Extraído do livro "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, http://livroespirita.4shared.com/, p.10.
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terça-feira, 22 de julho de 2025

HUMILDADE, PERCEPÇÃO E SINCERIDADE

"Ate que um homem descubra o que ele é e, com toda sinceridade, comece a tentar se refazer, é improvável que faça muito progresso no Caminho ou seja muito útil a humanidade. O primeiro passo consiste no reconhecimento de sua própria falta de dignidade. O próximo, consiste em uma determinação de continuar, apesar disso e, o terceiro, em um esforço varonil e inabalável de se modificar. A satisfação pessoal é uma imensa barreira, tanto para o desenvolvimento oculto quanto para a utilidade oculta. Humildade, sinceridade e uma visão clara de si mesmo esses são três elementos essenciais para o sucesso. Quase todos os fracassos ocorreram porque, no início, essas várias condições não foram cumpridas de forma suficiente, especialmente a humildade, cuja ausência causou mais quedas do que todos os vícios juntos.

A sinceridade absoluta e completa é uma virtude muito rara. Muito poucos a possuem. Em algum lugar, sob a pele da maioria das pessoas. há uma veia de egoísmo, de desejo de recompensa. Onde isso existe, a sinceridade absoluta é impossível. Juntamente com a sinceridade está a unicidade de coração e de propósito. Isso também é extremamente raro. No mundo exterior, o conselho é que não é prudente colocar todos os ovos na mesma cesta. No Ocultismo, a dificuldade do neófito geralmente e a pequenez dos ovos e a insuficiência do número deles. A maioria das pessoas tem muito pouco para oferecer, especialmente no começo.

Honestidade, retidão austera, é outra qualidade básica essencial para o sucesso no Ocultismo. Tentações para desonestidade, especialmente nos assuntos mais sutis da vida interior, colocam constantemente em risco a integridade da alma, seu bem mais valioso. Sem integridade, que significa 'expressar a verdade por toda a natureza', nenhum progresso seguro é possível.

Progresso no caminho e um trabalho teosófico ativo são sinônimos Eles realmente são assim. O apoio à Sociedade Teosófica é uma das maneiras mais seguras de conquistar o interesse e a boa vontade pessoal dos Mestres e de seus Chefes. Um trabalhador bem-sucedido da Sociedade Teosófica é um indivíduo raro em um mundo moderno de interesse próprio, busca de favores e orgulho ilimitado. Humilde, sincero, quieto, sábio e imerso na Sabedoria Antiga, o verdadeiro teósofo é realmente um ser humano único e valioso.

É um fato triste que deve ser encarado, que o homem se recusa deliberadamente a ser ensinado por aqueles que são mais sábios do que ele ou, na melhor das hipóteses, apenas faz de conta que segue as orientações dos fundadores das religiões e das verdades que ensinam. E triste constatar, portanto, que a humanidade deve aprender suas mais elevadas lições por meio da operação da lei cármica.

O amor - em sua mais elevada, mais ampla e grandiosa interpretação e expressão é a panaceia para todos os males humanos, o único ideal sobre o qual pode ser estabelecida uma vida ou uma civilização que será feliz e que perdurará."

Geoffrey Hodson, A Vida do Iniciado, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2021, p. 52/54.
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quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUXÚRIA

"(...). O tipo de Amor mais frequentemente responsável pelo sentimento de Ciúme é aquele mais bem denominado de Luxúria. Para naturezas refinadas provavelmente seria, à primeira vista, inadmissível e impróprio chamar Luxúria de um tipo de Amor. Ainda assim há algo em comum entre eles. Associações posteriores e ruins, e consequências naturais e inevitáveis, deram atualmente à Luxúria uma conotação realmente má. Que nem sempre foi assim é aparente no uso da expressão 'Lusty Youth'¹, que significa apenas vigor físico e capacidade para Amor físico, sem qualquer sentido depreciativo.

Como Amor geralmente é o desejo de união por troca e igualdade, assim Luxúria é o desejo por união por troca e igualdade apenas no eu ou corpo físico, preeminentemente.

