OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 29 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (3ª PARTE)

"(...) Fique alerta à mudança e use-a com sabedoria. Você pode usar a natureza transitória da vida em seu benefício. A maioria das pessoas tem medo de mudar; outras não dão importância. Para usar a mudança de modo criativo, tais atitudes não irão funcionar. Nenhuma estratégia de vida funcionará se não for dinâmica e expansiva. A mudança em si é neutra, visto que para cada mudança construtiva haverá uma outra destrutiva. Mas é no princípio da mudança que está a chave, pois ele ensina que seguir o fluxo da vida traz crescimento e criatividade, enquanto tentar congelar acontecimentos, lembranças, prazer e inspiração provoca estagnação. Os momento mais agradáveis e inspiradores de sua vida pedem para ser relembrados e saboreados. Você precisa resistir a essa tentação porque no instante em que tenta se agarrar à experiência ela perde a vitalidade que a tornou especial em primeiro lugar. 
Use o princípio da mudança para manter sua vida fresca e renovada. Assumir que o fluxo da vida é sempre autorrenovador irá ajudá-lo a evitar a estagnação e a ansiedade acerca do futuro. O que torna as pessoas ansiosas sobre o futuro é um medo torturante de que o melhor já passou ou de que a única oportunidade perdida terá sido decisiva. 'A pessoa que se foi' é um tema recorrente de romances fracassados e que se aplica igualmente a carreiras, projetos abandonados e aspirações empobrecidas. Mas, na realidade, 'a pessoa que se foi' representa o apego a uma ideia fixa. Todo o sucesso de uma pessoa criativa é baseado na confiança de que a inspiração é permanente. Quanto mais você cria, mais há para se criar. Em um documentário sobre um famoso maestro que completava oitenta anos de vida, o momento mais pungente foi o de seu último comentário: 'Não tenho o desejo de viver muitos anos a mais, exceto por saber que estou apenas começando a dizer tudo o que quero através de minha música.'

Reúna informações de todas as fontes. O universo é multidimensional, e quando nos referimos ao fluxo da vida, estamos nos referindo a um fluxo multidimensional. Imagine não apenas um rio caudaloso correndo para o mar, mas uma centena de pequenos riachos convergindo, misturando-se, cada um acrescentando sua contribuição única. Para extrarir o melhor da vida, você deve estar consciente de que qualquer coisa pode contribuir para isso. Inspiração vem de todas as direções, tanto de dentro quanto de fora. Você deve permanecer antenado para sentir a continuidade com que sua alma está se comunicando com você. Não é como ficar diante de uma TV a cabo mudando de canal na esperança de achar algum programa interessante. Mais propriamente, na agitação das sensações que bombardeiam o cérebro todos os dias, algumas delas foram feitas para voce - elas carregam um significado que lhe é exclusivo.
Na cultura indiana, diz-se que Deus gasta tanto tempo se escondendo quanto se revelando, o que aponta para uma verdade diária. A próxima coisa que o estimulará está adormecida até que você a acorde. O futuro é um esconderijo a que chamamos de desconhecido. Também o conhecido, que é o aqui e agora, não vem de outro lugar que não o desconhecido. O instinto que diz 'algo aguarda do outro lado' é válido. Você se encontra na linha divisória entre o desconhecido e o conhecido. Sua tarefa é buscar na escuridão a próxima coisa que faça sentido.
Algumas pessoas evitam essa tarefa repetindo o conhecido incessantemente. O que elas não percebem é que o desconhecido nunca é verdadeiramente invisível. Sua alma antecipa aquilo de que você necessita e ela deixa sinais e indícios em seu caminho. Essa é a forma sutil de orientação empregada pela alma. Ela elimina os começos inúteis, sem direção, enganosos e falsos. Se você se sintonizar com atenção, sentirá uma sensação vibrante acerca do que deveria estar fazendo - que é certo, fascinante, tentador, prazeroso, curioso, intrigante e desafiador, tudo de uma só vez. Estar aberto a esses sentimentos, o que é totalmente subjetivo, permite que você recolha os sinais deixados por sua alma. O desconhecido parece obscuro somente para aqueles que não conseguem ver seu brilho oculto."...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 258/260)


terça-feira, 27 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (2ª PARTE)

