OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

REVENDO VALORES PARA TRANSFORMAR A TERRA (2ª PARTE)

"(...) Nem sempre o que é real é visível aos nossos olhos. Tome-se o exemplo de uma garrafa contendo apenas ar atmosférico. À primeira vista, se perguntarmos a alguém o que ela contém, receberemos em resposta que não tem nada, que está vazia. Contudo, sabemos que o ar é matéria e podemos alterar seu estado físico, tornando-o líquido ou sólido. Além disso, sabemos que ele reage com outras substâncias. O que aparentemente era o nada se solidificou ou se liquefez. Da mesma forma, nem tudo o que vemos é real.

Dessa maneira, geralmente priorizamos e valorizamos as coisas materiais, os bens terrenos, esquecendo-nos da realidade primeira que é Deus.

É lamentável constatar igualmente, que o interesse pessoal se sobrepõe ao coletivo, quer no sentido político, social ou humano. A todo momento, nos deparamos com o SER sendo relegado pelo TER, e para que isso aconteca, constantemente vemos ficar esquecida a Verdade, a Honra, a Justiça e o Amor. 

Eis a razão de tanto sofrimento e de tanta dor permeando a sociedade humana. Ser resgatados esses princípios, certamente não veríamos inúmeros atos de desamor e injustiça sendo praticados, provocando tanta angústia e tanta dor. 

O que se precisa, na realidade, é resgatar a prática do bem em nome do verdadeiro amor, sem visar compensação. Somente assim se alcançará a plenitude da paz espiritual, que é o próprio Céu. É necessário que saibamos que o Céu não é um lugar que se conquista com a prática do bem, a título de recompensa. O Céu é um estado de ser, é um estado de Paz, de Harmonia, de Tranquilidade e de extrema Felicidade, onde reina, como já dissemos, A Verdade, a Justiça e o Amor. (...)" 

(Valdir Peixoto - Conheça-te a ti Mesmo - Ed. Teosófica, Brasília, 2009 - p. 72/74)


sábado, 6 de janeiro de 2018

COMPREENSÃO

"PERGUNTA: A experiência demonstra que a compreensão só surge depois de cessar a argumentação e o conflito, e se manifesta uma espécie de tranquilidade ou simpatia intelectual. Isso se dá até na compreensão de problemas matemáticos ou técnicos. Entretanto, tal tranquilidade só tem sido experimentada depois de feitos todos os esforços de análise, exame ou experimentação. Significa isso que o esforço constitui uma preliminar, se não suficiente, pelo menos necessária para se obter a tranquilidade?

KRISHNAMURTI: Espero que tenhais compreendido a pergunta. O interrogante pergunta, em resumo: O esforço, o investigar, analisar, examinar, não é necessário para que haja tranquilidade da mente? Para que a mente possa compreender, não é necessário esforço? Isto é, não se necessita uma técnica, para que se tenha a capacidade de criar? Se tenho um problema, não preciso penetrar nele, pensar nele a fundo, investigá-lo, analisá-lo, preocupar-me com ele, e largá-lo depois? E então, estando a mente quieta, encontra-se a solução. Tal é o processo pelo qual passamos. Temos um problema, pensamos nele, examinamo-lo e discorremos a seu respeito. Depois, a mente, tendo-se cansado, fica quieta. Acha-se então a solução do problema, sem se saber como. Todos nós estamos familiarizados com esse processo. E o interrogante pergunta: 'Não é necessário isso, primeiramente?'

Por que passo por esse processo? Não formulemos a pergunta erradamente; o que devemos perguntar não é se esse esforço é necessário ou não, mas, sim, por que passamos por esse processo. Evidentemente, passo por esse processo porque quero achar uma solução. O que me interessa é encontrar uma solução, não é verdade? O receio de não achar a solução me leva a fazer todas essas coisas, não é assim? E depois, tendo passado pelo processo, fico exausto e digo 'não encontro a solução'. Aí, a mente se aquieta e, às vezes ou sempre, apresenta-se a solução.

A questão, pois, não é se o processo preliminar é necessário, mas, sim, porque passo por esse processo. É óbvio que o faço porque estou à procura de uma solução. O que me interessa não é o problema, mas, sim, a maneira de me livrar dele. Não estou buscando a compreensão do problema, mas, sim, a sua solução. Certamente, há uma diferença nisso, não achais? Porque a solução está no próprio problema, e não fora dele. Passo pelo processo de investigar, analisar, dissecar, porque quero livrar-me do problema. Mas, se não fujo do problema, e procuro encará-lo, sem temor nem ansiedade, se apenas olho para o problema, que pode ser um problema matemático, político, religioso, ou outro qualquer, se o considero sem a mira numa solução, então começará o problema a descerrar-se. Eis o que acontece. Passamos pelo processo, e afinal o abandonamos, porque não encontramos saída alguma. Assim, pois, por que não começamos pelo começo, isto é, abstendo-nos de procurar uma solução para o problema, que é coisa dificílima?

Pois, quanto mais eu compreender o problema, tanto mais significação encontro nele. Para compreendê-lo, preciso considerá-lo tranquilamente, sem envolvê-lo com minhas idéias, meus sentimentos de agrado ou desagrado. O problema nos revelará então o seu significado.

