OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O RESULTADO FINAL DA VERDADE É SEMPRE BOM

"Somente a aplicação de métodos religiosos pode trazer felicidade duradoura. Um dos princípios espirituais mais importante é o da sinceridade. O significado da verdade não é claramente compreendido pela maioria das pessoas. A verdade tem relação direta com a Realidade e, por isso, seu resultado final é sempre positivo. Quem tem o hábito de contar pequenas mentiras, o tempo todo, encontrará dificuldade em ser totalmente sincero em qualquer coisa que diga. Esses mentirosos crônicos nunca consideram a importância de falar a verdade; nem percebem que estão mentido. Sua própria imaginação passa a ser autêntica para eles, e assim não conseguem mais ver a verdade plena, em nenhuma situação.

Muitos que não compreendem a importância de dizer a verdade justificam seus engodos dizendo: 'Bem, se eu sempre falar a verdade, certamente serei passado para trás, porque o resto do mundo não age assim. Uma mentirinha aqui e ali me possibilita viver muito bem.' É lamentável!

Para ser sempre sincero, é necessário entender a diferença entre fato e verdade. Se ao ver um deficiente e, raciocinando ser seu defeito físico um fato óbvio, você o cumprimenta dizendo 'Como vai, sr. Deficiente?', irá ofendê-lo. Aqui, a sinceridade em apontar o defeito alheio só causou mágoa; não fez bem nenhum. Portanto, não se deve falar desnecessariamente de fatos desagradáveis, ainda que verdadeiros."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 37/38)

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (2ª PARTE)

"(...) A única coisa que ajudará a eliminar o sofrimento do mundo - mais do que dinheiro, habitações ou qualquer outro auxílio material - é meditar e transmitir aos outros a sublime consciência de Deus que sentirmos. Mil ditadores não poderiam  jamais destruir a Sua consciência para os outros. Procure compreender os planos de Deus para a humanidade - atrair todas as almas de volta a Ele - e trabalhe em harmonia com a Sua vontade.

Deus é Amor. Seu plano para a criação só pode estar enraizado no amor. Não oferece esse simples pensamento mais consolo ao coração humano do que os raciocínios eruditos? Todos os santos que penetraram o âmago da Realidade testemunharam que existe um plano universal divino e que ele é belo e pleno de alegria. Assim que aprendermos a amar Deus na meditação, amaremos toda a humanidade como amamos nossa família. Aqueles que encontraram Deus por meio da própria Autorrealização - os que tiveram realmente a experiência de Deus - só eles são capazes de amar como seus próprios irmãos de sangue, filhos do mesmo e único Pai.

Compreenda que o mesmo sangue vital circula nas veias de todas as raças. Como pode alguém se atrever a odiar qualquer outro ser humano, de qualquer raça que seja, quando Deus vive e respira em todos? Somos americanos, hindus ou de qualquer outra nacionalidade por apenas alguns anos, mas somos filhos de Deus para sempre. A alma não pode ser confinada em fronteiras criadas pelo homem. Sua nacionalidade é o Espírito, seu país é a Onipresença. Se entrar em contato com Deus dentro de você mesmo, saberá que Ele está em todos, que Ele se tornou nos filhos de todas as raças. Você não pode, então, ser inimigo de ninguém. Se o mundo inteiro fosse capaz de amar com esse amor universal, não haveria necessidade de que uns se armassem contra o outros. Por meio de nosso próprio exemplo, à maneira de Cristo, temos de promover a unidade entre todas as religiões, todas as nações e todas as raças.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 43/45)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A NATUREZA DA MENTE

"A mente, por natureza, é irrequieta, assim como um rato, cuja natureza é mordiscar algo e como uma serpente, cuja natureza é morder sempre algo. A natureza da mente é estar ocupada. Mesmo quando parada, como as penas de um pavão, há um reluzir trêmulo, um movimento aparente na mente. Como o álamo, cujas folhas parecem tremer e mover-se, mesmo numa manhã serena, é a natureza da mente estender-se sobre as coisas. Assim, o método apropriado para lidar com a mente é dirigir sua atividade para as boas ações, os bons pensamentos, a repetição do nome de Deus, e não permitir que ela tenha como alvo objetos daninhos, pensamentos e ações daninhas. Desta maneira, a tendência natural da mente, a de estar ocupada, será satisfeita e ela ainda será mantida longe das ações nocivas. Outro método essencial para manter a mente longe de atividades daninhas é o trabalho. O homem foi feito para trabalhar duro e, se a pessoa trabalha firme no serviço do Senhor, de uma maneira ou de outra, a mente não terá tempo para se ocupar com pensamentos inúteis e ao acaso. E se não há trabalho externo, então o trabalho da prática espiritual deve prosseguir, no que diz respeito à meditação, à recitação do Nome, leitura de bons livros, conversação com boas pessoas e assim por diante. O indivíduo pode achar difícil entregar-se a Deus, mas todo homem se entrega ao tempo e o tempo é Deus. Dia a dia, a vida do indivíduo é encurtada e ele entrega sua vida a esse tempo; o tempo conquista a vida do indivíduo e esse tempo é Deus. Portanto, primeiro há o trabalho, depois a sabedoria, depois o amor; e tempo virá na vida do indivíduo quando o próprio tabalho será amor ou o próprio trabalho será Deus."

(J.S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 73

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (1ª PARTE)

"Os cataclismos que subitamente ocorrem na natureza, provocando destruição e danos em massa, não são 'obras de Deus'. Essas catástrofes resultam dos pensamentos e das ações do homem. Onde quer que o equilíbrio vibratório do mundo entre o bem e o mal seja perturbado por um acúmulo de vibrações nocivas, resultantes de pensamentos e ações errôneas do homem, veremos destruições. As guerras ocorrem não por uma ação divina fatal, mas pela disseminação do egoísmo material. Elimine-se o egoísmo - individual, industrial, político e nacional - e não haverá mais guerras.

As caóticas condições modernas existentes no mundo resultam do padrão de vida afastado dos ideais divinos. Indivíduos e nações podem ser protegidos contra a destruiçao total, se viverem segundo os ideais celestiais de fraternidade, cooperação industrial e intercâmbio internacional de experiências e bens materiais. Acredito que virá uma época em que, por força de uma compreensão superior, não teremos mais fronteiras. Chamaremos a Terra de nossa pátria. E, graças a meios jurídicos e à integração internacional, distribuiremos altruisticamente os bens do mundo segundo as necessidades das pessoas. A igualdade, porém, não pode ser implantada à força; ela tem de vir do coração. (...) Temos de começar agora, com nós mesmos. Deveríamos tentar ser como os entes divinos que vêm e tornam a vir à Terra para nos mostrar o caminho. Amando-nos uns aos outros e mantendo claro o nosso discernimento, tal como eles exemplificaram e ensinaram, a paz chegará.

