OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A QUESTÃO DO SOFRIMENTO E DA DOR (1ª PARTE)

"O sofrimento, embora não faça parte da natureza do eu superior, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado para objetivos superiores. A energia própria da sua alma, porém, é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. É desse estado, que não vem da personalidade, mas sim de regiões mais profundas, que emerge a beatitude onde a paz vai além de toda e qualquer compreensão, e onde há a entrega completa do ser interior ao caminho cósmico aberto à sua frente.

Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está encarnado, o sofrimento e a dor, em seus vários aspectos, fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde é possível, e remover ou transmutar os elementos que as vitalizam e mantém, deveria ser uma das metas por ele visualizada.

Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica. Além disso, quando o homem perceber que a atitude perante o sofrimento e a dor influi sobremaneira em sua atuação e efeitos, muito do que hoje ainda lhe acontece será removido. Essas são realidades ligadas inclusive ao código genético ainda vigente no reino humano; isso vai ser mudado, num futuro próximo.

Outro ponto importante, diretamente ligado a esse assunto, precisa também ser retomado neste estudo mais uma vez enfatizado. É o princípio básico trazido pela lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, tê-lo-emos em nossa própria vida. Nesse particular o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis. (...)"

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 75/76)
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domingo, 28 de fevereiro de 2016

O QUE O HOMEM SEMEAR, ISSO COLHERÁ

"As reencarnações estão ligadas umas às outras pelo operação da lei de causa e efeito. Sob essa lei todas as ações, sentimentos e pensamentos produzem suas próprias reações naturais e perfeitamente apropriadas, as quais podem acontecer imediatamente após as ações que lhes deram causa ou, ainda mais tarde, na mesma vida, podem ocorrer nas encarnações seguintes. Há referência dessa lei em muitos lugares na Bíblia, tendo Paulo declarado: 'Deus não se deixa escarnecer, o que o homem semear, isso colherá.' A palavra sânscrita karma (ação) é usada para designar essa lei, sua operação e os efeitos que ela produz. Sob seu fundamento, as ações motivadas pelo amor, pelo serviço e pelo altruísmo produzem prazer e o florescimento da autoexpressão, que encorajam o autor a repeti-las. Por outro lado, ações determinadas pela antipatia, pela ganância e pelo interesse produzem dor e aumento da limitação da autoexpressão, que desencorajam o autor a repeti-las. Ademais, a intensidade do prazer ou da dor é regulada pelo grau com que os objetivos egoístas ou altruístas expressam-se na ação. Essa compensação equilibrada está afirmada nas palavras do Senhor Cristo: 'Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos' (Mt 7: 1-2).

O sofrimento humano não deve, assim, ser visto como uma retribuição imposta pela Deidade, uma punição aplicada do alto ou um infortúnio injusto, acidental. Ao contrário, toda dor é autoinfligida e, portanto, recebida justificadamente. Ela é, além disso, destinada a avisar o autor de sua transgressão. O sofrimento deve ser visto, então, como justo e de fato benéfico, porque educativo em seu efeito final. O reconhecimento da lei da ação e reação resolve o problema de justiça para o homem. Todas as condições humanas - sofrimento, doença, felicidade e saúde - são autocriadas sob a lei. O problema apresentado pelo nascimento de bebês malformados ou doentes é resolvido quando a sequência de causa e efeito é reconhecida como operando através de uma série de vidas. À primeira vista, embora tais atribulações pareçam ser completamente injustas, porque imerecidas e tão sem culpa, elas não são realmente assim. De fato, são os efeitos estritamente apropriados das causas geradas pelo mesmo Ego em vidas anteriores. Sem essa explicação a vida é, na verdade, um enigma desesperante que desafia qualquer solução. As doutrinas gêmeas da reencarnação e do carma lançam um fluxo de luz sobre a vida humana, revelando a existência de justiça, propósito e um objetivo seguro para todos os homens."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 58)

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O QUE É A CURA?

"Havendo concordância entre a vontade profunda de um indivíduo e a vontade superficial do seu eu consciente, a cura pode operar-se. Ao harmonizar a personalidade com a própria VIDA, que é a sua essência interior, a cura é processada, e seus efeitos tornam-se visíveis nos planos físico-etérico, emocional e mental - seja instantaneamente, seja a médio ou a longo prazos. Portanto, não se pode dizer de maneira precisa que um indivíduo cure outro, mas sim que cada qual cura a si próprio na medida em que faz essa união em si mesmo. Aquele que chamamos de curador é apenas um intermediário para que certa energia incida sobre aquele que será curado, ajudando-o a tomar a decisão de integrar-se. (...)

A vida, quando não inclui a busca dessa união entre a nossa vontade consciente e a nossa vontade profunda, leva naturalmente à decrepitude e às doenças. Por isso, qualquer processo terapêutico, para agir de fato, deveria incluir o trabalho fundamental de o 'paciente' procurar VER em que pontos sua vontade pessoal precisa harmonizar-se com a vontade dos níveis supramentais do seu ser.

Se essa união não é buscada, o eu superior, logo após a metade do tempo reservado à encarnação, vai se retirando dos níveis externos da vida, para concentrar-se, preferencialmente, nas suas realidades internas. O reflexo exterior disso é a personalidade passar a sentir-se incompleta, sozinha, insegura e até mesmo medrosa. Quando tal processo está em ato, caso ela não tenha condições de rever suas próprias atitudes e reações sob essa luz, podemos apenas ajudá-la a manter-se em paz e em contato com os valores morais, afetivos e intelectuais que tenha conseguido desenvolver até então. Esse é o caso daqueles que, fisicamente idosos, se envolvem com ressentimentos ou com situações deprimentes antigas. Mesmo estando já entregues a esse estado, podem ser estimulados a manterem vivos valores já conquistados, pois dessa forma não se abandonarão por inteiro a um processo degenerativo."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 27/28)


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA

"Magia é o uso da vontade para guiar os poderes da natureza externa, e é verdadeiramente, como implica o nome, a grande ciência. A vontade humana, sendo o poder do divino no homem, pode subjugar e controlar as energias inferiores produzindo assim os resultados desejados. A diferença entre magia branca e magia negra jaz no motivo que determina a vontade; quando essa vontade é empregada para beneficiar os outros, para ajudar e abençoar todos que entram em seu escopo, então o homem é um mago branco, e os resultados que produz pelo exercício de sua vontade habilitada são benéficos e auxiliam o andamento da evolução humana. Ele está sempre se expandindo por meio de tal exercício, tornando-se cada vez menos separado dos outros, e é um centro de ajuda de longo alcance. Mas quando a vontade é exercida para a vantagem do eu inferior, quando é empregada para fins e objetivos pessoais, então o homem é um mago negro, um perigo para a Raça, e seus resultados obstruem e retardam a evolução humana. Ele está continuamente se estreitando com o exercício da magia negra, tornando-se cada vez mais separado dos outros, fechando-se no interior de uma concha que o isola, e que se torna cada vez mais compacta e densa com o exercício de seus treinados poderes.