Por que não é possível termos a tranquilidade da mente desde o começo? E só haverá tranquilidade quando eu não estiver à busca de uma solução, quando não tiver medo ao problema. Nossa dificuldade é esse medo que temos ao problema. Nessas condições, se perguntamos se é necessário ou não fazer-se esforço, receberemos uma resposta errada.

Consideremos a questão por maneira diferente. Todo problema requer atenção, e não distração motivada pelo temor. E não há atenção, quando estamos a procurar uma solução fora do problema, uma solução que nos convenha, que seja preferível, que nos dê satisfação ou um meio de fuga. Por outras palavras, se podemos considerar o problema sem esse propósito, é então possível compreendê-lo. A questão, portanto, não é se devo passar por esse processo de analisar, examinar, dissecar, e se é necessário isso para termos a tranquilidade. A tranquilidade se manifesta. quando não sentimos temor; mas, visto que temos medo ao problema, ao que ele nos revele, ficamos entregues aos desejos de nossos próprios impulsos, aos impulsos de nossos próprios desejos."

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - Editado pela Instituição Cultural Krishnamurti, p. 14/17)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

TEMPO E TRANSFORMAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Nosso problema é: pode um conflito, uma perturbação ser superada num período de tempo - de dias, de anos, de vidas? Que acontece quando dizeis: 'vou praticar a não violência durante certo período de tempo'? O praticar, em si mesmo, indica que estais em conflito, não é verdade? Não praticarieis se não estivésseis resistindo ao conflito; dizeis que a resistência ao conflito é necessária, para que se possa dominar o conflito, e para essa resistência necessitais de tempo. Mas a própria resistência ao conflito é ainda uma forma de conflito. Estais consumindo vossa energia resistindo ao conflito, sob a forma que chamais ambição, inveja ou violência, mas vossa mente continua em conflito, e por isso importa perceber a falsidade do processo de dependência do tempo, como meio de dominarmos a violência e de nos livrarmos daquele processo. Podeis então ser o que sois: uma perturbação psicológica, a própria violência.

Para compreender qualquer coisa, qualquer problema humano ou científico, o que é importante, o que é essencial? Ter a mente tranquila, não é verdade? — ter a mente toda aberta à compreensão. Esta não é mente exclusiva, mente que procura concentrar-se, pois isto é, também, esforço de resistência. Se desejo, na realidade, compreender uma coisa, apresenta-se logo um estado mental tranquilo. Quando desejais ouvir música, ou contemplar um quadro que amais, um quadro que apreciais, qual é o estado de vossa mente? Há imediata tranqüilidade, não há? Quando escutais música, vossa mente não está divagando em todas as direções; está escutando. Idênticamente, quando desejais compreender o conflito, já não estais na dependência do tempo, mas apenas em presença do que é, do conflito. Vem então, de pronto, a tranqüilidade, a serenidade da mente. Quando não mais dependeis do tempo como meio de transformar o que é, por verdes a falsidade desse processo, estais então frente a frente com o que é, e visto que estais interessados em compreender o que é, tendes naturalmente a mente tranquila. Nesse estado mental vigilante, e ao mesmo tempo passivo, há compreensão. Enquanto a mente está em conflito, reprovando, resistindo, condenando, não haverá compreensão. Se desejo compreender-vos, não posso condenar-vos, é claro. É essa mente quieta, essa mente tranquila, que efetua a transformação. Quando a mente já não está resistindo, evitando, rejeitando, ou reprovando o que é, mas se acha simplesmente, passivamente, vigilante, então, nessa passividade da mente vereis - se de fato examinardes o problema - vereis como vem a transformação. 

A revolução só é possível agora, e não no futuro; a regeneração é hoje, e não amanhã. Se experimentardes o que estou dizendo, vereis que há regeneração imediata, um estado novo, uma qualidade nova, porque a mente está sempre tranquila quando está interessada, quando tem o desejo ou a intenção de compreender. A dificuldade, no que respeita à maioria de nós, é que não temos a intenção de compreender, pois receamos que a compreensão produza uma ação revolucionária em nossa vida, e por isso resistimos. Está em ação o mecanismo de defesa, quando empregamos o tempo ou um ideal como meio de gradativa transformação. 

A regeneração, pois, só é possível agora, e não no futuro, não amanhã. O homem que conta com o tempo como meio de alcançar a felicidade ou de conhecer a verdade ou Deus, está simplesmente enganando a si mesmo, está vivendo na ignorância e, por conseguinte, em conflito. O homem que reconhece não ser o tempo o caminho por onde sairá de suas dificuldades e que, por conseguinte, está livre do falso, esse homem, naturalmente, tem a intenção de compreender. Sua mente, portanto, está espontaneamente tranquila, sem compulsão, sem disciplina. Quando a mente está tranquila, serena, quando não está buscando resposta ou solução alguma, quando não está resistindo nem evitando, só então pode haver regeneração, porque a mente é assim capaz de perceber o que é verdadeiro. A verdade é que liberta, não o esforço que fazemos para libertar-nos."

(J. Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 114/115
http://www.pensamento-cultrix.com.br/


sábado, 15 de julho de 2017

A IRA E SEUS EFEITOS

"O amor tende a irradiar um senso de quietude, paz e tranquilidade que abre uma conexão energética entre as pessoas. A ira tende a fechar e a isolar o outro, porque o receptor tende a responder da mesma maneira, formando assim uma barreira. Em cada caso há uma forma de energia fluindo de uma pessoa para a outra, e esse impulso energético nos afeta independentemente de sugestões verbais ou não verbais.