Você pode pensar que não há esperança de conquistar o ódio e inspirar a humanidade a seguir os caminhos crísticos do amor, mas jamais a necessidade foi tão grande quanto agora. Ideologias ateias estão lutando para expulsar a religião. O mundo está marchando rumo a um grande drama existencial. Tentando aplacar as violentas tempestades, parecemos nada mais do que minúsculas formigas nadando no oceano. Mas não subestime o poder que você tem.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 42/43)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A ETERNA BUSCA DO HOMEM

"As flores lá fora são muito lindas, mas por trás delas existe um jardim ainda mais belo. Embora muito sutil e difícil de discernir a princípio, você o descobrirá, se entrar no reino interior pela porta do olho espiritual. Eu vivo nesse jardim - uma região de raras qualidades e ternos pensamentos, mais doces e perfumados que qualquer flor. Ali, a abelha de minha mente bebe continuamente o mel da presença de Deus.

Quando interiorizamos nossa concentração e vivemos cada vez mais na região invisível que há dentro de nós, descobrimos que as faculdades da alma assumem formas especiais: cada materialização é uma janela pela qual percebemos a indescritível doçura do Senhor. Não pense que a busca de Deus consiste só em meditação. Se sua percepção interna for suficientemente profunda, todas as boas qualidades que você expressar em pensamento e ação produzirão o néctar oculto da presença de Deus.

Quando passamos pela porta do olho espiritual, vemos dentro de nós a fábrica da Energia Vital inteligente que criou o universo inteiro. Como não nos interiorizamos, ficamos mistificados pelas impressões do Espírito invisível deixadas na natureza. Contemplamos as produções do Senhor; Seu nome está escrito na flor, no firmamneto, em tudo - mas Ele é silencioso. Como seres humanos, somos muito privilegiados, pois de todas as criaturas de Deus só o homem tem os predicados físicos, mentais e espirituais necessários para buscá-Lo, encontrá-Lo, conhecê-Lo e compreender Sua linguagem de silêncio."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 380)

A FÉ MAIS ELEVADA: ENTREGAR-SE A DEUS SEM RESERVAS (PARTE FINAL)

"(...) Nem um só corpúsculo de sangue pode mover-se e nem um fio de ar pode entrar em suas narinas sem o comando do Senhor. Portanto, a entrega absoluta a Deus é o critério da fé. Deus é o critério da fé. Essa entrega não significa ser preguiçoso, nem esperar que Deus faça tudo por você - um extremo esforço de sua parte para gerar o resultado desejado também é necessário; em vez disso, é uma entrega por amor a Deus e veneração à Sua supremacia.

O meu trabalho estará cumprido se eu tiver despertado em você nem que seja a mais ínfima fagulha do amor que sinto por meu Pai. [Na juventude] levei muito tempo para conhecê-Lo melhor; parecia que nesta vida eu nunca conseguiria, pois minha mente era muito inquieta. No entanto, sempre que a mente tentava enganar-me para me fazer abandonar a meditação, eu é que enganava a mente: 'Vou ficar sentado aqui, apesar dos ruídos ou distrações que apareçam. Não me importo se eu tiver que morrer tentando; continuarei até o fim.' Eu perseverava e, de vez em quando, tinha um vislubre do Espírito Divino: como uma centelha, tão perto e ao mesmo tempo tão longe, aparecendo e logo desaparecendo. Mas eu continuava resoluto. Como esperei com infinita determinação no silêncio invisível! Quanto mais profunda era a concentração, mais nítida e forte tornava-se a certeza de Deus. Agora Ele está sempre comigo.

Abençoado é você que ouve esta mensagem divina, a mensagem do Espírito, a mensagem que soluciona o mistério do universo. De que você tem medo? Jogue fora todo o medo! Não há mais nada a temer depois que se toca o Grande Poder do Espírito, que controla as próprias forças da criação, o mecanismo inteiro do universo. Que maior esperança você poderia ter, que maior segurança poderia buscar, além do contato com o Ser Infinito que é a essência de tudo o que existe?

Ele é o único porto seguro durante as tempestades do mundo. 'Abriga-te Nele com todo o empenho de teu coração. Por Sua graça, obterás a paz suprema e o Abrigo Eterno.' Nele encontrei a alegria de minha vida, a indescritível bênção de minha existência, a maravilhosa percepção de Sua onipresença bem dentro de mim. Desejo isso para todos."

(Paramahansa Yogananda - Viva Sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

TESOURO OCULTO

"67 - Um tesouro oculto não aparece pela enunciação da palavra 'apareça', pois tem de haver uma informação confiável, escavação e remoção de pedras. De maneira similar, a Verdade pura que transcende a operação de maya (maya aqui significando a força da evolução) não é obtida sem a instrução dos conhecedores do Supremo, juntamente com a reflexão, meditação e assim por diante, e nem por inferências ilógicas.

COMENTÁRIO - A procura do tesouro demanda esforço, determinação, vontade para vencer obstáculos e sobrepujar as limitações pessoais. É indispensável a informação dos que já se viram diante de tal tarefa e conseguiram atingir o Supremo, o Inominável. Deles nos vêm a inspiração, o entusiasmo para que prossigamos na busca que irá nos libertar das garras da ilusão."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de A\zevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 37)

A FÉ MAIS ELEVADA: ENTREGAR-SE A DEUS SEM RESERVAS (1ª PARTE)

"A vida, com sua substância e propósito, é um enigma: difícil mas não insondável. Com nosso pensamento progressivo, diariamente desvendamos alguns de seus segredos. (...) Contudo, apesar de todos os nossos mecanismos, estratégias e invenções, parece que ainda somos brinquedos nas mãos do destino e que temos um longo caminho a percorrer antes de podermos nos tornar independentes do domínio da natureza.

Estar constantemente à mercê da natureza - certamente isto não é liberdade. Nossa mente entusiasta é rudemente tomada pela sensação de impotência quando somos vitimados por enchentes, furações ou terremotos; ou quando, aparentemente sem como nem por quê, doenças ou acidentes arrebatam um ente querido do nosso regaço. Então nos damos conta de que, na verdade, não conquistamos grande coisa. A despeito de todos os esforços para fazer da vida o que queremos que seja, sempre haverá certas condições introduzidas neste planeta - infinitas e guiadas por uma Inteligência desconhecida, operando sem nossa iniciativa - que ficam fora do nosso controle. (...) Com todas as nossas certezas, ainda temos que tolerar uma existência incerta.

Daí a necessidade de confiar destemidamente em nosso verdadeiro Eu imortal e na Divindade Suprema, à cuja imagem esse Eu é feito - uma fé que age sem egoísmo e segue adiante alegremente, sem tomar conhecimento de turbulência ou coações.