Como casamentos baseados somente na Luxúria apenas levam invariavelmente à exaustão e saciedade da natureza física em um tempo mais ou menos curto, e, não tendo sido cultivados os eus mentais e espirituais mais elevados, as formas mais elevadas do Amor que duram por longas eras de tempo permanecem impossíveis, infelicidade é a consequência lógica de tais casamentos, e muito mais de uniões que não foram santificadas pelas formalidades do casamento formalidades que têm no mínimo uma sombra de religião e espiritualidade sobre eles.

Parece então que as consequências más da Luxúria, as resultantes saciedade, exaustão, cansaço, tristeza e infelicidade, a tornam má; de outra maneira ela não seria má; de outra maneira a sua consanguinidade com o Amor adequado seria indiscutível. É o mesmo com outros estados mentais aos quais a palavra Amor é ainda menos hesitantemente aplicada pela humanidade. Nós lemos que Romanos e outros epicuristas 'amavam' línguas e cérebros cozidos de rouxinóis e outros pássaros delicados. A presente constituição da maioria da raça humana é tal que ela alegremente sanciona o uso da palavra Amor nesta conexão, e falha inteiramente em ver o horror do assassinato indiscriminado envolvido. No senso estrito e abstrato da palavra, no entanto, até esse uso é perfeitamente correto²; são apenas as 'consequências' envolvidas que lançam essa obscuridade sobre a palavra nesta referência. Como Bhishma disse:

'Carne não cresce em gramados, nem em árvores nem em pedras: é obtida apenas pelo matar de uma criatura viva; daí o pecado de comê-la."

Pode ser percebido aqui que quanto mais o Amor é confinado ao eu físico, mais ele é Luxúria; quanto mais ele se aproxima de um 'apetite', desejo de sentir, menos ele tem da característica de Emoção adequada."

¹ A expressão foi mantida em inglês por não haver uma palavra adequada em português que mantivesse a relação com a raiz da palavra luxúria (Nota da trad.)
² Veja acima, cap. 6 desta obra.

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 102/104.
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terça-feira, 8 de julho de 2025

CIÚME

"Ciúme é uma Emoção peculiar e poderosa. Ela parece ser Repulsão mais a consciência de um possível ou até provável tipo especial de superioridade de seu objeto, superioridade essa que possibilitará a essa pessoa ganho e apropriação exclusiva para si de algo que é amado, cobiçado, desejado, por ambos. Ela implica Amor a um certo objeto, e Ódio de outra pessoa que impede a aquisição exclusiva desse objeto. A intensidade da emoção é diretamente proporcional ao tanto de exclusividade de posse que se deseja ter ou se teme que outro tenha. Quando não se deseja a posse inteira e exclusiva, mas se teme que seja desejada e assegurada por outro, o ciúme toma a forma de dúvidas em reação à retribuição de seu amor pelo objeto deste, uma sensação de insegurança no que tange à retenção do estimado afeto da pessoa amada. Na medida em que está seguro em seu próprio lugar de permanência, o Amor não é suscetível ao Ciúme, mas acolhe a afeição concedida por outros ao seu objeto, como um campo comum de enriquecimento do amor; e mesmo que outros tentem expulsá-lo, sorrirá serenamente na segurança (e apenas na exata proporção da segurança) da futilidade de seus esforços. Nas formas mais intensas de Ciúme, conectadas com o amor sexual, em que a posse exclusiva é essencial à completude e integridade da relação, pelo menos entre seres humanos, a emoção é inevitável (a não ser que exista confiança mútua perfeita), e Amor e Ódio surgem simultaneamente em suas formas mais ferozes. Consequentemente, o Ciúme é uma emoção da qual se pode dizer que perturba a mente do ser humano, a sacode, a divide em dois, mais poderosamente que qualquer outra Emoção. Ele aguça o todo de sua natureza dual de uma maneira que nenhuma outra emoção faz.