Ser capaz de controlar e compreender esse fluxo energético é um desafio. Quanto mais emocionalmente envolvida está a pessoa, mais dificuldade ela tem de ser objetiva. Fortes apegos emocionais tendem a bloquear a experiência do presente, de modo que a interação é influenciada por imagens passadas e antecipações do futuro. Por exemplo, quando as pessoas conversam, a comunicação entre elas se torna menos eficaz se elas tentam ocultar seus sentimentos. A abertura entre elas é afetada por experiências prévias de desapontamento, falta de apoio ou de carinho. Cada intercâmbio entre pessoas traz experiências condicionadas, imagens e emoções que podem afetar o andamento da comunicação.

Ao lidar com energias dessa maneira, adotamos um ponto de vista chamado 'perspectiva energética'. Pressupõe-se que os pensamentos e as emoções estão não apenas contidos no indivíduo, mas são também irradiados para fora. Além disso, considera-se que cada indivíduo está inserido num campo energético que permeia o espaço e que se interconecta com os outros, afetando-os. Assim, fica claro que interagimos uns com os outros porque somos parte de um sistema total, dinâmico e interdependente.

Se uma pessoa compreende que está continuamente interagindo e afetando os outros, o que pode fazer para fomentar a saúde e o crescimento em si e no próximo? Antes de oferecer estratégias possíveis, descreveremos primeiramente o mecanismo por meio do qual efeitos negativos como a ira, o ressentimento, os preconceitos e as expectativas afetam a outra pessoa."

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 33)


sexta-feira, 7 de julho de 2017

FORTALEZA

"Você já reparou que um homem realmente forte é tranquilo, pacífico e pacificador?!

Já notou também que alguns raquíticos e fracos 'viram mesa e fecham bar'?

Já notou que aquele que é forte e tem confiança em si mesmo não sente qualquer necessidade de se mostrar, de posar de forte e valente, e por isto é sereno e mesmo muito bom?

O homem realmente forte não usa contra os outros sua força.

Não abusa de ninguém.

Chega mesmo a parecer medroso por não querer machucar os mais fracos.

Já o fracote... Como costuma ser abusado!

Sou forte, graças à Tua santa presença em mim."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 74)


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

ESFORÇO (PARTE FINAL)

"(...) Para compreendermos o 'estado de ser' em que não há luta, o estado de existência criadora, é claro que temos de investigar integralmente o problema do esforço. Por esforço entendemos a luta para nos preenchermos, para nos tornarmos alguma coisa, não é isso ? Sou isto e quero tornar-me aquilo; não sou tal coisa e devo tornar-me tal coisa. No vir a ser tal coisa há emulação, batalha, conflito, luta. Nesta luta, estamos necessariamente interessados no preenchimento pela consecução de um fim; buscamos preenchimento pessoal num objetivo, numa pessoa, numa ideia, o que exige uma batalha, uma luta constante, um constante esforço para 'vir a ser', realizar. Nessas condições, aceitamos o esforço como inevitável; e eu tenho minhas dúvidas sobre se ele é inevitável, se é inevitável essa luta para 'vir a ser' alguma coisa. Por que há essa luta? Onde há o desejo de preenchimento, em qualquer grau e em qualquer nível que seja, tem de haver luta. O preenchimento é o motor, a mola impulsora do esforço; quer se trate do chefe todo-poderoso, da simples dona de casa, ou do mendigo, há em todos esta batalha para 'vir a ser', realizar. 

Ora, por que existe esse desejo de nos preenchermos? Evidentemente, o desejo de nos preenchermos, de nos tornarmos alguma coisa, surge quando percebemos que nada somos. Porque sou nada, porque sou insuficiente, vazio, interiormente pobre, luto por 'vir a ser' alguma coisa; exterior ou interiormente, luto por me preencher numa pessoa, numa coisa, numa ideia. Preencher esse vazio — nisso consiste todo o processo da nossa existência. Tendo consciência de que estamos vazios, de que somos pobres interiormente, lutamos com o fim de acumular coisas, exteriormente, ou de cultivar riquezas interiores. Só há esforço quando há a fuga ao vazio interior, pela ação, pela contemplação, pela aquisição, pela realização, pelo poder, etc. Tal é nossa existência de cada dia. Estou cônscio de minha insuficiência, de minha pobreza interior, e luto para dela fugir ou preenchê-la. Esta fuga, este esforço para evitar, para tapar o vazio, acarreta luta, agitação, desgaste. 

Pois bem, se não fazemos esforço para fugir, que acontece? Ficamos 'vivendo com aquela solidão', com aquele vazio; e, no aceitar esse vazio, ver-se-á que surge um estado criador que nada tem a ver com a luta, com o esforço. Só existe esforço quando procuramos evitar a solidão e o vazio interior; mas se encararmos o fato, se o observarmos, se aceitarmos o que é, sem tentar evitá-lo, veremos surgir um 'estado de ser', em que cessou de todo a luta. Aquele 'estado de ser' é criação, e não resulta de luta. 

Quando há compreensão do que é, que é o vazio, a insuficiência interior, quando 'vivemos com essa insuficiência' e a compreendemos integralmente, surge a realidade criadora, a inteligência criadora, a qual, e só ela, pode trazer-nos a felicidade. 