A vontade do mago é sempre forte, mas a vontade do mago branco tem a força da vida - flexível ou rígida quando necessário, sempre se equiparando à grande Vontade, a lei do universo. A vontade do mago negro tem a força do ferro, apontando sempre para o fim pessoal; chocando-se contra a grande Vontade, mais cedo ou mais tarde deve despedaçar-se contra ela."

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 243/244)


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

QUANDO A VONTADE ATUA

"Outro símbolo, que também expressa a energia da Vontade-Poder do primeiro raio, é o de um homem ao leme de um navio. Podemos visualizar esse homem ao leme, e, portanto, no controle da personalidade, como se fosse guiado pela energia da vontade.

Vontade espiritual é algo misterioso. O homem ao leme não se esforça para fazer o navio prosseguir; ele apenas mantém suas mãos firmes, deixando que a energia da vontade provoque os acontecimentos.

Muitas vezes a vontade é confundida com esforço, que é característico da personalidade. Nesse símbolo, fica patente que os corpos já estão perfeitamente integrados entre si, uma vez que são representados por um único objeto: o navio. É o navio que vai ao encontro das águas, que é forçado pela corrente, que encontra os escolhos pelos caminhos do mar. A Vontade faz tudo deslizar, através daquele homem que está simplesmente com as mãos ao leme. O mar, as ondas, os maremotos e tudo o que ocorre fora são as forças cármicas, os acontecimentos da vida externa, fatos e circunstâncias pelas quais temos que passar e que nada têm a ver com a verdadeira energia que está ali naquele conjunto tão forte. Aquele homem sabe aonde vai chegar e tudo que a Vontade está impulsionando; conhece bem o navio e o mar, mas não está envolvido com eles - mantém a mão ao leme e deixa que tudo aconteça. Esse homem é o símbolo de uma personalidade integrada, isto é, perfeitamente alinhada com o propósito da alma.

Se o homem abandonasse o leme, porque está acontecendo alguma coisa dentro do navio, ou porque o mar está agitado, ou pela chuva ou algum maremoto, não chegaria ao seu destino. Se, ao estar atento ao que acontece à sua volta e dentro de si, ele se deixasse envolver pelos fatos e soltasse o leme, a Vontade não poderia mais agir abertamente. Ao contrário, daria lugar ao desejo, que talvez se manifestasse como tendência a chegar a outro ponto, sujeito às forças que jogam com o mar e com o próprio navio."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 28/29)
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

OS HOMENS JUSTOS QUE CHEGARAM À PERFEIÇÃO

"A meta da perfeição humana já foi alcançada, tais homens perfeitos são conhecidos como salvadores mundiais, mahatmasrishis, adeptos e, quando aceitam discípulos Mestres de sabedoria. Estes seres super-humanos constituem-se no governo interno do Mundo e são os verdadeiros instrutores espirituais e inspiradores da humanidade. Cada membro dessa fraternidade de adeptos parece ser referido na Bíblia como tendo sido 'feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedes' (Hb 6:20). O Apóstolo Paulo pode ter querido indicá-los na sua frase 'homens justos que chegaram à perfeição' (Hb 12:23). Essa augusta assembleia é também conhecida como 'A Grande Fraternidade Branca de Adeptos',  a hierarquia de adeptos, a Sangha do budismo e os 'Sete Rishis e Seus Sucessores' do hinduísmo. Nietsche expressou essa ideia do homem como ser em evolução nas seguintes palavras: 'O homem é algo a ser ultrapassado.' 'O homem é uma corda esticada sobre o abismo, que está entre o animal e o super-homem.'

Como é obtido esse estado de adepto? Ele é um resultado natural do progresso evolutivo e é atingido por meio de sucessivas encarnações em veículos materiais, formados outra vez durante o período pré-natal de cada vida que se sucede. Reencarnações repetidas em corpos físicos proporcionam o tempo e a oportunidade necessários a tal realização. As diversas experiências de vida exteriorizam os poderes latentes da Alma Espiritual que evolui, que é o verdadeiro homem. Cada experiência tem seu valor em termos de um incremento do poder egóico, da sabedoria e do conhecimento inatos. Na proximidade da perfeição, entretanto, o renascimento não é uma necessidade tão grande. Todo progresso posterior pode então ser realizado nos mundos superfísicos. Isso está afirmado no Apocalipse nas seguintes palavras: 'Ao vencedor, farei dele uma coluna no templo do meu Deus e daí nunca mais sairá' (Ap 3:12)."

¹ Mahatma, (sansc.) Grande espírito.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 57/58)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

JUSTIÇA PUNITIVA

"Crime dá dinheiro sim. Com o dinheiro se pode comprar gozo material e até altas posições na sociedade e na política.

É o que se tem visto.

Mas, chegará a dar paz verdadeira, verdadeira segurança, amor autêntico?...

A ação cruel e injusta acarreta dívidas com a Lei Maior, aquela que não erra, e da qual ninguém escapa.

Só os que insistem em ficar na ilusão da posse e do gozo dos frutos imediatos, e supondo que podem fugir às penas da Lei, isto é, à dor infalível que algum dia os alcançará, optam pela ação criminosa.

Tenho compaixão de todos os iludidos, que, ou ignoram a Lei Divina, ou ainda acreditam que são bastante espertos a ponto de se esconderem, fugindo do ajuste de contas."

Quero apenas, Senhor, aquilo que Tua Graça de concede."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 103/104)


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A CONTEMPLAÇÃO DA UNIDADE

"O desejo é uma borrasca. A cobiça, um turbilhão. O orgulho, um precipício. O apego, uma avalanche. O egoísmo, um vulcão. Mantenha distante tais coisas, tanto que, quando praticar japa (repetição de um mantra) ou dhyana (meditação), não lhe perturbem a equanimidade.