"(...) Deixe a consciência fazer o trabalho. Pessoas que seguem essa diretriz são altamente subjetivas, mas sua subjetividade não é voluntária, elas não se alteram com cada mudança de humor. Em vez disso, são autoconscientes, o que significa que sabem quando estão em posição desconfortável em uma situação e não avançam até que se sintam bem. Seus corpos enviam sinais de estresse e tensão que são levados a sério. Tais pessoas confiam em si mesmas, um estado inteiramente subjetivo, embora extremamente poderoso. Confiar em um 'eu' enraizado no ego seria insensatez, mas quando você verdadeiramente sabe quem é, pode confiar em si mesmo no nível da alma. Nesse nível, a consciência não é meramente subjetiva. Ela flui através do universo, da alma da mente e do corpo. Deixar a consciência fazer o trabalho significa render-se a um princípio organizador mais amplo que você, amplo o suficiente para manter toda a realidade concentrada. 

Não interfira no fluxo. Existe uma profunda doutrina budista que fala de um grande rio que flui por toda a realidade. Uma vez que você encontra a si próprio, deixa de haver motivo para ação. O rio pega e o arrasta para todo o sempre. Em outras palavras, o esforço pessoal, o tipo de esforço a que todos nós estamos acostumados na vida cotidiana, torna-se sem sentido depois de um certo ponto. Aí se inclui o esforço mental. Uma vez autoconsciente, você percebe que o fluxo da vida não precisa de análise ou controle, porque tudo é você. O grande rio apenas parece pegá-lo. Na verdade, foi você que pegou a si próprio - não como uma pessoa isolada, mas como um fenômeno do cosmos. Ninguém lhe deu a função de dirigir o rio. Você pode apreciar o passeio e observar a paisagem.
Aprender a evitar suas falsas responsabilidades significa desistir de seu impulso para controlar, defender, proteger e prevenir-se contra riscos. Tudo isso é falsa responsabilidade. À medida que abre mão, você para de interferir no fluxo. À medida que você se agarra, a vida continuará a lhe trazer ainda mais coisas para controlar e se defender. Riscos aparecerão por toda parte. A questão não é que o destino esteja contra você. Você está simplesmente testemunhando reflexos de suas convicções mais profundas, à medida que a consciência desdobra, o drama preparado antecipadamente em sua cabeça. É a tarefa do universo desdobrar a realidade; a sua é de apenas plantar a semente.

Enxergue a todos como uma extensão de você. Quando alguém entra no caminho espiritual, geralmente se sente mal compreendido. A acusação (quando não é pelas costas) é de que ficam centrados em si mesmos. A insinuação é 'você não é o centro do universo'. Se esse 'você' representar o ego isolado, então é totalmente verdade. Mas no nível da alma, o eu muda. Perdendo seus limites, ele se mescla ao fluxo da vida. No caminho espiritual, você passa a sentir o fluxo e desejosamente integrar-se nele. Depois então - e somente depois - todos se tornarão um extensão de você. Como pode saber que chegou a esse ponto? Em primeiro lugar, você não tem inimigos. Em segundo, sente a dor de uma outra pessoa como se fosse sua. Em terceiro, descobre que uma empatia comum une a todos. 
À medida que essas três verdades despontam, é sinal de que a realidade está mudando. Você está reivindicando seu novo lar na paisagem infinita do espírito. Mas antes mesmo que isso se realiza, você está conectado com todas as demais pessoas. Nada o impede de viver essa verdade. Sempre haverá diferenças de personalidade. O que muda é o interesse próprio. Em vez de ser sobre 'eu', começa a ser sobre 'nós', a consciência coletiva que une a todos. Na prática, significa buscar entendimento, consenso e reconciliação. Esses são os objetivos essenciais para quem vive no fluxo." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 257/258)


quinta-feira, 22 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (1ª PARTE)