O Amor implicado no Ciúme é, obviamente, um Amor egoísta. No Amor como tal, não há egoísmo ou altruísmo. Ele procura união, o que significa a igualdade de ambos os fatores a serem unidos. Enquanto o desejo de união existe entre os dois fatores da relação, o Amor adequado nem é egoísta nem altruísta entre esses dois. Quando, no entanto, o desejo por união está apenas de um lado, não do outro, então o desejo por união se torna um desejo de aquisição, um desejo egoísta. No Ciúme, o Amor, o desejo por união, implicitamente se tornou um desejo de aquisição, pois, se de fato existisse Amor de ambos os lados, não haveria possibilidade de intervenção de uma terceira parte, e o Ciúme não existiria na mente daquele que ama e é amado. Igualmente, naquele que não há Exclusividade, não há Reserva, cujo olhar de Amor está voltado não em direção à separação material, mas em direção à união espiritual, nele não há Ciúme."

Bhagavan Das, A Ciência das Emoções, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2023, p. 101/102.
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terça-feira, 1 de julho de 2025

O APELO DIVINO

"Reunidos os componentes habituais do grupo doméstico, o Senhor, de olhos melancólicos e lúcidos, surpreendendo, talvez, alguma nota de oculta revolta no coração dos ouvintes, falou, sublime:

- Amados, quem procura o sol do Reino divino há de armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E, para armazenar o amor no coração, é indispensável ampliar as fontes da piedade.

'Compadeçamo-nos dos príncipes; quem se eleva muito alto, sem apoio seguro, pode experimentar a queda em desfiladeiros tenebrosos.

Ajudemos aos escravos; quem se encontra nos espinheiros do vale pode perder-se na inconformação, antes de subir a montanha redentora.

Auxiliemos a criança; a erva tenra pode ser crestada, antes do sol do meio-dia. 

Amparemos o velhinho; nem sempre a noite aparece abençoada de estrelas.

Estendamos mãos fraternas ao criminoso da estrada; o remorso é um vulcão devastador.

Ajudemos aquele que nos parece irrepreensível; há uma justiça infalível, acima dos círculos humanos, e nem sempre quem morre santificado aos olhos das criaturas surge santificado no Céu.

Amparemos quem ensina; os mestres são torturados pelas próprias lições que transmitem aos outros.

Socorramos aquele que aprende; o discípulo que estuda sem proveito adquire pesada responsabilidade diante do Eterno. Fortaleçamos quem é bom; na Terra, a ameaça do desânimo paira sobre todos.

Ajudemos o mau; o espírito endurecido pode fazer-se perverso.

Lembremo-nos dos aflitos, abraçando-os fraternalmente; a dor, quando incompreendida, transforma-se em fogueira de angústia.

Auxiliemos as pessoas felizes; a tempestade costuma surpreender com a morte os viajores desavisados.

A saúde reclama cooperação para não se arruinar.

A enfermidade precisa de remédio para extinguir-se. A administração pede socorro para não se desmandar.

A obediência exige concurso amigo para subtrair-se ao desespero.

Enquanto o Reino do Senhor não brilhar no coração e na consciência das criaturas, a Terra será uma escola para os bons, um purgatório para os maus e um hospital doloroso para os doentes de toda sorte.

Sem a lâmpada acesa da compaixão fraternal, é impossível atender à Vontade divina.

O primeiro passo da perfeição é o entendimento com o auxílio justo...'.

Interrompeu-se o Mestre, ante os companheiros emudecidos.

E porque os ouvintes se conservassem calados, de olhos marejados de pranto, Ele voltou à palavra, em prece, e suplicou, ao Pai, luz e socorro, paz e esclarecimento para ricos e pobres, senhores e escravos, sábios e ignorantes, bons e maus, grandes e pequenos...

Quando terminou a rogativa, as brisas do lago se agitaram, harmoniosas e brandas, como se a natureza as colocasse em movimento na direção do Céu para conduzirem a súplica de Jesus ao trono do Pai, além das estrelas..."