Exerça uma entrega absoluta e sem reservas ao Poder Maior. Não se importe se hoje você decide que é livre e intrépido mas amanhã pega uma gripe e fica lastimavelmente doente. Não ceda! Ordene à consciência que continue firme na fé. O Eu não pode ser contaminado pela doença. Enfermidades físicas chegam a você pela lei dos hábitos de doenças autocriados, alojados na mente subconsciente. Essas manifestações cármicas não podem negar a eficácia e o poder dinâmico da fé.

Segure-se no timão da fé e não se incomode com os embates das circunstâncias adversas. Seja mais furioso do que a fúria da desgraça, mais audacioso do que os seus perigos. Quanto mais essa fé recém-descoberta exercer influência dinâmica sobre você, mais sua escravidão à fraqueza se desvanecerá. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Viva Sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 63/64)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

APAIXONADO PELA ESPÉCIE HUMANA

"Se você compreender algo sobre a complexidade dos fenômenos que se encenam no palco de nossa mente e que constroem as ideias, descobrirá que não existem árabes ou judeus, americanos ou alemães, negros ou brancos, somos todos uma única e apaixonante espécie.

O Mestre da vida, Jesus Cristo, era profundamente apaixonado pela espécie humana. Ele dava uma atenção especial a cada ser humano. Os miseráveis eram tratados como príncipes, e os príncipes, como reis. Por onde ele transitava, almejava abrir os portais da mente das pessoas e aumentar o campo de visibilidade sobre a vida. Sua tarefa não era fácil, pois as pessoas viviam engessadas dentro de si mesmas, embora ainda hoje muitas continuem travadas na arte de pensar.

Parece que algumas pessoas são imutáveis. Elas erram os mesmos erros frequentemente, dão sempre as mesmas respostas para os mesmos problemas, não conseguem duvidar de suas verdades e nem estar abertas para novas possibilidades de pensar. Elas são vítimas e não autoras de sua história. Você é o autor de sua história ou vítima dos seus problemas?

Jesus desejava que o homem fosse autor de sua vida, alguém capaz de exercer com consciência seu direito de decidir. Por isso, ele convidava as pessoas a segui-lo. Nós, diferentemente, pressionamos nossos filhos, funcionários e clientes a seguir nossas ideias e nossas preferências. O mestre do amor tinha muito para ensinar a cada pessoa, mas nunca as pressionava a estar aos seus pés ouvindo-o. O amor e não o temor era o perfume que esse fascinante mestre exalava para atrair o homem e fazê-lo verdadeiramente livre."

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 17/18)

O MENDIGO E O ABASTADO (PARTE FINAL)

"(...) Chegou a hora, meu amigo, de pensar em viver à sua própria custa, com seus recursos, com o pouco que possa ter, contentar-se com o que tem, de recusar-se a mendigar, a depender do que lhe concederem... Não por orgulho ou vaidade, mas por medida profilática, isto é, para evitar afundar-se nos escuros domínios da indigência material, psíquica e espiritual. Se você se lembrar que o 'Reino de Deus' está dentro de você, e é um tesouro de felicidade, então, não na condição de mendigo, mas de hábil e confiante garimpeiro, dele retirará aquilo de que necessita para si e ainda mais para dar aos outros. Dê, sem ligar se o tesouro vai exaurir-se e acabar. Os bens materiais podem, materialmente, diminuir, na medida em que os esbanjamos. Os bens espirituais, ao contrário, crescem na proporção que com ele beneficiamos os outros. Vamos fazer esta experiência.

Se até hoje, por palavras, gestos de desânimo, olhar indigente, gemidos e mesmo através das descrições de seus sintomas, você comportou-se como alguém que mendiga piedade, simpatia, palavras de caridade ou qualquer forma de ajuda, agora mesmo assuma o compromisso de evitar que os outros tenham 'peninha' de você. Erga a cabeça, mesmo que a dor o queira vencer. Faça seus olhos brilharem. Tenha sempre um sorriso nos lábios. Substitua seus ais pelas notas de qualquer musiquinha animada. Não peça. Ofereça. Não capitule diante do velho hábito de posar de coitadinho.

Mesmo que você esteja em sofrimento, no chão, em pedaços, quando alguém lhe dirigir o convencional 'como vai?', responda-lhe sorrindo: 'Vou bem. Não vou melhor para não fazer inveja.'

Experimente esse miraculoso tratamento.

Abaixo as lamúrias! Nunca mais a autopiedade nem a piedade dos outros!"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 204/205)

domingo, 26 de outubro de 2014

CONVIDA A DEUS PARA TEU SÓCIO!

"Meu amigo! Se eu te dissesse que, para solveres certos problemas dolorosos da vida, devias 'orar' ou 'rezar', talves terias um gesto de desilusão ou pouco caso. E eu te compreendo, porquanto, para milhares e milhões de cristãos 'orar' quer dizer pedir, mendigar ou recitar determinada fórmula - e depois aguardar a decisão de Deus, de um Deus que, como eles entendem, reside em algum misterioso recanto do universo, para além das estrelas e vias-lácteas, e , por exceção, visita a nossa terra.

Por isto, não vamos falar em 'oração'. Em vez disto sugiro o seguinte: quando te achares em dificuldade de qualquer natureza, ou quando tua mente estiver repleta de amargura ou revolta, suspende por alguns minutos todo e qualquer pensamento nessa direção; não penses em nada; faze de tua mente uma espécie de vácuo, carta branca, um silencioso deserto. E, quando estiveres inteiramente calmo e sereno, dize pausadamente: 'Convido-te, Senhor, para seres meu sócio e meu conselheiro neste impasse em que me encontro! Ilumina os caminhos da minha vida, para que eu veja claramente o que, neste momento, devo fazer ou deixar de fazer! Dá-me a força necessária para que eu possa fazer o que está certo! Ajuda-me, Senhor! Sê meu sócio e companheiro, tu que sabes mais do que eu!'...

Repete, muita vezes, o mesmo pedido, ou melhor dize positivamente: 'Tu, Senhor és meu sócio, e eu estou certo de que me ajudarás eficazmente, com teu poder e tua sabedoria. Eis-me aqui às tuas ordens! Não fales a esse 'senhor' como se fosse alguém ausente; esse 'senhor' é teu próprio centro, teu Eu central; desperta-o do seu sono. Depois de te manteres uns cinco minutos nesse clima, verificarás que os horizontes se vão desanuviando lentamente; as nuvens da amargura e revolta dissipam-se ao avanço da luz da serenidade; o teu despeito cederá lugar a uma atitude de compreensão e benevolência.