O atmavichara¹ é o melhor de tudo que se encontra nos Upanishads². Exatamente como o fluxo de um rio é regulado por controles, e as águas são dirigidas para o mar, os Upanishads regulam a restrição aos sentidos, à mente e ao intelecto, e ajudam a atingir o mar e a mergulhar a individualidade no Absoluto. O Upanishads e a Gita são apenas mapas e manuais de instruções. Tenha diante de você a Forma do Senhor, quando, quietamente, sentar-se no lugar de meditação; e tenha também seu Nome (seja qual for) quando na prática de japam (repetição de um mantra). A Forma divina escutará e responderá. (...)

O segredo é que você deve 'estar' como dormindo, quando se achar desperto e imerso dentro de si mesmo - isto é o que você é. Somente o sono está envolto em maya ou ilusão. Desperte deste maya, mas penetre neste sono - tal é o real samadhi³. Japam e dhyanam (respectivamente, repetição do Nome e meditação sobre a Forma) são os meios pelos quais você consegue até mesmo compelir a concretização da Divina Graça na Forma e Nome que você busca. (...)

Voando aqui e acolá, cada vez mais alto, o pássaro, por fim, tem de empoleirar-se numa árvore, para descansar. Acontece o mesmo com o homem mais rico e mais poderoso - ele também anda em busca de repouso (santhi). Carente de santhi (repouso, paz, equanimidade), a vida lhe é um pesadelo. Somente em uma loja podemos adquirir santhi - esta loja é a nossa realidade interna. Os sentidos podem arrastar você à lama, numa submersão cada vez mais profunda na dualidade de alegria e de aflição, e isso significa prolongado descontentamento.

Somente a contemplação da Unidade tem o poder de remover o medo, a rivalidade, a inveja, a ambição, o desejo, ou seja, todos os sentimentos que geram descontentamento ou inviabilizam a paz imperturbável. Todas as outras vias somente podem conduzir ao pseudocontentamento."

¹ Atmavichara - Atma (a Centelha Divina); vichara (busca, inquérito).
² Upanishads - A parte conclusiva dos Vedas; o fundamento do Vedanta.
³ Samadhi - êxtase; iluminação; a comunhão com o Divino.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 138/139)


domingo, 21 de fevereiro de 2016

POR QUE TANTA LUTA? (PARTE FINAL)

"(...) Estudado sob esse ponto de vista, a imaginação não consegue encontrar um caminho por meio do qual esses Seres autopreparados, autodeterminados, conseguem atingir aquele perfeito equilíbrio e firme infalibilidade de sabedoria que os capacita a ser a ‘Natureza’ de um sistema, a não ser aquela senda de luta e experiência na qual nos esforçamos hoje. Pois se houvesse um Deus extracósmico com natureza diferente da natureza daquele Ser que vemos desabrochar ao nosso redor em harmoniosa certeza de sequência encadeada - um Deus com índole irregular e vacilante, mutável e arbitrário, volúvel -, então poderia ser que desse caos pudesse surgir um ser chamado ‘perfeito’, mas certamente muito imperfeito, uma vez que por demais limitado, e que, não tendo experiência atrás de si, e portanto carecendo de raciocínio e julgamentos, pudesse, tal qual uma máquina, agir ‘corretamente’, ou seja, de acordo com um dado esquema de coisas e, tal qual uma máquina, produzir a sequência de movimentos preparada para ela. Mas um ser assim se encaixaria apenas no seu esquema, e fora dele seria inútil, incompetente. Também não haveria vida, que é a mutável autoadaptação a condições mutáveis, sem a perda, a desintegração, de seu centro. Pela agitada senda ao longo da qual seguimos, estamos sendo preparados para todas as emergências com que tivermos de nos defrontar no universo futuro, e essa é um resultado que bem vale as provações a que estamos expostos.

Também não devemos esquecer que estamos aqui porque quisemos desabrochar nossos poderes através das experiências da vida nos planos inferiores; que nosso fado é autoescolhido, não imposto; que estamos no mundo como resultado da nossa própria ‘vontade de viver’; que, se essa vontade mudasse - embora ela verdadeiramente não seja mutável -, deixaríamos de viver aqui e retornaríamos à Paz, sem colhermos os frutos para os quais viemos. ‘Ninguém mais nos obriga.’"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 237/238)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

POR QUE TANTA LUTA? ( 1ª PARTE)

"Ao responder a pergunta ‘Por que tem de haver todos esses erros e quedas ao se trilhar a senda da evolução?’, devemos considerar o universo como algo existente, como um fato através do qual dar início; e devemos estudá-lo para descobrir o fim, ou pelo menos um dos fins ao qual está tendendo. Por que ele deve tender para aquela meta é, como foi dito, uma nova questão, e do mais profundo interesse; mas é pelo fim descoberto que devemos julgar os meios empregados para chegar até ele.

Mesmo um estudo superficial da parte do universo na qual nos encontramos mostra-nos que pelo menos um de seus fins - se não seu único fim - é produzir seres vivos altamente inteligentes e de vontade forte, capazes de tomar parte ativa em continuar e orientar as atividades da Natureza e de cooperar no esquema geral da evolução.

O estudo ulterior, empreendido pelo desabrochar das qualidades internas e endossado pelas escrituras antigas, nos mostra que este mundo não está só, mas forma um de uma série, que tem sido ajudado na evolução de sua humanidade por homens mais velhos, e deve produzir homens de sua própria lavra para o auxílio de mundos mais jovens em eras ainda por vir. Ademais, mostra também uma vasta hierarquia de Seres supra-humanos, direcionando e guiando a evolução, e como centro do universo o tríplice Logos, Soberano e Senhor de Seu sistema. E esse estudo nos informa que os frutos de um sistema não são apenas uma grande hierarquia de inteligências poderosas com gradações de esplendor cada vez menor à medida que descendem, mas também esta suprema perfeição de um Logos como a coroação de tudo. Desvenda panorama após panorama de crescente esplendor, universos onde cada sistema é apenas um mundo, em extensão sempre crescente de gloriosa e ilimitável plenitude de vida infinita. Então surge a pergunta: ‘Por que meios serão desenvolvidos esses Seres poderosos, que se elevam da poeira às estrelas, e dessas estrelas que são a poeira de sistemas mais vastos até estrelas que são para elas como o lodo para o Sol?’ (...)"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 236/237) 
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

CRESCIMENTO ATRAVÉS DA DOR

"Embora os frutos da vida espiritual sejam a alegria, o amor, a paz e a harmonia, temos também de enfrentar provações e desafios e vencer tentações internas e externas. De que outra forma poderíamos desenvolver nossas fibras espirituais se não as utilizarmos?