"Uma vez no jogo da vida, você deve jogar para ganhar. Você deve se entregar por inteiro. Conhecer as diretrizes do plano divino lhe dá enorme vantagem sob esse aspecto. Não conhecê-las é como participar de um jogo em que as regras vão sendo reveladas uma a uma e só quando você as infringe. A vida transcorre dessa maneira para a maioria das pessoas. Elas aprendem a viver por meio de tentativa e erro. Outras recorrem a algum livro-guia de uso geral que cubra todas as contingências - A Bíblia é um desses livros, mas existem muitos outros. Na Índia, esses guias para a vida (reunidos em textos conhecidos como os Puranas) chegam a milhares de páginas, com descrições minuciosas das mais enigmáticas situações e combinações de comportamento. O certo é que ninguém jamais viveu uma vida exemplar, seguindo algum tipo de receita.

Entre não ter regra alguma e impor regras rígidas, o universo deixou espaço para diretrizes dinâmicas que impõem a mínima resistência ao livre-arbítrio. Para uma total participação, cada diretriz permite máxima realização. Realização não significa sucesso material. Significa total compreensão de como funciona a consciência. 

Seu melhor jogo
  • Deixe a consciência fazer o trabalho.
  • Não interfira no fluxo.
  • Enxergue a todos como uma extensão de você.
  • Fique alerta à mudança e use-a com sabedoria.
  • Reúna informação de todas as fontes.
  • Espere até que sua intenção fique clara. 
  • Compreenda que nada é pessoal - o universo está agindo através de você.
  • Peça por nada menos que inspiração.
  • Considere cada passo como parte do processo.
Essas táticas têm um fator em comum: estão de acordo com o plano invisível que forma a base da vida de todos. Mas em função de a participação ser voluntária, há um forte contraste entre pessoas que se alinham voluntariamente com o plano e as que não. Vamos ilustrar esse fato item por item." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 256/257)


terça-feira, 20 de abril de 2021

REGRAS DO JOGO (PARTE FINAL)

"(...) Leis da natureza determinam como unidades de matéria se combinam quando um átomo colide com outro, em uma variedade infinita e simultânea. Nós estamos embutidos em um desenho dinâmico, livre, criativo e imprevisível. A evidência disso pode ser notada no que chamamos de jogo. Considere como um jogo de futebol acontece. Ele existe inteiramente na consciência. Seres humanos decidiram que chutar uma bola para dentro de um retângulo tem valor. Foram inventadas regras invisíveis que cada jogador mantém na cabeça. Ninguém fala a respeito dessas regras enquanto o jogo está correndo, mas as infrações são imediatamente reconhecidas e penalizadas. O campo de futebol é estritamente demarcado por linhas e limites, mas dentro desses limites os jogadores são livres para improvisar. Dois jogos nunca são iguais e também nenhum jogador tem o mesmo estilo, nível ou talento que outro. Uma vez iniciado o jogo, essa combinação de regras fixas e jogo livre determina quem será o vencedor. Um jogo de futebol tem um final aberto até o último minuto do segundo tempo, apesar de todo o rígido conjunto de regras que o regulam.

Todo jogo é uma mostra de consciência em modo criativo. O universo atua do mesmo modo. Os defensores do chamado desenho inteligente - a noção de que um Criador onisciente fez com que tudo no universo se encaixasse com perfeição - não estão errados em demonstrar reverência ante a criação. O problema maior é que o desenho inteligente não é inteligente o suficiente. Ele limita Deus a uma figura imutável quando na realidade o universo muda constantemente e é cada vez mais inventivo.