A ação, por conseguinte, tal como a conhecemos, é, com efeito, reação, incessante 'vir a ser', quer dizer, negação, fuga do que é. Mas, quando temos conhecimento do vazio, sem escolher, condenar nem justificar, nesse entendimento do que é, há ação, e esta ação é existência criadora. Compreendereis isso, se observardes a vós mesmos, na ação. Observai-vos, quando agis, não só exteriormente, mas observai também o movimento de vosso pensar e sentir. Quando estiverdes cônscios desse movimento, vereis que o processo do pensamento, que é também sentimento e ação, está baseado na idéia de 'vir a ser'. A ideia de 'vir a ser' só se apresenta quando há sentimento de insegurança, e este se manifesta quando estamos cônscios do vazio interior. Se estiverdes cônscios desse processo do pensamento e sentimento, vereis que há uma batalha constante, um esforço contínuo, para transformar modificar, alterar o que é. é este o esforço de 'vir a ser', e o 'vir a ser' é uma maneira direta de evitar o que é. Pelo autoconhecimento, pelo constante percebimento, vereis que a luta, a batalha, o conflito de 'vir a ser', conduz à dor, ao sofrimento, e à ignorância. Só se estiverdes cônscios da insuficiência interior e 'viverdes com ela', sem tentardes fugir, mas aceitando-a inteiramente, descobrireis uma extraordinária tranquilidade, uma tranquilidade não arranjada, não ajustada, mas uma tranquilidade que vem com a compreensão do que é. Só nesse estado de tranquilidade é possível a existência criadora."

(Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 60/62)

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

CORAGEM E DETERMINAÇÃO

"Nem sempre a vida do Buda correu em meio ao reconhecimento geral e tranquilidade. Ao contrário, existem dados que mostram obstáculos e calúnias que o Mestre enfrentava no meio dos ascetas e brâmanes para os quais ele, como verdadeiro guerreiro, se fortalecia e firmava o significado da sua conduta. Para os primeiros ele dizia: 'Se o homem pudesse conseguir libertar-se dos grilhões que o prendem à terra, apenas pela recusa do alimento ou condições físicas desfavoráveis, o cavalo e a vaca já teriam atingido isto há muito tempo.' Para os segundos: 'Pelo que faz o homem ele é um sudra (casta inferior), da mesma forma é um brahmana (casta superior, sacerdote). O fogo aceso pelo brâmane, ou pelo sudra, tem a mesma chama, calor e luz. Por que a separatividade?' 

Sentia-se coragem e intrepidez no fundo de suas afirmações: 'Não há verdadeira compaixão e renúncia sem coragem, sem coragem não se pode alcançar a autodisciplina; sem paciência e coragem, não se pode penetrar no fundo do real conhecimento e alcançar a sabedoria de um Arahant.'

'Vigoroso e alerta, tal é o discípulo, ó irmão. Seguindo o Caminho do Meio, suas energias são equilibradas; não é nem ardente sem medida, nem dado à intolerância. Ele está compenetrado desse pensamento: Que minha pele, meus músculos, meus nervos, meus ossos e meu sangue se dessequem, antes que eu renuncie a meus esforços, até atingir o que pode ser atingido pela perseverança e pela energia humana.' (Majjhima Nikaya

Certa ocasião, no meio de um discurso, quando a maioria dos ouvintes se retirou, Buda declarou: 'A semente se separou da polpa, a comunidade forte em convicção está estabelecida; ótimo que esses orgulhosos tenham-se afastado.'"

(Georges da Silva e Rita Homenko - Budismo - Psicologia do Autoconhecimento - Ed. Pensamento, São Paulo, p. 16/17)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

O CAMINHO SEM ESFORÇO (1ª PARTE)

"A disciplina de se examinar interiormente é a meditação. Fazemos naturalmente o que compreendemos; e nos forçamos a fazer o que não compreendemos. Os estudantes muitas vezes dizem ao professor como se esforçaram arduamente. O próprio esforço significa o fracasso, pois a meditação é sempre sem esforço. A tensão, esforço e força são fatais e redundarão apenas no fracasso. 

Uma maneira excelente de relaxar a mente é a seguinte: imagine-se no topo de uma montanha, contemplando um lago. Vê o céu refletido na superfície plácida, assim como as estrelas, a lua e todas as coisas que estão acima da terra. Se a superfície do lago é agitada, as coisas vistas são borradas e indistintas. O mesmo acontece com você, se não está 'plácido' ... se não está em paz. 

A resposta à prece só acontece para o homem que está impregnado por toda a tranquilidade da alegria de já ter recebido aquilo por que rezou. A meditação pode ser chamada de interiorização da consciência; é a peregrinação no interior da Presença Divina.

Meia hora por dia gasta na meditação sobre seus ideais, objetivos e ambições irão transformá-lo numa pessoa diferente. Dentro de alguns meses, surge a compreensão serena e silenciosa de que Deus está em seu interior, que o Espírito do Todo-Poderoso está agora agindo por você e tudo o que deseja ser, possuir e fazer já tem aceitação mental. (...)"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 81/82)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

CALMA E DESAPEGO

"O iogue sábio procura uma indiferença interior aos acontecimento e às mudanças transitórias, assim como o capitão de um navio minimiza os desvios da verdadeira rota que, na ausência de sua atenção, poderiam ser causados pelo tempo, vento e pelas ondas. Existe uma clara distinção entre a atenção apropriada às pessoas e aos movimentos, e nosso relacionamento com ambos, bem como o reconhecimento interior da falta de importância relativa que têm para o desenvolvimento do Ego, exceto como orientações para a conduta futura.