Em vez de esbarrares, qual besouro estonteando, contra as vidraças de uma janela fechada e caires, finalmente, exausto, sobre o peitoril da janela para morrer; em vez dessa manobra ridícula e estúpida, olha calmamente em derredor - e acabarás por descobrir, com grata surpresa, que, a dois passos da janela fechada, há uma porta aberta de par em par, pela qual poderás ganhar sem esforço a liberdade e sair da tua prisão voluntária."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda, São Paulo, 1982 - p. 95/96)

O MENDIGO E O ABASTADO (2ª PARTE)

"(...) Se você tem cometido o erro de reconhecer-se vazio de muitas coisas e, no sentido de preenchê-las, vive a solicitar do mundo e dos outros que lhe concedam favores, que lhe atendam os rogos, você dificilmente será feliz. Primeiro, porque o mundo e as pessoas não gostam de atender aos vazios, aos indigentes, aos dependentes, aos que se reconhecem fracos, incompletos, carentes de respeito, desamados, incompreendidos, necessitados, deserdados... Em segundo lugar, porque você se está enterrando na infelicidade ainda mais, pelo fato de reconhecer-se carente, decaído, necessitado, fraco, incapaz, miserável; por estar criando um autorretrato negativo e mórbido.

Você já sabe o que é o subconsciente como um 'servo-mecanismo'? Ou melhor, você sabe o que é um 'servo-mecanismo'? Se já sabe, desculpe. Preciso no entanto explicar a quem não sabe. "Servo-mecanismo' é uma máquina cibernética (no estilo do computador eletrônico), que funciona de forma que, ao receber uma nítida missão a cumprir, exata e fielmente a cumpre. Assim são os torpedos, as bombas dos terroristas e os foguetes autodirigidos, que em hipótese alguma erram o alvo. Pois bem, o 'servo-mecanismo' de seu subconsciente, a toda hora, recebe a missão que você lhe dá, através da imagem que fez de si mesmo (autorretrato). Cega e fatalmente cumpre a missão, isto é, com seu tremendo poder, faz de você o que você tem imaginado ser. Se você se vê como um desgraçado despojado de paz, força, saúde, amor, compreensão, respeito... finalmente de tudo que você ainda anda mendigando, então a toda hora, a máquina cibernética de seu subconsciente está fazendo do desgraçado que você imagina, um desgraçado real.

Quando, em vez de pedir ajuda, você passa a dar, você está, pelas mesmas razões e segundo as mesmas leis, aumentando sua capacidade de ajudar. Se em vez de pedir que lhe amem, você ama sem se ressentir com a não reciprocidade; se você ama incondicionalmente, se 'ama por amor ao amor', então, recebe, amor. Não por pedir. Mas em virtude da lei universal. Se você aprende a dar de si, verá aumentar a fortuna daquilo que aos outros tem dado. Se você é positivo, emitindo, distribuindo, ofertando, ajudando, compreendendo, estimulando, criando, irradiando, se fez de você um autorretrato positivo, será cada vez maior sua riqueza, maior a expansão de si mesmo, maiores os transbordamentos sobre os limites precários do ser humano 'normal'. Se você, esquecido das incompreensões de que tem sido vítima, gosta de dar compreensão a todos, virá a vencer também nesse aspecto da vida.

Quem pede está vazio. Quem oferta tem para dar. Quem se lamenta atrai maiores razões para mais se lamentar. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 202/204)

sábado, 25 de outubro de 2014

OS CICLOS DA VIDA

"Há os ciclos da infância, adolescência, juventude, maturidade e velhice; há os ciclos anuais, os ciclos diários, os semanais, mensais e horários. Os ciclos da vida mental estão baseados em suas ideias, crenças, opiniões e convicções que revolvem na consciência e afloram de acordo com sua natureza.

O sol no céu era um símbolo de Deus para os antigos. Encaravam suas funções como Divinas em relação à terra. Sabiam que o sol não era Deus, mas lembrava-os da verdadeira Luz Invisível interior. As estrelas de Deus representam as estrelas da verdade dentro de você. Simbolizam o conhecimento, percepção, sabedoria e ideias criativas que iluminam o céu da mente, dando paz, harmonia, alegria, abundância e segurança.

Assim, é uma tolice cultuar as estrelas ou os planetas, que são apenas massas de combinações moleculares, deslocando-se pelo espaço. Em vez disso, por que não cultuar e dar toda a sua obediência à Inteligência Infinita onde você vive, se move e existe?"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior -Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p.56/57)

O MENDIGO E O ABASTADO (1ª PARTE)

"Tenho um amigo, cientista ilustre e respeitado, dono de grandes propriedades. Tem carro bonito. Pertence a uma família ilustre. Tem apenas um ou dois aspectos onde a vida não o favoreceu como gostaria. Fechando os olhos a tudo quanto tem, vê em torno de si apenas tristezas, infelicidades ou frustrações. Vive abatido a reclamar de tudo. Lastima-se invariavelmente sempre que me encontra. Sob o ponto de vista comum, é um ricaço. Sob o ponto de vista da realidade, ele o é?

Aurino é um 'pobre' homem, que em toda sua vida tem estado em caminha de paralítico. Cresceu na horizontal. De seu leito 'pobre' de enfermo, dirige, no entanto, uma grande empresa. Uma empresa de serviço. O serviço que oferece ao público é essencial, pois corresponde a uma necessidade praticamente universal. A empresa de quem poderia viver de esmola presta exatamente o serviço de assistência, de ajuda, de amparo aos necessitados de saúde e meios de vida. O 'pobre' Aurino é um catalisador de amor, de beneficência, de humanitarismo. Mas que milagres o espírito não efetiva?! O 'pobre' é sempre encontrado em Bangu disposto a auxiliar a todos os 'ricaços' como meu amigo lamuriento. 

Creio que, tanto quanto eu, você deve andar confuso sobre o que é ser 'rico' e ser 'pobre'. Aurino é pobre ou rico? Meu amigo rico é rico mesmo ou é mendigo? Que vem a ser pobreza? E riqueza? Ninguém é mendigo pelo que não possui e sim pelo que anda mendigando. Ninguém é rico pelo que tem, mas pela espontânea prodigalidade com que distribui.

O infeliz ainda mais infeliz se torna, se imprudentemente mendiga felicidade. O intranquilo aumenta sua inquietude com o mendigar a paz. O incompreendido ainda mais inaceitável se torna, pelas reclamações que despeja sobre os outros. Ninguém pode ter admiração por um sujeito que anda à caça de ser admirado. Quem pode respeitar aquele cuja maior preocupação é fazer-se admirado? Aquele que se reconhece injustiçado e sem correspondência amorosa, e vive a pedir amor, dificilmente será amado. Não conheço quem sofre pela prodigalidade de ajuda que dá. O mundo no entanto está cheio de gente que se desgraçou por tanto pedir. (,,,)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 201/202)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A SEMEADURA ESPIRITUAL

"Disse Jesus: saiu o semeador. Encheu a mão e lançou a semente. Alguns grãos caíram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caíram sobre os rochedos; não deitaram raízes para dentro da terra nem mandaram brotos para o céu. Outros ainda caíram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Outra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao céu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma.