Texto extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 133/135.
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quinta-feira, 5 de junho de 2025

EM DEUS ACABAM AS ILUSÕES

"Acabe com o mundo agora mediante a comunhão com Deus. Não profane o templo da alma com desejos instáveis e com turbulentos prazeres mundanos. Permaneça imaculado à luz da consciência e à luz do amor por Deus. Alcance esse estado agora. Então, talvez durante uma guerra nesta era elétrica, quiçá na era mental ou na era da verdade, você volte como um Cristo para dar paz à Terra e dizer à humanidade: 'Aprendi as lições que Deus queria que eu aprendesse. Dificuldades, doenças e morte não significam nada para mim. Estou unido à Luz Eterna. O mundo terminou para mim. Venham, irmãos que ainda sofrem do pesadelo deste mundo de vida e morte e de infinitas rodadas de encarnações - venham comigo! Eu mostrarei que o fim do mundo significa o fim das ilusões da Terra. Aprendam esta lição, para que sua alma possa brilhar para sempre uma estrela eterna no regaço do excelso Senhor.'

Lembre-se: você está aqui na Terra por um curto período de tempo, mas é filho de Deus pela eternidade. Não se alie às forças da ignorância, busque primeiro conhecer a Deus. O que Ele lhe disser para fazer estará certo, seja lutando pelo seu país, seja como homem de negócios, artista ou instrutor espiritual. Quando você realmente O conhecer, será corretamente orientado na vida. É por isso que as Escrituras dizem: 'Buscai primeiro o reino de Deus...'

Se você conseguir viver pelo menos algumas das verdades que transmiti, será uma pessoa diferente. Conhecerá a Deus se seguir os ensinamentos da Self-Realization. Quando estou com você, não quero lhe dar apenas uma satisfação intelectual sobre a verdade; quero que perceba Deus por si próprio. Eu lhe expliquei como acabar com suas imperfeições para que você possa ir além - até Ele."

Paramahansa Yogananda, O Romance com Deus, Self-Realization Fellowship, p. 72/73.
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quinta-feira, 29 de maio de 2025

PERDÃOTERAPIA

"(...). Quando alguém perdoa, elimina alta carga doentia de vibrações no organismo, passando a gerar outro tipo de energia que procede da mente e se transforma em estímulos para a aparelhagem de que se constitui.

O ódio é morbo cruel que degenera aquele que o produz, alcançando, não poucas vezes, aqueloutro contra quem é direcionada a carga deletéria.

Compreendendo-se que todos têm o direito de errar e pensar mal uns dos outros, o que certamente não deveriam, mas cuja ocorrência é frequente, qual sucede ao próprio indivíduo em relação ao seu próximo, esse raciocínio já diminui a carga da animosidade mantida contra o outro, o adversário real ou imaginário.

Desculpando-o sinceramente e procurando apagar os sentimentos contraditórios que permanecem na mente e na emoção, o perdão faz-se automático e o bem-estar preenche o imenso espaço antes ocupado pelas emoções contraditórias do ódio, da mágoa e da vingança..

O perdão funciona como bálsamo sobre a ferida que foi aberta pela agressão do outro e, ao mesmo tempo, como resposta ao ódio que foi desencadeado, suavizando a dor do golpe experimentado.

Quem perdoa, conquista-se e engrandece-se, proporcionando oportunidade de arrependimento e de recuperação ao ofensor.

Enquanto sejam preservados no íntimo os sequazes do ódio, mesmo que disfarçado, o organismo se ressentirá da presença tóxica dessas vibrações doentias que infelicitam.

 O perdão, porém, libertando a vítima, abençoa o algoz, ensejando-lhe, também, desfrutar da felicidade relativa que está ao alcance de todo aquele que seguir as leis de Deus, crescendo espiritualmente. Perdãoterapia é, portanto, neste momento, o mais admirável recurso para a saúde e a felicidade do ser, ao lado do amor, do qual é extensão.