A calma do lago tranquilo entre as montanhas num dia sem vento representa a condição ideal da natureza mental e emocional do iogue que deve ser submetido a crises sucessivas, nas quais deve viver, pois são inseparáveis da existência física fora do santuário. Quando possível, antes de ir dormir, restabeleça a natureza psíquica a este estado tranquilo, após ter observado devidamente e notado sem envolvimento passional os eventos do dia. A recitação da Palavra Sagrada antes de dormir é uma prática útil que beneficia todo o quaternário inferior.

Brisas suaves podem soprar sobre o lago tranquilo causando ondulações em sua superfície, que retorna imediatamente à tranquilidade após a sua passagem. Talvez com uma só exceção, as experiências de qualquer dia da vida terrena são comparáveis a estas brisas suaves. A exceção seria o erro pessoal, quer seja inadvertido ou deliberado. No primeiro caso, a completa calma deveria ser instantaneamente reassumida após cada experiência e toda a natureza pacificada antes de ir dormir. O erro deve ser corrigido e também reparado quando há outros envolvidos. Deve haver a determinação para não repetir o erro, e em seguida a restauração da calma - se necessário, entoando a Palavra Sagrada e elevando a consciência inteiramente acima do pessoal. Isso vai assegurar a entrada nos estudos e trabalhos noturnos, aparecimento diante dos Mestres e irmãos Iniciados, discípulos e aspirantes, e a percepção e recepção de decisões e ordens com uma mente calma e uma aura pacífica, livre de distorções e manchas.

O costume oriental de deixar atrás os calçados ao entrar num templo é um símbolo útil para deixarmos para trás as considerações mundanas antes de irmos dormir. É bem verdade que esta é uma orientação sutil para os aspirantes que são forçados a se submeter às condições de vida terrena entre pessoas de tipos diferentes e em vários graus de desenvolvimento. A ioga torna a pessoa cada vez mais sensível às condições externas e internas, apesar de conceder também mais calma e autocontrole. Este último deveria ser aumentado como um parte essencial da ioga. Calma mental imperturbável mesmo quando as emoções tiverem sido perturbadas - por outra pessoa, ou uma percepção intuitiva de um erro ou de uma desarmonia atual ou premente - este é o ideal."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 94/95)


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

SEXO E VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Para terminar, eu diria que seu bem-estar e saúde psicossomática serão muito beneficiados se, sexualmente, você se comportar com pureza e castidade. Seja casto. Para isso, aprenda a amar integralmente, a partir do plano espiritual. Faça do ato sexual apenas uma parte do amor divinizado e divinizante. Seja natural. Atenda aos impulsos salutares e normais. Evite o artificial, o antinatural. Defenda-se contra a dissipação engendrada pela erotização industrializada de nosso tempo. Não caia na dependência erótica. (...)

Quando você e o ser amado se extasiarem mutuamente num olhar cheio de divina ternura e apenas com isso se sentirem plenamente satisfeitos, não pensem em impotência. Ao contrário, exultem, pois estão alcançando, na vida sexual, um plano inacessível aos animais e aos imaturos.

Sendo você um praticante de yoga, nem de leve receie impotência. A impotência ou frieza pode ter causa anatômica ou fisiológica. Quanto à primeira, às vezes só o trabalho cirúrgico. Quanto à segunda, o yoga resolve, quer se trate de anormalidade funcional, quer seja causada por desnutrição ou envelhecimento endócrino, quer seja de origem psíquica.

A prática do yoga proporciona muita energia sexual, mas, ao mesmo tempo, tranquilizando e reequilibrando a mente, vai corrigindo as causas psíquicas da genitomania.

O yoguim é rico em potencial, mas tem a tranquilidade sóbria de quem é soberano. A soberania nasce da equanimidade."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 236/237)
www.record.com.br


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A MEDITAÇÃO DESENVOLVE O PODER DA INTUIÇÃO

"O sexto sentido não consegue funcionar até que acalmemos o corpo e a mente. Sendo assim, o primeiro passo para desenvolver a intuição é a meditação, isto é, entrar num estado de tranquilidade interior. Quanto mais profundamente você meditar e depois focalizar a mente em algum problema, mais o seu poder intuituvo se expressará para resolvê-lo. Este poder se desenvolve gradualmente, e não de uma só vez, assim como um membro ou músculo é fortalecido aos poucos, com exercício, e não de uma hora para outra. (....)

A intuição pode ser desenvolvida por pessoas profundamente contemplativas, aquelas que chegaram, pela meditação, ao estado de tranquilidade absoluta no coração e na mente. Não devemos ser dominados pela emoção nem ficar presos ao intelecto. A intuição é uma mescla de pensamento (o processo de pensar) e coração (o processo de sentir). Muitas pessoas experimentam a intuição através do raciocínio - uma espécie de direção no que pensam, Em meu caso, é comum a intuição expressar-se pelo sentimento. Quanto tenho certos sentimentos sobre coisas ou pessoas, as impressões são como vibrações sutis em torno do coração, e então eu sei, depois de tantos anos de experiência, que as 'sugestões' estão corretas.

