OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 30 de abril de 2015

O SACRIFÍCIO E A RENÚNCIA

"O sacrifício e a renúncia são práticas semelhantes. O sacrifício de certa forma ritualiza os nossos atos de renúncia. Existe um lugar para a renúncia, tapasyas, ou austeridades em nossa prática espiritual. É muito útil impor uma disciplina em nós quando sentimos que é isso que necessitamos. Se vocês necessitam, é bom jejuar, porque isso os fará sentir como estão apegados à comida. Se precisam, é bom ser brahmacharya, porque verão como estão iludidos pelos seus desejos sexuais. Tapasyas faz-nos trazer para a consciência a total extensão dos nossos apegos. Se pudermos vê-los do lado de fora, do lugar ocupado pela testemunha, não nos permitiremos ficar tão envolvidos pelos nossos desejos sensuais durante todo o tempo. Se nossas mentes não se voltarem tanto para fora, elas ficarão livres para se voltar para dentro, para a Luz. 

Isso é a austeridade. Quando ela nos faz ficar alegres, porque estamos nos liberando de algo que nos mantém afastados de Deus, isso é uma boa indicação de que a renúncia é a prática certa no momento. Por outro lado, se estamos trincando os dentes e agindo para sermos 'bons meninos', talvez fosse melhor esperar mais um pouco. Que viagem do ego! Ser apegado para não ficar apegado, e vocês ainda nem começaram a renunciar à renúncia! A prática da renúncia é finalmente renunciar ao nosso sofrimento sobre isso ou aquilo, e quando isso acontece, toda a parte melodramática da viagem da renúncia começa a desvanecer. O jogo não é verificar a pequena quantidade de alimento que podemos ingerir, como podemos ter pouco sexo ou como podemos usar somente algumas roupas - isso é bobagem. O alvo do jogo é ser livre; não ser apegado a ter, não ser apegado a não ter, mas ser livre.

A renúncia é um meio para um fim. Quando estivermos libertos, a renúncia será irrelevante. No minuto em que nos lbiertarmos do apego, poderemos usar ou não qualquer coisa no universo. Na verdade, tudo, então, se torna nosso para ser usado. Toda a energia do universo é uma energia livre, e como nós somos livres, toda ela está lá para que nós a usemos. Mas isso somente após estarmos sem apegos, porque somente então poderemos ficar encarregados das chaves do reino. Quando estivermos sem desejos, sem apegos, agiremos somente quando formos estimulados pelo nosso dharma para agir. Não haverá nada que estejamos buscando na situação que nos afaste da realização do nosso karma yoga. E de modo perfeito."

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 275/276)


quarta-feira, 29 de abril de 2015

ORIENTAÇÃO PRÁTICA PARA TOMAR DECISÕES INTUITIVAS

"'Se temos que tomar uma decisão imediata e, aparentemente, não conseguimos o contato interior com Deus que nos dará orientação, como devemos fazer?'

Primeiro, pergunto-lhe: o que quer dizer com 'contato com Deus'? Você espera que Ele apareça numa visão e lhe dê instruções precisas sobre o que tem de fazer? Não é assim que crescemos espiritualmente.

Em vez de esperar demonstrações milagrosas, o verdadeiro devoto se esforça por sintonizar sua mente e sentimentos com Deus. As pessoas que meditam sabem como é o estado de sintonia: assim que a mente se interioriza, a gente sente a paz e a consciência da presença de Deus. Ele está sempre aí; nunca distante. Descobrimos isso com a meditação, e podemos nos manter nessa consciência durante nossas atividades ao praticar a Presença, ao tentar viver sempre conscientes de Deus em nossos pensamentos.

Se as circunstâncias permitirem, antes de tomar uma decisão importante, sente-se em silêncio por alguns momentos, orando profundamente por orientação para fazer a escolha certa. Não deixe que isso seja uma distraída viagem mental; fale com Deus ou com o Guru - e faça-o com sinceridade. Depois de meditar e orar sobre a decisão que tem a tomar, coloque sua consciência no sentimento do coração. Pergunte a si mesmo, e tente sentir, o curso que mais atrai o seu coração e o seu bom senso. E então aja - tome a decisão naquela hora."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 44/45)


terça-feira, 28 de abril de 2015

O MOVIMENTO PARA DENTRO

"Ao mover-se para dentro de si e meditar sobre o EU SOU ou Deus, o místico finalmente encontra o Real. Ao entrar em si, ele constata primeiro que essa coisa chamada de corpo é simplesmente ondas de luz e que esta terra na qual estamos torna-se flamas de luz. A vida exterior torna-se o sonho e desperta a vida interior. À medida que se move mais e mais para dentro de si, ele finalmente se funde com o Infinito. Subitamente, o homem que medita percebe que, ao mergulhar em si, encontrou o universo; que o sol, a lua, as estrelas e os planetas estão dentro de si. Pela primeira vez, ele compreende que os planetas são pensamentos; que os sóis e luas são pensamentos; que a sua própria consciência é a compreensão que os mantém; que estão se movendo temporariamente no espaço os sonhos do sonhador; e os mundos, sóis, luas e estrelas são pensamentos do Pensador. Deus é meditar e nós somos Sua meditação. É a meditação de Deus sobre os mistérios de Si Mesmo.

Essa jornada para dentro, portanto, ao final leva o homem ao Nirvana - ao Real; leva o homem para longe do senso do ínfimo 'Eu' e para a compreensão do Deus Que Habita, o Eu Eterno. A mente do místico, através da meditação, encontra paz, força e fortaleza para etapas adicionais. A prática da disciplina da meditação confere beleza, amor, paz, graça e dignidade a cada impulso, atitude e ato.

Vamos meditar nos termos das palavras seguintes, escritas pelo dedo de Deus e que chegaram até nós através dos tempos, resumindo a Sabedoria Eterna: 'De toda a existência EU SOU a Fonte, a continuação e o término. EU SOU o germe, EU SOU o crescimento, EU SOU a deterioração. Crio todas as coisas e criaturas. Sustento-as enquanto permanecem por si mesmas e, quando termina o sonho da separação, faço com que voltem a mim. EU SOU a Vida, o caminho que leva ao além. E não há mais nada.'"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 83/84


segunda-feira, 27 de abril de 2015

O VERDADEIRO OBJETIVO DA VIDA

"'Os que estão mergulhados na consciência corporal são como estrangeiros numa terra estranha. Nosso país nativo é a Onipresença. Na Terra, somos apenas viajantes - convidados a uma visita breve. 