Comentário: Esta parábola do semeador é quase igual à dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, à exceção de divergências insignificantes. O que é notável em todos os textos é o fato de ter o semeador - que é o filho do Homem - lançado a semente da palavra de Deus indistintamente em terrenos bons e maus. Segundo a nossa agronomia, não devia ter semeado no caminho, no rochedo e nos espinhos, mas exclusivamente em terra boa. Mas, como o principal da parábola não é o símbolo material, e sim o simbolizado espiritual, o procedimento do semeador é correto; não concorda com a agronomia material, mas condiz com o agronomia espiritual, em que o campo é a alma humana dotada de livre-arbítrio. O solo físico não pode modificar a sua receptividade; mas o solo metafísico, humano, é responsável por sua receptividade, maior ou menor. Sendo a semente a própria palavra de Deus, sempre ótima, a sua diferença de produção não corre por conta da semente, mas por conta do terreno em que é semeada, isto é, a alma humana.

A parábola visa, portanto, a advertir os homens da sua responsabilidade em face da semeadura espiritual; os terrenos improdutivos da humanidade são culpados por sua improdutividade. O livre-arbítrio humano é responsável pelo fato de produzir nada, pouco ou muito.

Aqui está mais uma apoteose do livre-arbítrio do homem, sempre de novo negado por certos cientistas incompetentes. O livre-arbítrio existe potencialmente em todo o ser humano normal; mas a sua atualização depende do desenvolvimento da consciência de cada um. As leis cósmicas produzem não somente creaturas creadas, mas também creaturas creativas. Estas últimas podem crear-se melhores ou piores do que Deus as creou. A semente da palavra de Deus é ótima, mas o terreno humano é variável: mau, bom, ótimo."

(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e Comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 29/30)

A IMPORTÂNCIA DOS MANTRAS (PARTE FINAL)

"(...) À medida que purificamos a nossa consciência nos desembaraçando dos planos vibracionais mais densos, caminhamos de volta para o sem-forma. A prática do mantra é uma técnica para nos harmonizar com estes níveis vibracionais mais sutis. Quando nos movemos cada vez mais profundamente no mantra, o som se torna o veículo que nos permite vivenciar ambas as metades do ato de criação e retorno, de modo que voltamos dos vários para o Uno, e depois do Uno para os vários, tudo dentro da extensão do mantra.

A vibração mecânica sozinha naturalmente não realiza isto. O mantra e o recitador do mantra não estão separados um do outro, e o poder e o efeito do mantra dependem da prontidão, da abertura e da fé daquele que está realizando a repetição. Na verdade, os mantras em si não fazem nada - tudo está ligado àqueles que trabalham com eles. Os mantras não são encantamentos mágicos; mantras de poder são somente sons, a menos que você seja o tipo de pessoa que tenha uma mente unidirecionada e características particulares de personalidade que fazem com que esses mantras de poder funcionem. Isto é, o que um mantra faz é concentrar o material que já existe em você. Ele somente o coloca em foco. É como uma lente de aumento sob o sol: a lente de aumento não tem calor e nem gera o calor, mas capta a luz solar e a concentra e a torna unidirecionada. O mantra é como uma lente de aumento para a sua consciência.

Os mantras podem ser utilizados como um meio de acalmar pensamentos e também para concentrá-los. Se vocês imaginarem a mente como sendo um oceano, com ondas de pensamento surgindo ao longo dele, as ondas indo a todas as direções devido às correntes das marés e dos ventos - nesse oceano um mantra estabelece um único padrão de ondas que gradualmente suplantam todas as outras até que o mantra seja o único pensamento-forma, existente. Então existe somente uma onda contínua atravessando a sua mente - indo e vindo, indo e vindo.

Digamos que estou dirigindo sozinho e que estou repetindo 'Rama, Rama, Rama, Rama, Rama'. Existe um quadro indo e vindo no qual escreve 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Olho para o velocímetro e ele se torna 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Penso: 'Eu poderia tomar um milk shake no próximo restaurante', e durante todo o tempo continuo a repetir 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Tudo vem e vai, vem e vai, tudo está 'mantralizado'. Tudo está convertido, Tudo virou Deus."

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 153/154)
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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O PODER QUE DEUS DEU AO HOMEM

"Nada é maior que a Consciência Cósmica ou Deus. O poder Dele ultrapassa sobejamente o da mente humana. Busque apenas a ajuda Dele. Este conselho, porém, não significa que você se deva tornar passivo, inerte ou crédulo, ou que deva menosprezar o poder de sua própria mente. O Senhor ajuda a quem se ajuda. Ele lhe deu força de vontade, concentração, fé, razão e bom senso para que você as use quando tentar livrar-se das aflições físicas e mentais; você deve empregar todos esses poderes, enquanto, ao mesmo tempo, apela para ele.

Quando profere afirmações ou preces, creia sempre que está usando um poder que é seu próprio, mas que lhe foi dado por Deus, para sua própria cura ou para a dos outros. Peça ajuda Dele, mas compreenda que você mesmo, como filho amado de Deus, está empregando os dons da vontade, da emoção e da razão, que ele lhe deu, para solucionar todos os problemas difíceis da vida. Deve-se alcançar um equilíbrio entre a ideia medieval de depender totalmente de Deus e a maneira moderna de só depender do ego."

(Paramahansa Yogananda - Afirmações Científicas de Cura - Self-Realization Fellowship - p.21/22)


A IMPORTÂNCIA DOS MANTRAS (1ª PARTE)

"Swami Muktananda costuma contar uma história sobre um santo que uma vez estava fazendo um discurso sobre mantras. Um homem na platéia levantou-se e disse: 'Que bobagem é essa de mantra? Quem pode perder tempo repetindo a mesma palavra várias e várias vezes? O senhor acha que se repetir 'pão, pão, pão' isso irá encher a sua barriga?'

O santo pulou da sua almofada. Apontou o dedo para o homem e gritou: 'Cale-se e sente-se, seu estúpido!' O homem ficou furioso. Seu rosto avermelhou e todo o seu corpo começou a tremer de raiva. Explodiu dizendo: 'O senhor se diz um homem santo e usa um termo desses para se dirigir a mim?' O santo respondeu com humildade: 'Mas, senhor, não compreendo. Você ouviu ser chamado de estúpido somente uma vez, e veja como isso o afetou, mas acha que a nossa repetição do nome do Senhor por várias e várias horas não nos beneficiará.'

A história de Muktananda está relacionada a um dos níveis nos quais o mantra nos afeta - um nível no qual o efeito está ligado ao significado do nome ou frases sagradas. Em outras palavras, está ligado à nossa associação com as palavras. Mas, além de qualquer imagem que nos seja lembrada, o som do mantra exerce o seu próprio efeito sobre nós. É como se existissem planos de realidade que possuíssem os seus próprios sons, suas próprias vibrações e nós repetimos o mantra para nos harmonizarmos com esses planos conciliando as nossas próprias vibrações com as deles através da repetição do som do mantra. Esse som, ou shabdh, é basicamente um som espiritual e não físico - da mesma forma que os chakras não são órgãos físicos, mas locais espirituais de várias formas de energia do corpo. A prática do shabdh yoga é um caminho para trabalhar com o som interior.