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 182/183.
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quinta-feira, 22 de maio de 2025

PERDÃOTERAPIA (1ª PARTE)

921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra, quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso se não verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?

"O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira."

 

As paixões grosseiras que predominam em a natureza humana decorrem das experiências transatas que ainda não foram superadas.

São responsáveis pelos arrastamentos ao mal, em razão do primarismo de que se revestem, não se permitindo ser contrariadas nos seus impulsos e sentimentos servis.

Estimuladas pelo egoísmo doentio, desbordam em agressividade e cinismo que agridem, inicialmente, o próprio indivíduo que as cultiva, para logo depois atingir o grupo social no qual esse se encontra.

Radicando-se nos instintos mais imperiosos, quais sejam a reprodução mediante os impulsos sexuais, a nutrição por meio do alimento, e o repouso, por cuja maneira refaz as forças gastas, somente a grande esforço cedem lugar aos sentimentos e à razão que os devem comandar, orientando-os para a preservação da existência, porém não agressivamente nem de forma angustiante.

É inevitável o desenvolvimento moral do ser humano.

Etapa a etapa, desenvolvem-se os gérmens do amor nele existente, que se irão assenhoreando dos departamentos do instinto em predomínio, para que o raciocínio e a emoção exerçam o seu papel no desenvolvimento dos tesouros morais adormecidos.

O ódio, o ressentimento, a amargura, a inveja, o ciúme constituem herança trágica desse período em que a posse impunha seus caprichos e a submissão desesperada transformava-se em desejo de vingança, culminando em rudes batalhas mentais que chegavam a vias de fato na realidade objetiva, ceifando as vidas que lhes caíam nas urdiduras perversas. (...)." 

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 179/181.
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terça-feira, 20 de maio de 2025

O DESEJO CÓSMICO

"Esta vida, uma mistura de prazer e dor, é como a superfície tranquila de um rio profundo por baixo do qual uma poderosa corrente avança impetuosamente. Calmamente dia sucede dia, e viajamos do nascimento à morte, inconscientes de que o tempo todo estamos sendo levados adiante, não segundo nossa volição, mas segundo a impetuosa necessidade de um desejo cósmico. Este anelo cósmico é inseparável de todas as formas que corporificam uma vida. Sob seu impulso, o mineral no invólucro rochoso está indócil com desejo; impelido por esse desejo, a nebulosa dá origem a sistemas estelares. Todas as coisas que vivem, mineral, vegetal e animal, homem, anjo e arcanjo estão sujeitas a este ardente desejo; pois ele flui como uma corrente invisível através de tudo que eles pensam e sentem. Ele dota os homens de uma irresistível qualidade de conquista; eles não sabem que quem conquista é o desejo cósmico, e não eles. O homem cruel, que esmagando os fracos, atinge o ápice, somente o faz porque a resistível força deste anelo usa-o como ferramenta, inflando sua imaginação, e vivificando suas faculdades até que elas despedaçam toda oposição. O moribundo em agonia ainda se agarra a vida, porque o anseio ainda é seu mestre, e o impulsiona a continuar vivendo a fim de atingir seus objetivos. Do pouco que sabemos, este anelo está sempre conosco. Cada plano de felicidade que fazemos está, na realidade, sempre subordinado a um outro plano, o plano deste desejo cósmico, embora de formas sutis ele nos convença de que seu plano é o nosso também. Ele deseja alimento e repouso, então nos convence de que estamos famintos e cansados; deseja excitação, e então, seguindo sua liderança, saímos em busca de mudança.

Nada há de mal neste anseio; ele não é nem bom nem ruim, mas mera força cósmica atuando num plano universal. Mas o seu trabalho não é o nosso trabalho, e o conhecimento dessa diferença abre o caminho para a paz e a felicidade. As marés deste anseio estão sempre girando em torno de nós; mas nada nos impele a nos mover com essas marés. Somos como gaivotas que pousam sobre as ondas para um rápido repouso. Elas se movem para cima e para baixo com as ondas, como se fossem parte da água; mas a qualquer momento, quando assim o desejarem, batem as asas, elevam--se no ar e a turbulência do mar nada é para elas. Também nós podemos nos separar destas marés de anseio cósmico, se entendermos corretamente, e nos pusermos a trabalhar com essa finalidade.