'Infelizmente, a maioria das pessoas faz de si mesmas convivas indesejáveis! Insistem em monopolizar uma pequena parcela da terra como se esta pertencesse verdadeiramente a elas. Essa gente pensa constantemente em termos de 'minha casa, minha mulher, meu marido, meus filhos'. Os embaraços materiais, aprazíveis e misteriosos, fazem com que continuem sonhando no sono da ilusão. Eles esquecem quem é o que realmente são.

'Acorde, antes que a sua vida de sonhos se desvaneça no infinito! Quando esse corpo tombar na morte, como ficará a sua família? O que será da sua casa? Do seu dinheiro? Você não é esse corpo. O corpo é tão somente um prato, dado a você a fim de que possa com ele se alimentar do banquete do Espírito.

'Por que não aprender essa lição essencial antes da morte? Por que esperar? Não se aferre às limitações da consciência humana; em vez disso, lembre-se da vastidão do Espírito interior.'"


(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 21)
www.editorapensamento.com.br



domingo, 26 de abril de 2015

COMO TESTAR SEU DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) Reivindique o que lhe seja favorável na lei e ordem Divinas. Há milhões de canais, mas só Uma Única Fonte. Sempre recorra a essa Fonte, para tudo o que desejar. A natureza interior do ser é a tendência de dar. Assim, se você tem qualquer dúvida sobre a natureza dos seus próprios desejos, procure testá-los pela qualidade de dar. A realização do seu desejo contribuirá para o seu bem-estar? Irá lhe permitir expressar mais de vida, amor e energia?

A Energia Divina, segundo o evangelho, veio à terra a fim de que possamos ter vida e tê-la mais abundantemente. ... Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (João, 10:10). Esse desejo de dar seus talentos, faculdades, amor, bondade, cordialidade e boa vontade jamais será desapontador. Tudo isso está apoiado na verdade secular: 'Quanto mais você dá, mais tem.'

Seu desejo de 'ser' - o grande curador, o grande médico, o grande mestre, o grande cantor, de expressar no nível mais elevado e lançar luz a todos que o cercam - é à imagem e semelhança de Deus e muito bom."

(Joseph Murphi - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 14ª Edição - p. 95/96)


sábado, 25 de abril de 2015

COMO TESTAR SEU DESEJO (1ª PARTE)

"Há um impulso em prol do crescimento e expansão em cada ser humano. É a Vida procurando se expressar por seu intermédio. Seu desejo de dar mais de vida, amor, verdade e beleza é louvável e recomendável. Seu desejo de ser maior do que é representa algo normal e natural. Se é músico, deseja produzir música mais maravilhosa, atingindo as almas dos homens. Qualquer desejo que contribua para a sua felicidade, paz ou bem-estar é excelente. Quando os desejos são pela vida, quando contribuem para a sua expansão espiritual e mental, são excelentes e de Deus. 

Seu desejo nunca deve ser o de tirar proveito de outros ou interferir com o bem-estar ou desenvolvimento de outros, sob quaisquer aspectos. Swedenborg disse: 'A essência do inferno é o desejo de predominar sobre os outros.' Deseje dar mais vida, amor e boa vontade. Quanto mais você der, mais terá. Deseje dar mais abundantemente da Força Vital que existe em você. Despeje vida e amor em seus ideais que sejam construtivos. 

Qualquer coisa no mundo que contribua para o seu bem-estar, sucesso e felicidade deve necessariamente ser uma bênção para outros, porque somos todos um. Quanto mais boa vontade, mais riso e mais alegria der aos outros, mais irá ter. Seu desejo de riqueza, promoção e expansão em seu campo de atividades profissionais é perfeitamente normal e natural. Mas não se esqueça de olhar para Deus e não para o homem como a Fonte de todas as bênçãos. (...)"

(Joseph Murphi - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 14ª Edição - p. 95)


sexta-feira, 24 de abril de 2015

QUE É SER FELIZ? (PARTE FINAL)

"(...) Onde não há autoconhecimento, experiência da realidade divina do Eu espiritual, não há felicidade, paz, alegria. Enquanto o homem conhece apenas o seu ego físico-mental-emocional, vive ele no plano da guerra e do armistício; quando descobre o seu Eu espiritual, faz o grande tratado de paz e de alegria no templo da Verdade Libertadora.

Armistício, certamente, é melhor que guerra - mas não é paz, e por isto não garantem felicidade duradoura ao homem.

Por isto, o homem, no plano da guerra e do armistício infelizes, procura por todos os modos esquecer-se, por umas horas, por uns dias, por umas noites da sua falta de felicidade, dando caça desenfreada a todas as diversões; uns se narcotizam com dinheiro, negócios, comércio, indústria; com ciências e artes; outros ainda se embriagam com luxúria sexual, com álcool, e outros entorpecentes; outros, os mais ricos viajam de país em país, de mar em mar, e, enquanto assim se esquecem da sua infelicidade, julgam ser felizes.

Praticam, no mundo espiritual, o mesmo charlatanismo que praticam no mundo material: reprimem os sintomas do mal, por meio de anestésicos e analgésicos e nunca chegam a erradicar a raiz do mal, que seria o autoconhecimento, e a subsequente autorrealização, que lhes dariam saúde e paz definitivas. (...)

O ego de boa vontade é, certamente, melhor que o ego de má vontade - mas somente o Eu sapiente é que está definitivamente remido de todas as suas irredenções e escravidões. Somente a Verdade, intuída e vivida, é que dá libertação real e definitiva.

A felicidade, a alegria, a paz - são os frutos da Verdade Libertadora."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 21/22)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

QUE É SER FELIZ? (4ª PARTE)

"(...) Amor-próprio não é necessariamente egoísmo. Egoísmo é um amor-próprio exclusivista, ao passo que o verdadeiro amor-próprio é inclusivista, inclui todos os amores-alheios no seu amor-próprio, obedecendo assim ao imperativo da natureza e à voz de todos os mestres espirituais da humanidade. 

Enquanto o homem marca passo no plano horizontal do seu ego, pode haver em sua vida guerra e armistício - mas nunca haverá paz. Armistício é uma trégua entre duas guerras; é uma guerra fria do ego, que amanhã pode explodir em guerra quente. O ego ignora totalmente o que seja paz. O ego de boa vontade assina armistícios temporários, o ego de má vontade declara guerra de maior ou menor duração - mas nem este nem aquele sabe o que seja paz.