A dor constitui um maravilhoso mecanismo de regeneração proporcionado pelo universo. A dor o informa de que existe algum desequilíbrio em sua vida, e o obriga a fazer as alterações necessárias para restabelecer este equilíbrio.

A dor, além disso, o ajuda a criar uma relação mais íntima com Deus. Ouvi dizer na Associação dos Alcoólicos Anônimos, que alguém precisa chegar até o fundo do poço antes de estar pronto para ser ajudado. Essa observação também vale para você. Em momentos de desespero, quando se dá conta de que seus próprios esforços já não conseguem mais ajudá-lo, você se torna receptivo para pedir socorro àquela força Suprema. E é nesses momentos que ouve a voz interior responder: ‘Estou sempre aqui ao seu lado, até o final dos tempos.’

Lembre-se dos momentos mais dolorosos, mais difíceis de sua vida. Recorde os momentos de maior sofrimento ou privação. Reflita no que aprendeu com esses acontecimentos; avalie o seu grau de crescimento. Não se considera uma pessoa mais compassiva, sábia e compreensiva em consequência do sofrimento por que passou?

Compare tudo isso com um período em que tudo andava bem, em que suas sensações de dor estavam reduzidas ao mínimo. Qual das experiências produziu mais crescimento e transformação em sua vida?

Invariavelmente, terá sido a situação ‘dolorosa’ que de fato lhe proporcionou uma bênção, abriu seu coração e fez de você um ser humano mais amoroso."

(Douglas Bloch - Palavras que Curam - Editora Cultrix, São Paulo, 1993 - p. 66)
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PRECONCEITOS DISFARÇADOS

"O mundo de hoje é cheio de preconceitos em nome do não preconceito. Senhoras de idade avançada são incentivadas a participar de concursos de beleza, da mesma forma e com o mesmo tipo de roupas usadas por adolescentes, em nome da valorização da terceira idade. Por trás disso existe um mito de que ser bonita é desfilar e se vestir como jovem. Isso é preconceito. Por que uma senhora de 70 anos precisa ser como uma jovem? Por que ela não pode ser valorizada de acordo com a idade que tem, com toda a sua maturidade, sabedoria e beleza, conforme os padrões da própria idade. 

Quebrar preconceitos é algo muito mais profundo do que usar biquíni fio dental e top less, ou queimar o sutiã na praça. Seria melhor dizer que é ter consciência, em cada uma de nossas atitudes, do sentido da nossa vida e de quais são os valores que elegemos para nós mesmos. Se eu tenho uma compreensão, por exemplo, de que o sentido da vida é o despertar da alma, é muito pouco relevante se uma pessoa está numa cadeira de rodas ou lê livros em braile, mas é muito relevante o seu desenvolvimento do discernimento e da percepção da realidade. E perceber a realidade envolve aceitar que o surdo não ouve, o cego não vê, e a beleza da moça de 15 anos e da mulher de 70 não são iguais. E nem por isso essas pessoas são menos dignas ou menos completas em sua humanidade.

Uma das virtudes a serem praticadas na senda do yoga é satya, ou não falsidade. A falsidade abrange tanto iludir os outros quanto iludir a si próprio. É muito fácil ver o estrago que causamos ao mentir para os outros, mas ver a autoilusão é algo muito mais sutil. Por exemplo, é bastante comum o sofrimento de algumas mulheres na hora de se vestir para um evento importante. Em primeiro lugar, não existe nada de errado em se vestir e querer se vestir bem. Mas sofrer é desnecessário. Por que sofrer por causa de roupas? Nesse caso existem várias mentiras envolvidas. A primeira é que a pessoa vale conforme a roupa que veste, a segundo é que a pessoa vele se a roupa está na moda, a terceira é que a pessoa deve ter o padrão de beleza que está na moda, a quarta é que todas as pessoas do evento prestarão atenção na roupa que ela está usando, a quinta é que se alguém falar mal da roupa que ela está usando, isso é muito importante, e ela deve sofrer e se sentir um lixo. 

Eu poderia citar outras, mas essas cinco primeiras mentiras já servem para destruir o que poderia ser a verdadeira alegria do evento. Essa mulher está sendo escrava e destrói a sua felicidade por acreditar nessas mentiras. O exemplo parece exagerado, mas não é; pense na quantidade de moças com anorexia, bulimia, rapazes viciados em anabolizantes, em busca de corpo perfeito, escravos da ilusão e que muitas vezes encontram a morte precoce. Eu penso que uma pessoa que anda em cadeira de rodas, não não tem esse tipo de limitação mental, é livre como um pássaro.

Platão falou, no mito da caverna, sobre pessoas acorrentadas e condenadas a viver vendo sombras na parede, projetadas por uma luz que vem de trás e que eles não podem ver, pois suas cabeças imóveis estão presas pelas correntes. A parábola diz respeito a nossa condição humana. Vale a pena estudar a alegoria platônica e refletir, toda vez que nos sentirmos limitados pelas circunstâncias, se isso não é algo pequeno em comparação com as correntes que prendem as nossas cabeças. Moral da história: Para as limitações físicas, os remédios físicos; para as limitações mentais, a chave do cativeiro."

(Cristiane Szynweiski - A chave do cativeiro - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 22/23)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

UM DIA DE VIDA

"(...) Temos o hábito de pensar que o transcurso de uma existência é um longo período de tempo, mas, na realidade, é apenas um dia de uma vida maior. Não podemos concluir um trabalho realmente grande num dia só; ele talvez requeira muitos dias, e o trabalho de um dia, às vezes, não mostra um resultado apreciável; não obstante, o trabalho de cada dia é necessário à complementação da grande tarefa, e se o homem se entregar à preguiça, dias após dia, porque a concretização do trabalho lhe parece tão distante, não conseguirá que o trabalho seja feito.

Muitos são aqueles para os quais a Teosofia chega tarde na vida, que se sentem um tanto ou quanto desalentados pela perspectiva, julgando-se agora demasiado velhos para empreenderem alguma coisa com seriedade, ou para fazerem algum trabalho de valor, e acham que o máximo que podem fazer agora é chegar tranquilamente ao fim desta encarnação, com a esperança de ter, na próxima, uma oportunidade melhor.