Se todo o universo é consciente, temos então uma explicação instantânea por que nada é acidental. Contudo, é difícil imaginar que uma pedra na rua seja tão consciente como você e eu. Há uma forma de contornar essa objeção, no entanto. Imagine que você vive em um sonho, mas não sabe disso. Dentro do sonho, você vê outras pessoas andando, portanto elas parecem conscientes para você. Você vê animais se comportando como se também possuíssem consciência - eles são curiosos e podem, por exemplo, ser treinados para se comportarem de forma diferente. Mas quando se trata de rochas e nuvens, são seres inanimados e por isso você acredita que não são conscientes. Mas então alguém aparece e diz: 'Tudo é consciente. É preciso que seja. Tudo o que você vê ao seu redor acontece no cérebro de uma pessoa. Essa pessoa é você. Você é o sonhador, e desde que esse sonho seja seu, ele compartilha com sua consicência.'

Existe apenas uma linha tênue entre 'eu estar sonhando' e 'eu estou em um sonho', visto que o cérebro cria ambos os estados. Por que não atravessar a linha? Em algumas culturas, não é necessário nemhum convite. Os antigos sábios da Índia comparavam a vida a um sonho porque toda experiência é subjetiva. Não existe outra forma de vivenciar o mundo a não ser subjetivamente. Se toda experiência acontece 'aqui dentro', faz pleno sentido que todas as coisas se encaixem: nós as fazemos se encaixarem. Até mesmo o acaso é um conceito criado pelo cérebro humano. Assim como os mosquitos que fervilham ao cair do dia, eles não se sentem voando a esmo, da mesma forma que os átomos de poeira interestelar. Não vemos forma ou desenho até que eles se encaixem em nossas ideias preconcebidas, mas isso não tem importância para a natureza. Vista através de um microscópio, cada célula de seu corpo se parece com um redomoinho de atividade, mas isso é só impressão. No que diz respeito à natureza, cada aspecto de seu corpo é metódico e determinado.

Você se vê então diante de uma opção. Você pode ser da opinião que diz que a ordem só existe onde os humanos dizem que sim, ou tomar a posição de que a ordem existe em todos os lugares. Seja como for, tudo o que você faz é só adotar um ponto de vista. Se metade da população mundial dissesse que Deus projetou toda a criação e a outra metade, que a criação foi um acontecimento aleatório, nem por isso o universo deixaria de ser o que é. A consciência ainda estaria fluindo através de seu corpo, cérebro, mente e de todas as criaturas vivas, ignorando os limites artificiais por nós impostos. A questão não é uma disputa entre a ciência e religião, mas se efetivamente participamos do plano cósmico ou não. Existe um aspecto voluntário e outro involuntário. Da mesma forma que em um jogo de futebol, você tem de querer jogar, e assim que começa você está todo nele."

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 253/255)


quinta-feira, 15 de abril de 2021

AS REGRAS DO JOGO (2ª PARTE)

"(...) Em cada nível, a natureza segue essas cinco diretrizes. Elas são invisíveis, existem somente na consciência. A razão pela qual você não percebia não é que seja um segredo de Deus. O plano não é abstrato. Pelo contrário - ele está em cada célula de seu corpo. Você pode se tornar consciente do plano, se quiser, e então o universo adquire uma nova face.

1. Tudo está consciente. Viver em consonância com essa verdade indica que você respeita todas as formas de vida. Você acredita que é parte de uma estrutura viva e age de forma que todas as suas ações ajudem o todo a evoluir. Você reconhece uma afinidade em cada nível de consciência, do mais baixo até o mais alto.

2. Tudo se encaixa. Essa verdade abre sua mente para que veja como a totalidade da vida interage. Em vez de pensar em termos mecânicos, você vê cada ocorrência se desdobrando organicamente. Em vez de observar a vida pedaço por pedaço, você observa o quadro inteiro. Seria também natural investigar como e por que as coisas se encaixam. Haverá uma inteligência maior pensando em escala cósmica? Nesse caso, não será você, um pensamento nessa mente universal, ou parte do processo de pensar - ou ambos?