Em vésperas da sua morte, disse o Nazareno a seus discípulos: 'Eu vos dou a paz, eu voz deixo a minha paz.' e, para evitar qualquer confusão entre paz e armistício, logo acrescentou: 'Não dou a paz assim como o mundo a dá. Eu vos dou a paz para que minha alegria esteja em vós, seja perfeita a vossa alegria, e nunca ninguém tire de vós a vossa alegria.'

Paz e alegria duradouras nada têm que ver com guerra e armistício, que são do ego, de boa ou má vontade; a paz e a alegria permanentes são unicamente do Eu divino no homem. E onde não houver paz e alegria permanentes não há felicidade. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 20)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

QUE É SER FELIZ? (3ª PARTE)

"(...) Remediar é remendar - não é curar, erradicar o mal.

A cura e erradicação consiste unicamente na entrada numa nova dimensão de consciência e experiência. Não consiste numa espécie de continuísmo - mas sim num novo início, numa iniciativa inédita, numa verdadeira iniciação.

Não se trata de 'pôr remendo novo em roupa velha', na linguagem do Nazareno; trata-se de realizar a 'nova creatura em Cristo', que é a transição da consciência do ego horizontal e ilusório para a consciência do Eu vertical e verdadeiro.

Todos os mestres da humanidade afirmam que a verdadeira felicidade do homem, aqui na terra, consiste em 'amar o próximo como a si mesmo'. Ou então em 'fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam'. 

Existe essa possibilidade de eu amar meu semelhante assim como me amo a mim mesmo?

Em teoria, muitos o afirmam - na prática poucos o fazem.

Donde vem essa dificuldade?

Da falta de verdadeiro autoconhecimento. Pouquíssimos homens têm uma visão nítida da sua genuína realidade interna; quase todos se identificam com alguma facticidade externa, com o seu ego físico, seu ego mental ou seu ego emocional. E por esta razão não conseguem realizar o amor-alheio igual ao amor-próprio, não conseguem amar o seu próximo como se amam a si mesmo. Alguns, num acesso de heróica estupidez, tentam amar o próximo em vez de si mesmos, o que é flagrantemente antinatural, como também contrário a todos os mandamentos dos mestres da humanidade. Todos sabem que o amor-próprio de todo ser vivo é a quintessência do seu ser; nenhum ser vivo pode existir por um só momento sem se amar a si mesmo; esse amor-próprio é idêntico à sua própria existência. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 19/20)

terça-feira, 21 de abril de 2015

QUE É SER FELIZ? (2ª PARTE)

"(...)  O desejo universal é a felicidade - e, no entanto, poucos homens se dizem felizes. A imensa maioria da humanidade tem a potencialidade ou possibilidade de ser feliz - poucos têm a felicidade atualizada ou realizada. Poder ser feliz é uma felicidade incubada, porém não nascida - ser feliz é uma felicidade eclodida.

Qual a razão última por que muitos homens não são felizes, quando o poderiam ser?

Passam a vida inteira, 20, 50, 80 anos marcando passo no plano horizontal do seu ego externo e ilusório - nunca mergulharam nas profundezas verticais do seu Eu interno e verdadeiro. E, quando a sua infelicidade se torna insuportável, procuram atordoar, esquecer, narcotizar temporariamente esse senso e infelicidade, por meio de diversos expedientes da própria linha horizontal, onde a infelicidade nasceu. Não compreendem o seu erro de lógica e matemática: que horizontal não cura horizontal - assim como as águas dum lago não movem uma turbina colocada ao mesmo nível. Somente o vertical pode mover o horizontal - assim como somente as águas duma cachoeira podem mover uma turbina.

Quem procura curar os males do ego pelo próprio ego, comete um erro fatal de lógica ou de matemática. Não há cura de igual a igual - mas tão somente de superior para inferior, de vertical para horizontal.

Camuflar com derivativos e escapismos a infelicidade não é solucionar o problema; é apenas mascará-lo e transferir a infelicidade para outro tempo - quando a infelicidade torna a se manifestar com dobrada violência. (...)"  

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 18)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

QUE É SER FELIZ? (1ª PARTE)


"Felicidade - é este o clamor de toda a creatura.

Todo o resto é meio - somente a felicidade é um fim.

Ninguém deseja ser feliz para algo - quer ser feliz para ser feliz.

A felicidade é a suprema autorrealização do ser.

Que é ser feliz?

Ser feliz é estar em perfeita harmonia com a constituição do Universo, seja consciente, seja inconscientemente.

A natureza extra-hominal é inconscientemente feliz, porque está sempre, automaticamente, em harmonia com o Universo.

Aqui na terra, somente o homem pode ser conscientemente feliz - e também conscientemente infeliz.

A natureza possui, por assim dizer, uma felicidade neutra, ou inconsciente - o homem pode possuir uma felicidade positiva ou uma infelicidade negativa. Com o homem começa a bifurcação da linha única da natureza; começa o estranho fenômeno da liberdade no meio da universal necessidade.

A natureza só conhece um dever compulsório.

O homem conhece um querer espontâneo, seja rumo ao positivo, seja rumo ao negativo. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 17/18)


domingo, 19 de abril de 2015

NATUREZA

"Dependemos da natureza não apenas para nossa sobrevivência física. Precisamos dela também para mostrar-nos o caminho para dentro de nós, para libertar-nos da prisão da mente. Ficamos perdidos fazendo coisas, pensando, lembrando, prevendo - perdidos nas complicações e no mundo de problemas. 

Esquecemos o que as pedras, as plantas e os animais ainda sabem. Esquecemos como ser - ser calmos, ser nós mesmos, estar onde a vida está: Aqui e Agora.

Sempre que você presta atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, você sai da prisão do pensamento e de certa forma entra em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe.

Prestar atenção numa pedra, numa árvore, num animal não é pensar nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele.