Eis aí um triste erro, e por várias razões. Não sabemos que espécie de encarnação de carma se estará preparando para nós na próxima vez que voltarmos à terra. Não sabemos se, por alguma ação anterior, merecemos a oportunidade de nascer num ambiente teosófico. Seja como for, o modo que mais parece capaz de assegurar um nascimento assim consiste em utilizar a oportunidade que nos chegou agora, visto que, de tudo o que aprendemos a respeito do funcionamento da grande lei de causa e efeito, destaca-se com suma clareza o fato de que o resultado de agarrar uma oportunidade é, invariavelmente, oferecer-se outra oportunidade mais ampla. Se, portanto, descurarmos da oportunidade colocada diante de nós pelo nosso encontro com a Teosofia agora, é possível que, na próxima encarnação, a oportunidade não nos procure outra vez. 

Se o homem se puser a trabalhar com afinco e impregnar o seu espírito, o máximo possível, de ideias teosóficas, isso as construirá muito bem no ego, e lhe dará uma atração tão grande por elas que ele, com toda a certeza, mesmo que não consiga recordá-las com minúcias, as procurará instintivamente e as reconhecerá em seu nascimento seguinte. Todo homem, portanto, deve encetar o trabalho filosófico assim que ouvir falar nele, porque, seja o que for que consiga realizar, por menor que seja, será para o bem, e ele começará, no dia seguinte, do ponto em que o deixou. (...) Assim sendo, não se perde esforço algum, e nunca é tarde demais, em qualquer vida, para ingressar no longuíssimo caminho ascendente e dar início ao trabalho glorioso de ajudar os outros. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 120/121)


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS SETE PORTAIS PARA O CAMINHO DA VIRTUDE

"Na escola de pensamento Mahãyãna do budismo setentrional, o caminho da virtude era identificado com a verdadeira sabedoria, bem como com a ação de autossacrifício; foi concebido como sendo marcado por sete portais, cada um dos quais exigia determinado tipo de desenvolvimento, representando um aspecto da perfeição humana e tendo suas raízes em uma natureza incorrupta e incorruptível presente no âmago de cada ser humano. A chave para o primeiro portal, conforme é explicado na obra A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky, é Dãna, uma palavra sânscrita, traduzida por ela como 'caridade e amor imortal'. Literalmente a palavra significa doação, mas é uma doação sem reservas, com o coração e também com as mãos. A menos que a viagem seja realizado a partir de uma motivação pura de altruísmo, do desejo de devotar-se à felicidade e à iluminação de cada ser humano e ao bem de cada criatura viva, não poderá ser empreendida de forma alguma. O coração e a mente da pessoa precisam primeiramente sintonizar-se com o coração e a mente de todos os seres vivos.

 O segundo portal representa Shila - todos eles com nomes em sânscrito ou pali - geralmente compreendido como o viver limpo e reto em todos os aspectos da vida e conduta da pessoa. H.P.B. o traduz como 'harmonia em ato e palavra', visto que a harmonia no interior da pessoa, inseparável do viver correto,manifesta-se como harmonia em ato e palavra.

O terceiro portal significa Kshanti, que ela descreve como 'doce paciência que nada pode perturbar'. O significado dicionarizado comum da palavra inclui tolerância e perdão.

As próximas duas virtudes são Vairãgya ou imparcialidade e Virya ou energia. H.P.B. traduz Vairãgya como 'indiferença ao prazer e à dor, conquista sobre a ilusão, percepção somente da verdade', e Virya como a 'energia intrépida que vence seu caminho para a verdade suprema'. Não é o tipo de energia que pertence às coisas da matéria, mas a energia da vida ou Espírito que surge de um estado puro incondicionado, e que, portanto, pode manifestar o ardor ou paixão máximos e mesmo assim permanecer desapegada, não se envolvendo nas coisas por entre as quais se movimenta.

Os dois últimos portais designados, Dhyãna, significando contemplação ou estado meditativo, e Prajnã, compreensão perfeita, realmente são condições de existência em que podem estar presentes as qualidades de qualquer uma ou de todas as virtudes. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 41/42)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (PARTE FINAL)

"(...) O sofrimento-crédito é fator de aperfeiçoamento, ou autorrealização, quando realizado devidamente.

De maneira que nenhum sofredor tem motivo para desânimo, pessimismo ou desespero. Em hipótese alguma, pode o fenômeno objetivo do sofrimento ser prejudicial ao homem. O principal não é sofrer ou não sofrer; a principal tarefa de todo o homem, aqui na terra, é realizar-se cada vez mais.

E, por mais desagradável que seja nossa autorrealização, ela é, quase sempre, mais favorecida pelo sofrimento do que pelo gozo. Uma vida de gozo reforça o ego humano, uma vida de sofrimento fortalece o Eu divino do homem. 

A revolta habitual contra o sofrimento prova que o homem não compreendeu a verdadeira razão de ser da sua existência terrestre, que não é gozo nem sofrimento, mas autorrealização. E, como a autorrealização é impossível sem reconhecimento, deve o homem, acima de tudo, realizar o seu autoconhecimento, saindo da ilusão tradicional de se identificar com o seu ego humano, e entrar na verdade libertadora de se identificar com o seu Eu divino, com sua alma, com o Cristo interno, com o Pai imanente: 'Eu e o Pai somos um'.

A maior acerbidade do sofrimento não é o sofrimento em si mesmo, mas é a absurdidade do sofrimento. Mas essa absurdidade desaparece quando o homem sabe realmente o que ele é.

Então, todo o sofrimento é, pelo menos, tolerável. Tudo pode o homem tolerar quando ele se tolera a si mesmo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30/31)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (2ª PARTE)

"(...) Jesus nunca afirma haver sofrido para pagar pelos pecados da humanidade, como dizem os teólogos humanos.

Na Epístola aos Filipenses, Paulo de Tarso atribui esta evolução ao próprio Cristo cósmico, quando escreve: 'Ele (o Cristo), que estava na glória de Deus, não julgou dever aferrar-se a essa divina igualdade; mas esvaziou-se dos esplendores da Divindade e se revestiu de forma humana, tornando-se servo, vítima, crucificado; e por isto Deus o super-exaltou e lhe deu um nome superior a todos os nomes, de maneira que, em nome do Cristo, se dobrem todos os joelhos das creaturas celestes, terrestres e infraterrestres; e todos proclamam que ele é o Senhor'. 

Paulo parece pois admitir um sofrimento-crédito no próprio Cristo, de maneira que o Cristo se elevou a um super-Cristo.

Aliás, toda e qualquer creatura é ulteriormente evolvível, e Paulo escreve que o Cristo é o 'primogênito de todas as creaturas, não terrestres, mas cósmicas'.