Muitos livros sagrados, em várias tradições, ligaram o som à criação de toda a forma. No hinduísmo, diz-se que o Om é o som-raiz do universo, a semente ou sílaba bija que se manifesta como criação. E encontramos na Bíblia: 'No início havia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus, e o Verbo se fez carne.' Podemos imaginar o ato da criação ocorrendo dessa forma: o sem-forma se transforma por meio do plano causal em ideia, que já é um som sutil, um som tanto de palavras como de imagens; e depois ele parte dali para sons cada vez mais densos, incluindo, finalmente, nossos corpos, que são na verdade uma forma de vibração densa. (Eles possuem um som, embora não possamos ouvi-lo). (...)'

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 152/153)
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

COMO GUIAR NOSSA ESCOLHA DIÁRIA ENTRE AS MUITAS OPÇÕES QUE A VIDA APRESENTA

"O caminho para unir nossa consciência à consciência divina começa com a escolha diária de pensamentos e atos. A vida apresenta muitas opções, frequentemente contraditórias. Nós respondemos ou aos puxões dos sentidos, desejos e hábitos ou à pequena e silenciosa voz da consciência, que nos lembra onde está a verdadeira felicidade - no uso da divina força do discernimento e da vontade para fazer escolhas que afirmem, pela ação, a consciência e as qualidades divinas que existem em nós.

A vida nos tenta com muitas distrações que parecem prometer satisfação; há tantas coisas que queremos ter e fazer! Não é errado ir atrás das ambições que valem a pena - nós nascemos para agir e para exercer a iniciativa em fazer o bem. Contudo, facilmente nos envolvemos demais com o papel que nos coube, ligando a felicidade aos altos e baixos do nosso ambiente, que está sempre mudando. Sentimos a força dos hábitos e dos sentidos desobedientes; incontáveis desejos e exigências do ego clamam por atenção. (...)

É nossa a decisão de escolher o ego ou a alma para guiar a tendência da nossa consciência."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 12/13)

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Como conseqüência, vem a sexta dica: começa a surgir espontaneamente, a partir de dentro, uma alegria de se doar. Doar atenção, afeto, paciência, respeito, tempo e até mesmo dinheiro, quando temos. Tudo isso vem sozinho, lá de dentro, com uma alegria a que nada externo pode se comparar. Essa explosão interna muda completamente o sentido do nosso viver.

Por fim, o sol nascente que é a felicidade surge, a partir de dentro, clareando toda a vida, sob a forma de amor. Felicidade e amor são como irmãos siameses, inseparáveis.

O amor, que é a força mais poderosa do universo, manifesta-se em tudo o que vive. Em nós ele floresce quando percebemos e compreendemos todas as limitações que nós mesmos antepomos, impedindo o seu brilho. Nas pequenas e em todas as coisas pode ser percebida a sua presença, por quem aprende a comungar com a vida, que é sagrada.

Aqui vai a última dica: muito do que se chama de amor não é amor, mas autointeresse. O amor é a energia mais benéfica e elevada que existe na natureza, e, por isso, não pode ser possuído pelo ego, que é necessariamente limitado. Entretanto, todos nós podemos ser como cálices, que recebem a vida e o amor universais, desde que não seja apenas para nós mesmos, porém transbordando para os demais. Só somos verdadeiramente felizes quando fazemos os outros felizes.

Não podemos cultivar ou reter o amor, mas sempre que abandonamos o centro mental de autopreocupações e interesses e abrimos a janela, sob a forma de aquietamento interior e receptividade, ele pode vir como a brisa fresca da manhã, trazendo a felicidade."

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)


terça-feira, 21 de outubro de 2014

A VIDA SEM ENTENDIMENTO É UM SUICÍDIO MATERIAL E ESPIRITUAL

"Abençoados são os que possuem entendimento. É a maior necessidade no caminho espiritual e no caminho da vida, pois é o farol que ilumina a sua senda e leva ao êxito. Antes que possa alcançar o objetivo principal de sua vida, você precisa possuir esta faculdade tão importante. Portanto, nunca seja cego; nunca tenha falta de compreensão. É suicídio material e espiritual.

O entendimento deve ser a força a guiá-lo em todas as situações. Por piores que sejam os testes que você enfrenta, tente entendê-los. Deus nunca causa dano ou sofrimento a ninguém. Somos nós que, entendendo ou não entendendo, ajudamos ou atrapalhamos. Ore a Deus para que, não importa as experiências que tenha de viver, sempre as entenda. É a única coisa que o salvará. Quando minhas provas ficam muito grandes, busco primeiro, dentro de mim, o entendimento. Não culpo as circunstâncias nem tento corrigir os outros. Primeiro faço a introspecção. tento limpar a cidadela de minha alma, removendo qualquer coisa que possa obstruir a expressão onipotente e onisciente da alma. É o modo de viver com êxito.

Fugir dos problemas parece ser a solução mais fácil, mas você só aumenta a própria força se lutar contra um oponente forte. Quem não enfrenta dificuldades não cresce. Quando você tem entendimento, não tem receio de nada. Nele está a segurança.

Muitos e muitos testes tive que enfrentar na vida. Os mais difíceis são os que envolvem seres humanos, porque eles não entendem. Fui mal interpretado por pessoas que já amei, por pessoas a quem entreguei o coração. Mas isso nunca criou amargura em mim. Se a amargura surgir em seu coração por causa da falta de compreensão alheia, você perderá o entendimento. Não fique magoado quando alguém o interpretar mal. Em vez disso, dedique mais atenção a ajudar aquela pessoa. Se você conseguir manter neutros seus sentimentos por quem não o compreende, estará sempre pronto a ajudar qualquer um e todas as pessoas. Os que seguem o caminho da Self-Realization só devem nutrir sentimentos de boa vontade por todos."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 249/250)

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (3ª PARTE)

"(...) O terceiro segredo para a felicidade diz respeito à autoimagem. Por que precisamos tê-la? Não será ela uma ilusão? Quase todas as formas de sofrimento estão associadas à autoimagem. ‘Como fui injustiçado, estou ofendido; quanta ingratidão. Essas frases surgem na mente e nos jogam para baixo como decorrência da autoimagem que estamos sempre a nutrir.’

Ninguém pode nos ofender, a não ser que permitamos, ficando presos a um jogo de imagens mentais. Se percebemos o caráter ilusório dessas imagens, quantas ofensas, preconceitos e barreiras se desvanecem e se desfazem. Nós não somos a imagem de nós mesmos que estamos sempre a nutrir, e,portanto, precisamos perceber os jogos do pensamento para nos livrar de um fardo imenso que impede a felicidade.