Então, algo da essência desse elemento da natureza se transmite a você. Sentir a calma desse elemento faz com que a mesma calma desponte no seu interior. Você sente como ele repousa profundamente no Ser - unido ao que é e onde é. Ao se dar conta disso, você também é transportado para um lugar de repouso no fundo do seu ser."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 50/51)


sábado, 18 de abril de 2015

RETORNO À NATUREZA

"Quando se fala do 'retorno à Natureza', muitos entendem esse retorno apenas no sentido de Rousseau, como um refúgio à Natureza externa, física, aos campos, aos bosques, às praias e às montanhas. Mas o verdadeiro retorno é outro. O homem moderno nunca voltará aos tempos do homem pré-histórico, ou dos selvícolas das nossas florestas. A verdadeira natureza do homem é espiritual, divina. O verdadeiro regresso à Natureza é, pois, um 'ingresso', uma entrada do homem para o seu próprio interior, espiritual, eterno, divino. O homem primitivo, vivendo em plena natureza material, não é o homem realmente natural; ele é ainda infranatural, assim como o homem moderno é desnatural ou antinatural. Só quando o homem atinge a sua verdadeira natureza espiritual é que ele se torna plenamente natural - e só então começa ele a compreender a alma da Natureza em derredor dele. Os nossos poetas e romancistas, não raro, celebram os encantos da Natureza; mas a maior parte deles só conhece o corpo da Natureza, ignorando-lhe a alma. 

Só o homem que encontrou dentro de si a natureza da alma é que pode compreender a alma da Natureza fora de si mesma. Para, de fato, compreender a Natureza de Deus deve o homem compreender o Deus da Natureza.

Hoje em dia, milhares de pessoas das grandes cidades passam os domingos e feriados em seus sítios. Infelizmente, muitos desses 'sitiantes' são verdadeiros 'sitiados', porque vivem em voluntário 'estado de sítio'. O fato de não terem encontrado a sua natureza interior não os deixa viver na simbiose com a alma da natureza exterior. Fugiram da poluição material da cidade, mas carregam consigo e transferem para o campo e o mato a sua poluição mental e espiritual. Quem, no sítio, lê jornal, tem rádio e televisão, recebe visitas tagarelas, não é um sitiante, é um sitiado. O verdadeiro sitiante vai dormir cedo e acorda cedo, com o sol, ou antes dele. Planta árvores frutíferas para si e sua família e para os passarinhos. Não mata passarinhos nem os aprisiona em gaiolas. Convive com a alma de todos os seres vivos."


(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 137/138
www.martinclaret.com.br



sexta-feira, 17 de abril de 2015

PACIÊNCIA E COMPREENSÃO (PARTE FINAL)

"(...) A paciência está relacionada à compreensão, porque, quanto mais você compreende uma pessoa, uma situação ou uma experiência - ou você mesmo -, menos chance vai ter de reagir impulsivamente e se ferir, ou ferir alguém. Por exemplo, seu cônjuge chega em casa e grita com você por algo de pouca importância - talvez você tenha se esquecido de passear com o cachorro ou de comprar leite. A sua reação impaciente seria responder gritando também. Mas seja paciente! Compreenda! Talvez a raiva não tenha nada a ver com você, mas com um dia ruim no escritório, uma gripe chegando, uma enxaqueca ou até mesmo puro mau humor. Como cônjuge, você é confiável: o outro pode desabafar, sabendo que nada grave vai acontecer, mesmo que você tenha uma reação irritada. Mas, se você for paciente, pode descobrir a causa da raiva e dissipá-la. Se sua resposta for paciente e você entender que havia uma razão oculta por trás da explosão, fica mais fácil restaurar a harmonia.

É preciso habilidade para se distanciar, para ter uma perspectiva mais ampla, para ter paciência. (...) À medida que você desenvolve a capacidade de manter a calma, a introspecção e a capacidade de ouvir, a paciência se desenvolve. Se os países fossem mais pacientes, haveria menos guerras, porque haveria mais tempo para a diplomacia, para o diálogo e para a compreensão. Os países raramente buscam ter paciência, mas as pessoas deveriam fazê-lo. Se você treinar sua paciência, vai perceber a importância dela e progredir no caminho da imortalidade.

Mas às vezes você precisa ver o futuro, para então reconhecer plenamente o poder da paciência."

(Brian Weiss - Muitas vidas, uma só alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 89/90)

quinta-feira, 16 de abril de 2015

PACIÊNCIA E COMPREENSÃO (1ª PARTE)

"Os budistas têm uma expressão: 'Não empurre o rio. Ele vai correr no seu próprio tempo.' 

Em se tratando de evolução espiritual, é interessante encarar o tempo como um rio. O tempo não deve ser medido cronologicamente, como fazemos hoje, mas sim em termos de lições aprendidas em nosso caminho para a imortalidade. Portanto não tente empurrar o rio do tempo: você só vai derramar água inutilmente,. Quer dizer, você tanto pode se debater na correnteza quanto fluir com ela, serenamente. A impaciência rouba nossa alegria, nossa paz e nossa felicidade. Queremos porque queremos, e queremos tudo aqui e agora, Nunca isto foi mais evidente do que no mundo do século XXI. Mas a engenharia do universo não é assim. As coisas nos acontecem quando estamos prontos. Antes de nascer, vislumbramos a paisagem do que será nossa vida, mas a esquecemos depois do nascimento. Vivemos apressados, preocupados em corrigir tudo na hora. Seria importante que, como adultos, reconhecêssemos que existe um tempo certo e outro errado. (...) 

A chave é a paciência psicológica, mais do que a paciência física. O tempo, como o medimos, pode passar rápido ou devagar. Meia hora com um amigo querido passa voando. Mas quando estou parado num engarrafamento, é uma eternidade. Se internalizarmos o tempo como o rio infinito que é, a impaciência desaparece. 'Não quero morrer agora', me diz um paciente. 'Tenho muitas coisas a fazer.' Sim, mas ele terá um tempo infinito para fazer tudo o que quiser. (...)"

(Brian Weiss - Muitas vidas, uma só alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 88/89)

quarta-feira, 15 de abril de 2015

DOENÇAS A SEREM EVITADAS

"Desde que tenho a responsabilidade de o retificar e conduzir ao caminho certo, advirto-o contra a 'doença do olho'; não saboreie tão feiamente cenas degradantes, baixas, como cartazes que anunciam filmes de terror pregados nas paredes de todos os quarteirões da cidade, atraindo para o vício e o crime. 

Igualmente deve prevenir-se contra a 'doença do ouvido', que consiste em curtir escândalos, blasfêmias, notícias de ódio e ambição, alardeadas pelos sem-Deus, pelos perversos, que não têm amor em seus corações, nem fraternidade naquilo que fazem.¹

Proteja-se também contra a 'doença da língua', a 'doença da mente', a 'doença da mão'. Estou querendo que evite palavras que injuriem a reputação de alguém, que lhes causem dor ou prejudiquem."