3. O esquema todo é auto-organizado. Essa é uma das verdades mais fascinantes porque sustenta que nada tem um começo ou um fim. O universo não é como a maré que sobe e desce continuamente. É como o oceano inteiro, inalando e exalando, enviando ondas que retornam à plenitude. Nenhum evento ocorre separadamente. Nós só vemos a separação porque nossa perspectiva é estreita. Através de uma lente mais poderosa, você pode ver que todos os eventos aparecem juntos.
Imagine uma formiga que aprendeu a ler. É a formiga mais inteligente do mundo, mais ainda é muito pequena, por isso ela lê um livro arrastando-se lentamente de uma palavra para a outra. O plano do livro é inteiramente linerar segundo a perspectiva da formiga, e por isso seria interessante saber que você - uma criatura muito maior - pode abordar o livro como um todo, e também pode escolher a parte que quiser, ler o fim antes do começo ou selecionar somente o que lhe interessa. Você pode fazer todas essas coisas porque é o linear é apenas um modo entre muitos na abordagem de um livro. O mesmo acontece na vida.

4. A evolução se desdobra por si mesma. Uma vez que você percebe que o pensamento linear é somente uma opção - e bastante arbitrário por sinal -, você pode considerar a evolução de uma nova maneira. Pense naquela figura de enciclopédias, ilustrando um primata encurvado se transformando em um Neandertal, depois em um homem das cavernas e finalmente no Homo sapiens, cada qual um pouco mais alto e verticalizado. Esse é um exemplo perfeito do pensamento linerar, mas ele não toma conhecimento de que a força primordial da evolução humana está no cérebro, e este não se desenvolveu segundo uma linha reta, nem mesmo que remotamente. Ele cresceu em um padrão global. Cada nova área do cérebro serviu como um acréscimo para a evolução do todo. Cada nova habilidade adquirida foi reconhecida por todo o cérebro.
Por exemplo, quando nossos ancestrais se ergueram sobre os pés pela primeira vez, foram afetados na coordenação motora, visão, equilíbrio, circulação sanguínea e muitos outros aspectos do complexo corpo mente que você reconhece como seus. O dedo polegar, usado como exemplo textual da evolução física que separa os seres humanos dos seus primatas inferiores, não teria razão de ser sem um cérebro que fosse capaz de aprender as infinitas possibilidades inerentes nessa nova habilidade de pressionar o polegar contra o indicador. Gerou-se uma resposta global pelo cérebro para desenvolver a partir dessa habilidade rudimentar tudo o que se conseguiu em termos de arte, agricultura, ferramentas, construções e armas. A evolução é uma atividade completa do universo.   

5. A liberdade é o objetivo final. Se a evolução acontece em todo lugar em um padrão global, para onde ela se dirige? Por séculos, os seres humanos acreditaram que éramos a mais alta aspiração da criação de Deus, e apesar de rebaixados por Darwin a uma espécie entre muitas, ainda assim acreditamos ocupar posição privilegiada. Mas não no topo da escada da vida. Em vez disso, somos aquela criatura que percebe a criatividade como infinita. A evolução se expande para todos os lugares, não para um ponto final. O objetivo final do universo é desdobrar-se sem limites. Para deixar claro em uma só palavra, a evolução está se tornando cada vez mais livre e o objetivo final é a liberdade total.(...)"

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 251/253)


terça-feira, 13 de abril de 2021

AS REGRAS DO JOGO (1ª PARTE)

"O plano para o universo em expansão está bem à nossa frente, mesmo que não consigamos vê-lo. Somos cegos para ele porque o plano somos nós. Ou, para torná-lo pessoal, você é o plano cósmico - ou plano divino, se preferir. Não existem regras fora de sua mente, nenhuma ação fora de seu corpo. Seja o que for que você escolha fazer, o plano se adapta. Quando você tem um novo desejo, o universo muda concomitantemente. Ele não tem escolha porque não existe propósito na criação além de você, exatamente aqui e agora.