Todo o sofrimento-crédito é compatível com sofrimento débito. 

Pode alguém sofrer por débitos próprios, quando os tem, ou por débitos alheios, quando não tem débito próprio, e ao mesmo tempo aumentar o seu crédito próprio. (...)" 

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (1ª PARTE)

"Muitos conhecem apenas o sofrimento débito, sofrimento por culpa própria ou alheia.

Mas há também um sofrimento - crédito.

Os livros sacros referem vários exemplos de sofrimento-crédito.

Job, o rico fazendeiro de Hus, sofreu a perda de toda a sua fortuna e de seus filhos, e, por fim, da própria saúde - e, no entanto, declara a Bíblia, que era um homem justo.

Três amigos do oriente, Elifas, Baldad e Sofar, tentam provar-lhe que ele é um pecador. Job protesta a sua inocência. Finalmente, intervém o próprio Deus e declara que Job é inocente. Ele não sofre por nenhum pecado, próprio ou alheio; o sofrimento dele têm o fim de o levar a uma espiritualidade ainda maior do que tinha.

Sofrimento-crédito.

O cego de nascença, referido pelo evangelho, segundo a declaração de Jesus, não sofria por nenhum débito, nem próprio nem alheio, mas sim 'para que nele se revelassem as obras de Deus'.

Essas 'obras de Deus' são a evolução espiritual do cego, o qual sem esse sofrimento, não teria saído da rotina horizontal do seu ego humano, para subir à verticalidade do seu Eu divino.

Sofrimento-crédito.

No domingo da ressurreição, os dois discípulos de Emaús estão perplexos, porque um homem justo como o Nazareno havia sofrido a morte de crucifixão. Ao que o próprio Jesus, que os acompanhava, desconhecido, lhes responde: 'Não devia então o Cristo sofrer tudo isto e assim entrar em sua glória?'

A entrada na glória indica o sofrimento.

Jesus não sofreu por pecado próprio, que não tinha, nem por pecados alheios, mas sim para realizar ainda mais plenamente seu Eu espiritual, que ele chama a entrada na glória. 

Por maior que fosse a realidade espiritual de Jesus, ao nascer, toda a creatura é ulteriormente realizável. A Epístola aos Hebreus afirma que o sofrimento e a morte de Jesus o levaram a uma perfeição maior. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 29/30)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A FORÇA DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS

"Muitas são as avenidas pelas quais influências externas invadem a mente e montam o ambiente interior. Não permita que materiais insalubres flutuem nas águas dos pensamentos formadores de hábitos. Inspecione a qualidade dos livros que lê e analise cuidadosamente o tipo de pessoas com quem convive. Procure identificar que influências exercem sobre você a família, o lugar e os amigos. Muitas pessoas fracassam porque familiares infectaram seu subconsciente com pensamentos desalentadores e paralisantes como: 'Ah, João, tente o que quiser, mas você só fará asneiras!'

Liberte-se. Acorde! Lembre-se: ninguém pode comprometer sua felicidade a menos que você mesmo escolha ser infeliz. Se você organizou sua mente para preservar a felicidade interior sob quaisquer circunstâncias, ninguém conseguirá roubar-lhe essa felicidade.

Afirme: não importa quais sejam as condições em que me encontre, elas representam o próximo passo em minha evolução. Acolho todos os desafios, ainda os mais temíveis, pois sei que dentro de mim estão a inteligência para compreendê-los e a força para superá-los. Quero aprender a lição que cada experiência possa me ensinar, agradecendo a energia e o tirocínio adquiridos pela superação de cada desafio."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 45/46


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (PARTE FINAL)

"(...) Para todos os efeitos, não temos livre-arbítrio - ele está apenas no processo de formação; e só estará formado quando o Ser tenha dominado completamente seus veículos e os use para seus próprios propósitos; quando cada veículo for apenas um veículo, completamente responsivo a cada impulso seu, e não um animal que se debate, indomado, com desejos próprios. Quando o Ser tiver transcendido a ignorância, subjugando hábitos que são as marcas da ignorância passada, então é livre. E assim será compreendido o significado do paradoxo, ‘em cujo serviço está a perfeita liberdade’, pois compreenderá que não existe separação, que não existe vontade desagregada, que em virtude de nossa Divindade inerente nossa vontade é parte da Vontade Divina, que foi ela que nos deu, ao longo de nossa evolução a força para seguir adiante, e que a compreensão da Vontade una é a realização da liberdade.

Foi ao longo dessas linhas de pensamento que alguns encontraram o fim da antiga controvérsia entre livre-arbítrio e determinismo. Mesmo reconhecendo a verdade pela qual lutou o determinismo, também preservaram e justificaram o sentimento inerente: ‘Eu sou livre, não escravo’. Essa ideia da energia espontânea, do poder espontâneo oriundos dos recessos internos de nosso ser, está baseada na própria essência da consciência, sobre o ‘eu’ que é o Ser - aquele Ser que, por ser divino, é livre."

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 234/235)


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (1ª PARTE)

"É inútil falar de livre-arbítrio em um homem que é escravo dos objetos à sua volta. Ele é um eterno escravo, não consegue exercer escolhas; pois embora possamos pensar que tal pessoa elege seguir o caminho ao longo do qual as atrações o arrastam, na verdade não está havendo escolha nem pensamento de escolha. Enquanto as atrações e repulsões determinarem o caminho, qualquer discurso sobre liberdade é vazio e tolo. Muito embora um homem sinta que está escolhendo o objeto desejado, o sentimento de liberdade é ilusório, pois ele é atraído pela atividade do objeto e tem dentro de si, o anseio pelo prazer. Ele tem tanta - ou tão pouca - liberdade de movimento quanto o ferro em presença de um ímã. O movimento é determinado pela força do ímã e pela resposta da natureza do ferro à sua atração. (...)

Vendo então que a vontade é determinada pelo motivo condicionado a partir dos limites da matéria que envolve o Ser separado, e pelo Ser de quem é parte o Ser exercendo a vontade - o que queremos dizer por ‘livre-arbítrio’? Certamente queremos dizer que a vontade é determinada a partir do interior; a escravidão, a partir do exterior. A vontade é livre quando o Ser, querendo agir, extrai seu motivo de volição de fontes que estão dentro dele mesmo, sem ser posto a agir por motivos atuando sobre ele a partir de fontes externas. (...)"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 230/233)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CONTROLE DA MENTE

"D: Sendo tão difícil controlar a mente, como se pode conseguir praticar o yoga?