¹. Que o leitor considere, com esta informação, os males acarretados por certos tipos de músicas, filmes, propagandas que estão saturando as mentes dos consumidores de hoje. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 114)


terça-feira, 14 de abril de 2015

LÓGICA DA REENCARNAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Não atribuamos a Deus mistérios onde há apenas absurdos teológicos e onde pode haver explicação lógica dentro do bom senso, da observação e, às vezes da experiência.

Atribuamos a Deus a imperscrutabilidade, mas não lhe confiramos desígnios caprichosos ou cruéis, sob pretexto de que 'Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios.' (S. Paulo, I Coríntios, 27).

Não é a Deus que lançamos a réplica e sim aos teólogos...

Gozo eterno para uma criança que morre logo após ao nascer?! Castigo eterno por maiores que tenham sido os pecados de um homem? Recompensa e castigo estarão em proporção com os méritos ou as faltas?! Não é mais natural, mais lógico, admitir que o homem grosseiro deve evoluir paulatinamente, até apresentar a delicadeza e a elevação do homem adiantado, ou melhor, biblicamente: 'Até ser perfeito como o Pai é perfeito', ou 'Até atingir à estatura completa do Cristo'? A quantos será possível isto numa só vida? As vidas sucessivas não o explicam perfeitamente?

Aceitar, hoje em dia, a teoria da vida única em lugar da teoria reencarnacionista, é o mesmo que preferir a explicação do raio como proveniente da cólera de Júpiter, à de sua origem elétrica...

A vida sem a reencarnação é um drama estranho e selvagem, como a qualificava Tennyson, e a evolução, um processo cruel e brutal. 

Annie Besant cita o caso do selvagem de Darwin, que foi censurado por ter matado e comido a própria mulher, impelido pela fome. Julgando que o europeu o reprendia por estar simplesmente comendo carne indigesta, não se incomodou, bateu no ventre com ar satisfeito e, num gesto tranquilizador, exclamou: 'Ela estava excelente.' Termina Annie Besant: 'Medi em vosso espírito a distância moral que separa este homem de um São Francisco de Assis e vereis que, fatalmente, deve haver uma evolução, sem o que no mundo da alma tudo seria apenas um milagre permanente e uma criação sem nexo.'

Passamos por cima de outras fatos que têm explicação racional pela teoria reencarnacionista, porque admitem outras explicações lógicas; são eles as reminiscências, as afeições súbitas e, à primeira vista, as lembranças de coisas nunca vistas, o nascimento de meninos pródigos etc." 

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 188/189)


segunda-feira, 13 de abril de 2015

LÓGICA DA REENCARNAÇÃO (1ª PARTE)

"A desigualdade dos homens será o resultado de um plano divino de criar deliberadamente homens desiguais? E o Criador dá a esses homens oportunidades as mais diversas, durante uma única existência, e depois recompensa-os ou pune-os de conformidade com suas obras?

Surgirão bruscamente do Nada, almas com um conjunto de qualidades morais e intelectuais nitidamente acentuadas; umas são primitivas, simples, grosseiras; outras, refinadas, inteligentes?

O homem primitivo e o outro, de alta moral, após vida relativamente curta, irão gozar juntos prazeres eternos, ou sofrer unidos, penas infindáveis?

Gozarão ou sofrerão com a mesma intensidade? Ou haverá gradação nos prazeres e nos sofrimentos, como consequência eterna de uma curta e transitória vida? 

O assunto é digno de meditação. 

No dizer de Annie Besante esta concepção de almas desiguais, que surgem do nada e depois de curtos anos de vida vão gozar ou sofrer eternamente, é verdadeiramente monstruosa.

E há fatos cotidianos não explicados por esta teoria. As crianças recém-nascidas que morrem logo após? Vão para os prazeres eternos? Mas, o que fizeram para merecê-los?

E os idiotas congênitos, que não têm e nunca terão capacidade de raciocínio nem discernimento entre o bem e o mal?...

E os que nascem nas piores condições de ambiente e que se tornam miseráveis e são levados ao crime pelas condições mentais, morais e econômicas desfavoráveis?...

O homem, tão insignificante perante a magnificência de Deus, será capaz de cometer pecados irremissíveis, indignos de misericórdia e que acarretarão como consequência o castigo das chamas eternas?...

Os que aceitam tal teoria são forçados a admitir a velha chapa de imperscrutabilidade dos desígnios de Deus. De fato, os desígnios de Deus são imperscrutáveis; não sabemos por que criou Ele o Universo, e muitas outras coisas escapam ao nosso fraco e limitado entendimento, mas não rebaixemos tanto os mistérios divinos... (...)" 

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 187/188)

domingo, 12 de abril de 2015

O MEDO

"O medo é o veneno mental, mas pode também ser usado como antídoto: um estímulo para que a pessoa assuma uma atitude de calma cautelosa. O medo atrai medo, como o imã atrai partículas de ferro. 

O medo intensifica e multiplica por cem nossas dores físicas e agonias mentais. Ele é prejudicial ao coração, ao sistema nervoso, ao cérebro. Destrói a iniciativa intelectual, a coragem, o tirocínio, o senso comum, a força de vontade. O medo abala a confiança e o poder da alma, que tudo vencem. 

Quando alguma coisa ameaçar feri-lo, não comprometa seus poderes mentais criativos com o medo. Ao contrário, use o medo como um recurso para encontrar uma maneira prática de evitar o perigo. Quando alguma coisa o ameaçar, não fique parado - tome uma atitude, recorrendo com calma ao poder de sua vontade e tirocínio.

O medo do fracasso ou da doença é alimentado pela preocupação constante com possibilidades adversas. Ele acaba lançando raízes no subconsciente e, por fim, no supraconsciente. As sementes desse medo germinam e enchem a mente com as plantas do pavor, que dão frutos venenosos.

Se você não consegue desalojar o medo assustador do fracasso ou da doença, distraia-se voltando a atenção para livros interessantes, envolventes, ou mesmo para divertimentos inofensivos. Depois que sua mente esquecer o medo, faça-a descobrir e erradicar as causas do fracasso e da doença do solo de sua vida diária."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 57/58)
www.editorapensamento.com.br



sábado, 11 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (PARTE FINAL)

"(...) Dentro do alcance de minha inteligência, cabe-me deliberar, fazer planos, escolher direções, reunir meios materiais, mobilizar amigos e começar a agir. Sou responsável pela ação. Devo fazer esforço, como se tudo dependesse de mim, mas devo aceitar que, se eu estiver errado, Deus me salvará lançando um obstáculo ou insucesso à minha frente.