Concordo que essa descrição soa como uma hipérbole. Por toda a sua vida você absorveu uma visão de mundo que o coloca sob um poder superior. Se não for o poder de Deus, é o poder de forças naturais. Se não for o poder de autoridades, é o poder da natureza humana e seus impulsos autodestrutivos. Nada disso é verdade - ou, para ser mais preciso, nada disso é verdade uma vez descoberto seu eu real. Em última análise, descobrir seu propósito o conduz à descoberta de quem você realmente é.

O plano cósmico que foi elaborado em seu interior segue certas diretrizes invisíveis:

1. Tudo está consciente. Não existem zonas mortas na criação. A consciência é uma atividade que permeia todo o universo, o que significa que quando você está consciente de alguma coisa, o universo está consciente com você. O que você vê e faz altera todo o esquema. 
2. Tudo se encaixa. Não existem partes frouxas para o universo, nada é postergado. A totalidade mantém cada parte em seu lugar e determina a cada uma sua função. Quando algo parece aleatório, você está testemunhando um padrão se transformando em outro.
3. O esquema todo é auto-organizado. Não é necessário um controlador externo. Uma vez que uma galáxia, uma borboleta, um coração ou uma espécie inteira esteja em movimento, seu funcionamento interno sabe o que fazer.
4. A evolução se desdobra por si mesma. Uma vez que alguma coisa cresce, ela procura a forma mais elevada de si mesma - a melhor estrela, dinossauro, feto ou samambaia. Quando esta se exaure, ela realiza uma transição para uma nova forma que seja mais criativa e interessante.
5. A liberdade é o objetivo final. Você não ganha por ter chegado ao fim, você ganha por encontrar um novo jogo no instante em que o velho acaba. Isso não é liberdade vazia. Você nunca se acha flutuando em um vácuo. Melhor dizendo, essa é a liberdade de possibilidades que nunca chegam ao fim. (...)" 

(Deepak Chopra - Reiventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 250/251)


quinta-feira, 8 de abril de 2021

POR QUE SOU IMPORTANTE?

"No passado, a vida ficava mais fácil sabendo-se o que Deus tinha reservado. Se você souber onde se encaixar no esquema divino, as dificuldades materiais da vida se tornam secundárias. Se você não entrar na linha, seu destino será amargo, mas nem por isso estático. Não sei de nenhuma cultura em que o destino de uma pessoa tenha sido deixado à deriva. Mesmo no judaísmo, em que uma interpretação (mas não todas) nega a existência de uma pós-vida, Deus afirma que esta vida, sendo a única, deveria ser vivida do modo mais devotado possível. A virtude de viver em Deus é que sua ínfima existência não fica dotada simplesmente de um propósito mais alto, e sim do mais alto de todos, como parte da criação de Deus.

Entretanto, por maior que seja a força de se viver para Deus, a religião esteve sempre atormentada por uma séria contradição. Todas as pessoas são consideradas preciosas para Deus, mas ninguém é realmente necessário. Vidas individuais são desperdiçadas aos milhares a cada ano nas guerras. Outras incontáveis são perdidas por causa de fome, de doenças ou mal conseguem sobreviver a um índice cruel de mortalidade infantil. Poucas pessoas falam acerca dessa contradição que tem um efeito oculto. Médicos precisam anunciar estados terminais a pacientes incuráveis. A notícia chega como um choque, mas vem demonstrando que a maioria dos pacientes terminais é abnegada. A razão pela qual não querem morrer é que suas famílias precisam delas. A grande questão 'Por que estou aqui?' é deixado para outras pessoas. O mesmo ocorre com o medo dominante expresso pelo idoso, um medo que não é o de morrer ou da dor crônica e incapacitante. Antes de tudo, o que eles mais temem é se tornarem um fardo para seus filhos.