M: Por força da prática e do desapaixonamento, a mente pode ser controlada. O mesmo foi dito por Sri Bhagavan a Arjuna e por Vasishta a Sri Rama. Sri Krishna disse: 'Ó Filho de Kunti! Não há dúvida que a mente é instável e difícil de controlar. No entanto, por meio da prática e do desapaixonamento, ela pode ser controlada.' Vasishta disse: 'Ó Rama, embora a mente seja difícil de controlar, mesmo assim precisa ser dominada pelo desapaixonamento e pelo esforço, ainda que à custa de retorcer as mãos, cerrar os dentes e sujeitar os membros e os sentidos; isto tem de ser feito pela força de vontade.'

Portanto, é necessário um esforço intenso para conseguir o objetivo.

A abelha da mente, sempre vivendo no lótus do coração, rejeita o doce mel da incomparável Beatitude do lótus do Coração e, desejando o amargo mel do sofrimento coletado no exterior - como sons, toques, formas, sabores e odores - sempre voa para fora, pelos sentidos. Embora, pelo desapaixonamento, os sentidos são forçosamente bloqueados e a mente confinada; mesmo assim, no interior, a mente estará pensando [ocupando-se] no presente, recordando o passado ou construindo castelos no ar."

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 92)


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

LIVRE-ARBÍTRIO: A MAIOR DÁDIVA DE DEUS

"Podemos dizer que Deus não fez a Terra só como um passatempo, mas também porque queria fazer almas perfeitas que evoluiriam de volta a Ele. Embora as tenha enviado sob a capa da ilusão ou maya. Ele lhes concedeu a liberdade. Esta é a maior dádiva de Deus. Ele não negou à humanidade o mesmo livre-arbítrio que Ele Próprio tem. Concedeu ao ser humano a liberdade de ser bom ou mau; fazer o que quiser - até mesmo de negar a Deus. O bem e o mal existem, mas ninguém o obriga a ser mau, a não ser que você escolha praticar o mal; e ninguém o obriga a ser bom, a não ser que você queira ser bom. Deus nos criou com a capacidade de exercer Suas dádivas de inteligência e livre-arbítrio, com as quais podemos escolher voltar para Ele. Deus certamente nos aceitará de volta quando estivermos prontos. Somos como o filho pródigo da Bíblia, e Deus nos chama continuamente de vola a Casa. 

Ser bom, ser feliz e encontrar Deus deveria ser o ideal de toda vida humana. Você jamais será feliz enquanto não O encontrar. É por isso que Jesus disse: 'Buscai primeiro o reino de Deus'.¹ Este é o propósito da existência: que nos esforcemos para ser bons e perfeitos e que nos esforcemos para usar o livre-arbítrio e escolher o bem em vez do mal. Deus nos deu todo o poder necessário para isso. A mente é como um elástico. Quanto mais você puxa, mais ele estica. O elástico da mente nunca arrebenta. Sempre que sentir alguma limitação, feche os olhos e diga mentalmente: 'eu sou o Infinito', e verá o poder que você tem.

Nenhuma alegria dos sentidos e nenhuma alegria de posse pode se comparar à alegria divina. Embora Deus tivesse tudo de eternidade a eternidade, Ele começou a pensar: 'Sou onipotente e sou a própria Alegria, nas não há ninguém mais para desfrutar de Mim.' E pensou enquanto começava a criar: 'Farei almas à Minha imagem e vou vesti-las como seres humanos com livre-arbítrio, para ver se procurarão as Minhas dádivas materiais e as tentações do dinheiro, do álcool e do sexo; ou se buscarão a alegria da Minha consciência, que é bilhões de vezes mais inebriante.' O que me dá mais satisfação é o fato de Deus ser mais justo e correto. Ele concedeu liberdade ao ser humano para que aceitasse o amor divino e vivesse em alegria divina ou para que jogasse isso fora e vivesse em ilusão, ignorando-O.

Embora todas as coisas criadas pertençam a Deus, há uma coisa que ele não tem: o nosso amor. Quando nos criou, Deus tinha um objetivo: o nosso amor. Podemos negar-Lhe este amor ou entregá-lo a Ele. E Deus esperará infinitamente, até estarmos prontos a oferecer-Lhe o nosso amor. Quando isso acontecer - quando o filho pródigo voltar para casa -, o bezerro cevado da sabedoria será abatido e haverá muita alegria. Quando uma alma volta a Deus há realmente muito júbilo ente todos os santos nos céus. Este é o significado da parábola do filho pródigo contada por Jesus."

¹ Mateus 6:33.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 46/47)


domingo, 7 de fevereiro de 2016

SILÊNCIO! QUIETO!

"A estória de acalmar a tempestade (Mc 4:36-41) é outro exemplo de uma alegoria inspirada. Numa interpretação humana e psicológica, o barco pode ser considerado como um símbolo do corpo humano, que transporta a alma, com seus vários atributos, sobre as águas da vida. Os discípulos são imaginados como personificações de qualidades e tendências humanas, tais como: a impulsividade de Pedro; a possível simplicidade de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram pescadores; a capacidade de negócios de Mateus; e o profundo e sincero amor de João, o único discípulo que estava presente tanto na sala de julgamento como aos pés da cruz. Judas, que traiu seu mestre, está presente também em cada um de nós como a tendência de desprezar ou mesmo trair nossos princípios mais elevados para a obtenção de ganhos materiais. Felizmente, a presença divina também existe em cada um de nós, mesmo que adormecida por um tempo, tal como Nosso Senhor dormia quando a viagem começou. Uma grande tempestade surgiu, entretanto, e em grande ânsia os discípulos acordaram o Passageiro que dormia, o Senhor Cristo. Ele, com sua majestade e poder, acalmou com uma palavra a violenta tempestade.

Interpretando-se essa estória e aplicando-a às tempestades da vida humana (especialmente de emoção, como está indicado pelo localização do incidente, na água), quando assaltados pela tentação e impelidos pelo desejo ou anseio de erradicar um hábito indesejável, somos aconselhados a afastar nossos pensamentos da dificuldade, a concentrar-nos poderosamente na nossa natureza divina e, com a exclusão de qualquer outro pensamento, afirmar seu irresistível poder. Então, a escuridão do estado indesejável de mente desaparecerá na grande luz que brilha no Deus interno. Simbolicamente, o Cristo desperto acalmará a tempestade. 