Diante das dificuldades e frustrações devo insistir, até poder constatar que Deus tem realmente outros planos para mim. Nesta hora, só me resta aceitar sua sábia vontade, sem permitir qualquer resquício de tristeza, revolta ou autocomiseração. Portas que se fecham, prejuízos, adversidades e frustrações que destroem os fracos, são quantas vezes declarações inequívocas de amor, partidas da Consciência Suprema para ouvidos e corações sábios. 

Não nos cabe decidir que só há ajuda quando Ele responde com uma imediata e espetacular melhora. Às vezes e através de uma piora ou de uma 'cirurgia' que Ele age. Confiar-se não é antever ou escolher o que vai acontecer, mas acatar o que é concedido.

Sereno e corajoso, o yoguin toma obstáculos e derrotas como desafios e, só depois de tentar infrutiferamente, aceita-os como decisões de Deus. Assim, não perde a coragem, não se exaure nem se rende, mas, ao contrário, prossegue firme e estimulado em outra direção, na direção nova que Deus apontou."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 240)


sexta-feira, 10 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (2ª PARTE)

"(...) A vida, de certa forma, parece com a crise de asma. Quando sobrevém, a vítima, sentindo-se meio afogada, desencadeia os maiores esforços no sentido de respirar mais fundo e, quanto mais se esforça, mais cresce a tensão e consequentemente a dificuldade de respirar, pois o esforço redobra desastrosamente a produção de secreção, além de acentuar a necessidade respiratória. Muita gente tem melhorado com um simples truque que tenho ensinado. Consiste em recostar-se frouxamente, imóvel e, sem medo, com a mais perfeita confiança, e mentalmente dizer: 'Deus tomará conta de mim.' Com isso, a crise vai-se reduzindo até cessar de todo.

Quem sabe fazer ishvarapranidhana não se perturba diante de nada. Como filho que confia no pai, acata a resposta que este lhe dá. Aceita o que lhe é concedido. Seja o que for.

O yogue procura afinar sua vontade com a de Deus, e nessa sintonia desconhece drama, angústia e desespero, vencendo todas as crises.

Aqui como em outras partes, uma apreciação viciosa poderá ver neste preceito um conselho à indolência, à indiferença, à irresponsabilidade. Seria realmente estúpida uma atitude de tal comodismo, um viver passivo e inútil, à espera (somente) de Deus. Tal forma de parasitismo não é ishvarapranidhana. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 239/240)
www.record.com.br


quinta-feira, 9 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (1ª PARTE)

"Fecundo preceito da moral terapêutica do yoga, ishvarapranidhana, considero o número um em capacidade de dar paz, saúde e equanimidade imediatas. Consiste em entregar-se definitiva e incondicionalmente a Deus. Milhões de pessoas dizem diariamente em oração 'seja feita a vossa vontade' e desses milhões raríssimos entendem e cumprem o que estão dizendo. O importante não é dizer, não é falar. O que realmente vale é viver. É aceitar a sábia vontade de Deus, que é Lei Universal. Não seja você como a imensa maioria que, ao mesmo tempo que diz que fará a viagem ou casará no dia tal, 'se Deus quiser', mentalmente diz 'se Ele não quiser eu me zango e fico decepcionado com Ele'.

Quem se arrependerá de entregar-se todo e entregar tudo ao Onipotente, Onipresente e Onisciente?!

Quase todos cometemos a infantilidade de entristecer-nos com o encontrar fechada a porta que desejávamos aberta. E no entanto, a porta que estava fechada poderia ser a porta de nossa perdição. Quase todos nós somos incapazes de dar 'graças a Deus', com autêntica alegria, por termos perdido o avião. Ao contrário, somos impulsionados a crispar os dedos amaldiçoando o tráfego que nos atrasou a chegada ao aeroporto.

Quem de nós é capaz de receber como graça de Deus a perda de uma propriedade, uma amizade, ou qualquer coisa a que damos muito valor? Sem relutância, no entanto, pagamos um pequena fortuna para o cirurgião amputar-nos uma perna gangrenada.

Deus - diz o verdadeiro cristão (yoguin) - sabe muito mais do que eu aquilo que convém. 'Eu não entendo por que, mas sei que a enchente que me estragou os móveis não é outra coisa que manifestação de Deus.' (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 238/239)


quarta-feira, 8 de abril de 2015

CRÍTICA DESTRUTIVA

"Há dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva. Quando feita a pessoas que não gostam de ser censuradas, é destrutiva. A crítica construtiva limita-se a dar conselhos para o despertar da alma de amigos que querem e pediram sua ajuda. A crítica construtiva deve ser feita em tom amigável. 

Não será fácil para você criticar os outros de maneira correta e gentil antes de criticar-se a si mesmo com severidade. Se conseguir visualizar claramente as faltas alheias com simpatia, como se fossem as suas, então estará tomando uma atitude correta. A crítica tácita é pior que a crítica em palavras. Nada mais tolo do que censurar os outros no íntimo, em silêncio. Elimine da mente toda crítica adversa a seus semelhantes.

Critique os outros amavelmente com um olhar ou com uma ligeira sugestão, usando um mínimo de palavras quando a pessoa houver solicitado seu parecer. Não faça a mesma crítica mais de duas vezes. Lance suas observações amáveis como sementes que irão germinar no solo das almas receptivas. Se essas almas quiserem cultivá-las, tanto melhor para elas. Você não pode forçar ninguém a fazer o que não quer. Com a crítica certa na hora certa, ajudará em muito as pessoas. 

Quando as escamas da ignorância caírem de seus olhos interiores, você conseguirá avaliar exatamente os pontos fortes e fracos dos outros. Aprenderá não apenas a ser tolerante, mas também a reverenciar somente o que é bom e a ignorar o que é psicologicamente nocivo.