Como almas imortais seguindo para uma realização divina, é nossa natureza amar, ansiar por luz, e buscar compreensão. Estas são as formas de nosso desabrochar, e obedecemos ao instinto divino em nós quando recorremos à vida por Amor, Luz e Lei. Mas estamos o tempo todo mergulhados nas marés cósmicas; o desejo cósmico reside no material de todo pensamento e sentimento. Portanto, no momento em que planejamos ou cobiçamos algo, o anelo sutilmente transforma nossos pensamentos e emoções em suas ferramentas. Não estamos conscientes de que nosso trabalho é dual, o trabalho que como almas almejamos alcançar e o trabalho que o anelo nos está forçando a alcançar. Nosso eu natural veste-se de um segundo eu que não pertence a nós, mas ao anseio; nós não sabemos que, quando pensamos estamos expressando a nossa individualidade; somos em grande parte seus fantoches. As marés de ciúme, de ira ou apatia nos arrebatam, impelindo-nos a fazer ou não coisas de que posteriormente nos arrependemos. Sentimos em parte que somos duais, contudo, não entendemos de que maneira.

Esta dualidade está mesclada em tudo e através de tudo. Existe um amor verdadeiro da alma, e um assim chamado amor que é desejo cósmico; existe o desejo da alma por luz, e um desejo por excitação que é somente o estímulo do anseio; existe o desejo da alma por sabedoria, e uma ilusão cósmica que se mascara de verdade. A libertação das misérias da vida só começa quando conhecemos esta dualidade em nós, e nos recusamos a continuar sendo a ferramenta do que não é nosso verdadeiro Eu."

C. Jinarajadasa, Libertação, Ed. Teosófica, Brasília, DF, 2022, p. 23/27.
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quinta-feira, 15 de maio de 2025

A BENEFICÊNCIA

"11. A beneficência, meus amigos, vos dará nesse mundo os mais puros e suaves prazeres, as alegrias do coração, que não são perturbados pelo remorso nem pela indiferença. Oh! se pudésseis compreender tudo o que encerra de grande e de agradável a generosidade das almas belas, esse sentimento que faz a criatura olhar as outras como olha a sí mesma. despindo-se, jubilosa, para cobrir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar a essas festas alegres quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas pobres famílias que, da vida, apenas conheceram as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados irradiarem subitamente de esperança, porque, não tendo pão, esses infelizes ouviam seus filhinhos, ignorando que viver é sofrer, gritando, repetidamente, a chorar, estas palavras, a se enterrarem nos corações maternos como agudo punhal: Estou com fome!... Oh! compreendei como são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e recordai-vos destas palavras do Salvador: 'Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!'

Caridade! Sublime palavra que resume todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Ao te praticarem, eles criarão para si infinitos gozos no futuro e, quando se acharem exilados na Terra, tu serás a sua consolação, o gozo antecipado das alegrias que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divinal, que me proporcionaste os únicos momentos de felicidade de que desfrutei na Terra. Possam os meus irmãos encarnados crer na palavra do amigo que lhes fala: É na caridade que deveis buscar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio contra as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede quantas misérias a aliviar, quantas pobres crianças sem família, quantos velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai em profusão a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, definham na dor e no isolamento. Colhereis na Terra bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... - Adolfo, bispo de Argel. (Bordeaux, 1861.)"

Texto extraído do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, FEB, 2018, p. 179/180.
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quinta-feira, 1 de maio de 2025

EXPLICAÇÕES DO MESTRE

"Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas:

- A ideia do reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão... Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.

A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.

- Para isso comentou Pedro, é indispensável a boa vontade.

- Com a fé em nosso Pai celestial - aventurou a esposa de Simão, atravessaremos os tropeços mais duros.