É humano compreender que todos nós precisamos uns dos outros de codependência no pior sentido: eu só existo para ter necessidades e ser necessário. Lembro-me bem no começo de minha carreira, de um paciente que ao ser informado que sofria de um câncer incurável no fígado, ou pâncras, murmurou: 'Que grande perda para o mundo quando eu me for.' Não só uma perda para a família e os amigos, mas uma perda absoluta, algo que tornaria o mundo mais pobre. Certamente, todos nós vemos a passagem de gente eminente dessa forma. E também, pela perspectiva de sua alma, você é um complemento para o mundo tão importante quanto Mahatma Gandhi ou Madre Tereza. Subtraí-lo da equação cósmica seria uma perda tão grande quanto. A seda mais refinada permanece intacta se você puxar um fio, mas o rasgo aparecerá. 

Muitas pessoas resistem à ideia de possuir um valor absoluto no universo. Inconscientemente, estão adotando um comportamento conhecido como desamparo adquirido. Um exemplo típico vem de um experimento com cães realizado na década de 1950. Dois cães foram colocados em jaulas diferente e em cada um era aplicado um choque de baixa voltagem a intervalos aleatórios. O primeiro cão tinha à disposição um interruptor em que ele podia bater com a pata para estancar o choque, em em pouco tempo aprendeu a apertar o interruptor. Como os choques eram fracos, esse cão não demonstrou nenhum efeito adverso. O segundo cão recebia os choques no mesmo momento, mas não tinha nenhum interruptor para desligá-los. Sua experiência era bem diferente. Para aquele cão, a dor era uma ocorrência aleatório fora de seu controle.

Porém, foi a segunda parte da experiência que se mostrou mais reveladora. Os dois cães foram colocados em outras jaulas onde a metade do piso dava choque e a outra metade, não. Tudo o que o cão precisava fazer no momento do choque era saltar uma divisória de madeira para a parte neutra. O primeiro cão, o que aprendera a desligar o choque, não tinha mais o interruptor. Mas também não precisou de um. Rapidamente aprendeu a saltar para o lado seguro, O segundo cão, no entanto, desistiu de início. Ele se deitou e deixou que os choques acontecessem sem esboçar nenhuma reação para se livrar deles. Isso é o desamparo adquirido em ação. Quando aplicado à vida humana, as consequências são devastadoras. Inúmeras pessoas aceitam que a dor e o sofrimento apareçam aleatoriamente na vida. Nunca estiveram no controle dos choques por que passa cada existência, e assim não buscam saída, mesmo quando surge alguma.

Saber como as coisas funcionam é importante. Caso contrário, o desamparo adquirido aos poucos vai tomando conta de nós. O primeiro cão aprendeu que a vida faz sentido: se você atinge o interruptor, a dor passa. O segundo cão aprendeu que a vida não tem sentido: não importa o que faça, a dor virá de qualquer maneira, o que significa que não há nenhum responsável, ou, se houver, ele não se importa. O cérebro de um cão pode não chegar a pensar dessa forma, mas o nosso sim. Sem um senso de objetividade, nós ficamos desamparados, visto que ou Deus não está presente ou ele não se importa com o que acontece conosco. Para escapar de nosso desamparo adquirido, precisamos adquirir um sendo de que somos importantes no esquema mais amplo das coisas."

(Deepak Chopra - Reinventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p.245/247)


terça-feira, 6 de abril de 2021

O UNIVERSO EVOLUI ATRAVÉS DE VOCÊ

"(...) É preciso uma ruptura que revele o quão valioso você realmente é. Quase ninguém acredita ser absolutamente necessário no grande esquema do universo. Você, no entanto, sendo a vanguarda da evolução, é precioso para o universo de um modo singular porque só você tem a experiência que a vida representa. Pertence a um plano que não pode existir sem você, embora seja bastante diferente daquilo que imagina: o plano não tem diretrizes rígidas, limites fixos nem final previsível. É construído à medida que avança , e esse é o motivo pelo qual depende da participação de cada um. 