Nós nos perdoamos em toda e qualquer circunstância. Por que então não perdoar os outros em toda e qualquer circunstância? Quando estamos errados, não gostamos de alardear nossos erros; mas, quando os outros erram, apressamo-nos a desmascará-los imediatamente. Possuídos pelo amor de Deus, tornamo-nos críticos divinos. Um crítico divino é um curador que tem a coragem de assumir a desagradável responsabilidade de corrigir seus próprios filhos com um único objetivo em mente: melhorá-los."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 28/29)
www.editorapensamento.com.br


terça-feira, 7 de abril de 2015

A VIRTUDE ESSENCIAL

"O antídoto para o apego é o desapego, ou o abrir mão. O desapego é a essência da virtude, e o processo de desapego é a virtude de agir sem apego. O homem precisa ver primeiramente o modo como ele é apegado. Devido à ignorância ou ao egoísmo, ele é apegado à ação, e portanto está sujeito ao karma, que ele chama de fado, sorte ou destino. Ele é apegado ao corpo e é movido pelas emoções e pensamentos. Está psicologicamente isolado e vive cada vez mais para si, usando os outros simplesmente para vantagem própria. A ganância, o egoísmo e a desonestidade são suas características. Ele reage rapidamente, sem entender plenamente ou perceber de fato o que está acontecendo. A ideia de 'eu' e 'meu' predomina.

O ego é o pensamento 'eu e meu', mas o verdadeiro eu é o puro Eu. Se considerarmos o puro Eu como o ego, então nos tornamos egoístas. Se considerarmos o eu como a mente, tornamo-nos a mente; se considerarmos como o corpo, tornamo-nos o corpo. É o pensamento que erige as muralhas e os envoltórios, de muitas maneiras. Os homens são apegados a seus animais de estimação, ao seu jardim ou à sua fazendo, à sua posição, à sua mobília, aos seus filhos, aos seus deuses, à sua religião, ao seu país, e assim por diante. Sua vida é baseada no apego material e no apego a dogmas, crenças, ideias etc. Uma pessoa pode ser instruída e erudita, mas ainda assim gananciosa e mesquinha. Mas onde há verdadeiro conhecimento não há apego. Se o conhecimento do homem não o ajuda a se tornar desapegado e livre, então existe algo de errado com sua compreensão.

O que é preciso para o desapego é compreender e aceitar nossos apegos e aprender a ver e compreender que no apego existe dor, medo, inveja e ansiedade. É verdade que a pessoa não consegue evitar que as impressões se formem no cérebro e aí se acumulem, porque o cérebro registra automaticamente. Temos padrões de comportamento cerebral. Não precisamos nos dar o trabalho de parar esse registro automático de impressões no cérebro, mas precisamos dar plena atenção a esse processo de registro e aprender a ver nossas próprias reações. O verdadeiro conhecimento não conhece apego; identificar-se, por exemplo, com o corpo e a mente é uma ilusão. 

O corpo não é real. Cada partícula do corpo está constantemente mudando. O mesmo acontece com relação à mente. Num momento ela está feliz, noutro está infeliz. É como um redemoinho sempre a mudar. O homem precisa compreender que o corpo e a mente são uma série de fenômenos mutantes, para perder o apego e a identificação com eles. De posse do verdadeiro conhecimento, o homem, no nível físico, torna-se ativo, e não preguiçoso. No nível emocional ele não tem ira, luxúria ou ganância, e no nível mental não tem orgulho nem inveja. Ele se torna desapegado, e essa é a sua virtude essencial. Isso o ajuda a se corrigir, ao invés de querer corrigir os outros." 

(C. A. Shinde - Desapego e Sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 28)


segunda-feira, 6 de abril de 2015

NÃO MANCHE A ALMA COM INTRIGAS

"Lembre-se: não manche sua alma andando com pessoas que gostam de fazer intrigas. Abençoe-as. Dê-lhes amor e aprenda a não permitir que façam você descer ao mesmo nível. Recuse-se a se sentir insultado. Fique em silêncio. Deus poderia falar e sacudir o mundo, mas não o faz, porque isso significaria usar a força para que tivéssemos bom comportamento. Ele nos deu a liberdade de agir de modo certo ou errado e, silenciosamente, espera que mudemos o comportamento errado. Assim se comportam os que amam a Deus: eles sofrem em silêncio. Se alguém lhes causa sofrimento, dizem: 'Muito bem, se meu sofrimento o alegra, vá em frente'. É um ideal maravilhoso. É a filosofia que me dá mais alegria na vida. 

Da mesma forma, sempre que se sentir ferido, permaneça em silêncio. E não sinta ódio nem raiva por dentro. Se alguém lhe disser alguma coisa de modo agressivo, fique quieto, ou responda. 'Lamento se fiz alguma coisa para ofendê-lo' e não diga mais nada. Se você agir assim, o que a outra pessoa poderá fazer? Isto é o que pratico em minha vida. Ninguém pode fazer com que eu brigue, nem mesmo se me esbofeteasse, pois eu me ajoelharia e pediria perdão. Uma pessoa não consegue lutar se você se recusar a lutar. Quem acredita em Cristo não deve retaliar se alguém quiser 'tirá-lo do sério'. O exemplo de Cristo é que estamos aqui para amar ao próximo. Jamais se deve retaliar. Você nem imagina a força proveniente de tanto amor e autodomínio: contempla-se a humanidade como criancinhas, que não sabem o que fazem."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)


domingo, 5 de abril de 2015

O SEGREDO DO PERDÃO

"Mais uma vez, a abençoada época da Páscoa está conosco. As épocas sagradas do ano desempenham um papel perceptivelmente inspirador em minha própria consciência, e minha oração é para que inspirem a de vocês de igual modo. Quando chegamos a este período de recordação do supremo sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade, penso na declaração de Gurudeva Paramahansa Yogananda, repetida com frequência, de que Cristo realizou seu maior milagre na Cruz. Com todo o direito de amaldiçoar e condenar seu traidor e os outros que erradamente o condenaram, e com todo o poder a seu comando para destruir os inimigos, Jesus não usou esse poder, nem sentiu qualquer inimizade. Melhor, ele mostrou ao mundo o meio divino para conquistar o mal - o único meio que pode ressuscitar a alma do homem da profunda ignorância para a luz da sabedoria eterna, da comunhão eterna com Deus. Esse meio foi imortalizado nas singelas palavras do amor de Cristo: 'Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem'.

Essa é uma mensagem extremamente importante para a humanidade, até mesmo hoje, uma mensagem que cada um de nós deve aplicar em sua vida, se quiser conservar a luz do amor divino em seu coração e neste mundo. É essencial libertar o coração e a mente de toda amargura e ressentimento; o lugar desses sentimentos não é ali.