Assim, em sua aplicação puramente humana, a estória mostra-nos que, quando estivermos ameaçados pelas tormentas da vida, pelos temporais da paixão, raiva e ódio, pelas ânsias do desejo sensual, que ameaçam o sucesso e mesmo a segurança de nossas vidas, despertaremos o divino poder adormecido dentro de nós e clamaremos por sua ajuda. Depois, exaltados e capacitados, estaremos aptos a dizer aos aspectos tempestuosos da natureza humana com a certeza de obediência: 'Silêncio! Quieto!'. A importância dos testes e pressões da vida está indicada também nessa maravilhosa estória; pois, se não tivesse ocorrido a tempestade na Galileia, o Cristo poderia não ter sido acordado. Assim, também, os conflitos e as tempestades de nossas vidas. Eles podem vir a ser os meios para o despertar de nossos poderes superiores mais elevados."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 41)


sábado, 6 de fevereiro de 2016

A TURBULÊNCIA DA MENTE

"Toda alegria pela qual anseia está dentro de você, mas, igual a um homem que tendo uma imensa riqueza dentro de um cofre de ferro não tem ideia de onde se encontra a chave, você sofre. Com instruções apropriadas, curtindo-as no silêncio da meditação, é possível manobrar com a chave, abrir o cofre e enriquecer-se de alegria.

Arjuna reclamou a Krishna contra a turbulência da mente, dizendo que ela é: chanchala (sempre cambiando seus objetivos); pramadhi (cheia de possibilidades perigosas, desde que torna o homem um escravo dos sentidos); balavath (incontrolável); e dradham (difícil de ser destruída). No entanto, a mente pode ser controlada e mesmo eliminada por meio de intensa meditação sobre Deus Imanente. Quando isso é alcançado, raiva, ansiedade e inveja deixarão de incomodar você; as fronteiras do eu e do meu serão rompidas, e você terá paz imperturbável (santhi). Seus esforços devem ser proporcionais à magnitude da aquisição que você busca. Não é? Você anseia por bem-aventurança, mas se apega a prazeres inferiores e se recusa a arriscar-se tanto quanto necessário para obtê-la.

O que você recebe e quando o recebe dependem da Graça do Senhor. A missão do sadhaka (o praticante do sadhana) é exercitar-se em meditação (dhyana), sem se desviar do reto caminho. O restante é Graça d'Ele. Não depende do número de dias ou da duração da prática. Alguns podem precisar de muitos nascimentos; outros, mesmo em poucos dias, alcançam a Meta. Depende da fé (shradha), da devoção (bhakthi) e da disciplina (sadhana). Isto não pode ser calculado nem deve se tornar objeto de especulação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 120/121)


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

TENTAÇÃO

"Se você se encontra tentado para um vício, ou seja, para iniciar-se em bebidas alcoólicas, jogo de azar, cigarro, tóxico, perversão erótica, roubo e coisas assim, saiba que está numa terrível encruzilhada.

De um lado, o caminho largo da autogratificação, do gozo, da irresponsabilidade, da facilidade inicial... Do outro, o caminho estreito, do autocontrole, da disciplina, da purificação, da elevação, da sublimação...

O caminho largo, efetivamente, é muito mais sedutor. Mas não ceda. Ele conduz às 'trevas exteriores, ao choro e ranger de dentes', isto é, à doença, à miséria, à escravidão, à loucura, ao inferno.

O caminho estreito é desafiador, difícil, exigindo esforço e abnegação, sacrifício e retidão. Mas conduz à liberdade, à saúde, à força, à paz, à salvação.

É você quem deve decidir. É você também aquele que vai ser esmagado ou glorificado. Assuma a responsabilidade, e faltando coragem, recorra a Deus. Opte: dor ou felicidade.

Assume, Senhor, minhas opções e fortalece-me para que eu vença e avance pelo estreito caminho da redenção."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, rio de Janeiro, 1995 - p. 125/126)


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O PECADOR E A BEM-AVENTURANÇA

"(4:36) Mesmo o pior dos pecadores pode, na jangada da sabedoria, cruzar com segurança o oceano da ilusão.

Eis o supremo encorajamento que Krishna oferece a toda a humanidade: não importa quão enredado você esteja nos maus hábitos, no vício, na depravação aviltante ou na perversidade, ainda é filho do Senhor único e infinito que criou os mestres e os santos. Nada, afora a divina bem-aventurança, poderá defini-lo para sempre!

Por isso, jamais diga a si mesmo: 'Sou mau!' Jamais lamente: 'Fracassei!' Se aceitar o fracasso como realidade, ele o será, ao menos nesta vida. Mas se, após cada contratempo, reconhecer: 'Ainda não venci!', poderá vencer ainda - mesmo na presente encarnação!

Ao orar, veja Deus como a Divina Mãe que tudo perdoa e tudo aceita: 'Mãe, bom ou mau, sou teu filho! Deves me libertar! Limpa-me de todos os pecados.'

'A Deus, pouco se lhe dá os teus pecados. O que Ele não tolera é a tua indiferença!', costumava dizer Yogananda."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 209)


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CRESCENDO EM CONHECIMENTO E CAPACIDADE

"A vida é um mistério, e nós a conhecemos em suas manifestações. Podemos pensar na vida como a existência e atividade do Eu por trás de tudo, que é um, imortal, eterno, e ilimitado, eternamente belo e criativo. Tem-se imaginado a natureza desse Eu como sendo Luz, Fogo, Som. A morte assiste-a em cada forma exceto em sua plenitude. Pois o processo de sua manifestação deve precisar ser uma limitação e uma retirada. Existem o pravritti marga e o nivritti marga, as sendas de ida e de retorno, uma atividade cíclica que é uma tentativa sucessiva de autodefinição da entidade ou consciência em questão, uma passagem da imperfeição para a perfeição relativa. A vida no mundo é vida numa prisão; a vida em qualquer forma deve inevitavelmente estar imensamente circunscrita. Mas em cada estágio o dharma é tornar a vida tão perfeita, tão bela quanto possível.

Assim, a medida que passamos de estágio a estágio crescemos em conhecimento e capacidade, e, eventualmente, quando o quadro perfeito tiver sido desenhado, ele será belo em cada parte e como um todo, e toda a confusão trabalho, sofrimento e exaustão parecerão não apenas maravilhosamente vantajosos para realização tão gloriosa, mas talvez até mesmo diferentes do que parecem aos nossos olhos atualmente. Talvez mesmo agora, de algum modo misterioso, inimaginável, seja um processo de desabrochar de uma imagem oculta de beleza perfeita em sua sabedoria, força e amor."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p.35/36)