Quando você desenvolve certo grau de intuição, descobre que, ao tomar uma decisão, há algo interior que lhe diz: 'Este é o rumo certo'. A intuição está guiando você. Não espere que isso aconteça de uma hora para outra. Você cometerá erros no início, pois outros fatores internos ainda impedem que a intuição flua livremente. Mas, à medida que praticar a meditação e viver cada vez mais no estado de tranquilidade interior que a meditação lhe traz, descobrirá uma melhoria crescente no desenvolvimento do seu poder intuitivo.

Frequentemente, quando algo me surge na mente, não vejo apenas a questão do momento: projetando um pouco adiante, vejo também o resultado final. Isto é a intuição. Se a seguir, você verá que tudo funciona tranquilamente - bem, nem sempre. Mesmo que você tenha tomado a decisão certa, haverá períodos de turbulência. Tudo faz parte do processo de crescimento - de aprender a lidar com condições que são normais na vida. Mas a intuição lhe diz que, apesar dos problemas, você agiu corretamente."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 34/36)

sábado, 30 de agosto de 2014

VALORIZAÇÃO

"As coisas e situações, em si mesmas, não são boas ou más, feias ou belas, favoráveis ou nocivas...

Elas são uma ou outra conforme o como as avaliamos de acordo com o uso que delas fazemos.

Não condene nem tema coisas e situações, pessoas ou fatos, que lhe pareçam dolorosos ou terríveis. Procure, com isenção e tranquilidade, considere objetivamente, e sempre descobrirá um outro valor positivo, algo aproveitável, e até mesmo, em alguns casos, precioso.

Se tivermos sabedoria bastante para, sem arroubos, sem protesto ou dissabor, sem ira nem medo, sem lamentos nem desânimo, descobrir o que há de aproveitável no que parece calamidade, o mundo sempre nos será propício, não obstante as aparências.

Se nos conduzirmos com sabedoria, veneno vira remédio.

Se, imprudentes, remédio se torna veneno."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Record, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 200)


terça-feira, 15 de julho de 2014

MEDO (PARTE FINAL)

"(...) Quando o medo entra na vida de uma pessoa, ele esconde a luz da alma. Qualquer raio de luz que possa estar tentando aliviar o medo não consegue passar. Quando sucumbimos aos nossos medos, eles inevitavelmente tomam conta das nossas vidas e nos impedem de assumir riscos e de fazer as coisas que desejamos.

Então, como vencer e controlar o medo? Em primeiro lugar, pensando positivamente e usando a lei universal da afinidade: 'semelhante atrai semelhante'. Sempre que um pensamento negativo ou assustador surge na minha mente, repito a afirmação (...): 'Eu sou saudável, eu sou sagrado, eu sou feliz.' Deixo que ela penetre no meu subconsciente. Como já disse muitas vezes, nossos pensamentos criam nosso destino. Substituindo um pensamento negativo por um pensamento positivo, começamos a atrair tranquilidade e confiança em vez de medo e incerteza. Em segundo lugar, podemos controlar o medo usando de forma construtiva a lei de causa e efeito. Caso queiramos o bem em nossa vida, precisamos ser amorosos e generosos nas situações que encontrarmos. Você não pode esperar a paz e o contentamento se estiver criando miséria para os outros. Em último lugar, se desejamos felicidade e alegria, não podemos buscar a verdade no mundo externo. Quando tivermos consciência de nossa origem divina, saberemos que viemos do amor e sentiremos esse amor dentro de nós.

Lembre-se de que Deus sempre diz sim,
Somos nós que dizemos não."

(James Van Paagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 59/60)

domingo, 15 de dezembro de 2013

SEM COMUNICAÇÃO, AUMENTA A INCOMPREENSÃO (PARTE FINAL)

"(...) Uma dificuldade com a maioria de nós é que estamos tão ocupados em fazer prevalecer nosso próprio ponto de vista, tentando convencer disso a outra pessoa, que não lhe damos a oportunidade de manifestar a sua opinião. Quando você tiver dificuldades com alguém, sempre lhe dê atenção suficiente, deixando que ele 'desabafe'. Não importa quão detestável, emotivo, ele seja, não o interrompa. Deixe-o falar. A seguir, responda com tranquilidade e gentileza. Mesmo que possa estar dizendo as coisas mais cruéis sobre você, escute-o com respeito ao mesmo tempo em que interiormente diz a Deus: 'É assim mesmo? Estou interessado na verdade. Se sou assim, Tu deves ajudar-me, Senhor, a superar minha falha e modificar-me.' Mas se a pessoa for abusada a ponto de esquecer as conveniências e ofender princípios espirituais, e não apenas o ego e o orgulho pessoal, é nosso dever resistir com a mesma tenacidade do aço. Ofender princípios divinos é ofender a Deus, e nunca devemos ser cúmplices nisso. Jesus nunca se defendeu, mas foi enérgico em atos e palavras quando a retidão era violada.