Em todos os presentes, transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:

- Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?

- É a criação de cabras - redarguiu a interpelada, curiosa.

- Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?

- Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado. Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.

Jesus sorriu e explanou:

- Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, confunde-se com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. Em verdade, Moisés e os profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do povo escolhido não purificaram suficientemente o receptáculo vivo do Espírito para recebê-las. É por isso que os nossos contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do reino de Deus.

A pequena assembleia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal. 

O Mestre, porém, levantando-se com discrição e humildade, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso:

- O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças dessa verdade simples e clara da natureza."

Extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 15/17.
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terça-feira, 29 de abril de 2025

VÍCIOS E PAIXÕES (PARTE FINAL)

"(...). Os vícios, por sua vez, são os devastadores efeitos das paixões, que se enraízam em forma de hábitos de qualidade inferior, responsáveis pelos desastres morais e emocionais que trucidam as criaturas imprevidentes que se lhes vinculam sem qualquer esforço para a sua libertação.

Apresentam-se disfarçados ou desvelados, de forma que se impregnam em a natureza humana, transformando-se em verdadeiros verdugos portadores de inclemência e perversidade.

De início, asfixiam nas suas malhas estreitas e apertadas aqueles que se lhes concedem predominância no comportamento.

Aturdem, enfermam, enfraquecem, desarticulam a vontade e terminam por infelicitar sem qualquer compaixão o seu próprio mantenedor.

Depois, espraiam-se, contaminando outros desavisados que se deixam enganar com as suas falsas promessas de alegria e de bem-estar, de euforia e de poder, que logo se convertem em decepção e fuga para novos tentames em escala ascendente e volumosa até a consumpção da sua vítima.

Concomitantemente os viciados perturbam a ordem social, por desejarem impor-se ou para manterem as suas necessidades mórbidas, tornando-se sicários de outras vidas ou sendo por si mesmos vitimados.

Com essa imperfeição moral, que resulta da falta de esforço para libertar-se dos estágios primários pelos quais transitou, o Espírito que se deixa vencer pelos vícios permanece em atraso no curso da evolução, tornando-se elemento pernicioso para a sociedade, que passa a vê-lo como inimigo do progresso, credor de penas que se lhe devem impor, a fim de serem evitados danos aos demais membros, tanto quanto a si mesmo.

Os vícios são cruéis mecanismos emocionais a que o ser se adapta, permitindo-se-lhes a vigência e soberania nas paisagens das emoções.

Infelizmente, na sociedade contemporânea, muito esclarecida em torno das conquistas tecnológicas e científicas, as paixões perniciosas e os vícios destrutivos recebem muita consideração, quando os indivíduos são açodados para conseguirem os seus propósitos, às vezes ignóbeis, ou para saírem-se bem nas reuniões de negócios ou de recreios, apelando para os alcoólicos, tabaco, o sexo e outras drogas aditivas.

Longe está o homem de ser social, somente porque se permite o uso e o abuso dos vícios em voga em cada época, ou das paixões animalizantes que os fazem sobressair, conquistando o enganoso brilho da mídia também alucinada em algumas áreas da atual comunicação de massa...

O ser humano marcha para a saúde plena, e as paixões que nele remanescem devem ser encaminhadas para os ideais de crescimento interior e de realização externa, ampliando os horizontes de felicidade do planeta.

Da mesma forma, os vícios deverão ser transformados em hábitos saudáveis ou em peregrinas belezas que deles emergem, lucilando como estrelas no zimbório da noite escura. 

Cada época da sociedade sempre se tem caracterizado pelos seus vícios e virtudes, desgraças ou grandezas que foram vivenciados.

Inegável que antes da queda de todas as civilizações do passado, que começou no apogeu da sua glória e do seu poder, quando os valores morais cederam lugar aos vícios e os ideais de engrandecimento foram substituídos pelas paixões devoradoras, fizeram-se vítimas da insânia os seus governantes e o povo em geral.