A quarta dica diz respeito à percepção da transitoriedade de tudo o que é externo. Estamos nesse mundo material de passagem. Essa é a mais certa de todas as realidades. Não sabemos ainda em que momento sairemos dessa dimensão percebida por meio dos cincos sentidos, mas não temos dúvida de que a morte algum dia virá. A consciência da realidade inexorável da morte pode mudar completamente o sentido da vida. Todo o apego, todo desejo de perenização, tudo deve ser considerado e compreendido tendo em conta que a vida e morte são duas faces de uma realidade profundamente bela e sagrada. Resistir ao movimento da vida, que inclui a morte, é mergulhar no sofrimento.

Em quinto lugar, se queremos ser felizes, precisamos perceber o nosso egoísmo, sem fazer disso um problema. O ser humano, na fase em que se encontra, é profundamente egoísta, e nós não somos diferentes. É melhor sermos honestos e ver as coisas como são do que acreditar numa imagem glorificada de nós mesmos que não corresponde à realidade. Se decidirmos lutar contra o egoísmo em nós, daremos margem ao conflito, o que não traz  felicidade. É preciso observar o egoísmo sem criar a dualidade entre a realidade do que é a idéia do que não deveria ser. Se apenas observarmos com carinho e paciência, sem a idéia do que deveria ser, o egoísmo vai se dissolvendo naturalmente, e, com ele, vai embora uma grande quantidade de problemas. (...)"

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O PODER ESPIRITUAL DA PALAVRA HUMANA

"Palavras impregnadas de sinceridade, convicção, fé e intuição são como bombas vibratórias altamente explosivas que, quando detonadas, desintegram as rochas das dificuldades e produzem a mudança desejada. Evite dizer palavras desagradáveis, mesmo que sejam verdadeiras. Palavras ou afirmações sinceras, repetidas com compreensão, sentimento e vontade seguramente farão com que a Força Vibratória Cósmica Onipresente o auxilie em sua dificuldade. Apele a esse Poder com infinita confiança, lançando fora toda dúvida; do contrário, a flecha de sua atenção se desviará do alvo.

Depois de haver plantado a semente da vibração de sua prece no solo da Consciência Cósmica, não a desenterre frequentemente para ver se germinou ou não. Dê às forças divinas a oportunidade de trabalharem sem interrupção."

(Paramahansa Yogananda - Afirmações Científicas de Cura - Self-Realization Fellowship - p.20/21)

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (2ª PARTE)

"Se queremos ser felizes, devemos, em primeiro lugar, ser nós mesmos. A espontaneidade é essencial. Enquanto estivermos lutando para ser algo que não manifestamos naturalmente, estaremos em conflito e, portanto, infelizes. 

Se precisamos forçar a nós mesmos, deixando de ser espontâneos, para mantermos uma relação ou posição, ficamos fadados à infelicidade, porque não encontramos o nosso lugar no universo. Talvez a felicidade seja encontrar o que foi planejado para nós pelo universo.

Nossa espontaneidade não pode chegar ao ponto de atropelar os outros. Tudo tem um limite, e, como já dizia um amigo, minha liberdade de mover o braço termina onde começa o nariz de quem está próximo.

A segunda dica para a felicidade consiste em aceitar de bom coração quando a vida diz sim e quando ela diz não. Se humildemente aceitamos o não, o que significa que determinado desejo não será realizado, acabamos descobrindo que a vida é muito mais sábia do que nós, e lá na frente encontramos uma realidade melhor do que a idealizada. Ela, a vida, sabe exatamente do que precisamos e nos reserva situações muito mais plenas e felizes quando aceitamos humildemente os seus desígnios. Quando insistimos em um desejo, contra tudo e contra todos, e o atingimos, na maioria das vezes acabamos descobrindo que não valia a pena. (...)"

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)

domingo, 19 de outubro de 2014

TOMANDO CONSCIÊNCIA DE SI E DOS OUTROS

"A felicidade vem do íntimo. Não depende de fatores externos ou de outras pessoas. Nós nos tornamos vulneráveis e podemos ser facilmente feridos quando os nossos sentimentos de segurança e felicidade dependem do comportamento e as ações de outras pessoas. Nunca transfira o seu poder para outra pessoa. Tente não se apegar a coisas. No mundo tridimensional, aprendemos por meio de relacionamentos, não de coisas. Todos sabemos que não podemos levar nada conosco, quando deixamos este mundo.

Quando morremos e nossas almas avançam para dimensões mais elevadas, levamos conosco nossos comportamentos, nossos atos, nossos pensamentos e nosso conhecimento. A forma como tratamos os outros nos relacionamentos é infinitamente mais importante do que os bens materiais que acumulamos. Podemos ganhar e perder objetos e riquezas materiais durante a vida na terra. Não encontraremos esses objetos na vida do outro lado, mas encontraremos nossos seres amados. Este pensamento deve ajudar-nos a examinar nossas prioridades e valores.

Ame-se. Não se preocupe com a opinião alheia. Se você realmente precisa e quer dizer não, para recusar alguma oferta ou obrigação, faça isso. Se você não o fizer, abrirá um caminho para a raiva entrar. Você vai sentir raiva do compromisso e da pessoa que o impôs. É melhor dizer não quando você precisa e dizer sim quando você quer.

Enfermidades físicas são uma consequência comum da incapacidade de recusar compromissos indesejáveis, já que essa é uma maneira mais aceitável de dizer não. Então, você não tem outra escolha a não ser recusar, já que o seu corpo disse não por você. Mas é muito mais saudável afirmar assumidamente o seu desejo. Há um ditado que eu vi numa camiseta que resume isso de um jeito engraçado: 'Estresse é quando a sua mente diz não, mas a sua boca se abre para dizer sim'. (...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 60/61)

SETE DICAS PARA A FELICIDADE (1ª PARTE)

"A busca da felicidade é uma questão vital para todo ser humano. Todas as pessoas, consciente ou inconscientemente, aspiram a ser felizes, sem ter uma idéia clara do que seja a felicidade ou de como atingi-la. Somos condicionados, desde a infância, a pensar nela como uma condição futura, como algo que almejamos conseguir em um momento que virá. Este é um ponto a considerar. Será a felicidade uma condição futura?

Desde a infância, o garoto imagina que quando ganhar uma bicicleta será feliz; quando conquistar aquela garota, a felicidade virá; quando passar no vestibular, etc., etc. A cada objetivo atingido, há um momento de felicidade que logo se esvai, e outro objetivo passa a ser perseguido. A felicidade, nesse caso, está sempre lá na frente, evanescente.

Será que existe felicidade não condicionada à realização de objetivos externos, que não seja o oposto da frustração que decorre quando as mesmas metas não são atingidas?