Nosso dever como filhos de Deus neste mundo, portanto, é buscar a compreensão: compreensão de si mesmo, dos outros, da vida e, acima de tudo, de Deus. Este mundo poderá ser um lugar melhor somente quando reinar a compreensão no coração e na mente das pessoas. Os indivíduos precisam aprender a conviver uns com os outros antes que as nações algum dia possam ter a esperança de consegui-lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 47/48)


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

DESAFIOS

"O que são para nós problemas e dificuldades? Não são tão bem-vindos como os prazeres e facilidades? Pois não são eles nossos melhores treinadores e educadores, e nos enchem de lições salutares? Não nos obrigam a nos movermos mais tranquilamente através de todas as mudanças e vicissitudes da sorte? E não seria um grande descrédito para nós se falhássemos em preservar a tranquilidade mental e equilíbrio de ânimo, coisa que devia ser sempre a marca da disposição do discípulo? Seguramente ele deveria permanecer sereno em meio a todas as tormentas e tempestades. Este é um mundo louco, enfim, se a pessoa olha só para sua mera exterioridade, e mesmo assim, quão enganador é em sua loucura! É a própria insanidade da loucura quando o doente é ignorante de sua condição - antes, quando acredita-se perfeitamente saudável. Oh, se a harmonia e música que reinam na Alma das coisas não nos fossem perceptíveis, a nós, cujos olhos foram abertos para esta completa sandice que penetra a casca externa, quão intolerável a vida nos seria! Você não acha que seria pouco agradecido mantermo-nos descontentes quando obedecemos aos desejos de nossos Senhores e cumprimos nosso dever? Você deveria ter não apenas paz e contentamento, mas também alegria e vivacidade, quando serve Aqueles cujo serviço é nosso mais alto privilégio e cuja memória é nossa mais verdadeira delícia." 

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 10)


terça-feira, 1 de outubro de 2013

PAZ INTERIOR: ANTÍDOTO CONTRA O ESTRESSE, A PREOCUPAÇÃO E O MEDO

"Tranquilidade é o estado ideal com o qual deveríamos receber todas as experiências da vida. O nervosismo é o oposto da tranquilidade e o seu predomínio, hoje em dia, faz dele algo muito próximo a uma epidemia mundial.

Só aqueles que desfrutam de harmonia em suas almas conhecem a harmonia que permeia toda a natureza. Quem quer que não tenha essa harmonia interior sente, também, sua falta no mundo. A mente caótica vê caos em toda parte. Como pode alguém saber como é a paz se nunca a provou? Aquele que tem paz interior, entretanto, pode permanecer nesse estado até em meio às discórdias que haja no seu exterior.

Quando você se preocupa, uma estática passa por seu rádio mental. A canção de Deus é a canção da tranquilidade. O nervosismo é a estática; a tranquilidade é a voz de Deus falando a você pelo rádio de sua alma. A tranquilidade é o alento vivo da imortalidade de Deus em você. Tudo o que você fizer deve ser feito em paz. Eis o melhor remédio para o seu corpo, sua mente e sua alma. Eis a maneira mais sublime de viver. A paz é o altar de Deus, a condição na qual a felicidade existe.

Se você mantiver sua mente na resolução de jamais perder a paz, poderá atingir a divindade. Mantenha uma câmara secreta de silêncio dentro de você, onde não deixará entrar mau humor, provações, lutas ou desarmonias. Afaste todo ódio, anseio, por vingança e desejos. Nesse câmara de paz, Deus o visitará. Não se pode comprar a paz. Você tem que saber como fabricá-la dentro de você, no silêncio de suas práticas diárias de meditação.

Devemos modelar nossa vida segundo uma estrutura triangular:  tranquilidade e doçura são os dois lados; a base é a felicidade. Todos os dias, lembre-se: 'Sou um príncipe de paz, sentado no trono do equilíbrio, dirigindo meu reino de atividades'. Atue uma pessoa rápida ou vagarosamente, na solidão ou nas agitadas aglomerações humanas, ela deve centrar-se na paz e no equilíbrio." 

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Felloowship - p. 82/83)


domingo, 24 de março de 2013

BEM-AVENTURANÇA NOSSA VERDADEIRA NATUREZA


“Existe, na consciência de Bem-aventurança, um aspecto positivo e outro negativo. O aspecto negativo é a ausência de consciência de prazer e dor; o positivo é o estado transcendental de tranquilidade superior, no qual está incluída uma consciência de grande expansão e de “todos em Um e Um em todos”. Esse estado tem gradações. Quem busca a verdade com seriedade provará dele um pouco; um vidente ou profeta está impregnado desse estado.

Já que o prazer e a dor têm origem no desejo e na carência, deve ser nossa obrigação – se quisermos alcançar a Bem-aventurança – eliminar todos os desejos, exceto o desejo de Bem-aventurança, nossa verdadeira natureza. Se todos os nossos progressos – científico, social e político – são orientados por esse único objetivo comum e universal (a remoção da dor), por que deveríamos adotar um elemento estranho (o prazer) e esquecermos de estar permanentemente atentos ao que é tranquilidade e Bem-aventurança?