Certa vez, ouvi um famoso guru indiano falando a respeito do plano cósmico - ou plano divino, como chamou. Ele falou do plano com as palavras mais inspiradoras, projetando um futuro abençoado com indescritível fartura e total ausência de sofrimento. A plateia era grande, composta em sua maioria por ocidentais. No salão, pude sentir um cabo de guerra emocional - as pessoas queriam acreditar no que tinham ouvido, mas não se atreviam. Finalmente, um membro da plateia levantou-se e perguntou:

- Esse plano divino está em execução exatamente agora? O mundo está tão caótico e violento. Cada vez menos gente acredita em Deus.

Sem hesitar, o guru respondeu:

- Acreditar em Deus não importa. O plano é eterno, estará sempre em execução. Ele não pode ser parado. - Fazendo um círculo com o braço, acrescentou: - Todos aqui deveriam aderir. Não há maior propósito na vida, e se você se juntar agora, irá colher as primeiras recompensas.

O ouvinte franziu as sobrancelhas. 

- E se eu não aderir? - perguntou: - O que pode acontecer? O rosto do guru permaneceu austero.

- Deus não é dependente de ninguém. O plano divino não precisa de você para prosseguir - ele se debruçou mais perto do microfone - mas, se você virar as costas, não irá se manifestar através de você. 

Definitivamente, creio que está é a resposta certa. Se tirarmos o 'divino' da equação e falarmos em termos de um universo em constante evolução, você pode aderir ao fluxo evolucionário ou não. A escolha é sua. Seja como for, a evolução acontecerá, mas se você optar por permanecer fora, ela não se manifestará através de você."

(Deepak Chopra - Reinventado o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p.244/245)


quinta-feira, 1 de abril de 2021

O SIGNIFICADO DA DOR - 4a (PARTE FINAL)

"(...) Poucos têm a coragem, ainda que lentamente, de enfrentar a grande desolação que se encontra fora deles mesmos, e lá repousar, enquanto apegam-se à pessoa que representam, o 'eu' que para eles é o centro do mundo, a causa de toda a vida. Em seu anseio por um deus, eles encontram a razão da existência de um; no desejo por um corpo sensorial e um mundo para desfrutar, a causa do Universo existe para eles. Essas crenças podem estar ocultas muito abaixo da superfície e, de fato, de difícil acesso; mas a razão pela qual o ser humano se mantém em pé, está no fato de que as crenças lá se encontram. Ele é, para si mesmo, o infinito e o deus; sustenta o oceano em uma taça. Nesta ilusão ele nutre o egoísmo que torna a vida prazerosa e a dor agradável. Nesse profundo egoísmo está a causa e a fonte da existência do prazer e da dor, pois a menos que o indivíduo vacilasse entre estes dois, e incessantemente lembrasse a si mesmo, pela sensação, de que o egoísmo existe, ele o esqueceria. E, nesse fato, está toda a resposta à pergunta: 'Por que o homem cria dor para seu próprio desconforto?'

O fato estranho e misterioso permanece, até então, inexplicável; ao se iludir, o ser humano meramente interpreta a Natureza ao contrário e atribui a significação da vida às palavras de morte. Para aquele indivíduo que realmente segura o infinito dentro de si, e que o oceano realmente está na taça, é uma verdade incontestável; mas unicamente é assim, porque a taça é absolutamente inexistente. É meramente uma experiência do infinito, impermanente, sujeita a ser destroçada a qualquer instante.

É na reivindicação da realidade e da permanência dos quatro muros de sua personalidade que o ser humano comete o grande erro, mergulhando numa série prolongada de incidentes infelizes e intensificando continuamente a existência de suas formas favoritas de sensação. Prazer e dor se tornam para ele mais reais do que o grande oceano do qual ele faz parte e onde encontra seu lar; perpétua e dolorosamente bate contra esse muros, nos quais sente, e seu eu mesquinho oscila dentro de sua prisão escolhida." 

(Mabel Collins - Através dos Portais de Ouro - Ed. Teosófica, Brasília, 2019 - p. 102/104)
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