Isso significa que não devamos ter objetivos a alcançar. Apenas precisamos ver que a felicidade, se existir, deve ser algo maior e duradouro, que não dependa necessariamente de condições externas. Há pessoas muito ricas que são profundamente infelizes. Há outras, de poucas posses, que vivem de bem com a vida, com alegria e plenitude. Portanto, fica claro que a felicidade não é necessariamente decorrente das condições materiais, mas da mente e do coração. (...)"

(Marcos Resende - Sete dicas para a felicidade - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p.5/7)

sábado, 18 de outubro de 2014

TODO PODER GERA CERTO GRAU DE RESPONSABILIDADE

"O poder da mídia, seja ele exercido de forma direta ou indireta, é verdadeiramente um poder: ele atua sobre nós, modifica nosso comportamento, nossos gostos e, provavelmente, até nossos pensamentos.

Como qualquer manifestação de autoridade, não pode ser aplicado de forma aleatória, pois corre o risco de se tornar arbitrário e irresponsável.

Tal poder obriga os profissionais da mídia a assumirem um grau de responsabilidade comparável àquele exercido por religiosos e políticos.

A seu próprio modo, contribuem para a criação e manutenção de uma comunidade humana.

O bem-estar dessa comunidade deve ser sua maior preocupação."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 65)

COM TODO O CORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Milhões de pessoas têm vivido assim por eras incontáveis, brigando por terras, dinheiro, posses, fama e poder. Mas essas coisas são dignas de se possuir? Qual é a causa da ambição e do ódio? Por que há solidão? Qual é o significado da vida? Essas e muitas outras perguntas surgem da própria observação que o investigador faz acerca da vida; nem o questionamento nem a busca devem se basear em considerações superficiais ou na opinião de outras pessoas.

A clareza, que é a luz do discernimento, surge quando a pessoa se dá ao trabalho de estudar profundamente a vida por si mesma. Isso marca o começo da vida espiritual. Deve haver clareza de percepção a fim de se distinguir o que é essencial. A clareza torna possível ver que a raiz de nossos problemas é o egoísmo. Se há violência, pode-se ver a sua fonte em cada ser humano. A pessoa deve se mover do não importante para o básico, do fato superficial ao ponto fundamental.

Somente quando há clareza junto com uma profuda consideração pelo bem de todos os homens é que a busca se inicia. Descobrir o que é espiritual é, em si mesmo, viver a vida espiritual, pois as grandes verdades da vida não são fatos externos, mas dimensões de consciência. Harmonia, amor, bondade e paz não podem ser conhecidos como se conhece um carro ou uma pedra - objetos cuja forma, cor, textura e outas características podem ser percebidas e retidas na memória. O amor não está fora da pessoa. Ele deve estar na sua própria natureza, pois o único modo de conhecer o amor é amar."

(Radha Burnier - Com Todo o Coração - Revista Sopha, Ano 9, nº 35 - p. 29)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O HOMEM MAIS BEM-SUCEDIDO

"É o amor de Deus que vem até nós através de todas as formas humanas. Se O procurar primeiro, então tudo o mais que sempre ansiou virá a você. Descobri que sem dúvida nenhuma tudo o que o homem deseja ardentemente será encontrado no Amado Cósmico. Desde o início dos tempos, os grandes devotos de Deus têm sido a inspiração da humanidade. Quem tem sido o homem mais bem-sucedido - completo dentro de si, capaz de compreender a si mesmo e ao resto do mundo, lembrado e honrado pelo mundo através das eras - quem tem sido essa espécie de homem? Aquele que conheceu Deus.

Nosso abençoado Guru, Paramahansa Yogananda, dizia que, para se tornar esse tipo de ser humano bem-sucedido, precisamos antes de tudo ter desejo por Deus. Normalmente, o homem não possui esse desejo até que aconteça alguma adversidade. Quando a vida transcorre suavemente, o homem não sente necessidade do Senhor. Quando, porém, todo o seu modo de vida parece repentinamente varrido - se ele perder a saúde, a riqueza ou um ente querido - então começa a clamar pela ajuda de Deus.

Gurudeva exortava-nos a buscar Deus primeiro, pois só com nossa consciência ancorada Nele podemos vencer a batalha da vida. Quando somos confrontados com tempos difícieis, neste mundo sempre cambiante, precisamos ser guerreiros divinos. Por que esperar que a vida nos pegue de surpresa para nos desencantar, para nos abater? Cultivemos o desejo por Deus agora, e comecemos nossa busca por Ele. Ele que está conosco em tempos de paz não nos abandonará nas horas de provação."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 151/152)

COM TODO O CORAÇÃO (1ª PARTE)

"A busca pelo espiritual não deve ser compartimentada; ao contrário, deve ser feita com todo o coração, não com um interesse pessoal, mas como uma busca não pessoal e, contudo, ávida.

No livro Aos Pés do Mestre podemos ler o seguinte: 'De todas as qualificações o amor é o mais importante, pois se ele é suficientemente forte num homem, força-o a adquirir o resto, e todo o resto sem ele nunca seria suficiente. Frequentemente é traduzido como um intenso desejo de liberação da roda de nascimentos e mortes e de união com Deus. Mas colocá-lo desta maneira soa egoisticamente e dá apenas uma parte do significado. Não é tanto desejo, mas vontade, resolução, determinação. Para produzir seu resultado, essa resolução deve encher toda a sua natureza, como que para não deixar lugar para nenhum outro sentimento. É, na realidade, a vontade de ser uno com Deus, não a fim de que possa escapar do aborrecimento e do sofrimento, mas a fim de que, devido ao seu profundo amor por Ele, possa agir com Ele e como Ele age. Porque Ele é amor e você, se quiser tornar-se uno com Ele, deve estar cheio do perfeito inegoísmo e do amor também.

Notem-se essas palavras: 'Essa resolução deve encher toda a sua natureza, como que para não deixar lugar para nenhum outro sentimento.' A vida de Buda é um exemplo inspirador de resolução de encontrar a iluminação, originando-se da compaixão pela sorte do homem. Ele viu um mundo triste, afligido pela doença e pela morte, pelo declínio e sofrimento, crueldade e ignorância e sentiu uma compaixão tão grande por ele, que em seu nome, buscou a luz que traria libertação ao mundo.

A resolução de descobrir a luz espiritual deve se iniciar com uma profunda preocupação pelos outros e um genuíno desejo pelo bem de todos, não como uma façanha ou um modo de autopromoção. O buscador não deve ser indiferente ao mundo ou dele afastar-se por desgosto, como muitos monges e ascetas fizeram, nem deve ser engolfado por ele. Os sofrimentos do mundo são também seus - os sofrimentos causados por ódio, crueldade, competição, luta, solidão, inveja, ambição. (...)"

(Radha Burnier - Com Todo o Coração - Revista Sopha, Ano 9, nº 35 - p. 29)