As paixões, dessa forma, podem ser alavancas direcionadas para o desenvolvimento cultural, emocional, social e espiritual da Humanidade, assim como os vícios mórbidos e devastadores deverão ser convertidos em sentimentos de autocompaixão, de amor e de caridade para com todas as demais criaturas.

Assim agindo-se, a transição do planeta para melhor será feita com mais facilidade, porque os seus habitantes terão optado por conduta mais condizente com a harmonia que vige no Cosmo e a plenitude que lhe está destinada."

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 159/161.
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quinta-feira, 17 de abril de 2025

CAMINHOS

"Uma senhora me conta que a filha, que era muito irresponsável, encontrou-se numa religião e melhorou radicalmente sua conduta.

Que bom quando a pessoa encontra seu caminho! As coisas começam a se ajeitar, começa a haver mais respeito por si e pelos outros, pelos amigos e parentes, filhos e pais.

Passamos então a reparar mais nas coisas simples da vida: a espiritualidade, a natureza, os animais, as crianças...

Porém, o jeito que ocorre conosco e nos leva a mudar pode não ser o melhor para o outro. Não existem receitas prontas, embora possa haver sintonias, afinidades. Daí, o respeito pelos vários caminhos que podem conduzir ao autoconhecimento.

Podemos chegar ao nosso caminho pela dor ou pela sabedoria; às vezes por uma dificuldade ou por uma religião, através de um serviço, uma profissão, uma pessoa, um livro ou uma intuição. Deixamos, assim, de nos ver como centro do universo e aprendemos, aos poucos, a nos ver como irmãos.

A ideia da fraternidade passa a ter sentido e se torna prática. Vemos as pessoas pelo que elas são, não por seus rótulos e títulos. Isso é transformador! Se você encontrou seu caminho, parabéns! Se ainda não achou, é possível continuar buscando. Quando encontrar, verá que todas as experiências foram e são válidas para aprimorar seu discernimento e valorizar suas escolhas e seu encontro consigo mesmo.

Paciência, perseverança, esperança. E, principalmente, amor, amor, amor. 

O amor pode ser mais importante do que o conhecimento. 

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, A comunicação da alegria, Edição do Autor, 2017, p. 76.
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terça-feira, 15 de abril de 2025

O CULTO CRISTÃO NO LAR

"Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Simão Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade:

- Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?

O Apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:

- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores.

Ninguém compra os resíduos da pesca.

Jesus sorriu e perguntou, de novo:

- E o oleiro? que faz para atender à tarefa a que se propõe?

- Certamente, Senhor - redarguiu o pescador, intrigado -, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.

O Amigo celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:

- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?

O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:

- Lavrará a madeira, usará o enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.

Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu:

- Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o eterno Pai que nos parece distante?

Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:

- Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas sim no singelo domicílio dos pastores e dos animais.

Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:

- Mestre, seja feito como desejas.

Então Jesus, convidando os familiares do Apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do lar."

Texto extraído do livro "Jesus no Lar", de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, FEB, 2013, p. 9/10.
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quinta-feira, 27 de março de 2025

PAIXÃO E AMOR (PARTE FINAL)

"(...). O Evangelho de Jesus é o poema que canta o Seu amor pela Humanidade de todas as épocas, retratando em páginas de incomparável beleza a Sua doação de vida e de entendimento em relação a todas as criaturas que Lhe constituíam o objetivo a que se entregou. 

Oferecendo-se em holocausto humano, permaneceu fiel à Sua mensagem de libertação afetiva, sem frustração nem angústia, encerrando aquela fase do Seu messianato com insuperável declaração de entendimento da incoercível inferioridade dos Seus perseguidores: - Perdoa-os, meu Pai, porque eles não sabem o que fazem.

A grande paixão de Jesus é a criatura humana, mas as paixões humanas, normalmente são caracterizadas pelos instintos e desejos desenfreados, exceto quando direcionadas para as construções do bem e do amor em qualquer lugar onde se apresentem. "

Texto extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 155/156.
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