Quando alguém age maldosamente contra nós, por que sentimos que temos que fazer algo com relação a isso? Por que não podemos simplesmente deixá-lo nas mãos de Deus? Acredito nisso. Não podemos nós, também, dizer: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem', sabendo muito bem que a lei divina, o amor divino, resolverá esse problema para nós? De inúmeras formas, essa lei tem funcionado para mim durante toda a minha vida; ela funcionará para você também e para toda a humanidade.

A dificuldade está conosco. Não somos capazes de esquecer nossos pensamentos mesquinhos e odiosos, nossos sentimentos de vingança, raiva e inveja. Por não conseguirmos largar da mão de Satã - da ilusão, e isso tudo o que esses falsos pensamentos e sentimentos são na realidade -, somos incapazes de agarrar a mão de Deus.

Vamos tentar ressuscitar nossa consciência do escuro sepulcro do ódio, da ira e da mesquinhez. Você sabe o que é mesquinhez: o desejo de magoar outra pessoa. Provavelmente todos nós, alguma vez na vida, magoamos os outros inconscientemente. Devemos pedir sinceramente a qualquer pessoa que porventura tenhamos magoado que nos perdoe. E nunca devemos levantar a mão intencionalmente, mesmo em pensamento, contra outro ser humano. Se fizéssemos isso, o primeiro a sofrer seríamos nós mesmos; porque nesse momento perderíamos a percepção interior de Deus."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 97/98)


sábado, 4 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) Todos nós gostamos de criticar, julgar e condenar as pessoas que nos cercam e até aquelas que estão longe do nosso convívio. Cristo tinha todos os motivos para julgar, mas não o fazia, nem condenava; ele acolhia, incluía, valorizava, consolava e encorajava.

Pedro dissera que, ainda que todos negassem Cristo, ele não o negaria e, se necessário, até morreria com ele. Foi muito grave o erro de Pedro ao negar, ainda que por momentos, Cristo e a história que viveu com ele. Além disso, para negá-lo, foi infiel à própria consciência. Contudo, Cristo não o condenou, não o questionou, não o criticou, não o reprovou, apenas o acolheu. Cristo o conhecia mais do que o próprio Pedro. Ele previu seu comportamento. Sua previsão não era uma condenação, mas um acolhimento, um sinal de que não desistiria de Pedro em qualquer situação, um indício de que o amor que sentia por ele estava acima do retorno que poderia receber, acima dos seus gestos e atitudes.

Certa vez, Cristo disse que toda pessoa que viesse até ele não seria lançada fora, não importavam a sua história nem seus erros (João 6:37). Ele via os erros não como objeto de punição, mas como uma possibilidade de transformação interior.

A prática do perdão de Cristo era fruto de sua capacidade incontida de amar. Com essa prática, todos tinham contínuas oportunidades de revisar a sua história e crescer diante dos seus erros. O amor de Cristo é singular, ninguém jamais pode explicá-lo..." 

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 144/145)


sexta-feira, 3 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (2ª PARTE)

"(...) É muito difícil viver com tranquilidade as relações sociais, pois facilmente nos frustramos com os outros. É mais fácil conviver com mil animais do que com dois seres humanos. Às vezes nossas mais amargas frustrações provêm não de estranhos, mas das pessoas mais íntimas.

Apesar de rodeado de inimigos e de ter discípulos que frequentemente o decepcionavam, o mestre da escola da existência conseguia viver tranquilo. A arte do perdão era um dos seus segredos. O exercício dessa arte o fazia gravitar em torno dos outros, não esperar retorno quando se doava. Isso não significa que ele não esperasse nada dos seus discípulos; pelo contrário, propunha metas elevadíssimas para eles. Todavia, tinha plena consciência de que essas metas não poderiam ser conquistadas por meio de pressão, cobranças, nem em pouco tempo. Ele esperava que, paulatinamente, seus discípulos fossem transformados interiormente de maneira livre e espontânea.

Por amar o ser humano e exercitar continuamente a arte do perdão, Cristo preparava terreno para transcender, superar qualquer tipo de frustração com qualquer tipo de pessoa. Nem a vexatória negação de Pedro o fez desanimar. Pedro andou muito tempo com seu mestre, presenciou gestos e ouviu palavras incomuns. Todavia, ele o negou três vezes diante de pessoas humildes, diante dos servos dos sacerdotes. Enquanto Pedro o negava pela terceira vez, Cristo, apesar de estar sendo espancado e injuriado, virou-se para ele e o alcançou com um olhar... Um olhar acolhedor, não julgador.

Naquele momento, Pedro estava dizendo com todas as palavras que não conhecia o mestre de Nazaré. Mas o mestre de Nazaré, com seu olhar arrebatador, estava expressando que conhecia Pedro e o amava. Pedro podia desistir de Cristo, mas Cristo não desistia de Pedro... O amor de Pedro por seu mestre podia ser limitado e circunstancial, mas o de Cristo por ele era ilimitado, pois, apesar da dor causada pela cúpula judaica e pela própria negação de Pedro, conseguia abrir uma janela para acolhê-lo. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 143/144)
www.sextante.com.br


quinta-feira, 2 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (1ª PARTE)

"Jesus propunha a seus discípulos que perdoassem uns aos outros, que se libertassem dos seus sentimentos de culpa e que tivessem uma vida emocional suave e tranquila como só uma pessoa que ama os outros como a si mesma pode ter. A psicologia de Cristo era profunda, o amor e o perdão se entrelaçavam. Era de fato uma psicologia transformadora, e não reformadora e moralista. Ele dizia que tinha vindo para perdoar, para aliviar o peso da existência e tornar a vida mais complacente, tolerante e emocionalmente serena. Encorajava os seus discípulos a observarem sua vida e a tomá-la como modelo existencial. Por isso, dizia: 'Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração' (Mateus 11:29).

Cristo desejava aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e de autopunição. Apesar de ter todos os motivos para ser rígido e até julgar as pessoas, nele só havia espaço para o perdão, que não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza emocional. Perdoar é expressar a arte de amar. Na escola da existência de Cristo, perdoar uns aos outros é um princípio fundamental. Perdoar alivia tanto os sentimentos de culpa como as mágoas. O sentimento de culpa fere a emoção. A mágoa corrói a tranquilidade.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão. Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombado, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: 'Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem...' (Lucas 23;34). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 142/143)