Inevitavelmente, quem desfruta o prazer da saúde experimentará, vez por outra, a dor produzida pela doença, porque o prazer depende de uma condição mental, a saber, a ideia de saúde. Ter boa saúde não é ruim, nem está errado buscá-la. Todavia, a única objeção é estar apegado a ela  ou a se deixar afetar interiormente por ela. Pois desse modo a pessoa está cultivando o desejo, que a levará à infelicidade. Precisamos buscar a saúde não pelo prazer que ele encerra, mas porque ela torna possível o cumprimento de nossos deveres e a consecução de nosso objetivo. A saúde se verá, ocasionalmente, obstruída pela condição oposta: a doença. Mas a Bem-aventurança não depende de nenhuma condição determinada, externa ou interna. É o estado inato do Espírito.Portanto, ela não receia ser contrariada por qualquer outra condição. Fluirá continuamente, para sempre, na derrota ou na vitória, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza." 

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Self-Realization Fellowship  - p. 35)


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

NO AUTODOMÍNIO, NADA NOS PODE PERTURBAR OU ABALAR

“Aprender a elevar-se acima do corpo, aprender a elevar-se acima dos desejos, aprender a elevar-se acima dos hábitos, aprender a elevar-se acima do mau humor – nisso consiste o autodomínio. Sempre que qualquer coisa vier a perturbar a mente, saiba que Deus está testando você, disciplinando-o. Se esse teste pode “derrubá-lo”, se pode afastar sua mente de Deus, se pode transtorná-lo, se pode despertar seu mau gênio, se pode fazê-lo sentir pena de si mesmo, nesse caso você encontrou um elo fraco na corrente de sua consciência. 

Devoto verdadeiro é aquele cuja mente está sempre imersa na Mãe Divina – em Sua tranqüilidade, em Sua paz. Para obter esse abençoado estado, devemos lutar pelo autodomínio, em que nada nos pode perturbar ou abalar. Aceite filosoficamente as provações que lhe vêm cada dia, e faça o melhor que puder para se ajustar. Seja como a boia no mar, por mais que as ondas a lancem de um lado para outro, ela sempre anda na crista. Por mais severamente que a vida nos atire de um lado a outro, não devemos nos permitir afundar no oceano da tristeza, no oceano da ilusão.” 

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Ed. Self-Realization Fellowship - p. 228/229)


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SUPERAR A IRA PELA PAZ INTERIOR - II

“Quando estiver com raiva, fique calado. Sabendo que se trata de uma doença, como quando está pegando um resfriado, dispense-a com banhos quentes mentais que consistem em pensar naquelas pessoas em relação a quem você jamais poderia sentir raiva, não importa como se comportem. Se sua emoção for excessivamente violenta, tome um banho frio, ou ponha um pedaço de gelo sobre o bulbo raquiano; nas têmporas, imediatamente acima das orelhas; na testa, especialmente entre as sobrancelhas; e no topo da cabeça. (...)

A ira é um veneno para a paz e a tranquilidade. (...) Fique indiferente aos que parecem gostar de enraivecê-lo. Quando chega a raiva, ponha em funcionamento a máquina de sua tranqüilidade para fabricar os antídotos de paz, amor e perdão, que afastam a raiva. Pense no amor e raciocine que assim como você não quer que os outros fiquem com raiva de você, também não deseja que os outros sintam a sua raiva desprezível. (...)

Desenvolva a razão metafísica e destrua a raiva. Veja o agente da deflagração da ira como um filho de Deus. Pense nele como um irmãozinho de cinco anos que o pode ter apunhalado sem maldade. Você não deve sentir desejo de apunhalar de volta esse irmãozinho. Destrua a ira mentalmente dizendo: “Não envenenarei minha paz com a raiva; não perturbarei, com a ira, minha serenidade habitual geradora de alegria”.

Lembre-se que se permanecer interiormente tranquilo em todas as circunstâncias você poderá conquistar qualquer pessoa ou vencer qualquer obstáculo. A verdadeira calma significa que Deus está com você. Se você se tornar inquieto, irritará as pessoas e elas ficarão iradas com você. Então você será infeliz. (...)

Se alguém tentar colocá-lo em dificuldades, afirme ininterruptamente: “Sou paz, estou tranquilo”, e diga isso com intensidade. Não importa como os outros podem tentar abalá-lo, segure-se nessa paz. Então seus nervos ficarão tranquilos.

Se alguém pode enraivecê-lo, você ainda não atingiu a perfeita tranquilidade. Manter a calma não significa, porém, que você deve deixar que os outros o façam de capacho. Às vezes é necessário fazer as pessoas entenderem que você fala sério. Mas você é um filho de Deus e jamais deveria ficar irritado. Quanto mais você perder a paciência, mais tempo permanecerá na consciência mortal ilusória. se, entretanto, você permanece tranquilo interiormente, está demonstrando o equilíbrio de um verdadeiro filho de Deus.”

(Paramahansa Yogananda – Paz interior – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 94/96)


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

TORNE A VIDA UMA AGRADÁVEL EXPERIÊNCIA DA ALMA


“Pratique a tranquilidade equânime o tempo todo. Torne-se um rei, um monarca absoluto de seu próprio reino mental de tranquilidade. (...) Não permita que coisa alguma perturbe seu reine pacífico de tranquilidade. Dia e noite leve com você a alegria da “Paz de Deus, que excede todo o entendimento”.

Essa equanimidade mantida pela meditação profunda e regular remove o tédio, o desencanto e a tristeza da vida cotidiana, tornando-a, em vez disso, uma experiência da alma muito interessante e agradável.”

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior - Ed. Self-Realization Fellowship – p. 14)